Um guia SIMPLES sobre memória com dicas para te ajudar

Equipe Eurekka

Já parou para pensar o quanto somos dependentes da nossa memória para tudo o que fazemos? Não só para as coisas do dia a dia, mas também para o que somos como indivíduo, dependemos das memórias para sermos melhores cada vez mais

E por ser tão importante, a memória já foi objeto de estudo de análise por muitos cientistas. Então, isso nos trouxe várias ferramentas para melhorar e desenvolver essa habilidade tão importante para nossa vida! 

Por isso, hoje vamos te mostrar como funciona esse processo de guardar os dados no nosso cérebro e ensinar ferramentas simples que irão te ajudar muito no dia a dia!

Mas afinal, o que é Memória?

Os psicólogos definem como o processo pelo qual o nosso cérebro utiliza a informação dos sentidos. Então, isso significa que o que chamamos de memória envolve alguns processos no registro de informações. Dessa maneira, apenas se todos estiverem funcionando, é que você irá se lembrar de algo.

Cada um deles tem suas características, como veremos a seguir.

Os processos básicos da memória

Mas como a memória funciona de fato? Bom, agora que entendemos melhor o conceito de memória, vamos conhecer como a informação passa de fato por esses três processos.

Codificação

O processo de codificação é o primeiro estágio para você se lembrar de algo. É onde registramos informações de forma utilizável na memória. Ou seja, é a forma como nosso cérebro irá “traduzir” as informações dos nossos sentidos.

Armazenamento

Chamamos de armazenamento a manutenção do material guardado. Se não for armazenado de forma correta, não poderá ser recordado mais tarde. Sendo assim, depois do cérebro “traduzir” as memórias, ele irá procurar os locais certos para guardá-las, como se fosse um grande estoque de dados.

Recuperação

Por fim, a memória depende do processo chamado recuperação, onde conteúdo precisa ser localizado e trazido à consciência para ser útil. Mesmo que já tenhamos aprendido determinada coisa, precisamos de uma recuperação que funcione para que consigamos aproveitá-la. Então, a sua mente irá ir até o local da memória e trazer de volta para você.

mulher apontando o dedo para a sua memória e segurando uma lampada na outra mão

Tipos de armazenamentos da memória

A Teoria dos Três Sistemas da Memória é a abordagem mais utilizada em pesquisas para entendermos como é que guardamos as informações em nosso cérebro.

Ela divide o armazenamento em três sistemas ou estágios, por onde a informação deve passar para que a gente consiga lembrar de algo. Vamos entender a seguir cada um deles!

Memória Sensorial 

A memória sensorial é o primeiro estágio da memória. É a forma mais rápida — mas que não demora até a gente esquecer de novo — de guardar a informação sensorial pura e dura apenas cerca de 1 segundo. Mas o que isso quer dizer?

Por exemplo, um raio de luz ou um som de galho quebrando são estímulos que nos dão informação sensorial. Recebemos um estímulo do mundo ao redor que pode exigir alguma ação do nosso corpo, mas que não tem nenhum significado para nós. Se não passarmos a informação do estímulo sensorial para o próximo estágio, ou seja, para a memória de curto-prazo, perdemos a informação para sempre.

Em resumo, a memória sensorial opera como um tipo de foto que armazena informações – que podem ser de natureza visual, auditiva ou sensorial – por um breve instante. Se for importante, você vai lembrar.

Memória curto prazo 

Esse é o segundo estágio da nossa memória! É o mais ativo dos três, pois é como um agente que comanda os estímulos sensoriais que recebemos, assim como as informações que já temos na memória e queremos recuperar.

Por exemplo, você acabou de conhecer uma pessoa chamada Marina. Então, um amigo chega e pergunta se você conhece a Marina. Logo, você recupera o nome dela rapidamente, em um ou dois segundos. Isso é memória de curto prazo, pois o tempo para recobrar a informação ocorreu apenas em alguns segundos. 

Memória longo prazo

Por fim, chegamos ao terceiro e último estágio de armazenamento da nossa memória, a memória de longo prazo.

A memória de longo prazo é quando guardamos uma informação por intervalos mais longos, por muitos minutos ou anos para que seja possível recuperar a qualquer momento

Vamos utilizar o mesmo exemplo da memória de curto prazo. Você encontra Marina alguns meses depois, em uma festa e, ao vê-la, lembra o nome e vai cumprimentá-la. Isso significa que você guardou o nome de Marina na sua memória de longo prazo.

mesa com vários materias de estudo para a pessoa guardar na memória

Como lembramos das memórias de longo-prazo?

A capacidade da memória de longo prazo é muito incrível, ela é capaz de armazenar várias informações ao longo de nossas vidas e de forma quase permanente! 

Mas você já parou para pensar como conseguimos recuperar essas informações específicas no momento apropriado?

Os cientistas nos trazem duas formas: as chamadas pistas de recuperação e a teoria dos níveis de processamento. Vamos conhecer cada um deles a seguir!

Pistas de Recuperação

É quando um estímulo torna mais fácil que você lembre a informação que está na memória de longo prazo. Pode ser uma palavra, uma emoção e até mesmo um som. 

Por exemplo, quando sentimos o cheiro de um perfume e nos lembramos de alguém especial.

As pistas de recuperação são buscadores mentais, como quando buscamos uma informação no Google e encontramos o que queremos. E existem duas formas de irmos em busca dessa informação:

  • Recordação: Quando um pedaço único de informação precisa ser recuperado
  • Reconhecimento: Quando sofremos um estímulo e temos que identificar se já passamos por ele.

Níveis de processamento

A teoria dos níveis de processamento diz que o quanto iremos recordar nossas memórias depende da forma como as informações são percebidas, processadas e compreendidas pela primeira vez. 

Isso significa que, no final das contas, se ficamos mais atentos na informação recebida de forma focada, vamos lembrar disso com maior facilidade. 

Desta forma, a informação entra na memória em um nível mais profundo, onde ela será analisada pelo seu significado e ligada a um contexto. Assim, ela se torna mais difícil de ser esquecida. No nível superficial, ao contrário, a informação é processada apenas pelos aspectos físicos e sensoriais.

Um exemplo prático é quando tentamos recordar uma lista de itens apenas para realizar uma prova no dia seguinte. Esse tipo de processamento é superficial, já que é pouco provável de que iremos aprofundar nesse objeto que estamos usando, e então não iremos criar uma relação com outros termos e informações que já conhecemos. 

Quer ser mais focado? Leia sobre o estado de Flow!

Memórias explícitas e implícitas

A divisão entre esses dois tipos de memória foi feita após descobertas de que temos memórias armazenadas sobre as quais não estamos conscientes, ou seja, não sabemos que elas estão lá e que afetam nossas atitudes e modo de agir! 

Vamos entender melhor cada uma delas:

  • Memória Explícita: 

São as lembranças que tivemos a intenção de recordar, como, por exemplo, um nome ou uma data de aniversário que aprendemos no passado e estamos buscando na nossa memória.

  • Memória Implícita

Se refere às memórias que não estamos conscientes, mas que afetam nossas atitudes. Por exemplo, habilidades automáticas, como desviar de um carro na rua, estão guardadas na nossa memória implícita. 

Esse tipo de memória está muito relacionado ao preconceito contra alguns grupos sociais. Isso ocorre mesmo que as pessoas não tenham nenhum preconceito de modo consciente. Além disso, uma avaliação das memórias implícitas mostra associações negativas sobre membros de minorias, já que isso é algo que foi exposto pela sociedade no passado.

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Transtornos da memória

Existem alguns transtornos que estão ligados de forma direta com a memória. Alguns causando problemas graves e outros apenas mais brandos. De qualquer maneira, qualquer doença que afete a memória causa muitos danos à vida da pessoa, que pode ser muito afetada pelos lapsos que isso gera. Confira algumas delas abaixo:

Demência

A demência é uma piora da capacidade de cognição, ou seja, afeta a memória, o pensamento, o juízo, a linguagem e aprendizagem. Ela ocorre de forma lenta e progressiva e é mais comum em pessoas acima dos 60 anos de idade.

Os sintomas desse transtorno aparecem aos poucos e progridem até que o indivíduo não consiga mais realizar suas tarefas sozinho e passe a depender por completo de outros. Vamos ver a seguir quais são eles:

  • Perda de memória
  • Problemas para utilizar a linguagem e fazer as atividades
  • Alterações de personalidade
  • Falta de orientação
  • Atitudes disruptivas ou inapropriado.

Demência dos corpos de Lewy

A demência por corpos de Lewy é o terceiro tipo mais comum de demência. A nível neural, ela é causada pelo acúmulo de proteínas, conhecidas como corpos de Lewy, no tecido cerebral.

Alguns dos sintomas são muito similares à doença de Parkinson, como:

  • Variar entre o estado de alerta e sonolência 
  • Podem ter alucinações
  • Dificuldade em desenhar
  • Dificuldade de se mexer

Além disso, possui outros sintomas que se assemelham à doença de Alzheimer, como:

  • Perda de memória
  • Desorientação
  • Problemas para se recordar, pensar, compreender
  • Dificuldade de se comunicar e controlar o comportamento. 

Alzheimer

A doença de Alzheimer é um tipo de demência, onde ocorre uma perda cada vez maior da função mental. 

A nível neural, ela se caracteriza pela degeneração do tecido do cérebro, incluindo a perda de células nervosas, o acúmulo de uma proteína anormal chamada beta-amiloide e também surgem as chamadas tranças neurofibrilares.

Os sintomas vão mudando de acordo com o estágio da doença. Por exemplo, esquecer de eventos recentes é um sinal precoce, seguido pelo aumento da confusão, prejuízo de outras funções mentais e problemas ao utilizar a linguagem e a compreensão e realização de tarefas diárias.

Em estágios mais avançados, as pessoas não podem realizar suas tarefas sozinhas, tornando-se cem por cento dependentes dos outros.

Transtorno Cognitivo Leve

Esse transtorno se caracteriza por sintomas ligados à perda discreta de memória e outras funções cognitivas. Se difere das demências por não ser grave o suficiente para fazer com que o paciente não consiga cumprir suas funções.

Isso pode ocorrer por fatores do dia a dia, como uma noite mal dormida ou fases de muito estresse na vida. Contudo, também pode indicar o começo de um possível Alzheimer. Sendo assim, mesmo nesses casos é útil consultar um médico.

Por fim, o indivíduo não deixa de ser capaz de fazer e cumprir suas atividades, mas prejudica a vida e a rotina, pois ele segue fazendo as mesmas atividades com uma dificuldade maior.

Demência frontotemporal

Demência frontotemporal se refere a um grupo de demências, que resulta de doenças espontâneas e hereditárias, que ocorrem por causa do atrofiamento de partes do cérebro chamadas de lobos. Ou seja, os lobos vão ficando cada vez menores e parando de funcionar do jeito certo. Os sintoma variam de acordo com a parte do lobo que é atingida, mas os principais sintomas são:

  • Alterações de personalidade e de comportamento 
  • Dificuldade de compreender e de produzir a fala.

Este tipo de demência piora com o passar do tempo. Em geral, atinge indivíduos entre os 45 e 65 anos. Além disso, a causa tem uma forte relação genética, ou seja, a disposição para desenvolver é passada de pais para filhos. 

estátua branca com a parte do cérebro separando as áreas do cérebro

Dicas para melhorar sua memória

Existem muitas ferramentas que podem nos auxiliar a melhorar nossa memória, registrando melhor as informações que queremos manter guardadas na memória de longo prazo.

Separamos as dicas mais efetivas que certamente irão te ajudar! Vamos conhecer cada uma delas?

Mindfulness

Também conhecido como atenção plena, mindfulness é um estado mental em que o indivíduo busca voltar sua atenção ao momento presente.

Você deve estar se perguntando como que o estado de atenção plena pode ajudar a melhorar minha memória? A neurociência explica!

Através de um estudo de Harvard, com indivíduos que passaram por um curso de mindfulness com duração de 8 semanas, foi confirmado um aumento na massa cinzenta de diferentes áreas do cérebro responsáveis pela memória, regulação de emoções, processo de aprendizado e autoconhecimento.

Em outro estudo, realizaram testes similares e descobriram que a atenção plena aumenta a habilidade de regular o ritmo alfa — a onda cerebral que permite que evitemos distrações. 

Desta forma, adicionar a prática de Mindfulness no seu dia a dia é capaz de reduzir o estresse e a ansiedade, aumentar a atenção e a memória, além de promover empatia e autoconhecimento. 

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Técnicas Mnemônicas

Primeiro vamos entender que a memória é baseada em gatilhos. Ou seja, coisas que te fazem lembarr da informação mais importante. Então, é dessa maneira que as técnicas mnemônicas funcionam, criando gatilhos conscientes para aumentar a eficácia da memorização. 

Legal, mas o que são técnicas mnemônicas? Elas são a criação de itens como esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases ligadas a algum assunto que precisa ser lembrado. 

Desta forma, esse conjunto de ferramentas torna a memorização mais fácil, já que “organiza” de forma simples os dados que pretendemos gravar.

A seguir vamos te mostrar 3 técnicas práticas de memorização:

  • Palavras e expressões: Crie siglas, palavras ou pequenas frases para lembrar de listas, fórmulas ou dados. Por exemplo, é mais fácil lembrar da sigla ONU, e sabendo a sigla, lembrarmos do nome verdadeiro, que é Organização das Nações Unidas
  • Notas: Resuma o conteúdo em palavras-chaves ou frases que remetam ao conceito ou descrição sobre o assunto estudado. É útil para exposições orais como palestra e seminários.
  • Rimas e música: Utilizar rimas e frases musicadas é um eficaz método de memorização, sendo muito utilizado para o aprendizado de crianças e também pela publicidade.

Seja organizado

Como vimos acima, a organização mental é muito importante na memorização. Por isso, ser organizado ajuda nosso cérebro a focar no que é essencial.

Veja essas 5 dicas de organização para o seu dia a dia:

  • Separe seu dia em blocos (manhã, tarde e noite), e deixe os trabalhos importantes para seu melhor período do dia.
  • O cérebro funciona de dois modos: concentrado ou no modo divagação. Desta forma, é indicado que para cada atividade que você opte por realizar focado, tire de 15 min a meia hora para um devaneio da mente.
  • Utilize a escrita a seu favor como uma extensão da sua memória, adote um caderninho para anotar suas tarefas e compromissos!
  • Desligue-se de tudo quando for realizar um trabalho
  • Faça uma única coisa em cada bloco de tempo, lembre-se de que o cérebro não é bom em fazer várias coisas ao mesmo tempo, então priorize!

Leia também: Saúde Mental e Produtividade: 10 dicas para trabalhar melhor

Leia em voz alta

Segundo um estudo da Universidade de Waterloo, no Canadá, ler em voz alta ajuda a fixar melhor a informação no cérebro. Isso ocorre pelo o que os autores chamam de “efeito de produção”, que significa que falar e se ouvir ajuda a fixar as palavras na memória de longo prazo

Desta forma, os pesquisadores concluíram que adicionar ação a uma palavra, ela tende a se tornar mais distinta na memória, resultando em uma melhor armazenamento! 

Durma bem

Você sabia que é durante o sono profundo que o cérebro consolida as memórias? Pois é, sabendo disso já dá pra imaginar a importância do sono no processo de armazenamento de informações de longo prazo!

Durante o sono há uma grande comunicação dos neurônios, assim como modificações no cérebro que solidificam as memórias. Desta forma, as conexões entre as células cerebrais são fortalecidas e informações transferidas de uma região para a outra.

E não apenas para melhorar a memória, mas o contrário também, já que dormir mal ou dormir pouco pode causar problemas de memória, déficit de atenção ou dificultar o aprendizado e trazer muitos problemas físicos, inclusive acelerando o aparecimento de demências como o Alzheimer.

Por isso que a adoção de bons hábitos de sono é essencial para a saúde cerebral e mental.

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