Brincar com a criança: como ajudar no desenvolvimento
Equipe Eurekka
Para a criança, brincar é um grande prazer. E se essa brincadeira for acompanhada dos adultos (pais, avós e cuidadores), os ganhos são maiores ainda, porque, ao brincar com a criança, ajudamos no desenvolvimento de várias habilidades.
Os benefícios vão desde a socialização e do reforço de valores humanos importantes como o respeito, até a liberação de substâncias como a serotonina, que é conhecida como o hormônio do bem-estar.
Então, brincar com os pequenos é uma atividade superimportante para o desenvolvimento deles e também para a saúde da relação entre adulto e criança.
Neste texto, a Eurekka trata de aspectos bem pontuais sobre a relação do ato de brincar com o desenvolvimento infantil. Você vai gostar muito do que vamos explicar.
Boa leitura!
Índice
Qual a importância de brincar na infância?
É brincando que a criança vive novas experiências, aprende a se conhecer e a conhecer os outros. Portanto, o adulto deve aproveitar os momentos de brincadeiras para estimular o uso de regras, a importância da organização e da empatia.
Ao brincar de “amarelinha”, por exemplo, o adulto pode estimular na criança a consciência corporal, o equilíbrio e, principalmente, a obediência a regras. Afinal, a regra principal da amarelinha é acertar dentro do espaço determinado e, ao pular sobre os números, não pode errar e pisar na linha.
Dessa forma, o jogo exige que a criança aceite que errou, entenda que o próximo a participar é a outra pessoa e que é importante obedecer para que a brincadeira seja divertida.
Uma outra coisa curiosa é a capacidade que a brincadeira desenvolve de ajudar os pequenos a solucionar problemas. E o bacana é que essa capacidade se aplica no dia a dia.
Imagine que uma criança esteja acostumada a brincar de “esconde-esconde”, portanto, já tem a habilidade de observar os cantos da casa ou do pátio e parece ser uma pessoa muito atenta. Agora, pense no momento que ela perder um brinquedo ou não souber mais onde deixou seu calçado. É bem provável que organize uma estratégia para encontrá-los, pois já tem a habilidade de procurar.
Enfim, crianças que brincam são mais espertas, alegres e seguras. Algumas delas se tornam mais comunicativas e desenvolvem mais a autonomia. É na brincadeira, por exemplo, que se percebe a liderança, a cooperação e a resiliência.
É muita coisa boa que pode acontecer em brincadeiras que vão desde um brinquedo sofisticado até um simples avião de papel. Por isso, continue lendo e confira o poder das brincadeiras infantis.
Por que é importante brincar com a criança?
Brincar é uma forma de passar o tempo e entreter a criança? Sim, pode ser. Mas vai muito além disso, porque quando você brinca com os pequenos, você fortalece os vínculos emocionais, cria intimidade e abre um espaço importante para as descobertas.
Essas descobertas não são só relacionadas ao mundo da criança, mas também ao mundo do adulto, porque pais e cuidadores se observam e, aos poucos, também aprendem a lidar com suas limitações. Ou seja, é importante você deixar claro para a criança que você não é perfeito e também tem dificuldades reais.
Portanto, quando ocorre essa troca, essa observação da criança e de si, e essa consciência de que são seres limitados, a criança se sente mais confiante e segura. E os adultos, por sua vez, se sentem mais tranquilos, porque estão no papel real de pais e cuidadores e não num posto romantizado de super-heróis.
O que brincar com a criança promove?
Esclarecida a importância de brincar com a criança e de participar de maneira ativa das brincadeiras, a gente quer detalhar alguns benefícios desse processo todo.
Isso pode ajudar você a aproveitar melhor os momentos de brincadeiras e ter mais consciência do que pode fazer a mais para estimular o seu filho. Confira:
Bem-estar
Na hora da brincadeira, o cérebro libera a serotonina, que é um dos hormônios do prazer, da felicidade e do bem-estar. Portanto, crianças que brincam são mais alegres, satisfeitas e realizadas.
Mas não é só isso não! Quando está brincando, o cérebro libera a dopamina, outro hormônio do prazer e do bem-estar. Isso faz a atenção da criança ficar ativada, o que facilita a aprendizagem.
É por isso que professores e cuidadores em geral são incentivados a ensinar os pequenos de maneira lúdica, evitando o estresse na hora de aprender. Que bacana, não é mesmo?
Aprendizado sobre o mundo
Os especialistas costumam dizer que o ato de brincar é uma micro representação do mundo, porque é uma espécie de simulação da vida.
Pra você entender melhor, imagine que ao brincar com outras crianças e também com os adultos, os pequenos vivenciam experiências diretas da vida: respeito, cooperação, organização, paciência, aprendizagem, frustração e limites, por exemplo.
Então, de certa forma, ele está se preparando pra ser uma pessoa melhor quando tiver que encarar o mundo mais complexo: o mundo da escola, o da família, o dos amigos, do trabalho e dos relacionamentos.
Por isso, se parte dessas brincadeiras tiver a participação dos pais, em especial, se torna uma forma muito interessante de auxiliar na construção emocional das crianças.
Entendimento das sensações e emoções
Fala-se muito em educação emocional e a importância de se educar as pessoas, desde bem pequeninhas, para lidar com as emoções e entender como essas sensações funcionam. Isso é autoconhecimento.
Quando brincam, as crianças desenvolvem e aprimoram as habilidades sociais e se acostumam a lidar com emoções como raiva, impaciência, teimosia e tristeza, por exemplo.
Por isso, os pais devem incentivar brincadeiras ao ar livre, com comandos e ações e, em alguns casos, competitivas, com prêmios e medalhas. Isso acostuma a criança a lidar com momentos de desafios emocionais. É o caso de uma brincadeira em que só há um vencedor, por exemplo.
Quando os pais participam desses momentos, eles têm a oportunidade de observar os filhos e intensificar o trabalho com algumas emoções que apresentem inconstância.
Aqui vale ressaltar que os adultos não devem, em hipótese alguma, ironizar ou depreciar qualquer situação durante a brincadeira. Nem devem mudar regras por sentir pena da criança. Portanto, é função do adulto preservar sempre a integridade dos pequenos.
Como brincar com a criança? 5 formas de desenvolver os pequenos enquanto brinca
Estimular a criança a brincar envolve muito mais do que dar algum comando como, por exemplo “Saia da frente da tevê!”
É preciso organizar brincadeiras, levar a criança para ambientes adequados e, principalmente, participar da hora do brinquedo com ela.
Vamos, então, pensar em algumas atitudes juntos?
Tire a criança da frente das telinhas
Você não precisa ficar constrangido em determinar horários para que as crianças acessem computadores, celulares e tevês. Aliás, isso é um ato de amor.
No entanto, você precisa criar alternativas de brinquedo, porque, muitas vezes, a criança não tem uma outra direção que não sejam os eletrônicos.
Busque jogos e brincadeiras apropriadas para a idade
Brincar de maneira adequada está relacionado ao desenvolvimento da criança. Então, estimule o que for correto para cada idade.
Por exemplo, a partir de 1 ou 2 anos, a criança já pode brincar com tinta, mas sempre com a supervisão de um adulto. Então, aproveite esse momento para interagir com ela, conversar, ensinar e observar como ela se comporta com esse tipo de material.
Agora, se você quer organizar uma brincadeira de “o mestre mandou”, você precisa avaliar se a garotada já entende a importância de ouvir a ordem e tentar cumpri-la da melhor maneira possível. Por isso, essa é uma atividade recomendada para crianças de 4 anos em diante.
Entenda que quando a criança brinca com brinquedos e jogos adequados para a idade, ela se desenvolve corretamente, os atritos diminuem e ela se sente melhor porque está no contexto certo. Uma criança de 2 aninhos certamente ficará frustrada e muito irritada se não conseguir entender a brincadeira “o mestre mandou” e isso desestimula o ato de brincar.
Fique atento a isso!
Se jogue na brincadeira!
A dica é “Brinque de verdade”. Para que seja um momento saudável, não divida a brincadeira com outros afazeres e muito menos reclame por estar brincando.
Aproveite o momento por inteiro. Pra isso, organize com a criança a brincadeira, explique a ela por quanto tempo você estará disponível. Você pode propor uma parada para um lanchinho e até mesmo para um descanso se caso o brinquedo for agitado.
Fique de olho no que pode ser perigoso ao brincar com a criança
A gente sabe que alguns adultos se empolgam e inventam brinquedos pra lá de diferentes. No entanto, fique de olho em peças muito pequenas que podem ser engolidas, peças perfurantes e brinquedos que possam causar machucados no geral.
A ideia é se divertir, mas com segurança. Digamos que você tenha um jardim e a ordem do dia é subir em árvores, por exemplo. Certifique-se de que os galhos são seguros e que não há espinhos. Também ensine as crianças a se cuidarem e a evitarem aventuras perigosas sem o auxílio de um adulto.
Permita a bagunça – mas ensine a organizar depois
Não adianta: casa que tem criança, sempre terá uma baguncinha. Elas precisam tirar os brinquedos do lugar, armar uma barraca com lençóis na sala, enfileirar cadeiras para brincar de ônibus, e por aí vai. Isso é muito saudável, porque desenvolve a criatividade, a organização e estimula a produção de todos aqueles hormônios que já falamos aqui.
Mas quem arruma essa bagunça boa?
É comum que as crianças se cansem brincando e os adultos, pra não brigarem, arrumem todos os brinquedos.
Então, faça diferente: quando a brincadeira começar, já combine como será a arrumação e cada um fica responsável por uma parte. Se o brinquedo for mais complexo, permita que fique à disposição da criança para o próximo dia. Por exemplo: se ela montou uma barraca no quarto e todos os bonecos estão lá, deixe que ela usufrua dessa brincadeira por mais tempo ou até cansar.
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