Copa do mundo: futebol e saúde mental

Equipe Eurekka

Fernando Diniz é um treinador com uma formação incomum: é graduado em Psicologia. No entanto, na maioria dos times em que trabalhou, nunca pôde atuar como profissional da saúde mental, o que seria muito proveitoso. Além disso, os dados mostram que, em ano de Copa do Mundo, a falta de união entre futebol e saúde mental é alarmante.

A saúde mental ainda é um tema tabu no mundo esportivo, ainda mais no futebol, por vários motivos. Nesse texto, você vai ver o que psicologia tem a ver com esporte e com copa do mundo, porque esse tabu ainda existe, e porque deve ser quebrado. Rolou a bola para o texto da Eurekka!

Estamos em ano de copa do mundo!

Ano de copa do mundo é sempre especial, ainda mais pro Brasil! Quem aí já se vê reunido com a família e amigos, com a TV no máximo, vibrando a cada minuto? Pois brasileiro não desiste nunca, e toda copa a gente torce para que o tão sonhado hexa venha! Mas será que temos tudo que nos ajudaria com isso?

Infelizmente, a seleção brasileira, como a maioria dos times do Brasil, não conta com um psicólogo. Essa falta de apoio profissional na saúde mental, que acaba ficando nas mãos de pessoas sem preparo, tem seus efeitos. Afinal, o lado mental é essencial para o jogador e para o grupo, e faz diferença. Que bola fora!

Por que existem poucos psicólogos nos times de futebol no Brasil?

Os números não mentem, e são assustadores. Apenas 8 times do Brasil contam com psicólogos na equipe principal. E em um mundo no qual se discute cada vez mais sobre como a saúde mental importa, o futebol brasileiro parece ter ficado de fora disso. E as causas têm tudo a ver com estigmas sobre psicologia.

A depressão também afeta jogadores de alto nível

Muito dinheiro, fama, festas, idolatria, conquistas… tudo isso está presente, de uma forma ou de outra, na vida de grandes jogadores. Para a grande maioria, é a realização de um sonho de criança, e que é conquistado por poucos. Mas então como a depressão pode atingi-los? E por quê?

De acordo com um estudo da FIFA de 2015, 38% dos jogadores tiveram sintomas depressivos durante a carreira. Além disso, sofrem com ansiedade, pânico, vícios, entre outros. Porém, mesmo com esses dados, são poucos os que recebem algum apoio, tanto da sua rede quanto de psicólogos. 

Ser um esportista de alta performance significa estar sob pressão o tempo todo. É uma cobrança constante dos torcedores, da comissão técnica, dos colegas de time, e de si mesmo. Afinal, é uma carreira que quer os melhores; e quando não se desempenha tão bem, por várias razões, abre-se a porta para a depressão

Além disso, a carreira de jogador é muito inconstante. Um dia se é ovacionado, no outro é vaiado; é estar exposto ao amor e ao ódio. E em outro sentido, a qualquer momento, um jogador pode ser transferido para outra cidade, outro estado, outro país; e haja saúde mental para lidar com isso. 

Os jogadores ainda são vistos como heróis

Jogador de futebol não é uma profissão como qualquer outra; há uma idolatria, e também críticas por vezes desproporcionais. Não é raro ver jogadores que relatam ameaças de morte quando estão em uma fase ruim. Isso acontece por vários fatores, mas um deles é que não são vistos como pessoas normais. 

Treinar por horas todos os dias, conseguir manter o vigor durante 90 minutos correndo, ter um chute com força de mais de 80 km/h são traços comuns para jogadores, mas raros na população em geral. Assim, junto com o estilo de vida luxuoso, os jogadores são vistos em ( ou derrubados de) pedestais.

É esperado que jogadores percam datas importantes, que fiquem longe da família e amigos, que voltem a jogar mesmo sem estar livres de lesões, que viajem por horas toda semana. Afinal, é “só” jogar bola. E quando demonstram emoção, como Thiago Silva chorando na Copa de 2014,  são muito criticados. 

Estigma sobre a saúde mental

Mas claro, o descaso com a saúde mental não é exclusivo do futebol. Afinal, ainda vivemos em um mundo em que o bem-estar da mente é deixado de lado. Depressão ainda é vista como frescura, terapia como coisa de louco, etc. Todos esses estigmas afetam pessoas que sofrem, e as privam de um cuidado. 

Contudo, esse tabu é ainda maior para os atletas. Em uma carreira que cobra a perfeição, se torna ainda mais difícil assumir as suas falhas e dores. Aceitar que está em sofrimento nunca é fácil. E quando a alta performance é obrigação e a rotina é exaustiva, a saúde mental em cacos é posta debaixo do tapete.

Além disso, o futebol é muito competitivo. Há disputas entre jogadores e entre times. Assim, os jogadores nem sempre confiam em alguém para expor sua fraqueza. Eles logo rebatem que não precisam, e que não são loucos. Por isso, é preciso um psicólogo para criar laços que dão a confiança para se abrir.

Neymar e paulinho: futebel e saúde mental
Fonte: Flickr

Como a saúde mental melhora o rendimento

Vimos que jogadores de futebol também estão sujeitos a prejuízos na saúde mental; aliás, podem ser ainda mais vulneráveis. Afinal, há muita relação entre saúde mental e desempenho. E essa separação entre psicologia e esporte só faz os dois lados saírem perdendo, pois um contribui muito para o outro. 

O lado mental ruim afeta todo o resto do corpo

Sabia que, de acordo com estudos, 75% das pessoas com depressão têm um sono ruim? E que os picos de adrenalina, ligados à ansiedade, prejudicam a tomada de decisão racional? Não se pode só tratar o que diz respeito ao corpo do atleta e deixar a saúde mental de lado. Afinal, eles são aliados.

É muito mais difícil jogar bem quando se está mal mentalmente. O atleta fica mais distraído, se frustra mais, toma decisões erradas, entra em brigas com adversários e até com colegas. Além disso, a longo prazo, pode ficar deprimido ou agressivo, e até desistir da carreira. Viu como saúde mental é essencial no esporte?

Um ambiente de alta pressão pode ser nocivo

Em outro sentido, é preciso pensar no ambiente em que vive o atleta. Os esportistas estão sempre sob pressão, e há cobranças externas e internas para que sejam o melhor possível. E viver sob uma exigência tão alta pode ser prejudicial para a saúde mental de todos os jogadores, afetando seu desempenho e seu bem-estar.

Afinal, a coesão de grupo é super importante em um time. É como se o futebol fosse um relógio em que as peças devem funcionar em união. Mas um ambiente no qual não se dá atenção à saúde mental e à harmonia do grupo, pode romper esse equilíbrio. E para cuidar dessa questão, é importante ter um psicólogo. 

fernando diniz: futebol e saúde mental
Fonte: Flickr

Como um psicólogo do esporte pode ajudar

Todas essas questões são frutos de uma cultura. A idolatria e o ódio não são reprimidos, nem a pressão e o tabu que adoecem os jogadores. Porém, também é essencial tentar mudar isso aos poucos, dando suporte e ferramentas para a saúde mental no futebol. E um psicólogo do esporte é a pessoa certa para isso.

Conhecendo o atleta mais a fundo

O psicólogo esportivo pode fazer um trabalho individual muito importante com os jogadores. Ao criar confiança, dar um espaço de expressão e validar o que o atleta sente, o profissional abre caminho para a mudança. Afinal, pode entender as questões específicas do atleta, seus medos, anseios e trabalhar nisso.

Criando um ambiente que fale sobre saúde mental

Porém, a atuação do psicólogo do esporte também está no coletivo. Esse profissional pode ajudar a resolver conflitos no grupo, mediar discussões e, aos poucos, equilibrar o grau de cobrança e de apoio presentes no ambiente. Assim, surge um grupo mais unido, mais forte, e mais saudável mentalmente. 

Além disso, o psicólogo do esporte pode ajudar a trazer consciência sobre o tema. Através de seus conhecimentos, pode mostrar como a saúde mental é importante para os jogadores, para os técnicos e diretores, e até para a torcida. Dessa forma, pode iniciar um belo movimento de mudança e quebra de tabus.

Identificando a melhor forma de treinamento

Mas claro, não só de acolhimento e escuta vive a psicologia do esporte. Um bom profissional pode ajudar de forma direta na rotina de treinos. Isso porque ele pode lidar com a motivação, interferir no relacionamento e alinhar a comunicação.

O psicólogo da área do esporte pode ser uma ponte entre partes do time, como técnicos, jogadores, diretores, etc. Assim, pode dar feedbacks para o treinador, a partir de falas dos jogadores, tanto sobre o treino quanto sobre a relação entre eles. Também pode fortalecer a autoconfiança dos jogadores e ajudar na adesão dos atletas para cumprir metas, se esforçar e dar o seu máximo.

Melhorando a cognição

O psicólogo do esporte também pode ajudar de forma direcionada e individual, pois também domina técnicas de melhora de habilidades. Ele pode ajudar o jogador a aumentar sua capacidade de foco, de raciocínio e de concentração. Isso ajuda o jogador a melhorar suas decisões e seu desempenho nos jogos.

Entendendo os pontos fortes e fracos do jogador na parte cognitiva, o psicólogo pode também aprimorá-los. Para isso, ele pode trazer exercícios mentais, fazer atividades de coordenação em grupo, e trabalhar com outros profissionais da saúde, como nutricionistas. Tudo isso leva a um futebol mais competente. 

sede da Eurekka

Melhore sua saúde mental com a Eurekka!

Vimos no texto de hoje que a saúde mental afeta o corpo, o desempenho e o trabalho de qualquer um, até de grandes jogadores de futebol. Também vimos que  buscar o bem-estar da mente é essencial, e pode nos ajudar em várias áreas da vida. E para isso, a psicoterapia pode ser de grande ajuda.

Quer ter esses benefícios adaptados a sua rotina? Vem fazer terapia com a Eurekka! Aqui contamos com um time de psicólogos craques, que podem te ajudar a melhorar sua saúde mental, e te fazer a melhor versão possível de você mesmo! Vem com a gente aprender a driblar suas dificuldades!

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