Quais são as regras e diretrizes da ética e moral na Psicologia

Equipe Eurekka

Atender na clínica parece uma área de atuação muito interessante, não é? Porém, dentre os riscos dessa escolha, estão os dilemas de ética e moral na psicologia. Isso porque, não manejando bem essas questões, podem haver prejuízos nos atendimentos e ocorrer até punições dos conselhos regionais.

Então, o que é essencial saber sobre o código de ética? Como ser um profissional ético? E afinal, o que é Ética e o que é Moral?

Mais do que se inteirar sobre informações técnicas, é preciso saber como isso se traduz na prática e nos estudos do psicólogo. E para entender mais sobre esse assunto e saber como traduzi-las em uma atuação ética e coerente com os princípios da Psicologia, continue lendo este artigo até o final!

O que é ética?

De acordo com autores da área da Psicologia Moral, a Ética seria um campo de reflexão sobre as leis e normas e o comportamento adotado diante delas.

Nesse sentido, a Ética seria a balança das nossas decisões frente a situações reais e regras vigentes. Por exemplo: “Quais consequências e quem eu afeto ao infringir uma lei?” ou “Haveria situações em que quebrar uma determinação seria o mais ético a se fazer?”.

Baseando-se na Psicologia Moral, essas escolhas seriam moduladas por nossos ideais individuais e pela prática de vida que acreditamos valer a pena viver. Traduzindo para nosso tema: Como meus atos afetam o psicólogo que quero ser e meus valores quanto a isso?

O que é moral

Assim como a Ética, a Moral é pauta de discussão da Psicologia Moral e também da Filosofia. Nessas ciências, pode-se definir a moral como um conjunto de princípios, valores, prescrições a atos considerados válidos pelo agrupamento social.

Em oposição à Ética, a Moral não oferece muito espaço para a reflexão. Segundo seus estudiosos, ela suscitaria um sentimento de dever que empurra o sujeito a agir conforme as leis e normas ditas morais. Ou seja, é algo mais coletivo que individual.

O Código de ética do psicólogo

O atual código de ética do psicólogo é vigente desde 2005, tendo sido o terceiro criado pelo Conselho Federal de Psicologia. Esse documento lista os princípios cruciais, as obrigações e as proibições a serem seguidas por seus profissionais ativos.

Confira abaixo abaixo algumas questões abordadas no atual código.

Tópicos essenciais do código de ética do psicólogo

Dentre seus tópicos, primeiro, vale o destaque para a seção de princípios gerais. Neles, fica claro como a atuação em Psicologia deve prezar pela dignidade dos clientes, terapeutas e da própria Psicologia. Junto a isso, há o respeito à Ciência e aos Direitos Humanos.

Em seguida, temos o trecho dedicado às responsabilidades do psicólogo em 21 artigos. Nessa parte, aparecem em mais detalhes as obrigações com os clientes, com as instituições e com a sociedade. No tópico seguinte, detalharemos alguns desses compromissos.

Por fim, temos as disposições gerais que falam sobre casos de quebra do código, suas possíveis alterações futuras e quando entrou em vigor.

Psicóloga segura pois sabe qual a éitca e moral na psicologia

A ética e a moral na psicologia durante a prática clínica

Então, pensando no que foi apresentado sobre ética e moral e sobre o código de ética do psicólogo, como enxergar e aplicar isso na clínica?

Para responder essa pergunta, explicaremos de forma sintética as responsabilidades do psicólogo e como tudo se aplica de forma prática. 

Sendo que separamos essas responsabilidades em três campos principais: compromisso com a ciência, cuidado com a relação terapêutica e preservação do sigilo. Confira!

O que um psicólogo deve fazer para seguir a ética

A ética deve ter alicerces no compromisso com a ciência, o qual está presente em duas frentes: primeiro, o estudo da Psicologia que embasa a prática e permite o avanço científico; segundo, o cuidado para que se utilize somente instrumentos e técnicas validados pela Psicologia.

Da mesma forma, há recomendações de cuidado com o vínculo terapêutico. Nesse sentido, são vedadas atividades junto aos pacientes que fujam do que é cabível no setting terapêutico, como encontros fora da terapia.

Atender familiares e pessoas íntimas também não seria certo, pois fugiria de uma relação profissional e nêutra.

Além disso, a preservação do sigilo na relação terapêutica é um ponto central. Assim, o código afirma que é obrigatório resguardar a privacidade dos envolvidos, e, em caso de necessidade da quebra do sigilo, deve-se revelar o mínimo necessário.

Também é preciso prestar atenção no que é dito aos pais dos pacientes menores de idade. Saiba mais sobre isso no texto “O que o psicólogo pode contar aos pais“.

Psicólogo seguro com o atendimento clínico

Orientações em casos de quebra do código de ética do psicólogo 

Caso você observar algum psicólogo que não respeite essas obrigações, é possível denunciá-lo ao CRP (Conselho Regional de Psicologia). As medidas tomadas seguirão o determinado na seção de disposições gerais do código de ética.

Por outro lado, existem situações em que pode ser preciso que o psicólogo quebre o código, o que já está previsto no documento. Isso ocorre para episódios em que é necessário romper o sigilo profissional, o que acontece quando os princípios vitais são desrespeitados.

Por exemplo, casos em que o paciente é autor de alguma violência ou abuso passível de denúncia, ou quando há risco de suicídio. Nessas situações, deve-se avisar autoridades ou pessoas próximas, a depender do caso.

Também pode ser interessante conversar, antes de mais nada, com o paciente sobre a possível quebra de sigilo. Isso vai ser bom tanto para a segurança dele quanto para preservar o vínculo o máximo possível. Em ambos, deve-se respeitar a recomendação de revelar somente o mínimo necessário.

fundadores da eurekka e criadores da técnica de micropassos

Aprenda mais sobre a prática clínica

Por fim, podemos dizer que a melhor forma de construir uma atuação ética na clínica é estudando e dialogando mais sobre ela com companheiros de profissão. Com isso, fica possível adotar uma prática com mais base teórica e técnica, além de se aprender mais recursos para uma reflexão ética aprofundada.

E, quando se trata de estudos em Psicologia e diálogo com colegas de profissão, a Eurekka pode te ajudar! Tornando-se um psicólogo Eurekka, você ganha uma formação em terapias comportamentais contextuais, troca de experiências com psicólogos, uma equipe para cuidar da sua agenda, clientes nossos para atender e uma supervisão semanal para te apoiar nessas atividades.

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Referências:

BATAGLIA, Patricia Unger Raphael; BORTOLANZA, Marcia Regina. Formação profissional e conceitos de moral e ética em estudantes de psicologia. Psicol. teor. prat., São Paulo, v. 14, n. 2, p. 126-140, ago. 2012. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872012000200011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 12  jul. 2023.

LA TAILLE, Yves de La. Moral e Ética: uma leitura psicológica. Universidade de São Paulo: São Paulo, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ptp/a/q3bqSwJ3MYGgzm8LcckVW6K/?lang=pt>. Acesso em: 12  jul. 2023.

FREIRE, José Célio. Ética e psicologia: uma crítica a teoria e a prática psicológicas. Revista Educação em Debate, Fortaleza, Ano 12, n. 17 e 18, p. 45-66, 1989. Disponível em:<https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/14095>. Acesso em: 12  jul. 2023.

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