Um Guia Prático sobre o Inconsciente Coletivo
Equipe Eurekka
O inconsciente coletivo é um termo que gera bastante curiosidade, tanto em quem não é da Psicologia quanto nos próprios estudantes dessa área.
Por isso, apesar de ser uma linha de abordagem diferente da que a Eurekka trabalha, nós decidimos vir contar para você o que de fato é essa teoria misteriosa, quem foi o criador, qual a ideia por trás dela, a qual vertente ela pertence e outras informações importantes.
Boa leitura!
Índice
O que é Inconsciente Coletivo?
A ideia do inconsciente coletivo foi criada pelo famoso psiquiatra Jung. Para ele, o ser humano não é apenas um conjunto de suas próprias experiências pessoais, mas sim um ser que também carrega em si materiais de toda a trajetória humana, e que estão guardados no inconsciente.
Ou seja, para Jung, o inconsciente coletivo é um legado histórico inerente a todo ser humano. É como se tivéssemos, dentro de nós, toda a experiência da humanidade acumulada até aqui.
Além disso, ele também acreditava que o inconsciente coletivo é o responsável por todos os nossos comportamentos, impressões e sentimentos que não controlamos conscientemente. É como se fosse a parte da nossa essência que nós nem mesmo conhecemos.
É o mundo da água onde todo o vivente flutua em suspenso, onde começa o reino do “simpático” da alma de todo ser vivo […].O inconsciente coletivo é tudo salvo um sistema pessoal fechado, é uma objetividade vasta como o mundo e aberta ao mundo inteiro. […] Lá, no inconsciente coletivo, eu estou ligado ao mundo numa ligação tão mais imediata que eu esqueço muito facilmente quem eu sou em realidade (JUNG, 2000, v.1, §45 e 46)
Os arquétipos e o inconsciente coletivo
O arquétipo é um conceito também desenvolvido por Jung, que, inclusive, é o que diferencia a psicologia de Jung da psicanálise.
Para o psiquiatra, todo ser humano tem imagens formadas a partir da vivência pessoal, porém todas essas imagens têm uma estrutura semelhante.
Por exemplo, todos os seres humanos sabem o que é um pai e uma mãe, essa é a estrutura primária e inerente. E por mais que a forma que eu enxergo pais e mães varie de acordo com minha experiência, essa imagem arquetípica estará dentro do arquétipo possível de paternidade e maternidade.
Ou seja, o arquétipo seria uma forma universal e inconsciente que é preenchida e atualizada pelas experiências e vivências pessoais.
O arquétipo deve ser pensado associado a padrões de imagens e de comportamentos, pois a imagem sem comportamento é vazia e sem sentido e o comportamento sem imagem é cego. Em termos teóricos, o correto é distinguir arquétipo de imagem arquetípica, pois o arquétipo em si é irrepresentável e aparece à psique sob a forma de uma imagem arquetípica. Entretanto costuma-se utilizar os dois termos indistintamente, mas deve estar clara esta distinção. (ZILDA, 2017)
O que a Psicologia diz sobre o inconsciente coletivo
A Psicologia tem diversas abordagens, ou seja, diversos modos de entender a mente humana.
Por isso, a visão da psicologia sobre o inconsciente coletivo irá depender do tipo de abordagem. Por exemplo, a linha teórica de Jung é a psicologia analítica, criada por ele mesmo, a qual segue a ideia do inconsciente coletivo.
E essa vertente se difere da psicanálise, abordagem criada por Freud, o qual já não acreditava em um inconsciente coletivo, mas apenas no inconsciente individual, entre outras diferenças.
Já a Terapia Cognitivo Comportamental, não tem como foco o inconsciente, mas práticas voltadas para o aqui e agora, visando trabalhar as crenças limitantes do paciente através de atitudes práticas e funcionais.
Um pouco sobre Carl Gustav Jung
Jung, o criador de toda essa abordagem, nasceu na Suíça em 26 de julho de 1875.
Ele era filho de um pastor protestante, o que influenciou muito na sua obra, pesquisa e modo de ver o mundo.
E, por falar em laços familiares, Jung se inspirou no avô para decidir sua área de estudo: a medicina e, depois, a especialização em psiquiatria.
Ele também era um grande admirador de Freud, tendo lido várias das obras do psicanalista e se encontrado com ele pessoalmente em 1907.
E esse primeiro encontro gerou 5 anos de colaboração entre os dois, criando uma intensa admiração e companheirismo por parte de ambos.
Porém, o que ninguém esperava é que discordâncias profundas começariam a surgir entre os dois, resultando no rompimento definitivo que ocorreria em 1913, que foi quando Yung lançou a obra Metamorfose e símbolos da libido (nas Obras Completas intitulado Símbolos da transformação), rompendo de vez com a psicanálise.
E, nos anos seguintes, até sua morte, Yung se dedicaria exclusivamente à sua própria abordagem, a psicologia analítica, ensinando e pesquisando sobre a mente humana através dessa ótica própria.
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