Guia completo sobre reestruturação cognitiva para psicólogos

Equipe Eurekka

Imagine um paciente que sempre diz coisas como: “Eu sou um fracasso!” ou “Eu não sirvo pra nada!”. Investigando a história dele, você começa a perceber um padrão muito rígido de pensamentos negativos e não sabe muito bem como conduzir as próximas sessões. Pois bem, existe uma técnica criada para este tipo de demanda, a reestruturação cognitiva.

E, no texto de hoje, você vai aprender o que é essa técnica, qual a sua importância, quais as bases teóricas e como aplicar na sessão de terapia com seu paciente. Boa leitura!

O que é reestruturação cognitiva?

A reestruturação cognitiva é uma técnica que, literalmente, tem como objetivo transformar a maneira como enxergamos o mundo. Na prática, ela envolve questionar os pensamentos negativos e trocá-los por pensamentos mais positivos e realistas.

Assim, ao reestruturar os padrões de pensamento, conseguimos abrir espaço para uma visão mais equilibrada da realidade, permitindo mais qualidade de vida, resiliência, autoconfiança e realizações.

Por que a reestruturação cognitiva é importante?

Essa técnica é importante porque os pensamentos têm um impacto direto nas nossas emoções e comportamentos. Então, ao questionar nossas crenças e interpretações negativas, conseguimos modificar não só nossos pensamentos automáticos disfuncionais, mas também nossas atitudes.

Dessa forma, essa prática permite superar obstáculos e lidar com desafios de forma mais eficaz.

Relação entre a reestruturação cognitiva e a terapia cognitivo-comportamental

A reestruturação cognitiva é um pilar central na terapia cognitivo-comportamental (TCC), com base na ideia de que nossos pensamentos moldam nosso comportamento e emoções. De fato, a técnica é a principal utilizada pela TCC para mudança de pensamentos e comportamentos.

O objetivo é identificar, desafiar e alterar padrões de pensamento negativos e/ou prejudiciais, nos levando a uma percepção mais positiva e saudável da realidade.

Saiba mais: Psicóloga da Eurekka conta como é trabalhar com a TCC

Bases teóricas da reestruturação cognitiva

Aaron Beck pai da terapia cognitivo comportamental e reestruturação cognitiva

A técnica foi criada por Aaron Beck, o pai da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

Em sua obra voltada para o modelo cognitivo da depressão, o psicólogo definiu como interpretamos os acontecimentos externos a partir dos nossos pensamentos automáticos, e como isso acaba influenciando na nossa reação ao ambiente.

Como fazer a reestruturação cognitiva na terapia: técnicas usadas

As etapas que fazem parte da reestruturação cognitiva são as seguintes:

Identificar os pensamentos negativos: O terapeuta ajuda o paciente a identificar os pensamentos automáticos negativos que estão causando angústia ou contribuindo para padrões de pensamento disfuncionais.

Questionar os pensamentos negativos: O terapeuta ajuda o paciente a questionar se de fato esses pensamentos dizem a verdade. Assim, o incentiva a encontrar provas concretas que apoiem ou refutem esses pensamentos.

Desenvolver pensamentos alternativos: O terapeuta então trabalha com o paciente para desenvolver pensamentos mais equilibrados que substituam os negativos. Isso pode envolver encontrar evidências contrárias, considerar diferentes perspectivas e explorar interpretações alternativas.

Exemplos de reestruturação cognitiva 

Por exemplo, se o paciente tende a pensar “Eu sou um fracasso” ou “ Não sirvo pra nada” após cometer um erro, a reestruturação cognitiva pode ajudá-lo a mudar essa perspectiva. 

Ao questionar esses pensamentos com dados da realidade que provam o contrário do padrão disfuncional, podemos buscar exemplos de momentos vitoriosos que mostram que o fracasso não é constante.

Depois de encontrar evidências que contrariam os pensamentos negativos, passamos a buscar novos padrões de pensamento mais saudáveis, buscando provas na realidade de que esses pensamentos podem ser verdade.

Assim, em vez do pensamento “Eu sou um fracasso” ele pode aprender a pensar: “Cometi um erro, mas isso não me faz um fracasso. Todo mundo erra e eu posso aprender com isso.” 

Ou seja, não é sobre enganar o paciente com pensamentos positivos irreais e bajuladores, mas é ajudá-lo a refletir sobre as situações concretas da vida que provam que aqueles pensamentos disfuncionais não são verdade, mas sim uma perspectiva que gera uma visão errônea a respeito dele mesmo.

Em que casos a reestruturação cognitiva é uma boa opção?

A reestruturação cognitiva é uma boa opção em casos cujos pensamentos disfuncionais são rígidos e passam despercebidos ao paciente. Isso acontece especialmente quando se trata de transtornos de ansiedade, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). 

Mas vale lembrar que, apesar de a reestruturação cognitiva ser um conjunto de técnicas bem delineadas, é necessário adaptá-las para cada caso clínico!

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