Wandinha e psicologia: Análise e lições da série
Equipe Eurekka
Que Wandinha foi um sucesso não é mistério pra ninguém! O público amou a série e Jenna Ortega está viralizando com sua atuação incrível! E, se você é uma das pessoas que já está com saudade do universo Addams, esse texto é para você! Hoje nós vamos mostrar como Wandinha e Psicologia se encontram.
Por aqui você vai descobrir curiosidades sobre a família mais diferente de todas, fatos sobre a série, se Wandinha tem traços de psicopatia e lições da psicologia que os personagens nos ensinam! Mas atenção: esse texto pode conter spoilers!
Boa leitura!
Índice
A família Addams
A família Addams foi criada por Charles Adams (isso mesmo, o sobrenome é igual!), um cartunista norte-americano. A primeira história em quadrinhos foi lançada entre 1937 e 1938 na famosa revista The New Yorker.
Com um um humor mórbido, o cartunista criou os Addamscomo uma sátira da família norte-americana “perfeita”. Por isso, os personagens são ricos, excêntricos e não se importam com o que os outros pensam deles.
A família é formada por Morticia Addams e por Gomez Addams. Morticia é de origem das bruxas de Salem e ter visões é seu dom principal. Esse dom, inclusive, foi passado para Wandinha. Já Gomez Addams, é um homem rústico, sombrio e apaixonado, e a razão de sua fortuna ainda é desconhecida.
Também formam a família os filhos: Wandinha e Feioso, sendo que ambos apresentam diversas versões dependendo da obra.
Além disso, há diversos outros personagens, como o Tio Chico, que tem poderes de eletricidade; a Vovó; Ophelia, irmã de Morticia e o primo Itt que é todo peludo, dos pés à cabeça.
E o mais interessante é que, para criar o clima mórbido e sinistro das histórias em quadrinhos, o cartunista Charles Addams se inspirou na sua terra natal, Westfield, Nova Jersey. Isso porque a cidade é cheia de mansões vitorianas antigas e cemitérios macabros.
E, dizem as lendas, que para criar Morticia, ele se inspirou em sua primeira esposa: Barbara Jean Day.
As histórias têm várias versões: os quadrinhos publicados na revista, a série de 1964, um projeto animado em 1973, dois filmes no cinema (1991 e 1993) e outro filme em 1998. Além de jogos, uma sitcom, peças de teatro e brinquedos!
A série Wandinha feita pela Netflix
Com o “incidente” das piranhas, Wandinha é expulsa e enviada à escola Nevermore, que é feita para pessoas diferentes, desde lobisomens até sereias.
O nome da escola é uma referência à obra O Corvo, de Edgar Allan Poe! Nesse poema narrativo tenebroso, o corvo que aparece ao personagem fica repetindo “Nunca mais”, que em inglês é “Nevermore”.
Na série, tem várias referências a Poe, como a estátua dele que guarda a sala secreta, seu poema usado como um enigma, a copa Poe e os nomes e trajes das equipes, que remetem a algumas obras do escritor.
A trama é uma mistura de suspense e investigação. Sendo que Wandinha, que antes fazia de tudo para fugir de Nevermore, agora se vê instigada a desvendar um mistério que cerca a escola e a cidade: que monstro é esse que assassina cruelmente suas vítimas?
Além disso, vemos o desenrolar da vida amorosa de Wandinha (por mais que ela negue isso até a morte), sua amizade com Enid, uma lobisomem alegre e fofíssima e o modo como a protagonista encara esse novo mundo.
Ah! E sabia que, em Inglês, o nome de Wandinha é Wednesday (quarta-feira)? Há uma cantiga infantil na língua inglesa que dá características para as crianças nascidas em cada dia da semana. E na quarta-feira é: “wednesday’s child is full of woe”.
Woe significa tanto aflições, quanto desgosto ou angústia. Então, em português, seria algo como “A criança de quarta-feira é cheia de aflições” ou “A criança de quarta-feira é só desgosto”. Assim esse foi o nome dado para a personagem.
Já no Brasil, o nome se tornou Wandinha, porque a cantiga não faz parte da nossa cultura, então seria difícil fazer um link de “quarta-feira” com o poema. Assim, foi traduzido para Wandinha, que parece com Wednesday na sonoridade.
Wandinha apresenta traços de Psicopatia?
Bom, primeiro vamos explicar a verdade sobre o termo “psicopatia”. O sentido da palavra em si não tem nada a ver com os assassinos dos filmes, porque psico é mental, patia é doença. Ou seja, psicopatia não seria nada mais do que qualquer transtorno que acontece na mente.
Então, segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), esse psicopata voltado para o serial killer é categorizado como uma pessoa com Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA), que é o que vamos analisar na Wandinha!
A princípio, ela tem alguns traços que remetem sim a esse transtorno, como: dificuldade de se adaptar às normas sociais, não sentir culpa ao ferir, impulsividade e descaso pela sua segurança e a dos outros.
Alguns exemplos disso são: Wandinha não sentir culpa ao machucar os jogadores com as piranhas, torturar Tyler e agir impulsivamente ao ir procurar o Hyde e colocar seus amigos em perigo.
Porém, às vezes, ela tem atitudes que são o contrário desse espectro, como quando a mãozinha quase morre e ela chora. Quando, no fim, a Enid volta toda machucada e Wandinha sente compaixão, e também quando o Eugene se machuca e ela se sente culpada, indo visitá-lo todos os dias e torcendo para que se recupere.
Então, o que podemos dizer é que Wandinha apresenta alguns traços de psicopatia no sentido do TPA. Porém, ela também tem ações atípicas desse transtorno, como: empatia, compaixão e culpa, mesmo que ela não goste de demonstrar isso.
Além disso, vale lembrar que ela é uma personagem, então as atitudes de Wandinha não permitem dar um diagnóstico 100% certo na psicologia.
Por fim, não podemos esquecer que os Addams foram criados para serem estranhos. Então, os gostos da Wandinha por coisas mórbidas não estão ali para indicar um transtorno, mas apenas estranheza.
Wandinha e psicologia: lições que podemos aprender com a série
Além da questão da psicopatia que une Wandinha e psicologia, confira algumas lições valiosas que podemos aprender com a série!
Todos nós precisamos de ajuda, mesmo que seja só uma Mãozinha
Uma das coisas de que Wandinha mais se gabava na série era o fato de não precisar das pessoas. Porém, o que vemos no decorrer da história é totalmente o contrário disso.
Em diversas situações, ela precisou da ajuda das pessoas ao seu redor e, na maior parte do tempo, ela só precisou de uma Mãozinha!
Mesmo que fosse só uma mão, ela foi uma grande companheira. Desde ajudar Wandinha a invadir lugares até comprar seu vestido para o baile. E isso nos mostra que nós precisamos do outro, não necessariamente de um grupo gigantesco de amigos, mas de 1 ou 2 amigos fiéis.
Além disso, a amizade de Wandinha com Enid nos mostra a importância de sermos vulneráveis. A protagonista sempre se retraía, sentia aversão a todas aquelas cores e ao jeito animado de Enid, por isso sempre se mantinha afastada.
Porém, quando Enid vai embora, ela percebe a importância que a amiga tinha e que, no fim, não tem problema sermos vulneráveis e nos abrirmos para as pessoas que nos querem bem. É preciso termos coragem para dar lugar às boas pessoas que nos cercam.
Cada pessoa tem seu próprio tempo
E falando na Enid… Por muito tempo na série ela se sentia pressionada por ainda não ter se transformado em lobo, diferente dos seus amigos da escola e da sua família.
E a mão não ajudava, pois estava sempre buscando meios de forçar essa transformação e não se preocupava com outra coisa a não ser isso.
Mas Enid, felizmente, bate o pé e não aceita que a definem por ainda não ter acompanhado os outros, ela sabe que tem seu valor apesar das inseguranças de ainda não ter chegado ao lugar desejado.
E, no fim, na hora certa, ela consegue se transformar!
Ou seja, não importa se as pessoas ao nosso redor estão em um lugar diferente de nós, é preciso entender que cada um tem sua história, suas prioridades e seu próprio tempo!
E isso é um fato muito importante entre Wandinha e psicologia, pois muitas pessoas têm sofrido com a ansiedade por conta da compação excessiva com a vida do outro.
Por isso, não se sinta pressionado por não estar ganhando um salário muito alto ainda, não se compare com pessoas que já estão casadas, têm filhos ou estão viajando mundo afora. Foque em você, nas suas prioridades, nos seus sonhos e caminhe no seu ritmo!
Não somos uma cópia dos nossos pais
Quando Wandinha vai para Nevermore e se depara com o legado de seus pais, ela se sente pressionada a seguir os mesmos passos que eles.
Ela se sente mal por não ser a melhor na esgrima como sua mãe, não ser enturmada como os dois e não ter as mesmas aspirações que eles. Porém, com o tempo, ela vai percebendo que ela não precisava ser como Morticia e o Gomez, ela só precisava ser ela mesma.
É claro que nossa criação deixa marcas em nós e, além disso, é impossível negar que nossos pais têm expectativas sobre a gente. Porém, é necessário traçar limites e entender que não precisamos seguir exatamente os passos de nossos pais.
Talvez seu pai seja médico e você queira ser artista; ou talvez seus pais sejam super caseiros e você ame viajar, e está tudo bem! É preciso respeitar suas particularidades e entender que o amor de vocês não é medido pelo tanto que são parecidos, mas pela comunhão e apoio, apesar das diferenças!
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3 replies on “Wandinha e psicologia: Análise e lições da série”
Gostei, mas podemos pensar também no Transtorno de Personalidade Esquizóide -TPE, devido a frieza, apatia, baixa empatia e pouca necessidade de relacionamentos íntimos.
Gostei dos comentários sobre as lições que podemos aprender; transpiram uma autenticidade que me agradou.
Flávio, como vai?
Que bom que gostou do nosso texto 🙂
Continue nos acompanhando.
Abraços,
Erick da Equipe Eurekka