Violência nas escolas: veja como a psicologia pode ajudar
Equipe Eurekka
Nota do Conselho Federal de Psicologia clama por “basta à violência nas escolas” e enfatiza a importância da psicologia no ambiente escolar
Na última sexta de março (30), o Conselho Federal de Psicologia, junto a outras entidades (CFESS, FENAPSI, ABRAPEE, ABEP e ABEPSS), soltou uma nota a respeito dos recentes casos envolvendo violência nas escolas. Esse arquivo veio logo após a tragédia* que aconteceu na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, no dia 27 do mesmo mês.
Primeiramente, a nota presta solidariedade às pessoas atingidas pelo caso ocorrido na capital paulista. As organizações envolvidas na criação do documento ainda evidenciam que “é preciso que escolas e todas as instituições democráticas repudiem a naturalização da violência e contribuam com a cultura do respeito e da solidariedade como valores essenciais na formação de nossas crianças e adolescentes”.
Como principal causa das recentes violências nas escolas, o documento destaca a crescente onda de discursos de ódio estimulados nas redes sociais. Segundo pesquisadores, a internet pode ser um local virtual em que adolescentes e adultos encontram acolhimento e validação para terem atitudes abusivas.
Assim, para auxiliar no combate à violência no ambiente escolar, uma das soluções para amenizar esses casos de violência, de acordo com a nota, seria garantir a ação da Psicologia e Assistência Social, promovendo a “boa convivência escolar, no enfrentamento da violência e de preconceitos na escola, bem como acompanharem as(os) estudantes e suas famílias, contribuindo para a promoção de um ambiente escolar democrático, de respeito à pluralidade e à diversidade humana”.
Em conclusão, a nota expõe que o sucateamento das instituições de ensino “impossibilita que a educação seja assegurada como um direito tal como definido constitucionalmente, ficando a escola também impedida de cumprir a sua função social”.
O que falar sobre a violência nas escolas?
Segundo uma pesquisa da Educação Pública, a violência escolar é o ato de agredir algo ou alguém, fisicamente ou verbalmente, dentro do local de aprendizado.
Neste ano (2023), alguns casos de ataques tomaram os holofotes da mídia e repercutiram nacionalmente. O G1 publicou uma notícia sobre dados alarmantes envolvendo “agressão verbal, discriminação, bullying” na escolas. Na matéria, destaca-se o trecho sobre os seguintes dados da violência escolar no Brasil:
Aumento de casos: A pesquisa mais recente, de 2019, apontou que 54% dos professores já tinha pessoalmente sofrido algum tipo de violência. Em 2017, eram 51% e, três anos antes, 44%.
Violência mais comum contra professores: Entre elas, as mais frequentes eram agressão verbal (48%), assédio moral (20%), bullying (16%), discriminação (15%), furto/roubo (8%), agressão física (5%), e roubo ou assalto à mão armada (2%).
Alunos como alvo: 37% dos estudantes relataram ter sido vítimas de agressão. Em 2017, foram 39% e, em 2014, 28%.
Violência mais comum contra estudantes: bullying (22%), agressão verbal (17%), agressão física (7%), discriminação (6%), furto/roubo (4%), assédio moral (4%), e roubo ou assalto à mão armada (2%).
Quais são as consequências?
Ainda de acordo com o estudo da Educação Pública, atitudes violentas criam um ambiente de medo e vulnerabilidade para os estudantes e professores. As vítimas sofrem danos físicos e psicológicos, e até mesmo desenvolvem traumas de ensino-aprendizagem negativos nos alunos.
De modo mais profundo, essas consequências, tanto em docentes quanto em discentes, podem se caracterizar em: ansiedade, desinteresse nas aulas, comportamentos antissociais, depressão, síndrome do pânico e mais.
Se você já sofreu ou ainda sofre violência escolar, busque ajuda qualificada e humanizada.
*Assim como informado pelo Estadão, pesquisas afirmam que a exposição detalhada dos últimos acontecimentos violentos pode gerar um efeito contágio para novos ataques. Portanto, em prol da ética profissional, essa matéria não conterá maiores informações a respeito dessa e outras brutalidades.
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