Vilões do Batman e Gotham City: ambiente e comportamento

Equipe Eurekka

Happy Batman Day! Em comemoração ao dia que relembra os grandes feitos do Homem Morcego, a parte nerd da nossa equipe preparou este material super especial sobre o universo do herói. Desde Gotham City, até os inesquecíveis vilões do Batman.

E, é claro, tudo isso voltado para os aspectos psicológicos envolvidos na criação dos quadrinhos e nas adaptações para o cinema. Afinal, só quem acompanha a saga do herói sabe o quão complexas são suas histórias e o ambiente em que ele está inserido.

Então, entre no Batmóvel e vamos lá!

Batman — I’m Vengeance

Em 30 de Março de 1939 era lançada a 27º edição da revista em quadrinhos Detective Comics. Mas esse não era qualquer lançamento, era aquele que mudaria o mundo da DC para sempre. 

Isso porque essa 27º edição foi a primeira vez em que o Batman apareceu nas HQs.

Criado pelo artista Bob Kane e o escritor Bill Finger, o herói surgiu, inicialmente, como uma forma de continuar o sucesso do Superman. Sendo também fortemente inspirado em histórias de detetives famosos da época, como o Sombra.

Porém, o que aconteceu é que ele foi muito além de uma cópia ou um super-herói genérico. Além do traje incomum de morcego, Bruce Wayne não tinha poderes e dependia apenas de seu intelecto e fortuna. Sem contar que o Batman também tinha uma estética muito mais sombria.

Desde então, o homem morcego ganhou várias histórias próprias e muitas adaptações para o cinema, sendo que cada uma aborda de uma maneira diferente a história e a personalidade do herói.

Porém algo que sempre prevalece em todas elas é a ideia de justiça e vingança. O Batman aparece, cada vez mais, como o herói que irá fazer de tudo para acabar com a corrupção e com os crimes de Gotham. Vingando não só a morte de seus pais, mas toda a população dominada pelo crime.

E por falar em Gotham…

Gotham City e o comportamento humano

Muito mais do que apenas uma cidade fictícia ou um pano de fundo para as histórias do herói, a caótica Gotham City assume um papel muito importante para entendermos o contexto do Batman.

Por mais que no começo das HQs do Homem Morcego ela não tivesse tanto foco assim, com o tempo a cidade foi se tornando um organismo vivo que influencia na vida de seus cidadãos.

Isso porque Gotham é uma cidade caída e distópica, tomada pela corrupção, crimes, violência e injustiça social. O medo e o mistério estão presentes em cada rua escura, becos sujos, sanatórios e clubes noturnos. 

E é aí que a Psicologia entra. 

Para a análise do comportamento, ciência criada pelo psicólogo Skinner, o ambiente em que estamos inseridos afeta diretamente no modo como agimos, incluindo a forma de pensar e as emoções. 

Aqui vai um exemplo: se você mora em uma casa em que todos falam alto, a probabilidade de você também se comportar assim é muito maior do que a de alguém que tem uma família que fala baixo.

E em Gotham a premissa é a mesma. O ambiente caótico não só levou Bruce Wayne a se tornar um herói das sombras, como também levou inúmeras pessoas a se transformarem em vilãs.

O meio e os hábitos sociais com moralidade distorcida moldaram o comportamento dos cidadãos de Gotham, de modo que eles se tornaram um reflexo da própria cidade.

Como no filme do Coringa (2019), que mostra Arthur Fleck se tornando um vilão depois de sofrer inúmeras humilhações e não receber o suporte do governo para continuar seu tratamento psiquiátrico.

E também podemos ver isso em The Batman (2022), no qual o vilão Charada surge como uma consequência do caos e descaso dos governantes de Gotham. Assim como Anikka e Selina também.

Vilões do Batman e a Psicologia 

Como falamos no tópico acima, há uma tendência nos dias de hoje de se criar histórias mais complexas para os vilões do Batman, de modo que suas motivações têm origem em insatisfações pessoais e sociais. 

Esse é, inclusive, um tópico que divide opiniões. Isso porque algumas pessoas alegam ser uma romantização do mal, de modo que os próprios vilões se tornam vítimas e suas ações aparentam ser justificáveis.

E, por outro lado, tem pessoas que defendem essa abordagem, uma vez que os vilões deixam de ser apenas “inimigos do Batman” e apresentam também uma história, indo além da irracionalidade.

Mas, apesar dessas divergências, algo que todos devemos concordar é que existem muitas personalidades icônicas e que deram muito trabalho para o Cavaleiro das Trevas.

E, abaixo, separamos 4 vilões do Batman que têm muitos fatores psicológicos envolvidos em suas histórias. Porém vale lembrar que tudo isso é apenas dentro do universo ficcional, ocorrendo exageros e não tendo compromisso com a realidade.

Confira!

Espantalho

O Espantalho foi um dos primeiros vilões do Batman, aparecendo pela primeira vez na Era de Ouro dos quadrinhos.

Seu nome verdadeiro é Jonathan Crane, um professor de psicologia na Universidade de Gotham.

Ele era especialista na psicologia do medo, porém acabou sendo demitido após fazer um teste com seus alunos em sala de aula, disparando uma arma para fins didáticos, que acabou acertando de raspão o rosto de uma aluna.

Depois da sua demissão, ele se tornou um vilão que usava de métodos psicológicos para aterrorizar as pessoas. Como, por exemplo, a toxina do medo, que fazia com que a vítima tivesse alucinações com suas piores fobias.

A história da sua infância sofreu algumas alterações com o tempo, principalmente depois do universo dos Novos 52. Hoje, a história oficial é de que Jonathan morava com o pai, Dr.Crane, um famoso psiquiatra. Ele se dedicava a estudar como o medo agia na mente humana, usando seu próprio filho de cobaia.

Certo dia, após prender Jonathan em um quarto escuro, Dr.Crane tem um ataque cardíaco e morre, deixando o filho preso no quarto por vários dias. Sendo que, só após sentirem a falta de Crane na faculdade e levarem a polícia ao apartamento é que o menino foi encontrado, quase em inanição e traumatizado.

Depois disso, Jonatham chegaria à conclusão de que se pudesse controlar o medo, nunca mais sentiria aquele terror de novo. Por isso é que ele se especializou na psicologia do medo e, depois de deixar de ser professor, se tornau o Espantalho, que é uma figura feita com intuito de assustar.

espantalho vilão do batman
Espantalho usando a toxina do medo | Reprodução

Bane

Bane nasceu na prisão de Pietra Dura, no Caribe. Ele foi condenado, desde que veio ao mundo, à prisão perpétua para pagar pelos crimes de seu pai, o Rei Cobra.

Por conta do ambiente hostil e da necessidade de se defender, ele cometeu seu primeiro assassinato aos 8 anos (lembra que falamos de ambiente e comportamento?). 

Assim, durante seu tempo na prisão ele decidiu fortalecer seu corpo e sua mente, treinando e estudando arduamente. 

Por fim, por conta de sua resistência, Bane foi escolhido para ser cobaia de um experimento de uma nova droga chamada Veneno, substância que já tinha matado muitas pessoas antes.

Ele sobreviveu, mas se fingiu de morto para que seu corpo fosse jogado ao mar, a fim de escapar da prisão. Sendo que o único dano significativo foi o vício pela droga, que precisava ser transportada até o cérebro por um sistema de dutos a cada 12 horas.

E, depois de fugir, ele parte para Gotham City para enfrentar o Homem Morcego. Isso porque, depois de uma briga na prisão que o levou ao coma anos atrás, ele passou a ter visões atormentadoras sobre um morcego que iria impedi-lo de realizar seus planos.

Um fato curioso é que, na vida real, foi feito um cruel experimento que se assimila muito ao comportamento de Bane na prisão. Conheça aqui o Experimento de Aprisionamento de Stanford.

Bane vilão do batman
Bane quebrou a coluna de Batman em uma das HQs | Reprodução

Amígdala 

As amígdalas cerebrais são estruturas responsáveis pelas emoções, e isso tem tudo a ver com a história e com o nome desse vilão do Batman.

Antes ele era Aaron Helzinger, um homem que foi submetido a uma experiência cruel na tentativa de diminuir sua raiva homicida.

Nessa experiência, o médico responsável removeu as amígdalas cerebrais de Aaron e o resultado, é claro, foi catastrófico. Isso porque a raiva dele apenas aumentou, o deixando ainda mais instável em suas emoções.

E um fato curioso sobre o vilão é que, por mais perigoso que seja, ele tem uma natureza quase infantil, de modo que é manipulado por vários outros vilões que usam raiva dele para atacar o Batman. Sendo que, quando medicado, Aaron consegue ficar em paz.

Por mais que seja uma história ficcional, o caso de Aaron nos lembra muito as cirurgias e tratamentos inadequados que aconteceram por muito tempo nos manicômios e em outras instituições de saúde.

Além de também remeter à necessidade do tratamento adequado para lidar com emoções difíceis. 

Amígdala
Amígdala | Reprodução

Coringa

O Coringa é um dos vilões mais famosos do mundo, sendo considerado o principal inimigo do Batman. Uma das suas versões mais conhecidas é a interpretada por Heath Ledger, no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008).

Contudo, ele tem muitas outras versões, tanto nos quadrinhos, quanto nas adaptações para o cinema, por isso sua origem ainda é um tanto quanto misteriosa.

A versão mais aceita até hoje é a da HQ Piada Mortal. Nessa história, o Coringa é um comediante sem sucesso na carreira e que tem uma esposa que está grávida.

Assim, temendo não conseguir sustentar o filho, ele entra para um grupo de criminosos, assumindo a identidade de Capuz Vermelho.

Porém, perto do momento de assaltar uma fábrica, sua esposa morre em um acidente doméstico, assim como seu filho. Por conta disso, ele tenta desistir do assalto, mas seus companheiros o obrigam a continuar.

Por fim, o Batman aparece e impede o grupo, sendo que o Coringa cai em um tanque com uma substância não identificada.

Ao ver no que ele tinha se transformado, ele enlouquece e o vilão que conhecemos surge.

Mas, além dessa, há outras histórias. Como a de que o pai dele teria assassinado a esposa (mãe do Coringa) na frente do filho e, depois de tal ato horrendo, teria perguntado para ele “Por que está tão sério?” e feito o corte nas laterais da boca do menino.

Essa história é abordada no filme do Batman de 1989, no qual o vilão é interpretado por Jack Nicholson.

Por fim, a última versão do Coringa, estrelada por Joaquin Phoenix, tem uma história parecida com a de Piada Mortal, uma vez que ele também é um comediante fracassado, apesar de não ter esposa e filhos.

Esse filme apresenta o vilão como um fruto da hostilidade e descaso de Gotham, inserindo aspectos relacionados à saúde mental e tratamentos psiquiátricos. 

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Coringa | Reprodução

Saiba mais sobre a Psicologia e o arqui-inimigo do Batman

Se você quer entender mais sobre a construção do Coringa no filme lançado sobre o vilão, clique aqui e confira tudo sobre a psicologia usada na história!

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