O que Tudo em todo lugar ao mesmo tempo nos ensina
Equipe Eurekka
Filmes que retratam o multiverso estão fazendo muito sucesso nas telonas. E o Ganhador do Oscar de Melhor Filme, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, aposta nessa premissa.
Porém, essa produção cinematográfica envolve muito mais do que viajar entre diversas realidades. Isso porque se trata de um drama familiar muito bem desenvolvido, mesclado à ficção científica, de forma que assuntos muito pertinentes são misturados com uma trama de tirar o fôlego.
Então, no texto de hoje, a Eurekka traz uma análise psicológica com questões reais do dia a dia passadas na mensagem do filme. Leia até o final e nos diga o que achou da história!
Índice
Resumo de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo
Antes de nos aprofundarmos na moral do filme, vamos entender do que se trata!
A princípio, o filme gira em torno de Evelyn, a protagonista, e sua família cheia de problemas. Seu comércio de lavanderia não vai bem, seu casamento com Waymond está prestes a ruir, sua filha, Joy, está distante e enfrentando problemas de assumir o namoro e, além disso, Evelyn ainda sente toda a pressão de seu pai, Gong Gong, estar ali vendo ela nesse momento caótico.
No entanto, no meio de uma estressante auditoria de declaração de imposto de renda, Evelyn é inesperadamente avisada, por uma outra versão de seu marido, que o multiverso corre perigo e que ela é a chave para enfrentar uma poderosa vilã que a está buscando em todas as camadas do universo.
Então, a partir daí, Evelyn se encarrega de viajar pelas suas variadas formas multiversais enquanto se depara com as outras escolhas que poderia ter feito e as diversas vidas que poderia ter vivido.
Análise psicológica de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo
Com base nessa breve explicação da sinopse de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, vamos fazer uma análise psicológica. Se prepare!
A partir daqui, o texto conterá spoilers, então, se não quiser saber de alguns pontos cruciais do filme, salve o texto, assista Tudo em todo lugar ao mesmo tempo e volte mais tarde para entender todo o contexto!
Evelyn, suas responsabilidades e relações familiares
Evelyn é a responsável da família por tomar frente de seu comércio local, que se encontra com dificuldades nos lucros. Além de ser, também, um ambiente diariamente estressante. E isso faz com que sua paciência se esgote mais facilmente e atrapalhe seu relacionamento com outros familiares.
Ela já não tem tempo para sua filha e ainda acredita que a sexualidade de Joy é apenas uma fase, fazendo com que haja um distanciamento diante do clima tenso, além da falta de momentos de escuta e intimidade.
Quanto à sua conexão com Waymond, o marido, Evelyn já não sente mais prazer no casamento. Eles têm uma relação fria e, por isso, Waymond acredita que o divórcio seja o melhor a ser feito.
Já entre ela e seu pai, Gong Gong, há um grande receio de reprovação que ele possa vir a ter por Evelyn viver uma vida disfuncional. Ela deseja a todo custo provar a Gong Gong que dá conta de tudo, mesmo que todas as partes de sua vida estejam se despedaçando por conta de uma falta de percepção entre o que ela deseja enxergar e o que realmente são as coisas.
E essa situação de Evelyn de tentar equilibrar todas as áreas de sua vida sozinha fala muito sobre a sobrecarga que atinge muitas pessoas. As pessoas tomam para si cargas pesadas demais e acabam deixando de lado o prazer de viver.
A depressão de Jobu Tupaki
Uma das grandes surpresas do filme é a antagonista. Diga-se de passagem, não é qualquer uma, afinal é Jobu Tupaki, sua filha. Isso acontece quando, em um dos universos, a cientista Evelyn pressiona Jobu, antes Joy, a ser sua melhor versão sem respeitar o espaço da filha.
Isso faz com que Joy desenvolva poderes supremos de acessar todos os universos existentes. Por fim, o que acontece é que Joy se afunda numa crise existencial por viajar pelo multiverso procurando uma família feliz, em que ela pudesse se sentir vista e aceita por ser quem é.
Mas, infeliz por não ter encontrado a paz nas variações do multiverso, Jobu pretende realizar uma última missão: tentar, uma última vez, se reconectar com sua mãe e clarear a sua mente, dando todo o poder multiversal a Evelyn a ponto de que ela possa enxergar toda a angústia da filha e que, ao final, a impeça de cometer suicídio.
E esse é um ponto muito crucial na trama, uma vez que relacionamentos familiares ruins podem sim gerar repressão e transtornos. Por isso, é necessário que o ambiente familiar seja um local de acolhimento e conversa, sem a pressão de que os filhos sejam a cópia dos pais.
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A masculinidade gentil e forte de Waymond
Waymond é um pai e marido presente. Ele é totalmente apaixonado por Evelyn, mas se sente frustrado por não conseguir agradar a esposa.
O interessante é que Waymond tenta chamar a atenção de Evelyn por meio de sua principal força, o amor, enquanto ela acredita que ele seja fraco e incompetente. Ele tenta fazer o melhor para ela a todo custo. Sua personalidade durante todo o filme, até em suas versões multiversais, se sustenta numa masculinidade gentil, forte e nada tóxica.
Inclusive, o que salva Evelyn de se afundar no final do filme junto a Jobu é justamente essa demonstração de afeto. Evelyn finalmente percebe, então, o amor que deixou de lado por conta do caos diário das responsabilidades que enfrenta.
Aliás, ela também vê que deixou a filha de escanteio, e que foi isso que fez com que a menina desenvolvesse depressão a ponto de se tornar uma vilã amargurada e distante do valor da vida.
Gong Gong e sua mentalidade à frente do tempo
Gong Gong, pai de Evelyn, já é da terceira idade. Por conta disso, a mentalidade mais velha do avô de Joy, ou Jobu Tupaki, faz com que Evelyn pressuponha que ele não vá aceitar o namoro lésbico de sua neta. Então, Evelyn cala sua filha e a impede de se assumir para Gong Gong.
Aliás, Evelyn tem vergonha do falso relacionamento conjugal que vive com Waymond e também do seu empreendimento quase falido. O imenso medo criado pela pressão de impressionar seu pai faz com que Evelyn mascare sua vida e não consiga enxergar os pequenos detalhes do que realmente importa.
Felizmente, ao fim do filme, Gong Gong se mostra o contrário: ele ama sua filha, sua neta e seu genro acima de qualquer valor íntimo e pessoal.
E isso nos mostra que a assertividade é uma chave muito poderosa. Muitas vezes acabamos sofrendo por criar em nossa mente uma imagem de alguém que nem mesmo é real, assim sofremos em excesso por causa de suposições que não condizem com os fatos!
A mensagem trazida pelo multiverso de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo
Em Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, o multiverso não é só usado como ação para deixar o filme mais agitado.
Viajar por vários universos mostra não só a Evelyn, mas também a quem assiste, que construímos a realidade que queremos enxergar e em que acreditar. Só que, muitas vezes, essa é uma projeção enganosa e cheia de frustrações acumuladas que nos fazem ver apenas o pior lado das coisas.
Em Evelyn, essa lente negativa não a permitia ver que se deixar ser vulnerável diante dos sentimentos também é uma demonstração de força. E é a partir dessa quebra da ilusão de ótica mental que ela começa a tratar os outros com a atenção e bondade que merecem. Desse modo, sua vida fica mais leve.
Evelyn também se enxerga por dentro e percebe todo o seu valor. Ela percebe o que estava arriscando perder caso continuasse cética por tanta negatividade e rigidez.
Por fim, toda essa questão do multiverso nos mostra que temos o poder de fazer escolhas e que devemos valorizar aquilo que realmente importa!
Ensinamentos de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo também nos livros
Com toda a certeza, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo é um filme que agrega àqueles que permitem se abrir por um instante.
Os ensinamentos trazidos por essa produção cinematográfica propõem uma reflexão para percebermos todo o peso que carregamos conosco. Além disso, eles nos fazem valorizar aquilo que realmente merece nosso foco.
Temas como autoconhecimento, depressão, viver no presente, valorização da vida, conversas difíceis são pontos propostos pelo filme. E esses mesmos temas fazem parte dos vários guias escritos por psicólogos da Eurekka.
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2 replies on “O que Tudo em todo lugar ao mesmo tempo nos ensina”
Foi a melhor análise e mais profunda também. Obrigada por me fazer enxergar com clareza o que o filme mostra por trás de tanta velocidade. Muito obrigada
Oi, Lupe!
Agradecemos o feedback 🙂 Continue nos acompanhando.
Abraços,
Erick da Equipe Eurekka