Transtornos mentais e suicídio: conheça os distúrbios que matam

Equipe Eurekka

Você sabia que há uma forte relação entre transtornos mentais e suicídio? Já que o suicídio é considerado o desfecho de um fenômeno complexo, influenciado por muitos fatores emocionais e ambientais, como distúrbios psicológicos ou problemas sociais e familiares.

Neste post, vamos especificar a ligação entre transtornos mentais e suicídio. Você vai entender o que faz pacientes com distúrbios como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtorno borderline pensarem em tirar a própria vida. Além dissp, vai saber também como identificar os sinais e ajudar quem está planejando se matar a encontrar uma saída e decidir viver.

Vale frisar que muitas pessoas que vivem com esses transtornos não são diagnosticadas por um profissional. Então, se atente aos comportamentos que vamos citar, para uma melhor análise do risco.

Relação entre transtornos mentais e suicídio

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que, todos os anos, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo todo, o que faz dele a terceira maior causa de morte. A taxa de morte é de 16 pessoas a cada 100 mil habitantes, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos.

Já as tentativas de suicídio chegam a um número 20 vezes maior do que o de mortes. Dentre essas 100 mil mortes ao redor do mundo, o Brasil é o décimo país com mais casos de suicídio, registrando, em média, 10 mil casos anuais (cerca de 24 mortes por dia).

Esses números assustadores mostram um problema público de saúde, que acomete, em sua maioria, pessoas com quadros depressivos, bipolares, esquizofrênicos e entre outros transtornos psicológicos. Dados apontam que cerca de 90% dos casos de tentativa, ou suicídio efetivo, estão ligados a algum transtorno psicológico.

Porém, os fatores de risco não param por aí. É preciso levar em conta o acúmulo de comportamentos prejudiciais à saúde mental. Por exemplo, pessoas com dependência de substâncias não só estão no grupo de risco para surgir muitos outros transtornos psicológicos, como também representam grande parte da população que comete suicídio no mundo todo.

depressão e suicídio

Depressão e suicídio

Há muitos estudos sobre a associação entre psicopatologias e suicídio. Entretanto, dentre os diagnósticos psiquiátricos ligados ao fenômeno, a depressão é a patologia que mais se destaca nesta relação. É estimado que cerca de 50% das pessoas que cometem suicídio possuem um quadro depressivo grave. 

As características clinicas da depressão que estão vinculadas à tentativa de suicídio são inúmeras. Por isso, é muito importante que possamos detectar os sinais de depressão e tratar de forma correta para prevenir suicídios. Assim, pensamentos de morte e suicídio são considerados sintomas de depressão, e pensar sobre se matar é um forte indício de que a depressão está num nível grave.

A depressão é um fator de risco para o suicídio, mas não são todas as pessoas com depressão que correm esse risco. Esse transtorno pode levar ao suicídio, em especial, quando a pessoa não recebe um tratamento eficaz para a depressão e não possui uma rede de apoio. Ou seja, pessoas em quem possa confiar para falar sobre seus pensamentos e sentimentos e que vão lhe auxiliar a buscar ajuda.

Se a depressão chegou ao ponto de a pessoa pensar em suicídio, então, o melhor para evitar que o quadro se agrave é buscar tratamento. Mesmo que você esteja com dificuldades financeiras, o que está em jogo é a vida dessa pessoa. Portanto, busque ajuda da forma que puder, seja arrecadando dinheiro com familiares ou buscando profissionais da rede pública.

Por fim, nessas horas difíceis também é importante manter a supervisão da pessoa. Assim, se você acredita que ela está prestes a cometer suicídio, ela não pode ficar sozinha.

Sinais de que alguém com depressão pensa em cometer suicídio

A pessoa com depressão que está pensando em se suicidar, muitas vezes, tem esse pensamento por sentir que já tentou de tudo para ficar bem e nada funcionou. Nesses casos, o suicídio é identificado pela pessoa como a última escolha para acabar com o sofrimento. 

Esses pensamentos e sentimentos são, na maioria das vezes, externalizados através de comportamentos. Por exemplo: agir como se estivesse se despedindo das pessoas e dos lugares que gosta, falar da morte como uma libertação e/ou um desejo, se colocar em situações de risco de vida. Além disso, expressões como: “minha vida não tem mais sentido” ou “eu prefiro morrer a viver assim”, podem ser um sinal de alerta.

Na depressão grave, é comum que os doentes cheguem a um ponto em que acham que nunca mais vão conseguir melhorar. Isso faz com que eles vivam o presente sem o mínimo de esperança por dias melhores e tenham perspectivas de futuro repletas de sentimentos negativos.

terapia para transtornos mentais e suicídio

Transtorno bipolar e suicídio

Ao lado da depressão, o transtorno bipolar é uma das psicopatologias que mais aparecem ligada a casos de suicídio. A Associação Brasileira de Transtorno Bipolar aponta que cerca de 50% das pessoas diagnosticadas com o distúrbio vêm a cometer uma ou mais tentativas de suicídio ao longo da vida.

O Transtorno Bipolar é caracterizado por momentos de extrema depressão e outros de extrema euforia, ou “mania”. A dificuldade do diagnóstico de risco de suicídio é mais difícil nesses casos, pois ambos os estados de humor podem levar a uma tentativa de suicídio.

Muitas vezes, para pacientes psicóticos, o suicídio pode ser uma tentativa de pedir ajuda que sai do controle e acaba sendo letal. Portanto, é muito importante manter a atenção a comportamentos autolesivos e falas suicidas nesses casos.

A tentativa de suicídio em casos de transtorno bipolar pode ocorrer em momentos de crise, com presença de alucinações e delírios. Nesses momentos, o paciente foge do próprio controle e tenta uma ruptura com a vida como forma de fugir do sofrimento que está sentindo.

Importância do diagnóstico desse transtorno mental para evitar suicídio

Um diagnóstico correto e um bom tratamento podem levar o paciente com transtorno bipolar a viver uma vida tranquila e produtiva. 

Por serem um grupo de alto risco, é necessário que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível, para que um profissional possa desenvolver um plano de tratamento que seja eficaz, prevenindo tentativas de suicídio e outras crises.

Alguns dos sintomas aos quais se deve ficar atento são: mudanças intensas de humor, sono muito desregulado, atividades e comportamentos incomuns, episódios maníacos e episódios depressivos de alta intensidade.

Tratamento

Um bom tratamento para o transtorno bipolar se caracteriza pela busca do controle das mudanças de humor, com o auxílio de medicamentos e terapia.

Por ser uma doença que acompanha o paciente por toda vida, o tratamento deve ocorrer em períodos regulares para que a doença seja acompanhada em todas as fases, visto que episódios de mania e depressão vão e vêm ao longo do tempo. Um bom acompanhamento previne consequências mais graves. 

transtornos mentais e suicídio

Esquizofrenia e suicídio

A esquizofrenia é um transtorno psicótico, que apresenta sintomas como: alterações graves de comportamento, afastamento de atividades sociais, alucinações auditivas, ideias e percepções delirantes e vários outros.

Pessoas com esquizofrenia têm um risco de suicídio maior do que a população geral, sendo essa a causa da maior parte das ocorrências de morte em paciente esquizofrênicos com menos de 35 anos. Porém, não são todos os quadros esquizofrênicos que chegam a uma tentativa de suicídio ou apresenta quadro de ideações suicidas.

Pois ideações suicidas, ou tentativas de suicídio, representam uma piora no quadro na doença, no geral. Por isso, um acompanhamento regular é de extrema importância para prevenir esses riscos.

Importância do tratamento para prevenir o suicídio

O tratamento com psicofármacos associados a acompanhamento psicológico e psiquiátrico é a melhor forma de controlar este transtorno. É muito importante que o paciente esteja consciente da necessidade do acompanhamento, pois em momentos de crise a doença faz com que a pessoa perca a capacidade de julgamento dos risco para com sua própria vida.

borderlin e suicídio

Transtorno de personalidade borderline e suicídio

O quadro do transtorno de personalidade borderline engloba manifestações comuns a vários transtornos psiquiátricos como: esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar. Porém, no geral, os pacientes não saíram cem por cento do estado considerado “normativo” para serem enquadrados em tais classificações. A “síndrome” borderline é, portanto, um mosaico de sintomas menos acentuados de diversos transtornos.

Esse transtorno é caracterizado, também, por uma alta taxa de comportamentos impulsivos. Essa impulsividade pode aparecer através de atos autodestrutivos e comportamento suicida, podendo ser identificada por: automutilação, ameças e tentativas de suicídio. Como também o abuso de drogas, desordens alimentares e entre outras dificuldades de autopreservação.

Comportamento autodestrutivo

Em tese, o transtorno borderline não tem cura. Mas seus sintomas podem ser controlados e estabilizados através de acompanhamento psiquiátrico e terapêutico associados ao uso de remédios psicoativos.

Assim como em outros quadros de transtornos psicológicos já citados, o acompanhamento de um profissional é de extrema necessidade e pode mudar o rumo da vida do paciente.

Transtornos mentais e suicídio relacionados ao uso de drogas e álcool

Em momentos de sofrimento e desafios, o risco de suicídio aumenta de maneira significativa se a pessoa faz uso de substâncias para amenizar a dor psicológica.

Esse risco é ainda maior quando o abuso de álcool e outras drogas ocorre entre as idades de 17 a 35 anos.

O abuso de substâncias e o suicídio não têm uma relação direta e pragmática, mas a associação entre os dois merece atenção. Ao utilizar substâncias para lidar com dificuldades emocionais, a pessoa pode ficar entorpecida e ser incapaz de discernir as consequências de seus atos. É em momentos como esses que o paciente, dependendo de álcool ou outras drogas, pode chegar a tirar a própria vida.

Pacientes que apresentam algum distúrbio psiquiátrico e também sofrem de dependência de substâncias representam um grupo mais vulnerável ao suicídio.

sede presencial da Eurekka

Agora que você sabe a relação entre transtornos mentais e suicídio, se lembre que buscar ajuda profissional é a atitude mais efetiva para salvar uma vida.

O acompanhamento psiquiátrico e psicológico pode mudar o rumo da vida de um paciente. Portanto, se você conhece alguém que está passando por um momento difícil, ou identificou em si mesmo sinais de risco, busque ajuda de um profissional.

Aqui na Eurekka, você encontra profissionais preparados para lidar com esse tipo de caso e ajudar o paciente a superar os pensamento suicidas e os comportamentos de risco.

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One reply on “Transtornos mentais e suicídio: conheça os distúrbios que matam”

Os números de mortos por suicídio, estão desatualizado, consta no post 10.000 e 24 brasileiros morrem por dia. Conforme Mapa da Violência do Ipea de 2017, os números já chegam as 12.495, isto da media diária de 34 pessoas por dia morrem por suicídio no Brasil.

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