Terapia na adolescência: como funciona e quando fazer?

Equipe Eurekka

A adolescência é um período de muitas dúvidas e de atritos do adolescente com os pais, com a escola e com a sociedade em geral. Então, é comum que os pais e responsáveis se preocupem e procurem saber um pouco mais sobre a terapia na adolescência e como devem conduzir isso.

Muitas vezes, o silêncio dos adolescentes e a reclusa, própria desta idade, dificultam a identificação dos sinais de que o jovem esteja precisando de ajuda psicológica ou psiquiátrica. Por isso, esta leitura se torna importante.

Quando um adolescente precisa de terapia?

Não existe um período certo para que o adolescente comece e termine a terapia. Isso depende de cada caso e, em especial, do tipo de sinais que o jovem está dando de que algo não está bem. 

Há famílias que optam por um acompanhamento do psicólogo quando o filho passa por uma mudança de escola, ou quando ele enfrenta uma mudança hormonal brusca, como é o caso das espinhas no rosto.

Há outras, no entanto, que percebem sinais bem mais graves, como ansiedade, falta de amigos, bullying, autoflagelo (se cortar, por exemplo) e outros. Nesses casos, é bom lembrar que nada ocorre do dia para a noite e que os sinais surgem com o tempo. Acompanhe alguns desses sinais.

Angústia

Este sentimento aparece com frequência e se aproxima muito da ansiedade.

Quase tudo que o adolescente vai fazer, como provas, concursos, apresentações, mudar de escola, fazer parte de um novo grupo de amigos, causa muita angústia.

Um sinal claro disso é quando ele foge dessas novas experiências e cria desculpas para não participar.

choro sem motivo

Choro excessivo, aparentemente sem motivo

O choro é comum neste período de alterações hormonais, mas precisa ser olhado com atenção quando o adolescente chora na escola, ao chegar em casa, nas conversas com os pais ou durante a noite, quando deveria estar dormindo. Além disso, é preciso observar se esse choro é sem motivos.

Isso é importante, afinal, o jovem pode estar chorando pois se desentendeu com um amigo ou brigou com a namorada. Mas ele pode estar chorando pois se sente perseguido por alguém na escola e está sem coragem de denunciar.

Rebeldia excessiva

Quem tem um adolescente em casa sabe que discussões e atritos são comuns e até necessários, afinal, essa fase é de descobertas e ajustes. E, como dizem os especialistas, é uma explosão de emoções.

O problema é quando a rebeldia se distancia muito da compreensão. Os pais, professores e responsáveis observam que o mínimo diálogo já não é mais possível e as regras vão pelos ares. Aliás, a regra é transgredir.

Agressividade

Isso é mais perceptível quando o adolescente é uma pessoa amável e, de repente, dá sinais de intolerância, desrespeito às regras e, na maior parte do tempo, se envolve em discussões na escola e em casa.

Nos casos em que o jovem já era um pouco agressivo, é importante observar o aumento da intolerância e da incompreensão. Ou seja, antes ele compreendia as regras da escola e sabia a importância de segui-las, agora, não mais.

Desmotivação

Adolescentes que estão sempre indispostos e cansados devem ser observados, pois, mesmo que tenham fama de preguiçosos e dorminhocos, é natural que os jovens estejam sempre prontos para uma saída, um jogo, um acampamento ou um dia na praia. 

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Abuso de álcool ou outras drogas

Experimentar bebidas alcoólicas e drogas ilícitas faz parte dessa fase de descobertas que se chama adolescência. Isso ocorre por vários motivos, entre eles, o aumento da interação social, acesso a bebidas e drogas fora de casa por meio de amigos e, em especial, por curiosidade.

Os adultos devem, então, ficar atentos, orientar o adolescente através de conversas abertas e dando espaço para que o adolescente pergunte, tire dúvidas, exponha situações e desabafe.

Uma coisa é certa: se os pais e professores julgarem, sem dar espaço para o adolescente falar, ele não confiará no adulto.

O uso de álcool e drogas ilícitas pelo adolescente perdeu o controle? Se nota que ele já não consegue mais estudar, trabalhar e está bastante agressivo, então, é urgente que a família procure a terapia.

Distúrbios alimentares

Os principais distúrbios são anorexia e bulimia. A anorexia nervosa é a sensação de que se está sempre acima do peso e acomete na maior parte meninas. Por achar que estão gordas, essas adolescentes costumam fazer dietas erradas e praticar exercícios excessivos. 

No caso da bulimia, o adolescente primeiro come por compulsão. Por fim, dá um jeito de expulsar o alimento, no geral, provocando vômitos.

Devemos combater tanto um quanto outro com urgência. A terapia na adolescência é um bom caminho para investigar os motivos desses dois distúrbios alimentares. 

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Fobias

A puberdade traz mudanças bruscas e, com raras exceções, é comum o adolescente ter que lidar com emoções fortes.

Ele lida com as mudanças no corpo, com as interações do grupo de amigos, apaixona-se… Além disso, há cobrança por notas e resultados, preocupa-se com a popularidade na escola e enfrenta rejeições. Enfim, procura uma identidade.

Tudo isso são gatilhos para que ele entre em pânico e passe a se isolar. Isso acontece, pois ele passa a ter medo dessas mudanças e cobranças, pois lidar com elas não é prazeroso e sim um fardo.

Qual o papel do psicólogo na adolescência?

A fase chamada adolescência sofreu muitas mudanças a partir do século XX. Estuda-se jovens entre 13 e 18 anos passaram com o objetivo de mostrar que essa é uma fase vital para a saúde do adulto que se forma.

Por isso, o Conselho Federal de Psicologia prevê que a terapia na adolescência tenha o adolescente como sujeito protagonista, com direitos e com uma história em construção. O Conselho ainda acrescenta que o acompanhamento terapêutico deve, sempre que possível, ser multidisciplinar.

Como funciona a terapia para adolescentes?

O ponto principal da terapia na adolescência é ajudá-lo a organizar as emoções em meio a tantas mudanças próprias da puberdade.

É bom lembrar que a terapia não serve para livrar o adolescente dessas emoções nem das frustrações. Por isso, o jovem e a família têm que encarar o acompanhamento psicológico como uma ferramenta que esclarece coisas, ilumina ideias e organiza o caos.

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Precisa autorização dos cuidadores (responsáveis)?

Segundo o Conselho Federal de Psicologia, uma pessoa menor de idade precisa de autorização para fazer terapia com um psicólogo. 

Se o adolescente tem dificuldade para conversar com os pais sobre a necessidade de um tratamento psicológico, ele pode procurar professores e coordenadores escolares e comentar. Nesses casos, os profissionais chamam os pais para uma conversa.

Se isso não adiantar, é possível acessar o conselho tutelar.

É bom lembrar que, acima de qualquer burocracia, está a saúde mental da pessoa e os direitos garantidos pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Mesmo assim, o assunto é delicado, pois os pais são a autoridade maior sobre os filhos.

Qual a melhor terapia na adolescência?

A mais indicada e que tem dado bons resultados é a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental). Ela se mostra eficiente para tratar a ansiedade, a depressão, os transtornos alimentares, o abuso de álcool e drogas em geral.

A terapia na adolescência é boa pois ajuda a estruturar a rotina do jovem e propõe atividades positivas no dia a dia dele, ainda mais se for a TCC.

adolescente na psiquiatria

Psiquiatra para adolescentes

Os transtornos mentais estão presentes em 10 a 15% da população infantil e adolescente. Por isso, o psiquiatra especializado nessa faixa etária é muito importante, para que acompanhe da maneira mais correta esses transtornos sem abuso de remédios.

Transtornos como depressão e bipolaridade começam na infância e na adolescência e, se a pessoa for atendida por um psiquiatra especializado, há maiores chances de um tratamento adequado.

Agora que você já entendeu tudo sobre terapia na adolescência e entendeu que ter um psiquiatra humanizado pode fazer toda a diferença na vida de alguém, que tal marcar a sua primeira consulta com os melhores psiquiatras do país?

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