Terapia de exposição: o que é, casos indicados e como realizar
Equipe Eurekka
Imagine o seguinte cenário: você é um estudante de psicologia e iniciou agora os atendimentos na clínica. O seu cliente apresenta sinais de medo ilógico de algo, tendo muito sofrimento. O que você sente? Te causa ansiedade e talvez até medo em aplicar a terapia de exposição?
Se você estudou um pouco sobre a terapia de exposição, sabe que ela fará parte do tratamento deste cliente. No entanto, você se sente inseguro para iniciar e não sabe muito bem por onde começar, e nem como falar para o seu cliente que ele precisará entrar em contato com o maior medo dele.
Se você se identificou com algum tópico e deseja conhecer mais sobre o mundo da terapia de exposição para tratar com competência e segurança o seu cliente, então este texto foi feito para você!
Boa leitura.
Índice
O que é a terapia de exposição?
A terapia de exposição é um protocolo de tratamento que estabelece parâmetros gradativos de contato entre o seu cliente e o objeto fóbico. Logo, a intenção da exposição não é causar ainda mais pânico no cliente, mas sim eliminar comportamentos de medo e evitação, por exemplo.
Mas por melhor que a técnica seja, sabemos que, se executada da maneira incorreta, as chances do seu cliente ter ainda mais comportamentos que pretendemos retirar, aumentam. Por isso, recomendamos que você elabore o tratamento somente quando se sentir confiante e estiver preparado, certo?
Casos que podem ser tratados com a terapia de exposição
A terapia de exposição pode ser usada em qualquer caso em que exista sofrimento clinicamente significativo na vida do seu cliente. Ela é comumente feita em casos de fobia específica e no tratamento do TOC. A fobia específica é caracterizada pelo medo de algum objeto ou situação que leve a pessoa aos comportamentos de evitação.
E, por mais sofrimento que traga à pessoa, esse medo não oferece um perigo real para ela. Logo, a gente entende que ele é bastante desproporcional.
No TOC, trabalhamos a exposição preventiva de rituais para aqueles casos que envolvem obsessões e compulsões.
Como fazer a terapia de exposição?
A pessoa com fobia apresenta um funcionamento cognitivo disfuncional. Então, ela tem uma maneira de prever riscos que leva à catastrofização. Assim, o objetivo do psicólogo será sempre alterar pensamentos e comportamentos desadaptativos.
Para facilitar o processo de exposição, é importante que você tenha uma forte aliança terapêutica com o seu cliente. Afinal, imagine só você dizendo para alguém com fobia de barata que ela precisará ver uma?! Se for uma primeira sessão, nós não recomendamos que isso seja dito sem antes seguir a primeira instrução do vínculo.
Por isso, esteja atento ao nível de vínculo terapêutico e faça uma excelente psicoeducação para ele se sentir engajado no tratamento e seguir adiante mesmo com o sofrimento da exposição. Porque sim, em algum grau ele fará parte do tratamento e a nossa intenção não é eliminar todo o sofrimento.
As técnicas de relaxamento, como a respiração diafragmática e o relaxamento muscular progressivo devem sempre serem feitas antes da exposição, para aliviar e atenuar o sofrimento do cliente.
É muito importante que você saiba o que causa medo no seu paciente e que não use isso logo de cara. Faça uma exposição imaginária, para dessensibiliza-lo aos poucos. Só depois, parta para a dessensibilização in vivo, ou seja, com o objeto de fato.
Comportamentos de segurança
Importante! Existe algo que pode atrasar a terapia de exposição: o comportamento de segurança. Afinal, o seu cliente conseguir passar pela situação por determinado período e ter contato com a situação ou o objeto fóbico, não significa que ele esteja melhor ou “curado”.
Isso porque ele pode estar fazendo o que chamamos de comportamentos de segurança. Eles são aqueles modus operandi de agir caracterizados por comportamentos automáticos e repetitivos, como proferir falas religiosas sem parar em momentos de fobia ou segurar num amuleto.
Nós não reforçamos estes comportamentos de segurança porque eles atenuam somente a curto prazo e retroalimentam os pensamentos disfuncionais, levando a mais sofrimento.
Desse modo, o objetivo da exposição é mostrar ao paciente tudo que ele perde por continuar tendo medo. Assim, ele poderá desenvolver outros comportamentos emocionais.
Por exemplo, em vez de ter apenas o medo, ele pode ter raiva daquela situação ou objeto que o mantém preso à resposta de fuga e de medo.
Assim, ao perceber que está perdendo por ter a fobia, ele pode começar a ter a raiva funcional, assertiva e saudável da situação. O mesmo princípio vale para alegria, ao começar a se expor àquela situação de que tem medo, de maneira lúdica para que possa sentir alegria também.
Um exemplo disso são as pessoas que gostam de ir em brinquedos radicais. Por mais medo que elas sintam, elas continuam indo porque tende a ser muito bom e causar alegria.
Aprenda mais sobre técnicas Cognitivas Comportamentais na Eurekka
Você já deve ter percebido que a quantidade de coisas para aprender e conseguir aplicar com expertise no seu cliente é gigante. Mas, calma! Você não precisa se assustar e achar que deve dominar tudo na primeira sessão, com o seu primeiro cliente.
Na real, é bem possível que leve um bom tempo para você conseguir fazer muito bem. E tudo certo. Se você souber gerenciar as suas emoções, estudar com dedicação e nunca se esquecer do fator tempo, as suas chances de crescer na profissão serão significativas!
E, para honrar com o nosso compromisso de elevar o nível de saúde mental no Brasil e no mundo, nós, Psicólogos da Eurekka, criamos a Academia Eurekka.
Lá você tem acesso a mais de 200 aulas com os nossos incríveis “psis”, com temas que você vivenciará na profissão e que precisará dominar para ser um excelente profissional.
Já pensou ter toda essa bagagem antes mesmo de iniciar de vez na profissão? Nós garantimos que você terá um repertório profissional muito elevado em relação a quem ainda não conhece a Academia Eurekka. 😎
Então, clique no botão abaixo e saiba já como fazer parte!
Deixe um comentário