Aprenda a usar a terapia analítico funcional e aplique nas demandas relacionais

Equipe Eurekka

Já notou que uma das maiores demandas trazidas para a terapia pelos pacientes são problemas nos relacionamentos, em especial os amorosos? Porém, muitos psicólogos têm dificuldade em tratar essas demandas por não conhecerem a terapia analítico funcional e os seus benefícios.

Com ela, você não só ensina a teoria por trás das relações interpessoais, mas mostra na prática as ações que podem ser feitas para ter evoluções na área desejada.

Então, quer entender melhor como a terapia analítico funcional pode ser aplicada na clínica? E, também, como ela pode ajudar seu paciente a melhorar a área relacional? Então siga com a leitura!

O que é a Terapia Analítico Funcional? Conheça melhor a FAP:

A Terapia Analítico Funcional — ou FAP (Functional Analytic Psycotherapy) faz parte da terceira geração da TCC (Terapia Cognitivo Comportamental). No mesmo grupo, se encontram também a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e a Terapia Comportamental Dialética (DBT).

Baseada nos princípios do Behaviorismo radical, ela usa a relação terapêutica como ferramenta de intervenção clínica. Ou seja, ela observa os conceitos do Behaviorismo, como modelagem, reforço, punição, discriminação, generalização, entre outros, durante as sessões, e trabalha isso com o paciente ali mesmo.

Mas, afinal, como o terapeuta deve fazer isso, de acordo com os conceitos da psicoterapia analítico funcional? Vamos falar com mais detalhes sobre isso:

Como a FAP é aplicada? 

A terapia analítico funcional se baseia em analisar como o comportamento das pessoas e o ambiente em que elas estão podem ser influenciados e gerar diferentes respostas, a depender da ocasião.

Por isso, a ideia é que o terapeuta avalie os comportamentos do paciente antes do início da terapia e ao longo do processo, depois que os primeiros planos de ação já foram se definindo. 

Confira abaixo o passo a passo.

Os Comportamentos Clinicamente Relevantes (CCRs)

O primeiro ponto que é preciso entender sobre a FAP são os Comportamentos Clinicamente Relevantes (CCRs). Afinal, eles irão nortear as análises feitas em sessão com o cliente. 

Portanto, isso deve ser feito identificando os comportamentos problemáticos que o paciente mostra ao longo do atendimento, e não apenas se basear nos relatos que ele traz.

Ainda sobre os CCRs, nós podemos dividi-los em três tipos:

  • CCRs 1: comportamentos considerados como problema, e que ocorrem durante as sessões;
  • CCRs 2: melhorias de comportamentos que o paciente mostra nas sessões;
  • CCRs 3: quando o próprio paciente repara e reflete seu comportamento, e as mudanças que obteve até agora.

Pois é, lidar com os pacientes nem sempre é fácil. Mas sabia que a sua insegurança nos atendimentos pode atrapalhar, e muito, tanto os resultados do paciente quanto a sua carreira como psicólogo?

Mas você não precisa passar por isso a sua carreira toda tá? A Eurekka quer te ajudar a superar esse obstáculo, então, se você quer receber a nossa ajuda, clica na imagem aqui embaixo e responde essas 3 perguntinhas rápidas que nós entramos em contato com você!

As 5 regras das sessões de Psicoterapia Analítico Funcional

Agora que já entendemos o que são os CCrs, vamos entender o que fazer com eles

  1. Observar: fazer a identificação dos CCRs em sessão, fazendo a conexão dos comportamentos que ele está citando com os comportamentos que ele está mostrando na hora;
  2. Evocar: mostrar ou perguntar ao paciente se ele percebe que o comportamento citado por ele está ocorrendo naquele instante, e que ação pode ser feita para mudar essa situação que lhe traz desconforto;
  3. Reforçar: relembrar o paciente dos CCRs 2 e apontar o que já houve de mudança para reforçar que bons comportamentos devem seguir;
  4. Avaliar: o terapeuta influencia os resultados que o paciente apresenta. Por isso, essa regra diz que é essencial o terapeuta avaliar como as suas ações podem influenciar e reforçar os CCRs 2 do cliente;
  5. Interpretar: por fim, é bom ensinar o paciente a fazer suas próprias análises. Fazê-lo entender quais são seus comportamentos bons e ruins, e o que deve ser reforçado, é o que faz o paciente se sentir seguro e pronto para colocar em prática essas ações sozinho.

Claro que quando vamos conversar com o paciente sobre esses pontos, é vital abordar com uma linguagem simples e fácil para que ele entenda. Lembre-se de que o paciente não conhece a psicologia como um psicólogo conhece! Então, para bons resultados, a conversa precisa sempre ter o tom que ele consiga entender.

Além disso, a cada fase do processo terapêutico do paciente, conseguimos direcionar as sessões de diferentes formas. Vamos explicar melhor como isso funciona na FAP:

mulher na sessão de terapia analítico funcional

As fases do processo terapêutico com a Terapia Analitico Funcional

Todo o processo terapêutico passa por diferentes fases. Alguns pacientes podem passar mais tempo em uma fase do que em outras, ou seja, o tempo varia para cada pessoa. Então vamos aos aspectos de cada fase:

Fases iniciais:

No início do processo com cada paciente, é vital focar em criar uma boa relação terapêutica com ele. Afinal, isso vai dar ao paciente mais confiança e deixá-lo mais à vontade para ser sincero durante as sessões.

Alguns recursos podem ser adotados nessa fase, como direcionar bem a primeira sessão de terapia, fazer um contrato terapêutico claro, além de já começar a aplicar as regras da FAP nas sessões seguintes, sempre que possível.

Fase intermediária

Para a FAP, essa é uma das fases mais cruciais do processo terapêutico, afinal, é quando a aplicação dos métodos da terapia irão ocorrer. Aqui também a relação paciente-terapeuta já é maior, o que permite mais sinceridade no processo.

É na fase intermediária também que o terapeuta pode aproveitar para trabalhar assuntos mais delicados para o paciente. Isso porque, por conta da confiança adquirida, vai ficando mais fácil para ele expor seus medos, dificuldades e desafios.

Fases finais

A intenção da terapia é fazer o cliente aprender a lidar melhor com as demandas que ele trouxe, a fim de que em um dado momento, ele consiga lidar com elas sozinho. Por isso que todo processo terapêutico precisa se encerrar quando já se chegou a este ponto.

Então, para as fases finais da terapia analítico funcional, é vital fazer uma manutenção de tudo o que foi trabalhado nos atendimentos. Assim, é possível garantir que o paciente já tenha tudo estabelecido e possa continuar por conta própria a partir de agora.

Por conta do vínculo criado entre paciente e terapeuta ao longo das sessões, essa pode ser uma fase difícil, afinal, encerramentos e despedidas podem ser difíceis. Caso isso ocorra, o psicólogo precisa trabalhar também a finalização do processo com o cliente.

A importância da relação terapêutica para a Terapia Analítico Funcional

Dentro da terapia analítico funcional, entende-se que os comportamentos que o paciente apresenta com o terapeuta também ocorram com outras pessoas. Ou seja, o paciente reproduz esses comportamentos em diversas áreas da vida. 

Ao estabelecer uma boa relação terapêutica com o cliente, a confiança gerada permite que o terapeuta tenha mais coragem e facilidade para apontar questões delicadas, pois sabe que o paciente está disposto a ouvir e aberto a mudar.

Além disso, o cliente também sabe que a relação com o seu terapeuta permite que detalhes difíceis possam vir à tona em alguns momentos, mas que eles estarão dispostos a trabalhar essas dificuldades juntos.

Portanto, uma boa relação terapêutica garante o sucesso e a eficácia do processo e traz bons resultados ao paciente. É, inclusive, por trabalhar tanto essa relação de sinceridade e confiança, que a FAP é indicada para trabalhar as demandas de relacionamentos amorosos do cliente. Vamos falar mais sobre isso:

Como a FAP ajuda nas demandas de relacionamento do paciente?

Como já vimos ao longo do texto, a FAP permite trabalhar com o paciente questões de confiança, exposição e intimidade. Esses são aspectos vitais em um relacionamento e, portanto, essa abordagem permite ajudá-lo também a melhorar suas relações amorosas.

Assim, ao longo das sessões, o terapeuta pode intervir observando os CCRs 1 do paciente em suas queixas sobre seu relacionamento, que geram interações aversivas entre o paciente e seu companheiro. 

A intenção da FAP para esses casos é intervir nos CCRs 1 e substituí-los por CCRs 2 que sejam benéficos para ambas as partes do relacionamento.

terapia analitico funcional para demandas de relacionamento

Portanto, através da terapia analítica, o paciente aprende, dentro de um ambiente de confiança, como ele pode expor seus sentimentos e inseguranças. E também aprende como ter empatia pelo outro e como aceitar melhor os seus erros e os erros do outro. Sendo que tudo isso ele pode aplicar em seus relacionamentos e ver melhoras significativas.

academia eurekka

 

O que há mais para aprender?

E então, psicólogo, o que achou da terapia analítico funcional? Já usou ela para trabalhar as demandas de relacionamentos amorosos ou outras demandas que seus pacientes trazem às sessões?

Sabemos que isso pode ser um desafio, afinal, a faculdade não ensina os detalhes práticos de todas as abordagens para você aplicar no seu dia a dia de trabalho.

Por isso é tão comum que vários psicólogos se sintam despreparados para começar a atender na clínica.

Mas a boa notícia é que você pode aproveitar agora para aperfeiçoar suas técnicas e aprendizados. E nós aqui da Eurekka queremos te contar sobre uma grande oportunidade para isso! Nós queremos te apresentar a escola digital dos terapeutas!

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É bem simples na verdade: você pode clicar no botão abaixo, fazer a sua assinatura e aí é só começar a aprender, na ordem que você quiser. Na Eurekka Psi+ temos conteúdos de Instagram para psicólogos, gestão do consultório e como falar de dinheiro com o paciente. Venha aprender com a gente!

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