Teoria do apego: o que é e quais são os estilos de apego
Equipe Eurekka
Pensar sobre os modos de se relacionar é vital para criar relacionamentos saudáveis. Muitas vezes, você pode se questionar sobre o porquê de agir de um jeito ou de outro com pessoas próximas. E a teoria do apego se propõe a olhar para isso e te ajudar com respostas!
Bowlby foi um dos pioneiros dessa teoria. O psiquiatra afirmava que o apego, na infância, estava ligado à segurança que vinha daqueles que provinham cuidados básicos à criança.
A partir disso, outros estudos foram feitos sem modificar tanto a base da teoria. No texto de hoje, vamos te contar sobre essa teoria, os tipos de apego possíveis e qual a importância disso para a sua vida.
Boa leitura!
Índice
A teoria do apego e John Bowlby
John Bowlby é um psicanalista que trabalhou com o desenvolvimento infantil e criou a teoria do apego e seus conceitos. Ele teve muita influência de Winnicott, psicanalista infantil e pediatra importante na história da Psicologia.
Bowlby desenvolveu essa teoria entre as décadas de 50 e 60. Nesse período, o psiquiatra teve contato com crianças órfãs da Segunda Guerra Mundial.
A partir disso, Bowlby pôde estudar como o relacionamento da criança com os pais evolui. Além disso, refletiu o quanto essa relação era importante no desenvolvimento do ser humano.
A teoria do apego fala sobre a segurança dos vínculos e como são baseadas nas interações quando bebê. Ademais, busca estudar como essas relações impactam no desenvolvimento dessas crianças até chegar à adultez.
Além disso, a teoria afirma que as pessoas buscam relações de uma maneira instintiva, assim como os bebês buscam para sobreviver.
O que diz a teoria do apego?
A teoria do apego estuda como ocorrem os vínculos pais-bebê e as implicações na vida adulta e no modo de ser e se relacionar.
De acordo com essa teoria, nos primeiros anos de vida, a criança tem o objetivo de satisfazer suas necessidades básicas. E faz isso na relação com uma figura de apego.
Figura de apego é aquela que supre tanto as necessidades fisiológicas da criança quanto as necessidades psicológicas. No geral, a mãe biológica é quem tem esse papel. Mas pode ser tomado por qualquer adulto que tenha a função de cuidado na vida do bebê.
Estudos afirmam que a privação do contato com a figura de apego da criança durante a sua infância pode trazer problemas – no geral, psicológicos – na vida adulta.
Houve uma época em que a teoria do apego foi comparada ao behaviorismo (psicologia do comportamento). No entanto, Bowlby afirmava que eram teorias bastante distintas.
O psicanalista via essa comparação ocorrendo, pois havia uma confusão em não diferenciar comportamento de apego e apego. Com isso, é vital pontuar que a principal diferença apontada é a intensidade.
Além disso, o comportamento de apego, como o sorriso e o choro, é dirigido a diversas pessoas. Já o apego, é um vínculo criado e estabelecido por muito tempo. Ademais, o apego ocorre com poucas pessoas ao longo da vida.
4 traços da teoria do apego
Há alguns pontos importantes dentro da teoria do apego que visam a explorar aquilo que é vital nas relações entre criança e figura de apego. Portanto, abaixo vamos mostrar quais são esses 4 traços:
Manter proximidade
O apego da criança com a figura de apego se mostra pela vontade incessante de manter a proximidade com essa pessoa.
O motivo desse desejo é que a criança enxerga segurança nesse adulto, alguém que consegue lidar melhor com o mundo exterior.
Local de refúgio
Essa figura de apego escolhida pelo bebê será o local de refúgio em um momento, por exemplo, de medo.
Quando essa criança tiver sentimentos difíceis de lidar, é pela sua figura de apego que ela vai buscar. Lembrando sempre que essa pessoa demonstra segurança ao bebê.
Uma base segura
A criança tende a usar a figura de apego como base segura e protetiva para quando precisa enfrentar situações desconhecidas.
A base segura é a confiança que o bebê constrói em sua figura de apego. Essa figura se mostra acessível, dá apoio e proteção.
Com isso, a criança se sente confortável para explorar o mundo ao lado e sob os cuidados da figura de apego.
Sofrimento pela separação
A criança pode ficar ansiosa com a separação da figura de apego, mesmo que seja temporária. As reações da criança vão desde o choro até a rejeição a outras pessoas que tentem se relacionar com ela.
Aos poucos, ela interage com os outros. Assim, quando a figura de apego volta, pode ser que a criança a ignore para demonstrar a raiva por ter sido deixada.
Além disso, Bowlby afirma que, quanto maior o tempo de separação, mais difícil será de reatar o vínculo.
Por fim, os efeitos da separação na infância são sentidos até a vida adulta. Dependendo do contexto da criança, pode gerar traumas.
Quais são os tipos de apego? Teoria do apego e seus tipos!
No início dos estudos da teoria do apego, os pesquisadores identificaram 3 tipos de apego: o seguro, o evitante e o ambivalente. Mais à frente, com pesquisas realizadas nos EUA, foi conceituado o quarto tipo de apego: o desorganizado.
Cada um tem suas próprias características:
Tipo de apego seguro
Esse tipo de apego é quando a presença da figura de apego da criança traz tranquilidade a ela. De modo que a ausência dessa pessoa pode gerar angústia na criança.
Já na fase adulta, aqueles que tiveram relações de apego seguro mostram flexibilidade em seus relacionamentos. Suas relações tendem a ser duradouras e com harmonia. Além disso, apresentam pensamentos mais positivos sobre si mesmos.
Tipo de apego evitante
Esse tipo de apego tem como característica ser mais inseguro. A criança não busca em sua figura de apego segurança e conforto. Além disso, ela não se sente tão desamparada quando fica sem essa figura junto de si.
Há, no apego evitante, um pouco de indiferença ou evitação por parte da criança. Isso ocorre, pois a figura de apego pode não ter conseguido cumprir com o seu papel de atender às necessidades básicas e emocionais do bebê.
Já os adultos com esse tipo de apego, são pessoas bastante autossuficientes e independentes. Não se veem dependentes dos outros e nem alguém sendo dependente deles.
Ademais, essas pessoas têm dificuldade em criar relações mais íntimas e profundas. Assim como de entrar em contato com os próprios sentimentos. Por isso, desistem fácil dos relacionamentos.
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Tipo de apego ambivalente
É um outro tipo de apego inseguro. Aqui a criança tem dúvidas sobre essa segurança trazida pela figura de apego. Pois, às vezes, suas necessidades são atendidas e às vezes não – e podem até não serem compreendidas.
Essa criança sofre muito com a separação dessa figura de apego, porque não tem certeza que ela irá voltar. Ou seja, pode acreditar que será abandonada.
Os adultos desse tipo de apego são, no geral, pessoas mais inseguras e que duvidam do seu valor. Além disso, têm bastante necessidade de relações mais íntimas. Podem, em alguns casos, criar dependência emocional da parceira/do parceiro.
Tipo de apego desorganizado
Esse tipo de apego também é um apego inseguro. Pode ser considerado uma mistura do tipo de apego ambivalente e do evitante.
A figura de apego, nesse caso, tem uma imagem positiva e negativa ao mesmo tempo. Ou seja, ampara e desampara a criança nas suas necessidades na mesma medida.
Já os adultos desse tipo de apego, têm dificuldade de ter relações mais profundas. Apesar de terem a vontade de construir esses relacionamentos, têm medo do processo.
Além disso, no geral, essas pessoas não acreditam nas intenções do(a) parceiro(a), sendo elas boas ou ruins.
Qual a importância da teoria do apego?
A teoria do apego estuda as relações interpessoais, como os vínculos com os primeiros cuidadores são construídos e os efeitos disso na vida adulta. É a partir dessa descrição, que podemos começar a entender a importância da teoria.
Portanto, é possível afirmar que os apontamentos de Bowlby sobre o apego são explicações sobre o porquê do jeito de cada pessoa se relacionar.
Além disso, a teoria identifica o tipo de apego da pessoa, entendendo qual o seu funcionamento. Assim, essa definição pode servir para auxiliar no processo terapêutico, por exemplo, e até na melhora da qualidade de relacionamentos.
Ademais, os conceitos de apego seguro e seus efeitos na vida adulta são uma boa base para construções de relações mais saudáveis.
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