Guia prático sobre a técnica da ação oposta
Equipe Eurekka
Aprender que nem todos os nossos pensamentos são verdade e que nossas emoções não devem sempre reger nossas reações demanda um processo longo. E, talvez, mais desafiador ainda seja ensinar isso para os nossos pacientes. E é disso que a técnica da ação oposta se trata.
Então, neste texto, nós vamos explicar o que é essa ferramenta e como aplicá-la no atendimento clínico.
Boa leitura!
Índice
O que é a técnica da ação oposta?
A ação oposta é uma das técnicas da Terapia Comportamental Dialética que tem como objetivo ajudar o paciente a alcançar a regulação emocional.
Ou seja, a técnica da ação oposta se trata de aprender a agir de forma contrária ao que a ansiedade e as emoções intensas mandam.
É identificar quando a vontade é desadaptativa e realizar, então, o caminho inverso.
Como aplicar a técnica da ação oposta na clínica?
Para que o paciente consiga agir de maneira oposta à ação disfuncional é preciso, primeiro, que ele entenda o que está sentindo, quais as evidências disso e como agir do modo mais efetivo possível.
Para isso, segue os passos que você deve induzir o paciente a seguir:
- Passo 1: Ajude o paciente a identificar e nomear a emoção que precisa ser mudada.
- Passo 2: Verifiquem juntos os fatos para ver se a emoção é justificada por eles. Além disso, verifiquem também se a intensidade e a duração da emoção se encaixam com esses fatos. Lembre-se: uma emoção é justificada quando ela corresponde aos fatos.
- Passo 3: Ajude o paciente a identificar e descrever os impulsos de ação dele que são gerados por essa emoção.
- Passo 4: Levante o questionamento se expressar ou agir de acordo com a emoção é efetivo nesta situação.
Se a emoção não corresponder aos fatos ou se agir de acordo com a emoção não for efetivo: - Passo 5: Identificar ações opostas aos impulsos de ação.
- Passo 6: Incentivar o paciente a agir contrariamente o tempo todo ao seus impulsos de ação.
- Passo 7: Ensiná-lo a repetir a ação oposta aos seus impulsos de ação até a emoção dele mudar.
Exemplo da técnica da ação oposta
Então, vamos supor que você, psicólogo, está atendendo uma paciente chamada Alice. Ela tem 22 anos, estuda design gráfico e trabalha como estagiária na faculdade.
Alice apresenta muitos comportamentos de evitação, inclusive um pensamento recorrente é de que ela irá ficar sozinha na vida, no sentido romântico.
No momento, ela está conversando nas redes sociais com um rapaz de quem ela gosta muito. Ele já fez diversos convites para que eles se encontrassem, mas ela sempre recusa.
Isso acontece porque o rapaz oferece alguma atenção, trazendo certa esperança. Assim, ela sempre fica ansiosa, acreditando que em algum momento ela irá sofrer e acabar sozinha de novo. Então, uma forma de trabalhar essa emoção injustificada e o comportamento evitativo causado pela ansiedade é a técnica da ação oposta.
Confira o exemplo na prática:
- Passo 1: Ajudar a Alice a identificar e nomear as emoções que precisam ser mudadas. Como a ansiedade e o medo excessivo da solidão.
- Passo 2: Uma vez identificadas e nomeadas, o psicólogo deverá analisar junto com a paciente se essa ansiedade e medo são justificadas por alguma atitude do rapaz. Atentando também a perceber se a intensidade e a duração dessas emoções são proporcionais à situação do flerte atual.
- Passo 3: Ajudar Alice a identificar e descrever os impulsos que a levam a sempre evitar os encontros.
- Passo 4: Questionar se esse comportamento evitativo gerado pelo medo e ansiedade têm trazido resultados efetivos para a vida dela.
- Passo 5: Pensar em possíveis ações opostas ao comportamento evitativo baseado nessas emoções.
- Passo 6: Incentivar Alice a marcar um novo encontro e enfrentar a situação.
- Passo 7: Continuar incentivando a aproximação e não a evitação até a emoção desproporcional mudar.
Mas lembre-se, estamos falando de um processo longo que não é resolvido em apenas uma sessão. A ideia é que o paciente consiga visualizar esse processo, de forma que ele consiga aplicar a ação oposta sozinho, sempre que precisar lidar com a ansiedade e situações estressoras.
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