TDI: entenda o transtorno de múltiplas identidades

Equipe Eurekka

O TDI, Transtorno Dissociativo de Identidade, é uma condição psiquiátrica muito rara e que causa muito sofrimento e confusão, principalmente por ser muito incomum na clínica e com poucos casos documentados.

E, depois da entrevista exibida no Fantástico, com pessoas diagnosticadas com o transtorno, muitos ficaram curiosos sobre o assunto. Afinal, qual o parecer dos psicólogos sobre o assunto? 

Bom, por aqui, nós vamos explicar o que é o transtorno dissociativo de identidade, quais os principais sintomas, possíveis causas e como isso foi mostrado na matéria do programa.

Boa leitura!

O que é TDI?

O Transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição em que a pessoa apresenta duas ou mais identidades, de modo que cada uma tem personalidades, convicções, habilidades e modos de agir próprios.

Assim, quando uma identidade entra em cena, é como se a pessoa fosse desconectada, de forma que, quando volta à consciência, não lembra de nada, ou quase nada, do ocorrido.

De acordo com o DSM – 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o TDI se enquadra na categoria de Transtornos Dissociativos.

Sendo esses tipos de transtornos caracterizados pela perturbação e/ou descontinuidade da progressão normal da consciência, memória, identidade, emoção, percepção, representação corporal, controle motor e comportamento.

Sintomas do TDI

Ainda de acordo com o DSM-5, os sintomas característicos do TDI são:

  • Presença de dois ou mais estados de personalidade distintos e alternados;
  • Lacunas recorrentes na memória, tanto de eventos cotidianos quanto do passado distante;
  • Sofrimento e prejuízo nas diversas áreas da vida;
  • Na infância, pode ser confundido com amigos imaginários e situação de fantasia.

Quais as possíveis causas do TDI?

Ainda não se sabe ao certo as causas exatas do TDI, mas se observa que na maioria dos casos há uma relação com traumas na infância. Como, por exemplo, abusos físicos, verbais e emocionais, ou situações devastadoras, como acidente e morte.

Isso acontece como uma forma de proteção, pois, quando vivenciamos uma experiência muito forte e negativa, nosso cérebro tenta nos proteger disso para diminuir o sofrimento.

Assim, o transtorno dissociativo de identidade pode surgir como uma forma de se dissociar do trauma e dividir a experiência negativa entre diversas identidades, na tentativa de diminuir o impacto emocional.

Por isso é que é tão comum que a pessoa com TDI não se lembre de situações traumáticas do passado.

Quantas identidades uma pessoa com TDI pode ter?

A pessoa com TDI sempre terá, no mínimo, duas identidades. Sendo que ainda não se sabe de um máximo, ou seja, ela pode ter ilimitadas identidades. 

sofrimento causado pelo tdi

O que o TDI pode causar?

O TDI causa níveis de sofrimento significativos e prejuízos em diversas áreas da vida, como trabalho, estudos e vida social.

Isso porque a pessoa que tem o transtorno dissociativo de identidade pode ter alterações no senso de si mesmo e perda de domínio das próprias ações.

Por exemplo, pode ser que ao ir para o trabalho/faculdade, a pessoa dissocie e troque de identidade, não reconhecendo onde está e para onde estava indo, impossibilitando-a de manter uma frequência e pontualidade.

Por isso, é importante ressaltar que o fato de ter várias identidades não é uma habilidade ou algo que seja benéfico para a pessoa. É preciso que haja conscientização para que a condição não seja romantizada e nem invalidada.

Além disso, ressalta-se que, com o tratamento adequado, a pessoa pode aprender a lidar melhor com essas identidades, de forma a diminuir o impacto do transtorno e o sofrimento causado pela condição.

Qual o tratamento para o transtorno dissociativo de identidade?

O tratamento para TDI é a terapia, que pode ser combinada com a farmacologia (uso de remédios), que geralmente é feita pelo psiquiatra. 

Na terapia, o foco será esclarecer ao paciente sobre o que é o transtorno e ensinar técnicas que o ajudem a focar no momento presente, evitando a dissociação.

Como, por exemplo, as técnicas de Mindfulness, que ajudam a ancorar a pessoa no “aqui e agora”. Além de trabalhar também os pensamentos disfuncionais, realizando uma reestruturação cognitiva para que o paciente consiga ter ações que beneficiem sua saúde mental.

A reportagem no Fantástico

No domingo, dia 20/08/23, o Fantástico fez uma entrevista com pessoas diagnosticadas com o TDI. Porém, muitos psicólogos têm questionado o modo como a matéria foi conduzida.

É claro que a questão não é entrar no mérito do diagnóstico, afinal só o profissional que acompanha o caso pode dar o parecer.

E é por isso mesmo que muitos psicólogos estranharam o fato de os profissionais responsáveis pelas pacientes não aparecerem na entrevista. Isso porque, quando se trata de um transtorno, é costume que não só o paciente, mas o responsável pelo laudo dê explicações.

Além disso, por se tratar de um transtorno incomum na clínica, com poucos casos registrados, psicólogos questionam o modo como toda a matéria foi conduzida.

É claro que, como falamos acima, a ideia não é desvalidar as moças, pois é impossível questionar ou afirmar um diagnóstico em um tempo tão curto, mas alertar para a responsabilidade ao se falar sobre saúde mental.

Até mesmo para garantir o cuidado e o respeito, a fim de evitar estereótipos e falas pejorativas contra as próprias entrevistadas.

E, em relação ao TDI, esse cuidado ainda deve ser dobrado. A troca de identidades como aconteceu no programa, de modo rápido e brusco, é ainda mais difícil de acontecer. Isso porque, nesse transtorno, que já é raro, as mudanças acontecem de forma sutil na maioria dos casos.

Por isso é necessário que tudo seja embasado em técnicas comprovadas pela ciência, com uso correto dos termos e esclarecimento dos profissionais envolvidos no caso.

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