A saúde mental dos que cuidam: aumento do suicídio entre profissionais de saúde

Equipe Eurekka

Nos corredores dos hospitais, consultórios médicos e clínicas, onde profissionais dedicados cuidam da vida de todos, há um preocupante aumento nas estatísticas de suicídio entre os profissionais de saúde

O que deveria ser uma fonte de cura e apoio transformou-se, em muitos casos, em um campo minado de desafios mentais e emocionais. Por isso, hoje vamos falar da realidade do suicídio entre profissionais de saúde, explorando suas causas e sintomas. 

Assim, queremos que esse texto não apenas informe, mas sirva também como alerta de que não podemos mais ignorar esse assunto. Afinal, a saúde dos que cuidam de nós também está em jogo.

Suicídio

O suicídio é um ato trágico no qual uma pessoa em profundo sofrimento psicológico tira a própria vida. É decorrente de um ou vários problemas graves de saúde mental e, infelizmente, afeta indivíduos em todo o mundo. Alguns sinais de que alguém pode estar cogitando o suicídio são tristeza profunda, desesperança e isolamento. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 1% das mortes registradas hoje são por suicídio, sendo a quarta causa de morte mais comum entre jovens de 15 a 29 anos. Por isso, a conscientização sobre o suicídio e a saúde mental tem se tornado tão vital.

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Suicídio entre profissionais de saúde

O suicídio entre profissionais de saúde tem crescido de forma alarmante e chamado a atenção. Por isso, não se pode deixar de falar da saúde mental desses profissionais. 

Um estudo divulgado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), em 2018, mostra que em média 12 a cada 100.000 pessoas comete suicídio. Olhando na mesma proporção, se tem que 28 a cada 100.000 médicos cometem suicídio.

Isso é bem preocupante. Mas o que o trabalho na área da saúde gera nas pessoas e por quê?

médicos são uns dos profissionais com risco de suicídio

Desafios dos profissionais de saúde

Trabalhar na área da saúde exige lidar com inúmeros desafios físicos e psicológicos todos os dias. Vamos explicar quais são os principais que trazem tanto prejuízo à saúde mental desses profissionais:

Jornada de trabalho

Como você pode imaginar, a jornada de trabalho de todos os profissionais de saúde é bem intensa. Afinal, não há dia e nem hora para alguém precisar de socorro, e são sempre essas pessoas que estarão lá à disposição para socorrer quando qualquer um precisar.

Por isso, as extensas jornadas de trabalho e turnos podem sobrecarregar e muito esses profissionais. Isso porque o sono e o ciclo circadiano deles ficam bem prejudicados com as mudanças de horários, sem contar o desgaste mental e físico gerado pelos turnos e horas extras.

Pressão e sobrecarga

Um outro grande desafio enfrentado por quem trabalha no setor de saúde é a pressão constante de sempre estar ativo e fazer tudo certo. Isso porque a função crucial dessas profissões é preservar a vida dos pacientes.

Além disso, nem sempre todos os profissionais têm a autonomia necessária para realizar o seu trabalho. Afinal, para fazer alguns procedimentos, eles podem precisar da autorização de superiores, do paciente ou da família do paciente.

Assim, isso pode gerar a sensação de incapacidade, insuficiência e insegurança em seu exercício profissional.

Conviver com a dor e o sofrimento

Ser da área da saúde exige lidar todos os dias com pessoas com pessoas que não estão passando bem, e presenciar isso a todo instante pode abalar e muito a saúde mental. 

E, além de tudo, os profissionais de saúde não só vivenciam isso todos os dias, mas também precisam mostrar força e esperança para os pacientes conseguirem superar suas dores.

Ser a rede de apoio de várias pessoas nas horas mais difíceis é bem exaustivo, mesmo que gratificante. Por isso, muitos profissionais de saúde podem apresentar sintomas de transtornos mentais, mas com a correria do trabalho acabam ignorando esses sinais até eles se tornarem debilitantes.

risco de suicídio entre profissionais de saúde por alta carga de trabalho

Principais causas do suicídio entre profissionais de saúde

O suicídio nunca é uma escolha do indivíduo, e sim um reflexo do sofrimento psicológico pelo qual ele está passando. 

No caso do suicídio entre os profissionais de saúde, dentre inúmeras pesquisas que já foram feitas, identificou-se que a maioria dos profissionais com ideações suicidas apresentam sintomas desses dois transtornos mentais:

Depressão

Profissionais de saúde podem manifestar sintomas de depressão assim como outras pessoas. Esses sintomas incluem sentimentos persistentes de tristeza, desesperança e falta de interesse em atividades cotidianas. 

Além disso, também podem haver exaustão emocional, isolamento social, irritabilidade, falta de concentração, insônia ou sono excessivo, e até mesmo pensamentos de morte ou suicídio.

Burnout

O burnout em profissionais de saúde é caracterizado por uma exaustão física e emocional extrema, resultante das altas demandas da profissão. 

Os sintomas incluem fadiga persistente, despersonalização (tratamento impessoal dos pacientes), diminuição da eficácia no trabalho, irritabilidade, insônia, falta de motivação e um aumento do distanciamento emocional. 

Tanto a depressão quanto o burnout e até mesmo outros transtornos mentais afetam, e muito, a qualidade do atendimento e o bem-estar dos profissionais. Por isso, é crucial que todos os profissionais de saúde se cuidem e fiquem atentos a qualquer sintoma que altere seu estilo de vida.

prevenção ao suicídio entre profissionais de saúde

Não espere o pior acontecer, procure ajuda

Sabemos que o ato de cuidar não é nada fácil. Separar a vida pessoal da profissional, lidar com casos difíceis e tristes, atender em plantões e ter a responsabilidade pela vida do outro são situações muito delicadas e que requerem uma rede de apoio especializada.

Em especial porque muitos profissionais da saúde relacionam o cansaço, desânimo e tristeza apenas à jornada de trabalho, ignorando que esses podem ser sinais de algo maior.

Por isso, se você sente que precisa dar mais atenção à sua saúde física e mental e que também precisa ser cuidado por pessoas experientes e humanizadas, converse com um dos psicólogos da Eurekka e deixe ele ajudar você!

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Referências:

Silva, D. dos S. D., Tavares, N. V. da S., Alexandre, A. R. G., Freitas, D. A., Brêda, M. Z., Albuquerque, M. C. dos S. de ., & Melo Neto, V. L. de .. (2015). Depression and suicide risk among nursing professionals: an integrative review. Revista Da Escola De Enfermagem Da USP, 49(6), 1023–1031. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/reeusp/a/D7Bd3ZsmQkq4FTQ5Cq8FnhP/?lang=p>. Acesso: 14 set. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Anualmente, mais de 700 mil pessoas cometem suicídio, segundo OMS. [Brasília]: Ministério da Saúde, 19 set. 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/anualmente-mais-de-700-mil-pessoas-cometem-suicidio-segundo-oms>. Acesso: 14 set. 2023.

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