Sintomas de depressão: veja os sinais que merecem atenção

henrique souza fundador da eurekka

Henrique Souza

Se você chegou até este texto, é possível que esteja com receio de estar com sintomas de depressão ou de que alguém próximo esteja apresentando uma tristeza profunda e você esteja querendo ajudar.

A verdade é que essa é uma busca cada vez mais comum, uma vez que os casos de depressão parecem estar aumentando mais e mais. E, como sabemos que reconhecer a depressão pode ser difícil, eu escrevi este guia que vai ajudar você a entender essa doença com mais clareza.

Por isso, leia até o final e veja tudo o que você precisa saber sobre o que é a depressão, quais as causas, os sintomas e qual o melhor tratamento.

Boa leitura!

O que é depressão e quais são as causas?

A depressão é um transtorno de humor que incapacita a pessoa de reagir aos estímulos ao seu redor, de modo que ela não sente mais vontade de realizar atividades comuns e nem de interagir com o mundo ao seu redor.

O que se sabe sobre a causa da depressão é que ela não é única, mas sim feita de vários fatores que aumentam ou reduzem a chance de você desenvolver o quadro depressivo.

Sendo os três fatores que mais favorecem que a doença se estabeleça:

  1. Genética: você terá mais chances de ter a doença quando tiver pessoas na família que já tiveram episódios depressivos. Ou seja, o seu organismo já pode ser mais suscetível a ser deprimido.
  2. Vida desregrada: Quando a sua estrutura de vida está sem regras, por exemplo: você não controla o que ou quando come, dorme muito menos ou muito mais do que deveria, não faz exercício físico e está sempre estressado. Essa bagunça no seu estilo de vida faz com que você tenha mais chances de ficar deprimido.
  3. Gatilho: O transtorno depressivo pode surgir a partir de algum evento que deixou você com uma tristeza profunda, te gerou um trauma e desregulou a sua vida. No entanto, não é porque algo desse tipo ocorreu que você com certeza vai ter depressão.

Quais são os sintomas de depressão?

Por ser um transtorno psicológico, não há um teste único ou exame que indique se alguém tem ou não depressão. Assim, o dignóstico só pode ser feito através da análise de sintomas, contexto e histórico de vida.

O DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) estabelece que você tem que ter pelo menos 4 dos 9 sintomas a seguir nas últimas duas semanas para ser diagnosticado com depressão:

1. Falta de energia ou ânimo

O primeiro sintoma é a falta de energia ou ânimo para fazer as atividades diárias. Ou seja, as atividades que a pessoa fazia antes começam a parecer cada vez mais difíceis de serem feitas.

2. Tristeza constante

É normal que uma situação em especial deixe a pessoa triste. E a tristeza tem a função de ajudar a pessoa a se organizar diante de uma experiência ruim que ela passou. Entretanto, quando essa tristeza é constante e/ou sem um motivo específico, você deve ficar de olho, pois pode ser sim um forte sinal de depressão.

3. Diminuição do prazer na rotina

Outro sintoma é a redução do prazer na rotina. Muitas vezes, as pessoas com depressão dizem que se sentem anestesiadas e incapazes de sentir prazer com o que antes gostavam de fazer. Às vezes, é possível sentir que está vivendo no piloto automático e que os dias estão passando muito rápido também.

4. Sentimento de pessimismo e desesperança

Apesar de não ser o sintoma mais comum, estar o tempo todo pessimista pode ser um alerta para a doença. Aquela pessoa que está sempre vendo o pior lado das coisas, de mal com a vida, sempre com um ar de melancolia e se sentindo sem esperanças pode estar sofrendo de depressão.

O pessimismo e a desesperança podem estar ligados a uma profunda tristeza que o indivíduo sente.

5. Mudanças no sono

A depressão pode mudar o sono tanto para cima quanto para baixo. Ou seja, a pessoa pode ter insônia, e achar muito difícil dormir, assim como pode ter hipersonia, que é dormir muito mais horas do que o seu normal.

6. Mudanças de peso e apetite

Mudanças de peso e apetite também podem ser um sinal claro de depressão. Quem tem o transtorno pode sentir muito mais fome do que o normal, assim como menos fome.

Ainda, essa mudança de fome pode ter impacto no peso. Dessa forma, pode ocorrer grande ganho de peso ou grande perda, ficando com um peso mais alto ou mais baixo que o normal. Com isso, pode vir também a baixa autoestima.

7. Pensamentos de morte

O sétimo sintoma está ligado a pensamentos de morte ou, às vezes, até vontade de tirar a própria vida. É triste, mas a depressão é uma doença que aparece quase sempre com o desejo de não estar mais vivo. Em alguns casos, a pessoa faz até planos para isso. Esse é o sintoma mais grave da depressão, pois gera um grande risco à vida.

8. Sentimento de culpa ou de remorso constante

O oitavo sintoma está ligado a um contínuo sentimento de culpa. Ou seja, a pessoa está sempre sentindo remorso por algo ou se culpando por coisas do passado, mesmo que recente.

9. Irritabilidade

A pessoa com depressão pode se irritar muito fácil por pequenas coisas que, em outros tempos, não a teriam incomodado.

10. Inquietação e ansiedade

A mente que sofre é uma mente inquieta. Isso porque a pessoa não está em seu estado normal. Assim, quem sofre de depressão pode ficar mais inquieto do que de costume e até ter problemas para ficar sentado por um tempo.

Além disso, apesar de depressão e a ansiedade serem transtornos diferentes, muitas vezes podem andar juntos.

11. Movimentos físicos mais lentos

Muitas vezes, o corpo já não se movimenta mais na mesma velocidade do que antes, a ponto de outras pessoas notarem. Entretanto, também pode ocorrer o oposto, e a pessoa passa a ter agitação motora.

12. Pensamento desorganizado

O décimo segundo sintoma é a dificuldade de concluir o raciocínio. A pessoa sente que não consegue organizar as ideias e se concentrar direito nas tarefas.

13. Dores de cabeça e problemas digestivos sem causa física aparente

A depressão também pode causar sintomas físicos, como dores de cabeça, problemas digestivos e cólicas. Se você sente esses sintomas de forma frequente e não há uma causa física para isso, eles podem significar que você está sofrendo com a depressão.

Qual a diferença entre tristeza e depressão?

A tristeza é uma emoção que costuma aparecer por um motivo específico (você teve uma expectativa quebrada, perdeu o emprego, terminou um relacionamento). Sendo assim, você consegue dizer o que a causou.

E apesar de ser um sentimento ruim, a tristeza é benéfica, já que ela te ajuda a pensar no que você pode ter feito de errado e a procurar pelo apoio de pessoas queridas.

Já a depressão permanece e, à longo prazo, vai desligando você de todas as coisas que são importantes na sua vida, como trabalho, amigos, estudos e até mesmo higiene pessoal.

Relação entre depressão e suicídio

Como você viu antes, pensamentos de morte e suicídio é um dos sintomas de depressão. E, apesar de nem toda a pessoa com depressão ter propensão a cometer suicídio, pensar sobre suicídio é um forte indício de que a depressão está em um nível grave.

Estudos mostram que mais da metade das pessoas que cometem suicídio estavam com depressão antes de se matarem. Isso significa que sim, é possível dizer que eles estão ligados de forma direta.

Entenda em que casos a depressão pode levar ao suicídio

O risco de suicídio é maior quando a pessoa passa muito tempo sem tratamento e também sem ter rede de apoio. Ou seja, ela entende que o suicídio é uma forma de escapar de um sofrimento que está sendo muito grande, como se ela estivesse vendo o suicídio como um último recurso, depois que nada funcionou para eliminar aquela dor muito forte.

A sensação de que nada funciona para aliviar a dor também é muito normal em pessoas que até tentaram vários tratamentos psicológicos, mas não sentiram qualquer resultado. É por isso que, quanto mais cedo a depressão for tratada do jeito certo, menor a chance do suicídio.

Dos sintomas de depressão ao diagnóstico

Para saber se a pessoa sofre de depressão, o primeiro passo é prestar atenção aos sintomas. No entanto, não podemos investigar um transtorno depressivo do mesmo jeito que uma infecção, por exemplo. Quando estamos com infecção, investigamos até descobrir o que causou aquilo, como uma bactéria. E depois de descobrir as causas, tratamos elas com medicação, não é?

Mas, na depressão, você precisa tratar cada um dos sintomas para conseguir se envolver com a vida de novo, sentir alegria e, de repente, sentir menos humor deprimido. Não basta tratar a causa, você tem que tratar todos os efeitos dos sintomas da depressão para conseguir sair dessa e construir uma vida mais feliz.

Um teste criado por psicólogos da Eurekka também pode te ajudar a descobrir se você sofre com depressão. E você pode fazê-lo agora mesmo, de forma gratuita, aqui embaixo:

Mas é importante lembrar que, apesar de o teste te ajudar a perceber como está a sua saúde mental, é só a partir do diagnóstico de um profissional que você vai poder ter certeza desse laudo. E esse diagnóstico é feito através de muita conversa e de testes, sempre tendo como base o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).

Tem sintomas de depressão? Veja os tratamentos

A notícia boa é que há tratamento para depressão. A seguir, listamos alguns:

Psicoterapia

Nem todas as psicoterapias vão funcionar para depressão com a mesma intensidade, já que existem diversas abordagens diferentes. Além disso, pessoas reagem de maneiras diferentes ao mesmo tratamento.

Entretanto, terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais são as que foram mais estudadas e mostraram mais resultados positivos nesses casos.

A Terapia Cognitivo-Comportamental acredita que você pode mudar o jeito como você pensa e como age. Por isso, ela se concentra menos em analisar o seu passado e mais em fazer mudanças práticas acontecerem no seu presente.

Toda a teoria da TCC é baseada na seguinte ideia: o que mais faz você sofrer não são as coisas que acontecem com você, mas sim o que você faz com aquilo que ocorreu.

Ou seja, o jeito como você interpreta e reage às situações. Assim, duas pessoas podem passar pela mesma situação e lidar com isso de maneiras cem por cento diferentes.

Pessoas com depressão, em geral, não conseguem viver o presente. Elas ficam revivendo o passado, em especial, as coisas negativas. Assim, a terapia cognitivo-comportamental tenta ressignificar esses eventos para fazer com que o indivíduo possa mudar seu comportamento.

Na terapia cognitivo-comportamental, você aprende a perceber cada vez que seus pensamentos e ações estão fazendo mal para si mesmo. Então, você planeja, junto com seu terapeuta, estratégias para pensar diferente. E interpretando o mundo de um jeito diferente, você consegue também viver uma vida diferente.

Por fim, nessa abordagem, toda semana o paciente se compromete com o terapeuta a fazer uma atividade prática entre uma sessão e outra. Trata-se de uma tarefa de casa para aplicar os conhecimentos da terapia no seu dia a dia. Assim é possível amenizar os sintomas da depressão.

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Exercícios físicos

Exercícios físicos são antidepressivos naturais que, inseridos na rotina das pessoas, ajudam muito a manter o corpo saudável e prevenir a depressão. Assim, apesar de não ser um tratamento em si, o exercício é parte de um conjunto de mudanças que o psicoterapeuta pode recomendar.

A atividade física libera endorfina no cérebro, proporcionando sensação de bem-estar e tranquilidade. Assim, o exercício físico é capaz de descontrair o corpo e ativar o sistema imune, sendo muito eficaz no combate ao estresse e à ansiedade.

Além disso, a atividade física também contribui para uma melhora na autoestima, tanto devido à sensação de se estar fazendo algo em benefício da própria saúde, como também por deixar o corpo mais bonito.

Isso sem falar no efeito de relaxamento que ocorre após o exercício, o que ajuda no combate ao estresse. Até mesmo uma caminhada rápida entre 20 e 30 minutos, só três vezes por semana, já ajuda a melhorar o estresse.

Vale lembrar, no entanto, que seja feito com equilíbrio. Um programa de exercício muito pesado pode deixar a pessoa ainda mais estressada.

Alimentação balanceada

Alguns alimentos podem estar atrapalhando a sua melhora. Se você está com sintomas de depressão, evite alimentos industrializados ou ricos em açúcares, como balas, doces e chocolate ao leite.

Qualquer alimento que vá fazer com que você tenha um pico glicêmico vai trazer também uma alteração no seu humor. E essa variação de humor é uma das coisas que pode estar atrapalhando seu dia a dia.

Então, como é uma dieta que pode ser usada como antidepressivo? Uma dieta em que a gente remove esses alimentos e começa a comer produtos mais naturais, vegetais, frutas, legumes, carnes, ovos. Ou seja, comer proteínas, legumes e vegetais.

Remédios para depressão

Em alguns casos, pode ser necessário fazer uso de remédios em conjunto com a terapia. Esses medicamentos antidepressivos são receitados por um psiquiatra e servem como ajuda para que a pessoa consiga fazer as atividades que vão realmente tirá-la da depressão, como se exercitar e socializar.

Ter um hobby

Ter uma atividade que gere prazer e satisfação também é essencial, como ler, desenhar, aprender um instrumento novo, cuidar do jardim e por aí vai.

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Henrique Souza

Henrique é psicólogo pela UFRGS, atuando na clínica com a Abordagem Analítico-Comportamental, apaixonado por criatividade e comunicação e co-fundador da Eurekka, a startup de Psicologia que se tornou a maior rede de psicoterapia do Brasil. Além de fazer mais de 5000 sessões por mês, a Eurekka também oferece telemedicina, franquia para Psicólogos e outros produtos tanto para quem busca mais saúde e uma vida com propósito, quanto para psicólogos querem alavancar sua carreira.

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