Síndrome do Pânico: como identificar, sintomas e tratamentos
Eurekka Psicólogos
Ao longo da vida, 1 em cada 4 pessoas vai ter um ataque de pânico. E 1 em cada 20 pessoas terá transtorno ou síndrome do pânico. Por isso hoje vamos te explicar o que ele é, como surge e como tratar.
Tudo começa quando a pessoa tem a primeira crise de pânico. Ela sente todos os sintomas de ansiedade juntos e de um jeito muito forte. Assim, algumas pessoas até acham que vão morrer. Por ser uma experiência bem ruim, o medo de que ela volte se torna constante e, assim, o próprio medo pode acabar iniciando outra crise.
Até o final desse texto, você vai entender tudo sobre o transtorno ou Síndrome do Pânico: como diferenciar de um ataque cardíaco, como ajudar alguém que estiver passando por uma crise e quais os melhores tratamentos!
Índice
O que é a Síndrome do Pânico?
A Síndrome do Pânico é um dos problemas mais vistos na sociedade hoje em dia. Também conhecida como “ansiedade paroxística episódica”, a Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade que chega a atingir até 2,5% da população.
Fato curioso é que afeta mais as mulheres do que os homens, e isso está ligado com a maior sensibilidade do cérebro às mudanças hormonais, por exemplo em períodos férteis da vida.
Um ponto marcante da Síndrome do Pânico é que a pessoa tem medo de ter ataques de pânico. Assim, algumas pessoas podem, por isso, também ter medo de ir a lugares onde a chance de um ataque de pânico acontecer é maior. Dessa forma o problema pode ir aumentando e se tornando cada vez mais presente se não for tratado.
Ataques de Pânico
Antes de mais nada, ataque de pânico é o nome dado às crises que afetam um paciente com síndrome do pânico, que são surtos inesperados que surgem várias vezes, trazendo muito medo ou desconforto intenso.
Além disso, eles alcançam seu pico em até 10 minutos, durante os quais ocorrem 4 ou mais de uma lista de 13 sintomas físicos e emocionais, que serão listados neste post. Tais crises também podem ocorrer durante o sono!
Alguns dos sentimentos que podem surgir de acordo com quem sofre com o problema envolvem um medo incontrolável da morte, ou sensação de estar prestes a morrer, e um forte descontrole emocional.
Sob o mesmo ponto de vista, vale apontar que as crises de pânico podem acontecer pela primeira vez em qualquer idade. No entanto, é mais comum que elas apareçam na adolescência e no início da adultez.
Na maioria das vezes, não há uma causa aparente para a primeira crise, e um novo episódio pode demorar de algumas horas até anos para ocorrer. Por outro lado, à medida que novos episódios aparecem, é importante descobrir qual o gatilho dos ataques de pânico – para evitar que um próximo aconteça.
Sintomas da Síndrome do Pânico:
Durante um ataque de pânico, que pode surgir tanto a partir de um estado calmo quanto de um estado ansioso, ocorrem 4 (ou mais) dos seguintes sintomas:
- Palpitações, coração acelerado, taquicardia;
- Sudorese;
- Tremores ou abalos;
- Sensações de falta de ar ou sufocamento;
- Sensações de asfixia;
- Dor ou desconforto torácico;
- Náusea ou desconforto abdominal;
- Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
- Calafrios ou ondas de calor;
- Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento);
- Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo);
- Medo de perder o controle ou “enlouquecer”;
- Medo de morrer.
Alguns pontos específicos de cada pessoa podem estar relacionados com o problema, como: tinido, dor na nuca, cefaléia, bem como gritos ou choro incontrolável. Tais sintomas não contam como um dos 4 sintomas exigidos.
Como diferenciar um ataque de pânico de um ataque cardíaco?
Embora compartilhem várias semelhanças, as duas condições resultam de processos bastante diferentes.
Nesse sentido, os ataques de pânico surgem quando os hormônios do estresse disparam a resposta de “lutar ou fugir” do corpo. Então, normalmente, a pessoa percebe o coração batendo mais rápido, dor no peito e falta de ar.
Em contrapartida, no caso de um ataque cardíaco, o bloqueio de uma artéria coronária pode resultar nas mesmas sensações. Assim, a dor no peito, o taquicardia e a falta de ar podem surgir por ter pouco sangue circulando no corpo.
Uma das principais distinções entre os dois é que um ataque cardíaco geralmente se desenvolve durante o esforço físico, enquanto um ataque de pânico pode ocorrer em repouso.
É mais provável que um ataque cardíaco apareça quando você está “usando” muito o seu coração. Por exemplo, quando você está correndo, ou fazendo algum outro exercício que possa cansar. Vale ficar de olho ainda mais caso você não tenha costume de fazer atividades físicas.
Além disso, outra grande diferença é a duração. Ataques de pânico tendem a diminuir aos poucos e se resolver por conta própria em poucos minutos – cerca de 10 a 20. Enquanto um ataque cardíaco costuma se manter e pode até piorar com o tempo!
Abaixo listamos sintomas característicos de cada condição, para que a diferenciação seja mais fácil:
Sinais de ataque cardíaco:
- Dor e a pressão no peito;
- Início “do nada” durante ou após a atividade física (ou seja, subir escadas ou remover neve);
- Dor que irradia para o braço e/ou mandíbula;
- Dor e sintomas que pioram com o tempo;
- Falta de ar;
- Desmaio;
- Suor;
- Náusea e vômito;
Sinais de ataque de pânico:
- Frequência cardíaca alta;
- Início súbito, ou início durante estresse ou ansiedade muito alta;
- Dor que melhora com o tempo;
- Sintomas que terminam em 20 a 30 minutos;
- Falta de ar;
- Suor;
- Formigamento ou dormência nas mãos.
Como ajudar alguém que está tendo um ataque de pânico?
Uma pessoa que está tendo um ataque de pânico pode ter dificuldade em controlar suas emoções e seus pensamentos. Dessa forma, para ajudar, você pode:
- Ficar com a pessoa e tentar mantê-la calma;
- Oferecer um remédio se a pessoa costuma usar algum durante um ataque;
- Perguntar à pessoa o que ela precisa, e o que fazer para ajudá-la;
- Falar com a pessoa de maneira calma, com frases simples e curtas;
- Ajudá-la a acalmar sua respiração respirando com ela ou contando bem devagar até 10;
- Dessa forma você reduz o estresse da situação, evita que a crise piore e ajuda a pessoa a reencontrar seu autocontrole.
Quais as causas da Síndrome do Pânico?
Em primeiro lugar, durante uma crise de pânico, o sistema de “alerta”, que é natural do humano, começa a funcionar sem que haja algum sinal de perigo claro e real. Esse sistema é feito de várias partes diferentes que te ajudam a reagir bem e rápido caso esteja em perigo de verdade.
Nosso cérebro produz algumas substâncias, que os neurônios usam pra se comunicar. Assim, tais comunicações carregam mensagens que levam a respostas físicas e mentais no nosso organismo, como: fome, sono, prazer e tristeza.
Além disso, uma pessoa com Síndrome do Pânico apresenta um desequilíbrio na produção desses neurotransmissores! E isso faz com que algumas partes do cérebro transmitam informações e comandos incorretos ou inadequados, como em uma crise de pânico.
Ou seja, uma informação incorreta é transmitida alertando e preparando o organismo para uma ameaça que não existe realmente.
É como um despertador que passa a tocar em horas inapropriadas. Na maioria das vezes, essa resposta errada do organismo é desencadeada por um trauma. Ou seja, um evento no qual a pessoa se sentiu altamente ameaçada, que faz com que ela carregue ao longo da vida o medo de aquilo acontecer de novo.
Por isso a Síndrome do Pânico também pode aparecer em pacientes que apresentam alto nível de ansiedade – que é uma resposta do sistema de “alerta” do nosso organismo.
Fatores de risco
1. Temperamentais
Pessoas que têm propensão a experimentar emoções negativas em grande intensidade (neuroticismo) e aquelas que são mais sensíveis à ansiedade estão no grupo de risco para ataques de pânico.
2. Ambientais
Experiências infantis de abuso sexual e físico são mais comuns no transtorno de pânico do que em alguns outros transtornos de ansiedade, bem como experiências de abandono e negligência emocional.
Fumar também é um fator de risco para ataques de pânico e para o transtorno. Além disso, grande parte dos indivíduos relata períodos de grande estresse nos meses anteriores ao seu primeiro ataque de pânico.
3. Genéticos e fisiológicos
Acredita-se que múltiplos genes representam vulnerabilidade ao transtorno de pânico. No entanto, os genes exatos ainda são desconhecidos. Os modelos atuais dos sistemas neurais para o transtorno de pânico enfatizam o papel da amígdala e estruturas relacionadas, assim como em outros transtornos de ansiedade.
As características da ansiedade que afetam os sistemas neurais, como a alta atividade da amígdala, estão muito presentes na Síndrome do Pânico. Portanto, pessoas com altos níveis de ansiedade necessitam maior atenção.
Existe alto risco para transtorno de pânico em filhos de pais com transtornos de ansiedade, depressivo e bipolar. Além disso, distúrbios respiratórios, como asma, também estão associados ao transtorno de pânico.
Diagnóstico
Para um diagnóstico confiável, os critérios usados devem ser os do DSM-V, a 5ª versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, e ele deve ser feito por um profissional adequado.
Casos isolados de crises de pânico ou medo intenso frente a uma ameaça real, não são características suficientes para um diagnóstico. As crises de pânico precisam ser recorrentes, e também modificar comportamento do indivíduo. Ou seja, afetar negativamente, de forma prática, a sua vida.
Certas doenças físicas de alta gravidade causam alguns dos sintomas característicos da Síndrome do Pânico. Por isso, é necessário que o médico elimine a possibilidade destas outras doenças para que o diagnóstico seja confiável.
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Tratamentos para Síndrome do Pânico
Durante uma crise, técnicas de relaxamento e de respiração podem ser úteis para o alívio dos sintomas:
Para fazer respiração diafragmática basta que você se sente num lugar confortável e respire no ritmo 4-2-6. E respirar nesse ritmo significa que você:
- Inspira o ar, contando até quatro;
- Segura o ar dentro de você, contando até dois;
- Solta o ar pela boca, contando até seis, bem devagar.
Conforme você repete esse ciclo várias vezes, o seu corpo vai, naturalmente, se acalmar. Tente respirar no ritmo dessa animação:
Porém, o tratamento a longo prazo para a Síndrome do Pânico requer associação entre medicamentos e terapia, na maioria das vezes!
Medicamentos
Antidepressivos, como os Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina (IRSS) e os Inibidores da Monoamina Oxidase, são amplamente usados para o tratamento desta síndrome. Porque quando tomados regularmente, ajudam o corpo a desenvolver uma resistência ao aparecimentos dos sintomas, já que seus mecanismos possuem um efeito “anti-pânico”.
Outro tipo de medicamento psicoativo muito utilizado constitui a classe dos ansiolíticos. que podem servir de grande auxílio durante um ataque de pânico. Mas esses não são usados para um tratamento regular, a não ser que as crises ocorram com muita frequência.
Terapia
Uma alternativa terapêutica com bons resultados de curto a longo prazo é a Terapia Comportamental e a Terapia Cognitivo Comportamental, tanto para este, quanto para outros transtornos de ansiedade.
Prognóstico da Síndrome do Pânico
A combinação de tratamento medicamentoso e terapia costuma trazer ótimos resultados, mostrando avanços notáveis já nas primeiras semanas de tratamento.
Dependendo do caso, a busca pela combinação correta de medicamentos pode levar algum tempo. Mas já no início do tratamento, a frequências dos ataques de pânico diminuem consideravelmente. Ainda assim, recaídas são possíveis e podem ser tratadas com a mesma eficácia.
Além disso, pacientes com Síndrome do Pânico podem necessitar de tratamento para outros problemas psicológicos, como a depressão, o alcoolismo e o uso de outras drogas.
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