Síndrome de Estocolmo: origem, sintomas e como tratar!
Equipe Eurekka
Diante de um assalto, sequestro ou agressão, o mais comum é que a vítima fique abalada e passe a condenar o agressor e desejar que ele seja punido de acordo com a lei. Mas nem sempre é assim! Há casos em que a vítima desenvolve um sentimento de afeição pelo agressor. E a isso damos o nome de Síndrome de Estocolmo.
É estranho pensar que alguém possa se comportar assim em uma situação tão perigosa. Pois bem, acontece que a síndrome de Estocolmo não é um ato voluntário, mas sim inconsciente. Por isso, mesmo que a síndrome de Estocolmo não seja um diagnóstico científico e oficial, médicos e psicólogos estudam os seus episódios para a compreender melhor.
Diferente do que muita gente acha, a síndrome de Estocolmo não está ligada só a sequestros e reféns. Também pode acontecer em relacionamentos abusivos. Por exemplo, quando a vítima passa a concordar com a agressão e a justificar as suas ações negativas.
Hoje você vai entender o que é essa condição, como ela se desenvolve e quais são os melhores tratamentos. Além disso, até o final desse texto, você vai descobrir se pode estar sofrendo com a Síndrome de Estocolmo!
Boa leitura!
Índice
O que é Síndrome de Estocolmo?
A síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular em que uma pessoa, ao passar por um tempo longo de intimidação ou agressão, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade pelo seu agressor.
Origem do nome
Em 23 de agosto de 1973, em um famoso assalto a um banco, um homem invadiu o “Sveriges Kreditbank of Stockholm”, em Estocolmo, Suécia. Após a chegada da polícia e muitas trocas de tiros, quatro funcionários foram feitos reféns por seis dias pelo homem, Jan-Erik “Janne” Olsson, e por Clark Olofsson, um dos criminosos mais famosos do país.
Nas conversas telefônicas mantidas durante o cativeiro com o primeiro ministro sueco, Olof Palme, a porta voz dos reféns, Kristin Enmark, disse inclusive que confiava muito em Jan-Erik Olsson. Ainda, sugeriu que os sequestradores saíssem e levassem dois dos reféns.
Ao contrário do que se poderia imaginar, quando os policiais iniciaram suas estratégias para libertar os reféns, eles recusaram ajuda. Inclusive, usaram seus próprios corpos como escudos para proteger os criminosos e, ainda, culparam os policiais pelo ocorrido.
Um dos reféns foi ainda mais longe: após sua libertação, criou um fundo para os raptores, com o intuito de os ajudar nas despesas judiciais que teriam depois do assalto.
Em quais situações a síndrome de Estocolmo é desencadeada?
Durante um assalto, um sequestro ou outra longa situação de intimidação, o refém, numa situação extrema de estresse, pode criar uma relação afetiva com o agressor. A síndrome é resultado de uma situação de desamparo, perigo e submissão extrema.
Nesse cenário de estresse físico e mental, a vítima sente a necessidade de preservar a própria vida. Isso pois ela sabe que está em uma situação difícil e que corre riscos! Assim, ela se dá conta de que apenas ao aceitar as regras impostas pelo agressor é que irá sair da situação.
E, abaixo, vamos citar alguns exemplos em que podem acontecer a síndrome de Estocolmo.
1. Sequestro
A Síndrome de Estocolmo é mais comum em sequestros. E, na maioria das vezes, isso acontece pois o tempo de exposição da vítima ao agressor é maior! A vítima passa a criar laços com o sequestrador, de forma inconsciente, para se proteger. Assim, age como se estivesse concordando com o agressor e até achando piedoso quando o criminoso não lhe agride.
Um dos sintomas é a vítima criar empatia com o agressor, demonstrando que “entende” os sentimentos dele. A principio, esse é um mecanismo de defesa para não sofrer mais! Nesse sentido, ela tende a, até mesmo, valorizar e reforçar os “atos de gentileza” do sequestrador.
Um exemplo disso pode ser: a vítima passa 4 dias sendo violentada, mas, no quinto dia, não ocorre a violência. E então, a vítima agradece ao agressor por não ter cometido o ato!
No caso de Estocolmo, na Suécia, algumas declarações dos reféns chamaram muito atenção. Confira:
“Sei que pode soar um pouco estranho, mas não queríamos que a polícia os machucasse, já que tudo tinha acabado” (Lundblad – refém).
Essa explicação foi dada no sexto dia de confinamento, quando a polícia de Estocolmo jogou gás lacrimogênio e os reféns se negaram a sair antes dos sequestradores.
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2. Reféns
Como falamos, na Síndrome de Estocolmo, o refém forma uma relação amigável com o agressor para se proteger, como uma estratégia de sobrevivência. Além disso, passa a valorizar os momentos de gentileza do agressor e, com o tempo, aceitar que aquilo é normal.
Os estudos apontam que a vítima age sem pensar, já que todas as pessoas têm o instinto de proteção. E este instinto vale para qualquer situação de perigo!
No entanto, ao contrário do que se imagina, o estresse extremo provocado por situações de confinamento envolvendo reféns não está relacionado apenas a sequestros. Outras pessoas que podem desenvolver a Síndrome de Estocolmo são:
- Escravos e seus senhores;
- Sobreviventes de campos de concentração;
- Aqueles submetidos a cárcere privado;
- Pessoas que participam de relacionamentos amorosos destrutivos;
- Pessoas com relações de trabalho extremas, com assédio moral;
- Vítimas de abusos.
São características comuns em todos esses casos: relações de poder com ameaças de morte ou danos físicos e/ou psicológicos e um tempo longo de intimidação ou agressão.
A síndrome de Estocolmo em relacionamentos abusivos
Relacionamentos abusivos têm sido alvos frequentes de discussões!
Do ponto de vista da justiça, pesquisas indicam que muitas mulheres suportam a situação de agressão por não quererem brigar com os seus parceiros. Inclusive, relatos de policiais apontam que mulheres procuram a justiça para apenas dar “um susto” no parceiro.
A vítima cria uma relação de paixão para preservar sua vida e, dessa forma, acaba justificando os atos cruéis do parceiro. Assim, a vítima, de forma inconsciente, acredita estar controlando a situação.
Em relacionamentos abusivos, a mente cria mecanismos para se defender da situação. Nesses casos, essa defesa consiste em acreditar que, mesmo com tudo de ruim que acontece, o agressor ainda está tentando proporcionar-lhe algo bom. Por isso, a vítima encara algumas atitudes do agressor como benéficas, como alguma gentileza, carinho ou empatia.
A vítima que apresenta a síndrome de Estocolmo não sente raiva pelo agressor. Mas pelo contrário: mesmo que passe por situações de violência, encontra nos atos do opressor algo para se sentir em uma condição especial. Ela passa a enxergar as situações através da perspectiva do agressor.
A vítima perde uma parcela da sua personalidade e passa a aderir à personalidade do sujeito. Por isso, é comum nos depararmos com vítimas de violência doméstica que ficam contra pessoas que oferecem ajuda.
E, se de alguma forma, você se identifica com essa situação, é preciso procurar ajuda. Sabemos que o apego que você sente por essa pessoa pode ser tão grande que você nem imagine sua vida sem ela.
Mas, se você quer dar pequenos passos para entender melhor a situação e como você se sente sobre tudo isso, nós podemos ajudar. A Eurekka tem psicólogos experientes e humanizados para ajudar você a pensar sobre o assunto.
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Quais os impactos da síndrome de Estocolmo?
Apesar de a síndrome de Estocolmo não constar no DSM V (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais) há inúmeras histórias que condizem com os sintomas deste comportamento.
Assim, no momento em que os sintomas ficam mais claros, profissionais da saúde mental podem definir melhor a síndrome e traçar estratégias de tratamento. Hoje, muitos casos podem estar camuflados e muitas pessoas podem estar sofrendo por não saber como agir.
Quanto aos casos de sequestro, as investigações são afetadas, pois, segundo os policiais, vítimas com síndrome de Estocolmo se negam a dar depoimento e sonegam informações importantes.
Síndrome de Estocolmo e violência doméstica
Não é diferente com os casos de violência doméstica. Nos episódios de relacionamentos abusivos, os maiores impactos da síndrome de Estocolmo são na qualidade de vida do indivíduo, já que a sua rotina fica presa às regras e agressões do parceiro.
Se o indivíduo que sofre de síndrome de Estocolmo tem filhos, a situação fica ainda pior, pois as agressões e intimidações se estendem a toda a família. Além disso, como a pessoa intimidada não consegue tomar nenhuma atitude, todos os membros da família sofrem.
Policiais que trabalham em delegacias da mulher, por exemplo, falam que as investigações e medidas protetivas são afetadas, pois as mulheres machucadas desistem das denúncias e quase sempre acreditam que o companheiro não a agrediu por mal e que a situação vai mudar.
Como é feito o tratamento da síndrome de Estocolmo?
Como ainda não há muita clareza sobre a origem e sobre os comportamentos da síndrome de Estocolmo, as estratégias de tratamento também são deficientes. O mais importante é esclarecer o diagnóstico para facilitar o tratamento.
Assim, o que se sabe até o momento é que é vital que a família participe e leve o indivíduo com sintomas de Estocolmo a procurar ajuda psicológica. Pois, apenas um profissional da saúde mental sabe técnicas efetivas para ajudar e como abordar o assunto da melhor forma.
Por isso, o melhor tratamento para a síndrome de Estocolmo é a terapia.
Tratamento para a Síndrome de Estocolmo com a Eurekka
A psicoterapia é uma grande aliada nos casos da síndrome de Estocolmo, já que o psicólogo consegue identificar, após algumas sessões, as origens do comportamento. O psicoterapeuta também utiliza técnicas para fazer com que o paciente compreenda melhor suas motivações e mude esse comportamento.
E se você se identifica com esses sintomas, ou conhece alguém nessa situação, por que não procurar a melhor ajuda? A Eurekka é a maior clínica de psicoterapia online do Brasil e tem experiência ajudar.
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