A saúde mental dos professores: como preservá-la

Equipe Eurekka

Ser professor é exercer uma das profissões mais transformadoras, afinal, são eles quem trazem o conhecimento a todas as pessoas. No entanto, mesmo que sua importância seja reconhecida, os professores ainda passam por vários desafios em sua caminhada. Por isso, a saúde mental dos professores está cada vez mais prejudicada.

Essa problemática já vem de longa data. No entanto, após a pandemia do Covid-19 a situação piorou para os educadores, e os problemas se tornaram mais nítidos e intensos. Por isso, no texto de hoje, vamos falar um pouco dessas consequências e como amenizá-las.

Acompanhe!

Por que o ambiente escolar provoca problemas na saúde mental dos professores?

Antes da pandemia de Covid-19, o número de professores afastados por causa da saúde mental já era grande: 66% desses profissionais relataram afastamento da sala de aula por questões de saúde. Entre elas:

Cerca de 63% dos professores que deram entrevista disseram que o estresse e a dor de cabeça foram a causa da licença saúde. Além disso, 28% dos professores da pesquisa afirmam sofrer ou ter sofrido de depressão. Diante disso, a gente conclui que a saúde mental dos professores merece mais cuidado e que os gestores públicos e privados devem ficar de olho ao impacto que essas doenças têm no trabalho de sala de aula.

Respondendo à pergunta “Por que o ambiente escolar causa problemas na saúde mental dos professores?”, o primeiro motivo é a sobrecarga de trabalho. Vamos explicar um pouquinho para quem não é da área.

saude mental de professor prejudicada pelo trabalho fora de hora

Sobrecarga de trabalho

Todos os materiais e conteúdos usados em sala de aula são preparados fora dela, como, por exemplo, provas, jogos, exercícios, correções, seleção de textos, filmes e outros.

Ou seja, o professor precisa chegar pronto na sala. Portanto, os professores preparam todo este material em casa. Se um professor tem 20 horas semanais, é comum que ele use no mínimo mais 10 horas em casa para planejamento. 

Falta de estrutura

A segunda explicação para as doenças emocionais dos professores é a falta de estrutura e apoio. No caso da estrutura, há muitas escolas sem o mínimo de tecnologia para atrair o aluno: escolas sem biblioteca e quadras esportivas adequadas.

Quanto ao apoio, a gente pode citar as exigências das famílias, a preparação para o mercado de trabalho e para o ENEM, os casos de inclusão e a violência escolar. Essas demandas requerem a ajuda das equipes de coordenação e direção. Quando isso não ocorre, o professor tem que lidar com todas essas questões sozinho.

Por fim, a gente faz a soma da sobrecarga de trabalho com a falta de estrutura e de apoio. O resultado é uma bomba que se chama ansiedade, depressão, estresse.

Principais doenças mentais dos professores

Vamos, então, conhecer um pouquinho das principais doenças mentais sofridas pelo profissional da educação, em especial, pelos professores.

Burnout

Esta é a síndrome do esgotamento profissional. Ela se caracteriza pelo estresse crônico que ocorre no ambiente de trabalho. Na prática, a síndrome de burnout se mostra, no início, como uma exaustão mental; depois, ocorre o que chamamos de despersonalização e, por último, baixo sentimento de realização. 

Vamos explicar melhor pra você. A exaustão mental é quando a pessoa perde a concentração, e pode vir com mais sintomas:

  • tem insônia,
  • sente dores físicas,
  • pode sinalizar uma gastrite nervosa e, até mesmo,
  • baixar a imunidade.

A despersonalização ocorre quando o profissional se mostra insensível no trabalho. Então, começa a tratar mal colegas e clientes. Por fim, o baixo sentimento de realização é a frustração com o rendimento no trabalho, o que traz também a desmotivação.

Você pode descobrir se há sinais claros desse problema em seu dia a dia fazendo o teste abaixo:

Estresse agudo

Este transtorno ocorre após um evento muito traumático. Como, por exemplo, a perda de uma pessoa querida ou um acidente. No caso dos professores, pode ocorrer pelo acúmulo de situações estressantes, como excesso de trabalho, violência no ambiente escolar e ambiente tóxico.

Nesse sentido, gestores, coordenadores e famílias devem se unir para apoiar os professores em grandes eventos escolares. Assim, podemos tornar o ambiente saudável e evitar qualquer tipo de fofoca e julgamentos.

Esgotamento físico e mental

O esgotamento mental leva ao esgotamento físico, pois surgem dores de cabeça ou no corpo em geral. Alguns têm problemas estomacais, rouquidão e desenvolvem hipertensão. Dormem mal e por isso surgem doenças cardiovasculares, por exemplo.

Por isso, gestores e coordenadores devem observar os professores, a fim de criar momentos de relaxamento, de confraternização, de readaptação e distribuição das tarefas.

Entenda melhor sobre dores no corpo e suas causas emocionais aqui.

saúde mental de professor prejudicada pelo sono

Problemas relacionados ao sono

É muito comum professores trabalharem três turnos, corrigirem avaliações de madrugada, ficarem até tarde planejando suas aulas ou dormindo preocupados com o excesso de trabalho.

São muitos os relatos que comprovam essa rotina desregulada que priva o sono entre esses profissionais. A higiene do sono passa longe!

Pessoas que dormem mal desenvolvem ansiedade, depressão, dores musculares, doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo. Além disso, é comum que essas pessoas se automediquem com remédios para dormir, o que não é recomendado.

Ansiedade

A ansiedade é uma emoção normal e ocorre com todas as pessoas. No entanto, quando ela passa a atrapalhar a sua vida, com sintomas que ficam presentes por muito tempo, significa que você precisa investigar e procurar ajuda. Entre os sintomas da ansiedade tóxica, é comum:

  • medo excessivo,
  • falta de apetite,
  • insônia, e
  • falta de ar

Professores relatam que perderam a vontade de ir para o trabalho e também o estímulo de ensinar. Passaram por momentos de pânico em sala de aula, com falta de ar e episódios de choro. As pesquisas também mostram que muitos profissionais tentam mascarar esses sintomas, como se fosse algo que passa com a chegada das férias.

Mas essa não é a realidade e camuflar a ansiedade pode fazer com que esta situação evolua para uma depressão.

A saúde mental dos professores na pandemia

Pesquisa divulgada pelo jornal Estadão, em agosto de 2021, revela que 72% dos professores tiveram a saúde mental agravada na pandemia. Dificuldades com as ferramentas digitais, sobrecarga de trabalho e falta de estrutura educacional foram os pontos que a pesquisa ressaltou.

Milhares de alunos ficaram em casa durante a pandemia assistindo às aulas pelas plataformas disponíveis e pelo whatsapp. No entanto, isso só foi possível pois professores de todas as redes, pública e privada, se “viraram nos 30” preparando material específico para este tipo de aula. Como, por exemplo, fotografar páginas de apostilas para enviar aos alunos e gravar vídeos.

O atendimento online ao aluno exigiu que o professor trabalhasse mais horas do que o normal. E isso, por sua vez, acarretou uma série de doenças. Afinal, o estresse, o medo do incerto, a preocupação com a aprendizagem dos alunos e o distanciamento podem, sim, causar doenças ligadas ao DASS (depressão, ansiedade e estresse).

Como os gestores de escolas podem preservar a saúde mental dos seus professores?

A escola é uma empresa como outra qualquer. Portanto, a liderança deve trabalhar para que o ambiente seja saudável. No caso da escola, pode-se trabalhar uma boa relação entre professor e aluno, pois a interação é direta. O professor precisa estar disposto, engajado e ter paciência, além de acreditar na aprendizagem dos seus alunos.

Contudo, isso não se dá num passe de mágica e nem de forma individual. Leva tempo, precisa de investimentos e o trabalho em equipe é vital. Se as coisas funcionarem assim, o professor se sentirá acolhido, disposto a fazer outros projetos e não precisará levar mais trabalho pra casa.

Outras maneiras de cuidar da saúde do professor é criando espaços de diálogo, para que ele expresse o que pensa e dê ideias de como melhorar o ambiente de trabalho. Gestores também podem oferecer momentos de descanso, incentivar o mindfulness, o esporte, os grupos de dança, coral e colocar criar uma rotina saudável com a ginástica laboral.

É vital também chamar as famílias para que conheçam o trabalho do professor e entendam como as engrenagens funcionam. Assim, se forma um ciclo saudável, em que todos entendem a função de cada um.

eurekka para empresas

Eurekka: saúde mental na sua empresa

A Eurekka sabe o quão prejudicial é realizar esforços desmedidos no trabalho, como fazer horários extras sem planejamento, deixar de comer direito, perder noites de sono por conta de um projeto estressante, e por aí vai.

Por isso, aqui a gente acredita que um ambiente empresarial saudável traz muito mais produtividade. Afinal, há uma grande relação entre saúde mental e produtividade.

Assim, queremos ajudar gestores, coordenadores e professores a construir esse ambiente saudável. Temos uma equipe de psicólogos engajada, pronta para orientar você. Afinal, se você tem professores satisfeitos, alunos e famílias serão muito gratos pelo trabalho desenvolvido na sua escola. Clique aqui e saiba mais sobre nosso programa Para Empresas.

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