A saúde mental ruim de líderes religiosos e o que fazer a respeito

Equipe Eurekka

Apesar de já ser comprovado que estar em uma religião com a qual você concorda pode trazer diversos benefícios, a saúde mental de líderes religiosos é um ponto que tem chamado atenção de estudiosos e até mesmo dos próprios fieis.

Por diversos motivos, os quais iremos retratar neste texto, tais líderes têm sofrido com quadros graves de ansiedade, depressão, burnout e outros graves transtornos. 

Então, se você está nessa situação, continue até o final para entender as causas e como solucionar esse problema de forma prática de acordo com especialistas no assunto.

Fatores que podem afetar a saúde mental de líderes religiosos

Independente de qual seja a religião, os líderes são responsáveis por cuidar dos fieis, do ambiente e das ações relacionadas ao credo, o que pode acabar gerando grande sobrecarga mental.

Afinal, além de suas próprias questões pessoais, ainda há a responsabilidade para com inúmeras outras pessoas que esperam apoio e posicionamento constantes. 

Confira abaixo então 3 fatores relacionados a essa realidade que podem acabar afetando a saúde mental de líderes religiosos. 

O estigma de ser alguém que suporta tudo

Por ser uma figura de acolhimento e sabedoria, as pessoas podem acabar esquecendo que os líderes também têm sentimentos, emoções e dificuldades, como qualquer pessoa. 

Assim, cria-se uma visão falsa de um super-heroi, que não precisa de apoio e nem de tempo para si mesmo, pois é feito para se doar ao outro.

Dessa forma, o líder acaba se negligenciando e suprimindo suas questões, causando problemas emocionais. 

Sentimento de solidão

E justamente por essa impressão errada que as pessoas têm dos líderes, de serem pessoais perfeitas e inalcançáveis, eles acabam caindo na solidão, uma vez que dificilmente alguém se dispõe a ouvi-los e a ser um ombro amigo.

E, na maioria das vezes, isso não acontece porque os liderados são maus ou algo do tipo, mas simplesmente porque não conseguem enxergar os líderes como pessoas acessíveis e humanas, que precisam de companhia e ajuda como qualquer outra. 

Demandas constantes

Assim como em outros tipos de trabalho, líderes religiosos sofrem as consequências do serviço excessivo, o que pode causar burnout e distúrbios de ansiedade.

Mas, por ser um cargo relacionado à devoção e a fé, muitas vezes os líderes têm dificuldade em colocar limites, exigindo de si mesmos além do saudável e ignorando os sintomas de transtornos relacionados ao cansaço extremo. 

Inclusive, de acordo com um estudo realizado pelo Francis Schaeffer Institute of Church Leadership Development 90% dos líderes entrevistados se sentem fatigados e exaustos ao final de cada semana.

Saiba mais: estafa mental — quando o cansaço da mente atinge o extremo

A importância de unir saúde mental com a religião 

Além dos valores e fé, que são benéficos e de extrema importância, também deve-se criar a cultura da saúde mental na religião, e em todas as esferas da sociedade.

Líderes doentes prejudicam a si mesmos, às suas famílias e ao liderados, ou seja, extrapolar os limites sem pensar na saúde traz apenas resultados negativos.

Por isso, não se deve de modo algum romantizar a doação extrema, mas sim começar a implementar ações que conscientizem a todos sobre os perigos dos excessos, principalmente na religião.

Ações para cuidar melhor da saúde mental de líderes religiosos

Pensando nisso, aqui vão dicas de psicólogos especialistas que ajudarão os líderes a melhorarem a saúde mental e terem uma vida mais tranquila. Confira! 

Estabelecer um tempo de descanso

Por mais que tenha muitas pessoas para atender e muitas ações para realizar, é essencial que o líder religioso estabeleça um tempo específico de descanso.

Por exemplo, às sextas e sábados não acontecerão atendimentos e nem planejamentos. Será um tempo dedicado à família e a si mesmo.

E sem culpa, viu? Esse tempo fixo de descanso só trará benefícios para o líder, para as pessoas próximas e para a comunidade envolvida. 

Distribuir tarefas para pessoas confiáveis

Ninguém consegue abraçar o mundo sozinho, certo? Por isso, uma ideia muito valiosa é nomear pessoas para tomarem conta de tarefas que podem ser “terceirizadas”. 

Isso irá evitar o cansaço extremo e a necessidade de estar sempre planejando e pensando em diferentes coisas ao mesmo tempo.

Procurar ajuda de profissionais da saúde mental

Diferente do que muitos pensam, a religião e a psicologia não são inimigas. O psicólogo é o profissional da saúde mental que irá ajudar o paciente com base nas crenças e estilo de vida deste último, ou seja, é um tratamento respeitoso e profissional.

Entendendo o contexto de vida do paciente, o psicólogo irá ajudá-lo a lidar com emoções difíceis, pensamentos disfuncionais, rotina bagunçada e cansaço excessivo. O ensinando, assim, ações práticas para tornar a vida mais leva e menos propensa a transtornos.

Além disso, ter alguém que não seja da comunidade para ouvir os desabafos e pensamentos pode aliviar muito a tensão, o cansaço e a sobrecarga mental.

Saiba mais: religião e psicoterapia

Criar uma rotina antidepressiva 

Além do descanso e terapia, é muito importante que o líder tenha toda uma rotina antidepressiva. Como exercícios físicos, alimentação saudável e sono de qualidade, que são verdadeiros antidepressivos naturais. 

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