O que é sarampo? Sintomas, transmissão e vacina

Ana Caroline de França

Dependendo da sua idade, você pode não conhecer alguém que já tenha tido uma doença chamada sarampo. E se a gente te contar que essa é uma das doenças mais contagiosas do mundo?

Ainda hoje, muita gente (principalmente crianças) morre por complicações do sarampo. Por isso, é importante saber sobre essa doença, seus sintomas e o que fazer para evitá-la. Essas e outras informações você encontra nesse texto!

O que é o sarampo?

virus do sarampo

O sarampo é uma doença transmitida por um vírus, que afeta principalmente as vias aéreas. Apesar de ser mais incomum hoje em dia do que antigamente, quando havia muitos internados por causa de suas complicações, ela voltou a acontecer em várias partes do mundo.

No Brasil, o vírus retornou através de uma jovem surfista que se infectou no exterior. Ao voltar, ela teve contato com pessoas não vacinadas e acabou espalhando a doença: como veremos mais pra frente, a transmissão acontece com facilidade e muita rapidez.

Mas, afinal, desde quando existem pessoas contaminadas pelo sarampo? A seguir, você vai saber quando essa doença tão antiga foi documentada pela primeira vez. 

História: Quando o sarampo foi descoberto?

A primeira descrição do sarampo se fez por um médico árabe chamado Ibn Rhazi, por volta dos anos 900. Contudo, recentemente, alguns estudiosos encontraram o material genético do vírus em pulmões mais antigos ainda. Isso sugere que o sarampo já existia em centros urbanos por volta do século 4 a.C.

No entanto, a primeira vez que vimos o vírus de verdade aconteceu bem mais tarde, em 1954. A vacina só chegou nos anos 60, mas mudou pra sempre a forma de lidar com o sarampo! Você vai entender mais detalhes dessa transformação nos próximos tópicos do texto, mas antes, precisa saber quais os sintomas de alguém com sarampo. 

Sintomas

febre no sarampo

Você talvez já tenha ouvido falar que o principal sintoma do sarampo são as manchas vermelhas no corpo e rosto da pessoa doente. Mas existem outros sintomas importantes que ajudam a identificar a doença. São eles: febre, tosse, conjuntivite e infecção dos ouvidos.

Em crianças, os sintomas mais graves podem incluir pneumonia e convulsões. Em gestantes, as complicações podem resultar em um baixo peso do bebê, parto prematuro ou até aborto

Como você pode ver, o sarampo pode não ser uma doença tão simples como se costuma pensar. 

Aqui no Brasil, esse mito surgiu nos anos 80. Naquela época, muitas mães acreditavam que deveriam colocar os filhos pequenos em contato com crianças doentes. Elas acreditavam que quanto mais cedo as crianças fossem infectadas, mais leve seria a forma do sarampo. Porém, muitas pessoas acabavam sendo internadas com complicações.

Além disso, o sarampo costuma ser menos grave em crianças e adolescentes somente após uma certa idade. Você vai entender melhor como funciona essa transmissão no próximo tópico.

Transmissão do vírus: como pegar sarampo?

A transmissão do vírus do sarampo acontece através de secreções. Isso quer dizer que você muito provavelmente será contaminado se beijar alguém doente, dividir ambiente fechado com essa pessoa ou até mesmo se estiver no mesmo cômodo que ela. 

Por volta dos 6 meses de idade, a criança praticamente termina de desenvolver seu sistema imunológico inicial, que é quem luta contra inimigos externos causadores de doenças. Antes disso, ela ainda é bastante frágil: é daí que vem o perigo de expor bebês ao contágio. 

Vale lembrar que esse desenvolvimento da imunidade depende de muitos fatores internos e externos também. Cada criança tem seu tempo de desenvolvimento, e fica difícil prever se uma infecção por sarampo vai ou não atingir sua forma grave só com base na idade.

A esta altura, você deve estar se perguntando por quanto tempo a pessoa com sarampo é capaz de transmiti-lo, certo? É isso que vamos responder no próximo tópico.

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Quanto tempo dura a doença?

O tempo de incubação do vírus do sarampo vai de 10 a 18 dias. Ou seja, durante esse tempo o vírus fica quietinho no organismo de quem foi contaminado, pronto para desencadear os sintomas só depois desse período.

Durante a fase mais ativa da doença, que é quando a pessoa tem febre, mal-estar e apresenta as manchas, a transmissão fica mais potente, durante aproximadamente 4 dias. Após esse período, ela costuma diminuir. 

Mas afinal, quão grave pode ser um episódio de sarampo? É possível alguém morrer por isso? Descubra essas respostas abaixo.

Sarampo pode matar?

sarampo pode matar

O sarampo não só pode matar como ainda é a principal causa de morte em crianças em algumas regiões da África e da Ásia. Aqui no Brasil, recentemente, também houve casos de morte, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país.

Como vamos discutir melhor daqui a pouco, a forma mais eficiente de prevenção do sarampo é a vacinação. Porém, com o crescimento de movimentos ideológicos contra vacinas, o vírus encontrou novamente um terreno fértil para sua propagação. Dessa forma, as complicações do sarampo voltaram a acontecer e muitas pessoas morreram por causa disso. 

Sarampo pode deixar sequelas?

Algumas das complicações mais importantes do sarampo envolvem doenças neurológicas, infecções respiratórias e infecções de ouvido. Essas complicações podem causar sequelas como surdez, cegueira, atraso no crescimento e redução da capacidade mental.

Com isso, é importante conhecer os fatores de risco da transmissão do sarampo. Sabendo desses fatores, você consegue evitar ainda mais a transmissão e informar as pessoas perto de você.

Fatores de risco

sintomas do sarampo

Como dissemos antes, a transmissão do vírus causador do sarampo acontece por secreções. Essas secreções são espalhadas por espirros, beijos ou até pela respiração, principalmente quando muitas pessoas estão em um ambiente fechado.

Lugares muito cheios, aglomerações e principalmente a ausência de vacinas são fatores de risco para a transmissão do sarampo. É importante não somente que o governo disponibilize a vacinação contra a doença, mas que a população se disponha a receber as doses corretamente.

Tratamento da doença

Não existe tratamento para se livrar de uma infecção de sarampo, mas sim para os sintomas. Normalmente, se receita medicamentos para o controle da febre e xaropes para o alívio da tosse

A melhor medida de tratamento contra o sarampo, no entanto, é a prevenção. Esse cuidado é tomado através da vacinação. A seguir, você encontra mais informações sobre a vacina contra o sarampo.

Vacina contra o sarampo

Atualmente, existem duas vacinas diferentes que oferecem proteção contra o sarampo. A primeira é a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A segunda é a vacina tetravalente, que protege contra todas essas doenças além da catapora.

Essas duas vacinas se faz com base na tecnologia do vírus atenuado. Isto é, o corpo é apresentado ao agente causador da doença, mas esse causador está enfraquecido e incapaz de causar a manifestação dos sintomas.

O programa de vacinação infantil recomenda que a criança tome a primeira dose da vacina ao completar 12 meses de idade, e a segunda, 3 meses mais tarde. No entanto, é importante dizer: caso você seja adulto e repare que não tem pelo menos uma dessas vacinas (primeira e segunda dose) registradas no seu cartão de vacinação, você deve tomá-las.

Todo mundo pode ser vacinado?

vacina sarampo 2

Todas as pessoas, crianças e adultos, podem e devem se vacinar contra o sarampo. Vale lembrar que quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor a chance da doença se estabelecer naquela comunidade e manifestar sua forma grave.

Pessoas com suspeita de caso de sarampo, mulheres grávidas, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imune reduzido, como pacientes de câncer ou soropositivos) e crianças com menos de 6 meses de idade devem, normalmente, evitar as duas versões da vacina: tanto a tríplice viral como a tetravalente. 

Devo tomar a vacina antes de viajar para o exterior?

Você se lembra como o sarampo voltou recentemente para o Brasil? Isso mesmo: lá em cima, comentamos sobre a surfista que acidentalmente trouxe o vírus ao voltar de uma viagem internacional. Para que isso não aconteça, é fundamental que você se vacine antes de viajar para o exterior, mesmo que sua viagem seja curta.

Pelo menos 15 dias antes de fazer sua viagem, você pode ir até um posto de vacinação para verificar se suas vacinas estão em dia. 

Vale dizer que a vacina contra sarampo  protege você durante toda a vida, ou seja: se você já tiver sido vacinado corretamente quando criança, não precisa repetir nenhuma das duas doses.

Recomendações para evitar sarampo

Ao longo deste texto, falamos algumas vezes sobre como evitar a infecção pelo vírus do sarampo. Agora, vamos explicar com mais detalhes porque cada etapa dessa prevenção é tão importante.

Vacinação

Foi após a vacinação ganhar força que o sarampo se erradicou completamente do Brasil e em várias regiões do mundo. Não por acaso, os casos voltaram a aparecer quando os movimentos antivacina ganharam mais adeptos.

Ao não vacinar a si mesmo e aos filhos, as pessoas estão expondo, não só a si próprias, mas toda a comunidade em que vivem. Isso acontece com mais força ainda quando falamos de doenças tão contagiosas quanto o sarampo.

Uma vez que alguém é vacinado, ela impede que o vírus contamine seu próprio organismo e, além disso, protege todas as pessoas em volta de desenvolverem sarampo.

Cuidado com quem seu filho anda

cuidar do filho

O sarampo é extremamente contagioso! Estima-se que mais de 90% das pessoas que estão próximas a alguém doente se contaminam. Por isso, é muito importante que você fique atento caso alguém que você conheça (principalmente se essa pessoa for uma criança) apresente os sintomas do sarampo.

Essa medida pode ajudar não só o doente, como evitar que a doença circule num ritmo ainda mais rápido entre as pessoas que você conhece e estão perto do doente.

Procure um médico em caso de manchas avermelhadas

Apesar do diagnóstico de sarampo ser facilmente dado por quem já viu a doença de perto, é fundamental procurar um médico para que ele descarte a possibilidade de outras infecções. Afinal, as famosas manchas vermelhas podem indicar outras doenças, incluindo catapora.

Ao diagnosticar o sarampo, o médico pode receitar o tratamento adequado para os sintomas e verificar toda a vacinação. Além disso, o surgimento de complicações mais sérias acompanha-se de perto.

Investigue se você já teve a doença

Felizmente, o sarampo costuma não atingir pessoas que já tiveram a doença. Além disso, a vacinação (seja ela tríplice viral ou tetravalente) é efetiva em cerca de 97% dos casos.

É importante que você confira se já teve sarampo durante a infância e se sua vacinação está em dia, uma vez que caso você nunca tenha sido infectado ou não esteja vacinado, você pode desenvolver a doença e suas complicações. 

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Ana Caroline de França

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