Seus pacientes têm resistência à terapia? Sabia como resolver

Equipe Eurekka

Não é incomum encontrar pacientes que resistem ao processo terapêutico e que desafiam até mesmo os psicólogos mais experientes. Sendo que essa resistência à terapia pode frustrar tanto pacientes quanto os profissionais da saúde mental. 

Por isso, no texto de hoje vamos explicar quais as causas desse comportamento, quais os diferentes tipos de resistência e os sinais que indicam que há resistência à terapia.

Por fim, vamos dar dicas essenciais para resolver esse problema. Boa leitura!

Por que o paciente tem resistência à terapia?

Resistências terapêuticas são comportamentos, pensamentos ou sentimentos que um cliente mostra nas sessões de terapia e que prejudicam o processo de mudança e a evolução do paciente no processo.

Embora nem todos os clientes demonstrem tais resistências, é comum ver casos em que o cliente parece não progredir. Isso porque ele evita discutir certos problemas ou não cumpre as tarefas acordadas, por exemplo.

Sinais que o paciente está resistindo ao processo terapêutico

Como dissemos antes, a resistência à terapia se apresenta como obstáculos emocionais ou comportamentais que os pacientes mostram durante as sessões.

Isso dificulta o progresso da terapia e pode se manifestar de diversas formas, como:

  • evitar abordar questões difíceis, 
  • não realizar tarefas terapêuticas, 
  • criticar o terapeuta,
  • recusar-se a assumir a responsabilidade por seus problemas,
  • mentir ou alterar fatos.

Tipos de resistência à terapia e como resolvê-los

Os pacientes que são resistentes à terapia podem apresentar essa inflexibilidade por diversos fatores, como:

Aversão à riscos

Os pacientes com aversão a riscos tendem a focar no lado negativo das situações, lamentar os ocorridos e subestimar a probabilidade de eventos positivos. 

Por isso, o terapeuta pode enfrentar dificuldades ao sugerir ações que envolvam algum grau de risco. Afinal, o paciente tende a acreditar que já experimentou perdas suficientes.

Para superar esse impasse terapêutico, é crucial que o terapeuta ajude o paciente a desenvolver uma abordagem mais flexível para avaliar riscos e oportunidades. 

paciente resistente a terapia

Autossabotagem

Alguns pacientes que buscam a terapia carregam consigo a autossabotagem e comportamentos limitantes. Quando isso ocorre, notamos que eles resistem às mudanças ou fazem tentativas fracas que resultam em insucesso. 

Em alguns casos, essa estratégia de autossabotagem é uma maneira de evitar a avaliação de seu desempenho. Afinal, eles acreditam que só fracassa quem tenta, por isso decidem não tentar.

Assim, nesses casos, o terapeuta pode auxiliar o paciente a examinar esses padrões de autolimitação e buscar entender o seu medo do fracasso. Além disso, é crucial orientar o paciente a progredir de forma gradual para evitar a sensação de estar avançando rápido demais. 

Esquemas emocionais

É comum que os pacientes tenham medo de suas emoções, pois acreditam que se elas forem muito intensas, irão perder o controle. Além disso, é comum também que as pessoas sintam vergonha de expressar seus sentimentos.

Por isso, em alguns momentos na terapia, os clientes podem apresentar resistência por não conseguirem liberar suas emoções de forma sincera ao terapeuta.

Então, é crucial que você, terapeuta comportamental, o encoraje a expor suas emoções. Além disso, sempre forneça apoio e valide cada sentimento que ele trouxer. E não deixe de ensinar técnicas para o ensinar a lidar com as emoções.

Compromisso

Isso acontece quando o paciente mostra que não consegue desistir de alguns objetivos porque já investiu demais neles, mesmo que não tenham o resultado esperado.

Nesse caso, o terapeuta precisa ajudar o paciente a se libertar desse compromisso. Isso pode ser feito mostrando a ele que é possível desistir de certas situações que não são benéficas para ele.

Resistência de validação

A resistência de validação ocorre quando um paciente acredita que o terapeuta não está validando os sentimentos que ele está mostrando. 

Isso pode ocorrer pois alguns pacientes têm regras auto-sabotadoras para a validação, como exigir que o terapeuta concorde com a falta de esperança em seu caso, por exemplo.

Então, conflitos podem surgir entre o terapeuta e o paciente nesses casos, afinal a validação interfere na relação terapêutica. Por isso, para lidar com essa resistência, o terapeuta precisa aprender a validar a angústia do paciente enquanto encoraja a mudança

terapeuta tentando quebrar resistência do paciente à terapia

Resistência de vitimização

A resistência de vitimização é quando o paciente age como vítima e acredita que seus problemas são causados por fatores externos. 

Qualquer esforço para encorajar o paciente a assumir a responsabilidade por sua própria mudança pode ser visto como uma ameaça.

O terapeuta pode ajudar o paciente a entender que, embora ele possa ter sido afetado por eventos externos, ainda possui a capacidade de influenciar sua própria vida e buscar a mudança

Resistência moral

A resistência moral ocorre quando um paciente acredita que qualquer mudança em seu comportamento iria contra seus princípios éticos ou morais

Isso é comum em pacientes obsessivo-compulsivos, já que associam seu forte senso de responsabilidade e medo de cometer erros a um código moral rígido. 

Nesse caso, o terapeuta pode reafirmar um código moral mais racional e flexível que considere as diferenças individuais e as necessidades humanas.

Resistência esquemática

A resistência esquemática ocorre quando os esquemas pessoais do paciente, como sentimentos de ser incapaz ou abandonado, limitam o progresso na terapia. 

Isso ocorre porque o paciente tende a interpretar eventos passados, atuais e futuros como provas de que seus esquemas pessoais são válidos.

Para superar essa resistência, o terapeuta pode empregar estratégias de modificação de esquemas persistentes. Assim, você pode explorar a origem dos esquemas, identificar esquemas alternativos e encorajar o paciente a testar ações que vão contra o esquema. 


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