Religiosidade e psicoterapia: o que a Psicologia diz sobre isso
Equipe Eurekka
Religião e ciência sempre pareceram brigar entre si, mas será que precisa mesmo ser assim? No texto de hoje, vamos falar sobre como a Psicologia vê a crença e qual a relação entre religiosidade e psicoterapia.
Assim, você vai entender como essas duas esferas se relacionam, descobrir o que a Psicologia tem a dizer sobre a religiosidade e também vai saber como lidar com essa questão quando o assunto surgir.
Boa leitura!
Índice
O que é religiosidade?
Para algumas religiões e crenças, o termo religiosidade tem um significado pejorativo, pois significa o ato de praticar um ritual religioso apenas por “estar ali” e cumprir com um dever, sem de fato imergir na fé.
Contudo, vale esclarecer que, neste texto, o termo religiosidade está sendo usado apenas como indicação ao ato de se ter uma crença em determinada religião e ser praticante dessa fé.
Ou seja, religiosidade aqui não está em uma conotação negativa, ok?
Qual a diferença entre religiosidade e espiritualidade?
A religiosidadeé o ato de acreditar no que determinada religião prega e seguir os preceitos dessa fé. De forma que a pessoa está inserida em uma comunidade que partilha da mesma visão.
Já a espiritualidade não necessariamente está ligada à religião, pois a pessoa pode se sentir muito conectada com o seu lado espiritual e com sua fé, mas não ser praticante de nenhuma religião específica. É uma busca individual pelo sagrado, pelo equilíbrio e pela devoção.
Como é definido no artigo Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia (2007), o qual pontua:
religião como um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade do indivíduo com o sagrado e/ou transcendente, e espiritualidade como uma busca pessoal de respostas sobre o significado da vida e o relacionamento com o sagrado e/ou transcendente. (KOENIG apud PERES, p. 137, 2007).
O que é religiosidade na psicologia?
Muitos estudos têm mostrado a importância de se considerar o fator religioso dentro da Psicologia, isso porque a religião engloba três áreas muito importantes na vida do indivíduo, sendo elas: “a relevância da religião na cultura, incidência do fenômeno religioso na clínica psicológica, relações entre religiosidade e saúde mental, considerações dos valores na prática clínica” (LÔBO, 2014, p.18).
Ou seja, para a Psicologia, a religião não é vista como algo a ser combatido, mas algo importante para a vida daqueles que a praticam. Ou seja, ela é vista como um fator necessário na construção de valores individuais, expressão cultural e até mesmo como potencializadora da saúde mental.
Dá para unir religiosidade e psicoterapia?
A psicoterapia visa a atender todas as pessoas, gerando bem-estar emocional com base em preceitos da psicologia e nas crenças e valores do paciente.
Segundo Lôbo (2014), no Brasil, a maioria dos pacientes da psicoterapia são religiosos ou se identificam com alguma religião. E esses dados deixam claro que é possível sim unir tratamento psicológico e religião, sendo que é responsabilidade do terapeuta entender, respeitar e levar em consideração as crenças do indivíduo em suas abordagens.
Como a religiosidade e a espiritualidade influenciam na vida do paciente?
Então, como falamos acima, a religiosidade e espiritualidade, além de uma fonte de fé, também dizem muito sobre a cultura em que o paciente está inserido, o contexto de vida e as crenças inegociáveis, certo?
Ou seja, muitas das ações do indivíduo vão ser guiadas pelos ensinamentos da religião que ele segue.
Portanto, a religiosidade e espiritualidade influenciam na tomada de decisão, bem-estar mental, sentimento de pertencimento a um grupo, valores, esperança em algo e fé.
Religiosidade e saúde mental
Conforme o artigo Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia (2007), a maioria dos estudos têm indicado uma relação positiva entre pessoas que praticam alguma religião e o estado de felicidade.
Assim, o que se observa, na maioria dos casos, é que pessoas que praticam uma religião têm melhores índices de saúde e aumento do bem-estar.
Ademais, segundo dados aqui da Eurekka, observa-se uma redução em 30% do risco de ter depressão nas pessoas que praticam a religiosidade e/ou a espiritualidade de alguma forma.
Mas é claro que esses dados dizem respeito às pessoas que praticam a religião e a espiritualidade de forma voluntária, ou seja, não é o ato de ir obrigado pelos parentes, amigos ou até mesmo por culpa.
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Referências Bibliográficas:
LÔBO, Bárbara. Religiosidade e Psicoterapia: Um estudo sobre estagiários de Psicologia Clínica. Brasília: 2014. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/5478/1/Barbara%20Lobo.pdf. Acesso em: 23/01/2023.
PERES, Julia; SIMÃO, Manoel; NASELLO, Antonia. Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia. São Paulo: 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpc/a/YFghx4LyPBm6vVMH78Z4h8J/?format=html . Acesso em: 30/01/2023.
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