Prevenção ao suicídio: como identificar os sinais e agir

Equipe Eurekka

Neste mês de Setembro Amarelo, o mês internacional da prevenção ao suicídio, a Eurekka está buscando produzir conteúdo para a conscientização e maior entendimento sobre o assunto. 

Infelizmente, o número de suicídios no Brasil e no mundo é assustador. E uma das formas de diminuir a ocorrência deste ato é exatamente falar sobre o suicídio e aprender a identificar os sinais em pessoas próximas de nós.

Neste texto, vamos falar sobre como se deve agir caso algum familiar, amigo ou parceiro esteja precisando da sua ajuda.

Entendendo o suicídio

O suicídio é o ato de tirar a própria vida de forma intencional. Essa é a definição do nome que damos a esse fenômeno, mas não conta toda a história por trás da tomada dessa decisão. E grande parte dos casos de suicídio podem ser evitados se prestarmos atenção e ouvirmos aos pedidos de ajuda implícitos em falas e comportamentos daqueles à nossa volta.

A maioria das pessoas que decide tirar a própria vida, o faz por buscar uma solução rápida e efetiva para uma dor psíquica. Para aqueles que estão em boa condição de saúde mental, parece óbvio que se matar não é solução para nada.

Porém, para aqueles que vivem em sofrimento psíquico, perturbados por pensamentos negativos sobre si mesmo e a vida, e sem nenhuma esperança de futuro, fica difícil enxergar outra solução ou criar forças para buscar um tratamento.

Muitas vezes, as pessoas negligenciam comentários relacionados ao assunto por acreditar que “quem tem a intenção de cometer suicídio não avisa”. Mas a verdade é que quem pensa em tirar a própria vida, na maioria das vezes, fala e age de formas específicas.

Aprender quais são são essas falas e os comportamentos que podem ser indícios de ideação suicida pode nos ajudar a salvar as vidas daqueles que amamos.

depressao suicidio

Fatores de risco

O primeiro ponto ao qual devemos nos atentar é a presença dos fatores de risco em pessoas à nossa volta. 

Parece estranho pensar que aquele amigo que está deprimido possa cometer suicídio, muitas vezes esse fenômeno parece muito distante da realidade de muitos. Mas a verdade é que os transtornos mentais representam fatores de alto risco para o suicídio.

É bom ressaltar que nem todas as pessoas diagnosticadas com transtornos psicológicos virão a pensar em suicídio ou comete-lo. Mas é exatamente para entendermos o risco de ideações suicidas em alguém, que o diagnóstico e tratamento de um distúrbio mental é a parte mais importante da prevenção.

Transtornos mentais como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno bipolar, transtorno de personalidade borderline, esquizofrenia, distúrbios alimentares e abuso, ou dependência, de substâncias tóxicas, estão entre os fatores que representam maior risco de suicídio. Pessoas autistas também são consideradas grupo de risco para o suicídio, pesquisas apontam que elas consideram o suicídio muito mais do que a população geral.

Portanto, atente-se a amigos e familiares que apresentem sintomas de transtornos mentais, e certifique-se de que ele recebam diagnóstico e tratamento efetivos.  

Muitas vezes, as pessoas que consideram tirar a própria vida apresentam comportamentos suicidas como: desapego com a vida, desesperança, falta de ânimo, isolamento, mudanças abruptas de humor, falas nostálgicas, aquisição de objetos para o ato (armas, facas, cordas, remédios, venenos, etc), entre outros comportamentos autolesivos. Atente-se a estes sinais.

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O suicídio é comum?

Estamos no mês internacional da prevenção ao suicídio, portanto, nesse momento do ano, ele se torna um assunto recorrente nas redes sociais e em conversas do dia a dia. No resto do ano, porém, o assunto acaba sendo negligenciado. Por essa razão, ou seja, por não ouvirmos tanto sobre casos de suicídio ao longo do ano, as pessoas tendem a pensar que esse fenômeno não representa, então, um problema generalizado. 

Mas a verdade é que temos o equivalente a 1 ocorrência de suicídio a cada 40 segundos, mundialmente. E cerca de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídio não fatais chegam a ocorrer anualmente ao redor do mundo.

Esses números assustadores apontam que sim, o suicídio é um fenômeno recorrente na nossa sociedade. As taxas variam de acordo com a cultura ou economia de cada país. Mas países em desenvolvimento, como o Brasil, são cenário de ¾ de todas as ocorrências de suicídio no mundo.

Esses dados representam a necessidade de falarmos, entendermos e conscientizarmos outras pessoas sobre o assunto. Aprendendo do que o fenômeno se trata e como oferecer ajuda a quem precisa, podemos salvar muitas dessas vidas.

Comportamentos de alerta

transtornos e prevenção ao suicidio

Como já falamos anteriormente neste texto, as pessoas que têm a intenção de tirar a própria vida ou até mesmo já estão planejando o suicídio costumam apresentar certos comportamentos que soam como pedidos desesperados de ajuda.

Para evitar que esses sinais continuem sendo negligenciados e possam ser identificados a tempo de oferecermos ajuda a quem precisa, vamos detalhar um pouco mais quais são eles.

Preocupação com a morte e falta de esperança

Pessoas em risco podem falar muito sobre a própria morte, até mesmo como uma solução para problemas. Esses comentários, mesmo que apresentem certo teor de “brincadeira”, devem ser levamos muito a sério.

Se alguém perto de você costuma falar da morte mais do que a maioria das pessoas, seja qual for o tom do comentário, chame essa pessoa a um ambiente isolado e aborde o assunto com ela, se oferecendo para ajudar e ouvi-la.

Outro sinal de risco é a desesperança em relação ao futuro. A pessoa que considera cometer suicídio costuma demonstrar desinteresse para com o futuro. Como já desistiram de tentar ser feliz, elas não costumam conseguir enxergar aquela luz no fim do túnel.

Se alguém que você conhece apresenta esse comportamento, é válido trazer uma nova perspectiva de futuro para ela, você pode levar a lanterna que vai ajudá-la a enxergar o futuro em meio à escuridão.

Ideais e intenções suicidas

Outro comportamento que merece muito a nossa atenção está relacionado a ideias sobre a morte e intenções de morrer por trás de certos atos. O desapego com a vida, muitas vezes, leva a pessoa a não se preocupar com o risco das decisões que toma. Normalmente, se colocando em ambientes e experiências de alto risco, sem sentir que tem algo a perder caso tudo dê errado.

Isolamento

Por fim, outro dos sinais mais importantes é o isolamento. A pessoa com ideações suicidas tende a se afastar de pessoas e lugares que faziam parte do seu cotidiano.

Esse fatores normalmente representam o que a pessoa tem a perder com a morte, por isso se afastar é um comportamento de autoproteção, para não sofrer a com a decisão que está por vir.

Outra razão para esse comportamento é o desinteresse com a vida. Ou seja, essas pessoas e lugares que um dia representaram importância na vida da pessoa, hoje, em meio a toda tristeza que vive dentro dela, acabaram por se tornar desinteressantes.

Então, atente-se a amigos e familiares que pararam de frequentar eventos sociais, falar ao telefone ou em aplicativos de mensagem. O isolamento é um fator muito preocupante.

Hábitos protetores e o que fazer para a prevenção ao suicídio

ajuda do cvv

Os hábitos protetores são atitudes que podemos tomar para prevenir que pessoas ao nosso redor venham a cometer suicídio.

A prevenção ao suicídio não deve ser apenas uma preocupação de psiquiatras e psicólogos, mas sim de toda a população. É claro, quem não é um profissional da área não pode oferecer a ajuda que profissionais podem.

Mas você tem sim um papel importantíssimo nesta batalha. Por isso, não pense que ajudar o outro está longe do seu alcance. Pelo contrário.

Algumas das ações que você pode ter para ajudar na prevenção ao suicídio são:

Abordar o assunto

O suicídio precisa deixar de ser um tabu para que a conscientização realmente ocorra. Portanto, fale sobre isso, sobre os riscos, consequências e sinais que viemos mostrando até agora.

Você pode ser um fator atuante de mudança no mundo à sua volta.

Atentar-se aos sinais de risco

Prestar atenção aos sinais de ideação suicida em pessoas ao seu redor, abordá-las se oferecendo para ouvir sobre seus pensamento e planos, orientar e acompanhar a busca por ajuda profissional são ações que podem salvar vidas.

Não deixe de prestar atenção aos comportamentos implícitos daqueles que você ama. 

Identificar sintomas

Como citamos anteriormente, os transtornos psicológicos são fatores de alto risco para suicídio. Portanto, se você identificar em alguém sintomas de algum desses transtornos, oriente a pessoa a buscar tratamento. Isso também é uma forma de prevenção.

Estar atento

Se houver risco iminente de suicídio para com algum de seus amigos ou parentes, certifique-se de que essa pessoa esteja sempre acompanhada. Pelo menos, até que ela recebe a ajuda profissional adequada.

Outra ação importante, neste caso, é garantir que qualquer ferramenta que possa ser usada para o ato esteja fora do alcance dessa pessoa.

Entenda quando alguém está precisando de ajuda

Se a pessoa apresenta um ou mais dos sinais citados, ela pode estar precisando de ajuda. Por isso é importante manter-se atento aos comportamento e falas daqueles ao seu redor. 

Frases como “Se eu morresse, ninguém sentiria a minha falta.”, ou “Eu só queria sumir para sempre” representam sinal de alerta para intenções suicidas.

Como ajudar e agir para a prevenção ao suicídio

Você pode começar chamando a pessoa em risco para um conversa em um ambiente tranquilo e isolado. Aborde assunto sem demonstrar julgamento. Isso porque as pessoas que consideram o suicídio costumam não falar sobre o assunto por medo justamente de julgamento.

Depois de se oferecer para ouvi-la, oriente a pessoa a procurar ajuda profissional. Casos de ideação suicida nunca devem seguir sem acompanhamento. 

Além disso, se a pessoa se sentir confortável, ofereça-se para acompanhá-la numa primeira consulta. Isso pode ajudá-la a se sentir mais confiante e segura com o profissional.

Garante que a pessoa esteja em acompanhamento e com tratamento adequados, checando, de vez em quando, se a pessoa se sente melhor e continua aderente ao tratamento.

Onde buscar ajuda e agir na prevenção ao suicídio

sede presencial da Eurekka

Por fim, buscar ajuda profissional é a atitude mais efetiva no combate ao suicídio.

O acompanhamento psiquiátrico e psicológico pode mudar o rumo da vida de um paciente. Portanto, incentive seus amigos, parentes e parceiros a buscarem ajuda de um profissional quando necessário.

Aqui na Eurekka, você encontra profissionais preparados para lidar com esse tipo de caso e ajudar o paciente a superar os pensamento suicidas e os comportamentos de risco.

Então, para saber mais sobre o tratamento da terapia na Eurekka, clica aqui nesse link e confere nossa página!

Além disso, para acessar mais conteúdos gratuitos como esse sobre psicologia e saúde mental, clique na rede social que preferir: InstagramFacebook e Youtube!

Por fim, você também pode buscar O CVV – Centro de Valorização da Vida. Trata-se de um canal de comunicação que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para entrar em contato com o CVV basta discar 188.

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