Poliomielite: o que é, causas, sintomas e prevenção

Sara Alves

A poliomielite, que também chamamos de pólio ou paralisia infantil, existe desde a Antiguidade. Porém, foi só no início do século XX que se descobriu o seu agente causador.

Desde então, passamos a entender melhor essa doença e hoje em dia já foi erradicada em vários países.

Quer saber mais sobre essa doença, suas causas e tratamentos? Então, fica com a gente!

poliomielite

O que é poliomielite?

A poliomielite é uma doença infecciosa que um vírus causa, e é muito contagiosa.

Em suas formas mais severas pode causar danos ao sistema nervoso levando à paralisia, dificuldade de respirar e, em casos mais graves, à morte.

Tipos

A maior parte das pessoas que se infectam com o vírus são assintomáticas. Ou seja, não desenvolvem sintomas e muitas nem mesmo chegam a perceber que se infectaram.

Ainda assim, é também verdade que a poliomielite pode causar problemas graves como a paralisia. Além disso, as pessoas sintomáticas podem desenvolver a doença em dois tipos principais. São elas a poliomielite não paralítica e a poliomielite paralítica.

Poliomielite não paralítica

No geral, tem sintomas semelhantes a outras infecções virais, entre eles:

  • Febre                                                                                         
  • Dor de garganta
  • Dor de cabeça
  • Fadiga
  • Náusea e vômito
  • Dor ou rigidez no pescoço, braços, pernas ou costas
  • Fraqueza muscular
  • Meningite

Poliomielite paralítica

É a forma mais severa e também mais rara da doença. No geral, se inicia com sintomas parecidos à da poliomielite não paralítica. Contudo, em mais ou menos uma semana, outros sintomas surgem, como:

  • Perda de reflexo
  • Dores musculares
  • Fraqueza muscular severa
  • Membros soltos e moles

Causas

O que causa a poliomielite é a infecção com o poliovírus, que pode ser de três sorotipos: 1, 2 ou 3. Além disso, esse patógeno é do gênero Enterovirus e vive no intestino.

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Como é a transmissão da poliomielite?

Você pode transmitir poliovírus por meio do contato direto com alguém infectado com o vírus. Além disso, a transmissão pode se dar por meio indireto, por água e alimentos contaminados.

Ou seja, o vírus pode se transmitir por via oral-oral por meio de gotículas de secreções ao falar, tossir ou espirrar. Ou pode ser fecal-oral por objetos, ocorrendo, então, por alimentos e água contaminados com fezes de doentes.

Pessoas portadoras do poliovírus podem espalhar o vírus por semanas através das fezes. Além disso, pessoas que têm o vírus, mas não apresentam sintomas, também podem transmiti-lo a outras pessoas.

Como o vírus age no organismo

O polivírus entra no corpo pela garganta ou intestino e passa a se multiplicar nesses locais do corpo. A partir destes, então, o vírus pode alcançar a corrente sanguínea e atingir a medula e o cérebro.

Ademais, se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e a deglutição se infectarem, a poliomielite pode ser mortal.

Por que o vírus da poliomielite pode causar paralisia?

Quando a infecção viral atinge e ataca o sistema nervoso, desencadeia a destruição dos neurônios motores e pode dessa maneira provocar a paralisia flácida dos membros inferiores.

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Sintomas da poliomielite

Como já dito antes, a versão mais comum da poliomielite têm vários sintomas de infecções. Como, por exemplo, febre, dor de garganta, dor de cabeça e fadiga.

Pode ter também náusea e vômito, dor ou rigidez no pescoço, braços, pernas ou costas e fraqueza muscular.

O período de incubação da doença é o tempo que passa entre a exposição ao patógeno e a manifestação dos primeiros sintomas. Então, o período de incubação da poliomielite tem de sete a doze dias. Os sintomas dependem do tipo de poliomielite que a pessoa desenvolve.

Os mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, constipação, espasmos e rigidez na nuca. Além disso, nas formas mais graves, também se observa a perda de reflexo e a flacidez muscular severa.

Sequelas

Pessoas que tiveram poliomielite podem sofrer de sequelas da doença. Então, a mais comum é a paralisia muscular de um dos membros inferiores. Além disso, algumas pessoas também podem desenvolver a síndrome pós-pólio.

Síndrome pós-pólio (SPP)

A síndrome póspólio é um conjunto de sintomas incapacitantes que afetam algumas pessoas muitos anos depois de terem poliomielite.

Ocorre em pessoas por volta dos 40 anos que, pelo menos 15 anos antes, se infectaram pelo vírus da poliomielite.

Ademais, a principal característica da síndrome é a perda das funções musculares que estavam normais no tempo entre a recuperação e o surgimento dos novos sintomas. Então, os sintomas da SPP incluem:

  • Fraqueza
  • Dor progressiva nos músculos e nas articulações
  • Fadiga
  • Emagrecimento muscular (atrofia)
  • Problemas de respiração ou deglutição
  • Distúrbios respiratórios relacionados ao sono, como, por exemplo, a apneia do sono
  • Hipersensibilidade a temperaturas frias
pcr para poliomielite

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da avaliação de sinais clínicos e pesquisa do vírus nas fezes. Assim, isso pode ocorrer ao isolar o vírus a partir de amostras de fezes, tratadas e inoculadas em cultura de células.

Ou também por PCR (reação em cadeia da polimerase, do inglês Polymerase Chain Reaction) que permite a detecção da presença do DNA viral na amostra do paciente.

Fatores de risco

A poliomielite afeta em especial crianças com menos de 5 anos. No entanto, qualquer pessoa que não tenha sido vacinada corre o risco de desenvolver a doença.

Tratamento

Não existe tratamento específico. Os pacientes ficam no hospital para tratar os sintomas de acordo com o quadro clínico de cada um.

Poliomielite tem cura?

Essa questão depende do tipo de poliomielite que o paciente desenvolve. O tipo não paralítico, no geral, regride em alguns dias. Contudo, o tipo paralítico pode deixar sequelas que não têm cura e causar danos permanentes, como a paralisia.

vacina para poliomielite

Prevenção

Você pode evitar a poliomielite através da vacinação, que é a melhor e mais efetiva forma de prevenção.

Você também deve tomar medidas preventivas contra doenças que ocorrem por contaminação fecal de água e alimentos. Assim sendo, programas de saneamento básico são vitais para prevenir a pólio.

Vacina da poliomielite

Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem tomar a vacina, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. No Brasil, os postos da rede municipal de saúde dão a vacina em qualquer época do ano. Além disso, ocorrem também as campanhas nacionais de vacinação.

O esquema vacinal contra a poliomielite é de três doses de rotina da vacina Salk (injetável, com vírus inativado) aos 2, 4 e 6 meses. Então, mais duas doses de reforço da vacina Sabin (oral, com vírus atenuado), uma dose aos 15 meses. Por fim, tomamos outra dose entre 4 e 5 anos de idade.

Erradicação no Brasil

No Brasil as campanhas nacionais de vacinação para poliomielite começaram em 1980. Antes disso, usavam a vacina feita com o vírus inativado de forma muito discreta. Só alguns médicos pediatras faziam isso, e alcançavam poucas pessoas.

Porém, após o início da vacinação em massa da população, percebeu-se uma ampla redução no número dos casos de poliomielite. Em 1980, notificaram 1.290 casos; já em 1981, só 122 casos.

vacinação poliomielite

A redução no número de casos continuou até que em 1989 registraram os últimos casos de poliomielite no país, mantendo-se com incidência zero desde 1990.

Como o Brasil é hoje um país livre de poliomielite, antes de viajar para áreas com transmissão ativa de poliovírus, os viajantes devem assegurar que tenham completado o esquema de vacina antipólio adequado à idade.

Os viajantes adultos para áreas infectadas com poliomielite que já receberam três ou mais doses de vacina devem receber outra dose única de reforço.

Já aqueles que não tenham recebido antes nenhuma dose de vacina contra a pólio devem completar o cronograma primário de vacinação contra a doença antes de ir.

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Sara Alves

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