Pequenos incêndios por toda parte: 3 visões sobre ser mãe
Equipe Eurekka
A maternidade pode ser muito complexa e trazer sentimentos conflitantes, algo que acontece em todas as relações sociais nas quais o amor se faz presente, não existe receita de bolo. Por isso, neste texto, iremos te mostrar como a série Pequenos incêndios por toda parte retrata o amor materno em suas mais diferentes formas.
Além do mistério envolvente, a trama nos mostra como não há jeito certo e perfeito de ser mãe. Isso porque cada uma carrega uma história de vida, dificuldades particulares e realidades que marcaram para sempre o modo como vêem o mundo e se relacionam.
Então, confira agora a análise psicológica da história, das personagens e dos obstáculos que perpassam suas vidas. Boa leitura!
Índice
Sinopse de Pequenos incêndios por toda parte
Mia Warren (Kerry Washington), junto à sua filha Pearl (Lexi Underwood), é recém-chegada na pequena cidade americana de Shaker Heights. Nômade e artista, ela se vê em contato com Elena Richardson (Reese Witherspoon), a proprietária da casa para onde se muda, sendo ela uma mulher de classe média alta, bem-sucedida e influente entre as mulheres da comunidade.
Com a contratação de Mia como empregada na casa dos Richardsons, as rotinas de suas famílias vão se entrelaçando, e questões como maternidade, racismo e frustração vão se revelando e se tornando mais aparentes a cada episódio assistido. E isso tudo afeta a vida dos moradores dessa comunidade típica de comercial de margarina.
Pequenos incêndios por toda parte: onde assistir à série?
A série foi produzida pela Hulu, streaming norte-americano de filmes e séries. Mas, no Brasil, está disponível para ser assistida no Amazon Prime Video, contendo 8 episódios de, em média, 60 minutos de duração cada um.
Sobre o livro Pequenos incêndios por toda parte
O livro de mesmo nome escrito por Celeste Ng, publicado no Brasil pela Intrínseca, foi lançado em 2017 e serviu como inspiração para a série.
Eleito como um dos melhores livros de 2017 por diversos jornais e revistas conceituados, como o The Guardian e o The Washington Post, a obra literária foi descrita pelo The New York Times como “uma experiência de leitura totalmente envolvente, muitas vezes dolorosa e capaz de causar profunda empatia”.
Dessa forma, a obra mostra a sua relevância cultural para a década passada e seu impacto entre os leitores que se interessam por conflitos, conexões humanas genuínas e questões sociais atuais.
Pequenos incêndios por toda parte e os diferentes tipos de mãe
Dentre todos os temas efervescentes e importantes que a série aborda, a maternidade é um de seus principais. A narrativa conta a história de 3 mães vindas de contextos raciais e econômicos completamente diferentes.
Suas histórias de vida foram marcadas por trajetórias e acontecimentos que tornaram suas formas de ser mãe únicas e próprias. Muitas dificuldades e entraves se fizeram presentes nesse percurso, mas o bem-estar de seus filhos era prioridade. A seguir, mostraremos as especificidades de cada personagem:
Mia Warren e seus desafios como mãe solo
Mia Warren saiu da casa dos pais para seguir seu sonho de ser artista e fotógrafa em Nova York. No entanto, seus planos são deixados de lado quando descobre que está grávida e vai ter uma menina, Pearl.
Vivenciando o luto pela morte do irmão e sendo renegada por pai e mãe, ela fica desamparada e sem rede de apoio. Assim, ela tem que se mudar constantemente com a filha para vender sua arte e sustentar financeiramente ambas da melhor maneira possível.
Ao longo dos anos, Mia, como mãe solo, dá o seu melhor para ganhar dinheiro e prover uma vida minimamente confortável para Pearl. Deixando, até mesmo, relacionamentos amorosos em segundo plano para poder ser a melhor mãe que poderia ser.
Quando chega a Shaker Heights, promete a Pearl que as duas iriam fixar residência na cidade. Assim, mesmo relutante em ficar, Mia abre mão de suas vontades para ver Pearl feliz, trabalhando em 2 empregos e alugando uma casa maior para a filha ter seu próprio quarto. Isso tudo é para finalmente criar raízes e construir uma vida significativa com laços mais profundos com as pessoas ao redor.
Com o desenrolar da história, segredos capazes de destruir famílias são revelados, e ambas entram em conflitos frequentemente. Mas, apesar disso, a série mostra como a relação delas se construiu tendo como base o amor, o respeito e a escuta mesmo em meio às adversidades de uma vida difícil, sem luxos e sem raízes.
Elena Richardson e seu esforço em ser a irreal “mãe perfeita” numa família imperfeita
“Quando pequenos, eles precisam muito da gente. Nos abraçam e agarram, e nós os mimamos. Ela costumava se enroscar em mim. Eu era a coisa que ela mais precisava no mundo. Aí eles crescem… e param de nos abraçar e nos tocar assim. Mesmo se você quiser.”
Essa fala da personagem Elena, em uma das cenas, resume o seu amor coruja de mãe durante a série. Pessoa extremamente organizada, ela administra toda a rotina da família com post-its e um quadro branco na cozinha, além de ser uma mulher multitarefas: membro do conselho de mulheres de Shaker, jornalista de um dos principais jornais da região e participante do clube feminino do livro.
A vida perfeita e organizada que toda mulher sonharia… só que não. Por trás de uma rotina super metódica, Elena ignora os problemas que acontecem em sua família e esconde dentro de si a frustração por ter desistido do sonho de trabalhar no The New York Times para cuidar de seus 4 filhos.
Embora os ame, ela imagina como teria sido sua vida se tivesse tomado um rumo diferente, o que a faz maquiar a realidade na qual vive para que não tenha que encarar essa frustração, projetando expectativas irreais sobre seus filhos.
Elena representa uma parcela das mulheres que vivenciam esse conflito interno, pois, mesmo amando ser mães, ainda são mulheres com desejos, vontades e sonhos próprios para além da maternidade, vivendo em uma sociedade que coloca o ter filhos como destino final da felicidade e ápice da vida feminina.
Saiba mais: a mulher cansada
Bebe Chow, a retirada do seu direito de querer ser mãe e a adoção conflituosa de sua bebê
Imigrante ilegal chinesa, Bebe acaba deixando, em um ato desesperado, sua bebê na porta do Corpo de Bombeiros, tentando salvá-la da fome e do frio. Ela fez isso, porque não conseguia se alimentar, amamentar ou pagar as contas de luz. A trajetória dessa personagem revela uma realidade dura que os imigrantes enfrentam, principalmente mulheres não-brancas.
Sua filha, May Ling, acaba sendo adotada por uma família branca de Shaker Heights e é renomeada como Mirabelle. Após algum tempo, Bebe consegue se reerguer e sobreviver, mas o desejo em achar sua filha nunca a deixou.
Com a ajuda de Mia, Bebe contrata um advogado para lutar judicialmente pela guarda de sua filha, mas a família que a adotou reúne todos os recursos necessários para continuar com May Ling.
Pequenos incêndios por toda parte: retratos reais sobre o que é ser mãe
Em comemoração ao Mês das Mães, a Eurekka trouxe três diferentes realidades maternas para evidenciar que mães são seres humanos que erram e acertam e que fazem o melhor que podem sob as condições em que estão submetidas na vida. O amor pode se mostrar de diversas formas, embora relações humanas sejam repletas de contradições e conflitos e influenciadas pelas contingências da vida.
Como ser melhor a cada dia por meio dos livros
Mais do que uma distração, ler é um dos meios para desenvolver o autoconhecimento e comportamentos compatíveis com os valores desejados.
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