O triste experimento do Pequeno Albert: conheça aqui toda a história

Equipe Eurekka

Lá em 1920, um pesquisador chamado John B. Watson, fez um experimento que seria chocante nos dias de hoje ─ usou uma criança para estudar a criação de novos comportamentos! Esse teste foi chamado de Pequeno Albert, e gerou muita discussão.

Para entender melhor as pessoas, assim como outras ciências, a psicologia faz experimentos: situações criadas para entender, por exemplo, um comportamento ou uma reação. Essas pesquisas são muito importantes, pois tiram do papel uma situação hipotética, mostrando como ela acontece na prática.

No texto de hoje, você vai saber tudo sobre esse tema, e vamos falar um pouco sobre os problemas éticos que isso gerou.

O behaviorismo e Ivan Pavlov

O behaviorismo é uma das várias formas de ver o ser humano dentro da Psicologia e tem como foco a forma como cada pessoa se comporta. Assim, o nome dessa abordagem vem da palavra Behavior, que, em português, significa comportamento, e no Brasil, também chamamos de Comportamentalismo.

Assim como a Psicanálise tem seu foco em entender o indivíduo pelo inconsciente, o Behaviorismo observa e analisa os comportamentos de cada pessoa, o que causa esses comportamentos e quais são as consequências deles.

Ivan Pavlov foi um renomado Psicólogo e um dos primeiros Behavioristas. Seu experimento mais conhecido são os Cachorros de Pavlov, que ajudaram muito a entender como cada pessoa se comporta, e como induzir comportamentos “escolhidos”.

Nesse experimento, Pavlov fazia um barulho alto com um sino para um cachorro e, logo em seguida, servia a ração. Após alguns dias nessa rotina, Ivan percebeu que o cão começava a salivar ao ouvir o sino, antes mesmo de servir a comida.

O psicólogo explicou que o nome disso seria condicionamento clássico, porque o sino (antes um estímulo neutro, que não causava mudanças no estado do cachorro), quando o mostrava junto com a comida, se tornava um estímulo condicionado. Isso, por sua vez, gerava a salivação no cão (uma resposta condicionada). 

Em outras palavras, o cachorro aprendeu a associar que o sino queria dizer que a comida estava chegando. Assim, ao escutar o sino, ele já sabia que a comida viria, e começava a salivar.

Essa descoberta foi muito importante para a psicologia e para o estudo do comportamento. Por isso, logo surgiu a dúvida: será que o mesmo poderia acontecer com humanos? Como seria juntar um comportamento com outro que já era natural do ser humano?

Saiba mais sobre o tema: Áreas da psicologia: descubra agora qual combina mais com você

pequeno albert com roupa social e gravata borboleta em um estado de medo com as mãos abertas

 O que foi o experimento do Pequeno Albert?

O psicólogo John B. Watson tinha uma ideia radical sobre a psicologia. Ele acreditava que deveríamos estudar uma pessoa apenas com base no seu comportamento, deixando de lado qualquer ideia sobre a mente.

Foi Watson quem decidiu criar e observar um experimento a partir da descoberta de Pavlov, inspirado em sua descoberta. Ele tinha o desejo de descobrir como seria aplicar o condicionamento clássico em humanos e qual seria o resultado disso no comportamento de uma pessoa.

O objetivo desse segundo experimento era descobrir se também era possível condicionar o indivíduo a estímulos neutros, como sons ou cores, assim como Pavlov tinha feito com seus cães.

Dessa forma, em seu experimento do Pequeno Albert, Watson tinha como finalidade entender mais sobre o condicionamento clássico em humanos, ao observar e induzir o medo em uma pessoa.

Como o experimento foi realizado?

O experimento foi feito no bebê Albert, com 11 meses de idade na época. Albert era um bebê que havia um medo inato de barulhos muito altos, ou seja, toda vez que ele escutava um barulho forte, ele começava a chorar.

Assim, no experimento, Watson gerava um ruído grande perto da criança, que a assustava, e em seguida, mostrava um rato branco, que sozinho, não criava nenhuma reação ruim no bebê. 

Após alguns dias fazendo isso, o bebê começou a demonstrar medo do rato, mesmo quando o ruído não era feito ao mesmo tempo em que mostravam o animal para Albert, relacionando o som e a presença do bicho.

Então, Watson provou que, assim como nos cães, também se poderia condicionar as pessoas a um estímulo que antes era neutro e não provocava nenhuma reação específica, como o medo.

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O que aconteceu com o bebê Albert?

O Pequeno Albert, como a psicologia o chama, sofreu grandes traumas após esse experimento. Além da aversão a ratos brancos, o bebê passou a ter muito medo de coelhos, cachorros e até mesmo de algodão, por causa da semelhança com ratos brancos.

Com esse experimento, também se descobriu a generalização, que acontece quando ligamos uma resposta negativa para mais de uma situação, como no caso de Albert. No experimento, condicionaram Albert a ter medo de ratos brancos, o que generalizou esse medo para outros animais e até objetos que o fizessem lembrar o animal.

Até hoje, não se sabe ao certo o que aconteceu com Albert quando o experimento acabou, e nem se seu medo melhorou ou se a criança ficou com o trauma pelo resto de sua vida. Existem muitas hipóteses e versões, mas, na verdade, pouco se sabe sobre o bebê após o experimento.

bebê com um cachorro de pelúcia do lado

Críticas ao experimento do Pequeno Albert

Antes de mais nada, é importante ressaltar que esse experimento só aconteceu por causa do espírito daquele tempo. Ainda não haviam muitas proteções de direitos humanos, e por isso, coisas assim eram algo normal.

Mesmo assim, por todas as consequências negativas que aconteceram com o bebê Albert e pela forma como o experimento foi feito, existem diversas críticas sobre essa pesquisa de Watson. Aliás, hoje ela é vista como antiética por toda a comunidade da psicologia.

Os traumas gerados no bebê e os resultados que não eram conhecidos antes do experimento ser feito (como a generalização) mostram que a pesquisa, por mais que tenha ensinado sobre o comportamento, deveria ter sido feito de uma forma muito mais ética.

E então, é a partir de experimentos como esse que são criadas normas mais rigorosas e éticas. Assim, impedindo que as pessoas sejam utilizadas como cobaias humanas e que sofram consequências negativas de experimentos científicos como o do triste Pequeno Albert.

Hoje em dia, experimentos como esse não são mais permitidos. Além disso, existe uma avaliação completa e rigorosa para que pesquisas e experimentos com pessoas sejam aceitos e realizados, para impedir que coisas assim aconteçam. A proteção da vida está sempre acima de qualquer tipo de experimento.

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