Quem é Paul Ekman, a mentira fatal e o estudo das emoções
Equipe Eurekka
Paul Ekman é considerado um dos maiores psicólogos de todos os tempos, estando na lista dos 100 mais notáveis psicólogos do século XX.
Tudo começou a partir da análise da gravação de uma sessão de terapia. A paciente mentiu sobre algo muito grave e, durante a sessão, não manifestou nenhum comportamento suspeito. Ekman ficou tão fascinado pelo caso que se tornou o pioneiro no estudo das emoções e expressões faciais.
Então, neste artigo, vamos te explicar mais sobre Paul Ekman, o estranho caso da paciente e a contribuição de Ekman para o estudo das emoções! Além suas várias paricipações no mundo do cinema e colaboração com pessoas muito conhecidas.
Continue a ler para descobrir!
Índice
Quem é Paul Ekman
Paul Ekman é um psicólogo americano que dedicou a vida para o estudo das emoções e do comportamento humano. Assim, revolucionou a forma como encaramos a comunicação, a expressão das emoções e a avaliação da credibilidade.
Através do seu método de análise e interpretação das expressões faciais, ele contribuiu para o estudo da detecção de mentiras, assim como para a comunicação não-verbal na interação humana.
O Caso de Mary
No início da sua carreira, o interesse de Ekman era estudar se as expressões faciais poderiam auxiliar no diagnóstico das doenças mentais. Então, começou a gravar as sessões de avaliação psicológica que os pacientes realizavam antes de ter alta do hospital.
A virada de chave foi o caso de uma paciente chamada Mary, diagnosticada com depressão. Mary pediu para passar o final de semana em casa, pois estava se sentindo muito melhor. O médico responsável autorizou, já que ela parecia realmente bem. Mas, antes de sair do hospital, Mary confessou que havia mentido e que seu plano era cometer suicídio.
Esse caso fascinou Ekman, pois a mentira grave contada pela paciente não a fez manifestar qualquer comportamento suspeito. Desta forma, analisou o vídeo até descobrir que no momento de pausa antes de Mary responder à questão sobre os seus planos, surgiu uma expressão facial muito rápida de desespero.
Desse modo, essas contrações inconscientes e involuntárias dos músculos faciais foram chamadas de microexpressões. E, segundo os estudos de Ekman, revelam o que a pessoa está sentindo, independente do que verbaliza.
A expressão facial das emoções
Depois dessa descoberta, Ekman dedicou as décadas seguintes a realizar pesquisas científicas que comprovassem a importância das microexpressões faciais. Então, ele começou a viajar ao redor do mundo analisando as expressões faciais das pessoas, criando uma lista de emoções básicas que existem em todos os seres humanos e como elas se manifestam nas expressões faciais.
Dessa forma, sua teoria da universalidade da expressão facial das emoções confirma que, independente da sociedade e cultura em que se vive, ao experienciar uma dessas 6 emoções básicas, os indivíduos vão mover os mesmos músculos faciais.
Esta é a lista das emoções básicas humanas de Ekman:
Paul Ekman e o estudo das Emoções Universais
O estudo definitivo para comprovar a universalidade das emoções foi através das pesquisas com uma tribo canibal isolada em Papua Nova Guiné.
Ekman realizou essa análise com a ajuda de um intérprete, que dava um contexto e pedia para os nativos apontarem para uma expressão facial adequada como, por exemplo, perguntar “qual cara você faria se soubesse que o seu filho primogênito morreu em um combate?” e então eles apontavam para a face que expressava tristeza.
Desta forma, ele concluiu que algumas expressões são básicas e estão presentes na biologia humana, ou seja, são universais. Um chinês expressa tristeza da mesma forma que um brasileiro, por exemplo.
O sistema de codificação da face e as Microexpressões Faciais
Após a confirmação de que a expressão facial das emoções primárias é universal, se tornou fundamental estudar a fundo a fisiologia do rosto humano.
Então, o longo de 8 anos, Ekman e o seu colega Wallace Friesen sistematizaram as unidades musculares do rosto que são responsáveis por todas as expressões faciais observáveis.
Dessa forma, foi criada a ferramenta de investigação sobre o rosto humano mais completa em todo o mundo, a Facial Action Coding System (FACS). Também desenvolveram uma versão do sistema que mostra apenas a codificação dos músculos envolvidos nas 6 emoções universais, o Emotional Facial Action Coding System (EMFACS).
As ferramentas criadas por Ekman passaram a ser utilizadas em várias áreas, como os estudos de marketing sobre o comportamento do consumidor e a investigação clínica e criminal.
Ainda, a indústria cinematográfica adotou este sistema para animar de forma mais realista as expressões faciais das personagens, como nos filmes Shrek e Toy Story.
Paul Ekman nas telas
Além das inúmeras contribuições científicas, Ekman ainda teve participação em outros setores como o trabalho com a CIA, FBI e Scotland Yard. Mas não para por aí! Ele também desenvolveu trabalhos em grandes produções cinematográficas, como Lie to Me e Divertida Mente. Legal, né?
Então, confira aqui embaixo como ele ajudou na série e na animação a partir de seus estudos!
Lie to me
A famosa série de televisão Lie to Me (em português se chama O Rosto da Mentira) originou-se do trabalho de Ekman e é diretamente inspirada na vida do próprio psicólogo.
Na história, o protagonista Cal Lightman é considerado o maior especialista do mundo na detecção de mentiras, conseguindo ler pistas muito subtis na face, no corpo e na voz, de forma a diferenciar a verdade e a mentira em investigações criminais.
Divertida Mente
O consultor científico da grande produção cinematográfica da Pixar, Divertida Mente, foi Paul Ekman.
O filme foca na relação entre cinco emoções básicas — personificadas nas personagens Alegria, Nojo, Tristeza, Raiva e Medo — e na forma como estas interagem na mente de Riley, uma menina de 11 anos, que está passando por uma mudança de cidade e pela adaptação a uma nova casa, à escola e ao grupo de amigos.
Desta maneira, Divertida Mente mostra o papel das emoções nas relações e a forma de expressar e gerir cada uma delas. Além disso, traz a mensagem de que todas as emoções são fundamentais para a construção da identidade e que a própria tristeza tem um papel fundamental na superação das perdas.
Paul Ekman e Dalai Lama
Paul Ekman desenvolveu trabalhos relacionados às emoções em parceria com Dalai Lama. Um desses estudos se refere às diferenças individuais de como as pessoas vivem suas emoções e como desenvolvem emoções sociais, como a compaixão, por exemplo.
Além disso, por sugestão do próprio Dalai Lama, Ekman e os seus colegas desenvolveram um programa de formação para ajudar as pessoas a gerirem emoções destrutivas e a cultivar uma forma mais saudável de ser. O programa se chama “Cultivar o Equilíbrio Emocional”.
Em paralelo, o Dalai Lama pediu ajuda a Ekman para criar um mapa de emoções para desenvolver uma mente calma. Foi assim que surgiu o “Atlas das Emoções”, um mapa que representa um resumo dos aprendizados do psicológico em seus estudos das emoções nas últimas décadas.
Paul Ekman na atualidade
Atualmente Paul Elman continua contribuindo muito com os estudos sobre as emoções e as expressões faciais. Sendo que é possível conhecer mais sobre os trabalhos desenvolvidos pelo psicólogo através do site do Paul Ekman Group, uma instituição criada para desenvolver e divulgar o conhecimento e as descobertas de Ekman ao longo de sua vida.
Além disso, lá você encontra testes, artigos e treinamentos sobre expressão facial das emoções!
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