Orientação profissional no Ensino Médio: o guia completo
Equipe Eurekka
É comum que, entrando na primeira série do Ensino Médio, o adolescente comece a pensar numa profissão e, aos poucos, vai buscando orientação. O jovem pode encontrar a orientação profissional em vários locais e de várias formas. No entanto, a escola se tornou um ponto de referência.
É sobre isso que o texto vai tratar. E mais: quem deve ser responsável pela orientação profissional dos jovens estudantes e qual é o papel do psicólogo neste processo? Saiba disso tudo com a gente. Boa leitura!
Índice
O que é Orientação profissional?
Por muito tempo a orientação profissional mais comum que os jovens estudantes tinham era por parte da família. Eram os pais ou avós que determinavam que o estudante deveria se preparar para seguir os passos da família. Então, se o pai era médico, o caminho do filho era ser médico também.
O consultório já estava pronto, já tinha futuros clientes também e já havia um nome conhecido na cidade. Também era uma época em que a informação não estava assim tão disponível e a escola não exercia um papel muito claro na escolha profissional.
Hoje a informação está ao alcance de um “google”. E, assim, os professores e coordenadores acompanham mais de perto as angústias dos jovens que chegam ao Ensino Médio.
Dessa forma, vamos entender que a orientação profissional sofreu uma evolução. São ideias de trabalho ou estudo que vão se formando com a ajuda de professores, pedagogos, psicopedagogos e psicólogos, no espaço da escola.
Qual a importância?
Os especialistas costumam dizer que o objetivo da orientação profissional é esclarecer e prevenir.
Esclarecer é preciso pois o jovem não tem informações suficientes sobre a profissão que deseja e, na maioria das vezes, idealiza demais tal carreira. Por exemplo, a menina quer ser veterinária. Mas não sabe que, nos finais de semana, talvez tenha que fazer plantão na clínica. Afinal, os animaizinhos não ficam doentes só de segunda à sexta.
Prevenir é vital, para que o jovem estudante se conscientize das características da profissão que pretende escolher. Muitas disciplinas que a escola ensina ajudam a reforçar as áreas que cada profissão abrange. Por exemplo, a carreira de Arquitetura e Urbanismo precisa de Matemática. Então, o melhor é que a pessoa tenha simpatia pela matéria. Além disso, é bom que o professor faça a ligação do conteúdo com essa área.
A falta de informação sobre a graduação geram desistências e grandes decepções. Por outro lado, os universitários costumam justificar que não imaginavam que tinha tanta coisa diferente fazendo parte do curso que escolheram. Então, então trocam de curso ou “trancam” a graduação.
Isso causa frustração e interfere na qualidade de vida da pessoa, pois ela cria expectativas em torno de tal profissão.
Por isso, o trabalho de professores, coordenadores e orientadores vocacionais no Ensino Médio é vital para reduzir o impacto dessas frustrações. Dia desses, ouvimos de um estudante recém-formado que ele nem imaginava que uma certa universidade tivesse mais de 50 cursos de graduação. Ele sempre imaginou que os cursos não passassem de 10, aqueles de sempre: medicina, engenharia, administração e assim por diante.
Quais são os desafios da orientação profissional no Ensino Médio?
Talvez o maior desafio da orientação profissional na escola seja o trabalho sistemático. Ou seja, não adianta oferecer ao aluno um momento ou outro para esclarecer dúvidas. O ideal é que a escola tenha ações planejadas, com profissionais qualificados acompanhando e com feedbacks.
Outro desafio grande é saber as motivações e necessidades dos estudantes. Afinal, sua situação social, sua educação e seu histórico familiar vão determinar a escolha profissional.
Por exemplo, um jovem quer cursar Educação Física. Sonha em trabalhar na sua comunidade, com crianças carentes que não têm acesso às escolinhas pagas e aos centros de treinamento. Você vê que ele tem uma motivação e um propósito. Então, a escola, com ajuda de profissionais preparados, deve ajudar esse jovem nesse sentido.
Quanto às necessidades do jovem estudante, é interessante a escola mostrar as diferentes profissões. Assim, na medida do possível, consegue oferecer atividades que criam canais de comunicação. Como, por exemplo:
- palestras,
- oficinas,
- visitas a universidades,
- a empresas,
- fomentar os cursos técnicos.
É vital chamar a família para conversar e participar de todo esse processo evolutivo. Isso pois, segundo os jovens, há uma pressão muito grande neste período por parte dos pais e familiares.
É normal que os jovens não consigam decidir uma profissão no Ensino Médio?
É natural que os estudantes tenham muitas dúvidas sobre a profissão que pretendem seguir. E isso não deve ser motivo de medo e insatisfação, pois faz parte do processo.
O primeiro motivo é o grande número de profissões que existem no mercado e a tendência é aumentar. Muitas dessas profissões têm vários caminhos para seguir. É o caso, por exemplo, das atividades na Tecnologia da Informação (TI). Por isso, os estudantes ficam meio perdidos com tantas opções e precisam receber a orientação certa.
Outro motivo muito importante são as aptidões. Ou seja, o estudante precisa saber se tem habilidade para uma certa área. Por exemplo, ele quer ser psicólogo, mas não é bom em ouvir e muito menos tem paciência para acompanhar o cliente enquanto ele se trata. Essas reflexões têm que ser feitas na escola.
Os especialistas no assunto afirmam que um elemento vital, hoje em dia, é o autoconhecimento, já que as estratégias de trabalho na maior parte das empresas se baseiam no trabalho coletivo. Então, a escola pode aproveitar este aspecto para trabalhar em sala de aula. E, em outros contextos escolares, atividades que priorizem a interação, a troca e a responsabilidade pelo outro.
Uma última razão pela qual os jovens não sabem tanto sobre as opções de curso é que as escolas estão muito focadas em vestibular. Parece estranho dizer isso, mas o estudante fica tanto tempo treinando para acertar as questões, que não se dedica a pensar sobre a sua carreira. Inclusive, não pensa que a sua carreira não precisa estar ligada de forma direta a uma graduação.
Como fazer a orientação profissional de jovens estudantes?
A orientação profissional deve ser feita por quem entende do assunto, para que as ferramentas adequadas sejam usadas. Há boa vontade por parte de professores quando contam as suas histórias de vida, quando dão dicas e atualizam os estudantes. No entanto, orientação profissional é mais do que isso. É sobre planejar com início, meio e fim. Além disso, é algo organizado, de preferência, por um profissional qualificado: pedagogo ou psicólogo.
Para planejar, isso deve ter alguns focos:
a) autoconhecimento e significado da escolha profissional;
b) trabalho e mercado de trabalho;
c) informação sobre as profissões.
Definidos os focos, a equipe vai adaptar os encontros à realidade do aluno. Ou seja, tudo ocorre de acordo com questões sociais, poder aquisitivo, características familiares, aptidões e necessidades.
Por exemplo: a escola quer trabalhar mercado de trabalho com os alunos e quer tirar o melhor proveito dos encontros. Então, ela precisa mapear a região em que a escola se encontra. Uma forma de fazer isso é chamando profissionais que atuam em diferentes áreas na região em que a escola se localiza. Assim, eles relatam as suas experiências e respondem perguntas do tipo “Como é ser engenheiro químico nesta cidade?”
Em resumo, a orientação deve ser feita sem excessos. Ou seja, filtrando as informações e os temas, para que o jovem não fique mais confuso ainda. Ele precisa que as pessoas clarifiquem as ideias, de acordo com a sua realidade. E a escola, por sua vez, também terá limitações, pois não conseguirá dar conta de todas as demandas.
Nesse sentido, a escola pode incentivar os alunos a buscar por conta própria material sobre as profissões que desejam e também a participarem de Feiras Científicas, que são uma ótima ajuda para ideias profissionais.
Quem deve fazer?
Reforçamos que a orientação profissional em qualquer instituição, seja ela pública ou privada, deve ser feita por um profissional qualificado: pedagogo ou psicólogo. Afinal, eles têm o conhecimento que é vital para planejar bem.
Esse planejamento, além de encontros orientados, inclui, ao longo dos três anos do Ensino Médio:
- a aplicação de teste vocacional,
- visitas a universidades e empresas,
- organização de trabalho voluntário e
- orientação individual.
Por que o papel do psicólogo é fundamental nesse processo?
Passamos a vida inteira fazendo escolhas. O que comer, que roupa vestir, a que filme assistir. E, aos poucos, as escolhas vão ficando mais sofisticadas, mais cheias de detalhes. A escolha profissional é uma dessas.
Agora, imagine um adolescente enfrentando este momento com tranquilidade! Difícil, não é mesmo? Então, o psicólogo é o profissional que ajuda a trabalhar o autoconhecimento, a descobrir aptidões e a desfazer equívocos profissionais. Afinal, a gente sabe que os jovens estudantes criam expectativas altas em torno da profissão. Clique aqui para saber mais sobre os psicólogos da Eurekka!
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