O que é melancolia para a Psicologia
Equipe Eurekka
O termo melancolia é usado de forma muito frequente. Tanto por nós, no nosso dia a dia, quanto por artistas em suas grandes obras e produções. Mas a verdade é que, muitas vezes, o senso comum não chega nem perto de todos os sentidos possíveis do que é melancolia.
Isso porque, além de estar muito ligado à arte e à expressão da subjetividade, o humor melancólico também está presente em estudos da Psicologia, sendo que aparece até mesmo em casos de transtornos mentais.
Então, neste texto, vamos falar sobre o que é a melancolia, seus diversos sentidos e contextos, sintomas e como tratar de maneira adequada (sim, uma pessoa em estado melancólico precisa de tratamento às vezes).
Boa leitura!
Índice
O que é melancolia?
O sentido de melancolia usado pela maioria das pessoas é aquele relacionado ao saudosismo, tristeza, lembranças do passado, abstração, sentimentalismo e até mesmo à boemia.
E não que isso esteja errado, afinal o falante faz a língua. Ou seja, esse é um dos sentidos que foi aglutinado à palavra melancolia e não está nada errado.
Na literatura clássica, é muito comum encontrarmos autores com personalidade melancólica, como Álvares de Azevedo na obra Noites na Taverna; Goethe em Os Sofrimentos do Jovem Werther e Lord Byron em seus diversos poemas.
Mas o fato é que, para além dessa definição popular, algumas áreas do conhecimento também definiram o que é melancolia, e a primeira delas aconteceu com Hipócrates.
Conhecido como pai da medicina, Hipócrates, na verdade, criou esse termo para definir um conjunto de sintomas que ele observou em algumas pessoas, como: perda de apetite, tristeza e olhar perdido. O próximo passo, então, foi relacionar esses sinais com um possível estado de humor.
Na antiguidade, a Depressão era chamada de melancolia. O termo é um vocabulário de origem grega que significa “doença da bile negra”. Essa denominação se originou da teoria de Hipócrates, que dizia que a saúde e a doença dependem do equilíbrio ou desequilíbrio do corpo, entre quatro fluidos do corpo, ou “humores”: bile negra, bile amarela, sangue e fleuma. O excesso de bile negra era responsável pelos sintomas depressivos, ou seja, um humor produzido no baço. (CIZIL; BELUCO, p.36, 2019).
Anos mais tarde, Freud retomou esse termo ligando-o a processos patológicos, como perda e vazio em si mesmo.
Hoje, o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) define a melancolia como um “Estado mental caracterizado por depressão muito grave”.
Qual a diferença entre tristeza e melancolia?
A tristeza é uma das emoções básicas e universais. Isso significa que todas as pessoas vão senti-la em algum momento da vida. Ou seja, sentir tristeza é algo normal e até mesmo necessário.
Ela só se torna um problema quando perdura de forma intensa por mais de duas semanas; nesse caso, pode ser um indicativo de depressão.
Já a melancolia é um estado de morbidez e apatia, não sendo uma emoção comum, principalmente quando ocorre com frequência e/ou perdura por muito tempo. Para a Psicologia, a melancolia pode ser um especificador de transtornos, como depressão e bipolaridade.
Quais são os sintomas de melancolia?
Alguns sintomas da pessoa melancólica são:
- Desânimo
- Falta de interesse pelo mundo externo
- Desconexão com o momento presente
- Tristeza intensa
- Apatia generalizada
Como lidar com a melancolia?
Existem atitudes práticas que você pode fazer diariamente para cuidar da sua saúde mental e combater a melancolia.
A primeira delas é organizar sua rotina. Pode parecer desconexo, mas a verdade é que uma rotina organizada, com todos os afazeres anotados e bem visualizados, promove a sensação de maestria e controle, de forma que ajuda a combater os sintomas depressivos.
Outra atividade, é praticar a escrita terapêutica. Essa é uma técnica muito indicada para ajudar as pessoas a visualizarem seus próprios pensamentos e se sentirem mais leves.
Funciona assim: você irá tirar um tempo exclusivo para escrever tudo que vem à sua cabeça, sem se preocupar com estética e normas. Você deve apenas passar para o papel todos os seus sentimentos e emoções.
Isso por ser feito em forma de uma carta para você mesmo, ou para outra pessoa, uma história, um poema, apenas um texto de desabafo, entre outros, você escolhe!
Outra atitude para combater a melancolia é fazer exercícios físicos, porque essa prática libera substâncias relacionadas ao prazer e ao bem-estar, como a serotonina. Então, tire um tempo para se dedicar a essa prática, nem que sejam 30 minutos de caminhada diária.
Outras atividades são: sair com amigos que te façam bem, fazer a higiene do sono e cortar estímulos que te deixam melancólico, como filmes e músicas que incitam esse estado.
É importante entender que, com o humor melancólico, não ocorre a vontade de fazer essas coisas, porém, você não deve esperar a vontade vir para realizar algo que é bom para você. Faça sem vontade mesmo, só assim você conseguirá romper esse ciclo.
Agora, o mais importante: todas essas dicas são muito válidas, mas caso a melancolia dure mais que duas semanas, é preciso procurar um profissional da saúde mental para receber o tratamento adequado.
A importância da terapia no tratamento da melancolia
Nos filmes e nas músicas, a melancolia até pode ser expressada de uma forma bonita e criativa, mas a verdade é que os sintomas depressivos causam muitos prejuízos na vida de quem se sente assim.
Desmotivação diária, questionamentos infinitos sobre o presente e o passado, desconexão, tristeza e apatia são questões que indicam uma saúde mental abalada e impedem a pessoa de ter uma vida plena, podendo levar a um estado cada vez mais grave de depressão.
Por isso, se você se identifica com esses sintomas, não normalize isso. Comece agora mesmo a tomar atitudes práticas para sair desse ciclo e dar pequenos passos em direção a uma mente saudável.
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