Musicoterapia: o que é, para que serve e como funciona

Gleiciany Rosário da Rosa

Você chega em casa, liga um som, deita no sofá e relaxa. Que maravilha! Mas não é só isso que a música faz, não! Há uma terapia que usa música para tratar doenças de vários tipos e graus. É a musicoterapia. Por isso, este é um material cheio de explicações e curiosidades sobre os benefícios da musicoterapia. Boa leitura!

O que é a musicoterapia?

musicoterapia infantil

Desde muito cedo, buscamos cuidar da nossa saúde. Entre tantas terapias que existem e ajudam nisso, está a musicoterapia. Ela é capaz de cumprir a função psicofisiológica. Em outras palavras, atinge efeitos físicos e psicológicos na pessoa.

A musicoterapia é um processo que pede que o terapeuta planeje suas ações. Além disso, ele vai monitorar o paciente, com intenção de intervir usando a música. Assim, ele usa a relação da pessoa com a música para melhorar a interação psicológica, que facilita a ação terapêutica.

Para que serve?

Através da musicoterapia, é possível que o paciente revele o que está dentro dele, mudando imagens internas para expressões. Por isso, esses processos terapêuticos fazem com que a pessoa perceba mais sobre si mesma, sobre dificuldades internas e pressões. 

A musicoterapia tem 3 objetivos principais:

  1. O estabelecimento ou restabelecimento de relações da pessoa;
  2. a conquista da autoestima, pelo sentimento de realização;
  3. a volta da energia da pessoa, fazendo com que ela se organize.

Como a música age no cérebro?

Há três elementos básicos para criar uma música: Harmonia, Melodia e Ritmo.

Em primeiro lugar, a Harmonia é um conjunto de notas musicais, como os acordes de um violão. A Melodia, por sua vez, são notas tocadas de forma separada, como as notas vocais, as notas do piano ou do saxofone. Já o Ritmo é um movimento coordenado da música, por exemplo, as batidas de uma bateria. 

Algumas pesquisas mostram que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os subsistemas neurais. Em outras palavras, a musicoterapia ativa várias regiões do cérebro. Uma delas é o hipotálamo, que regula a temperatura e o ânimo. Outra é o tálamo, que é responsável por interpretar as informações dos sentidos.

Além disso, ativa também o hipocampo, que guarda a memória, e regiões associadas às funções cognitivas. Assim, a música não só ajuda a tratar as doenças, como estimula a memória e o aprendizado.

Quando uma música emociona, as estruturas que se ativam estão nas regiões instintivas do verme cerebelar e da amídala. Em outras palavras, o verme é uma estrutura do cerebelo que cuida da produção e liberação dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina. Já a amídala é a principal área do processamento emocional no córtex.

Na leitura musical, no entanto, o córtex visual é a área utilizada. O ato de acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas memórias) e o córtex frontal inferior. Já para a execução de músicas, os lobos frontais se acionam, como o córtex motor e sensorial.

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Como funciona a musicoterapia?

As sessões de musicoterapia podem ser feitas de forma passiva, isto é, com o paciente só ouvindo o musicoterapeuta tocar. Além disso, pode também ocorrer de forma ativa, quando o paciente participa do processo. Há, ainda, os modelos de musicoterapia em grupo, que ajudam na inclusão e tornam possível melhorar a habilidade social.

A musicoterapia busca trazer expressão, tranquilidade e atitude. Há pesquisas em que pacientes não só conseguiram atingir os objetivos principais, mas também reduziram a ansiedade e aliviaram as tensões. Também alcançaram o autoconhecimento, refletiram sobre o próprio bem estar e falaram suas preocupações e projeções do futuro.

A música age no ser humano de diferentes formas. Pode afetar seu humor, gerar ou alterar emoções e sensações. Além disso, através da musicoterapia, também é possível dar suporte ao paciente em relação aos vínculos familiares, ajudando em momentos difíceis.

Benefícios da musicoterapia

terapia musical

A musicoterapia traz vários efeitos positivos no paciente, pois promove o crescimento pessoal em um ambiente que o ajude a chegar nos objetivos terapêuticos. 

Também pode ser boa em transtornos neurológicos, pelo seu poder no tratamento da ansiedade, depressão e isolamento.

Evidências científicas

Uma pesquisa científica sobre musicoterapia no 6° Congresso Brasileiro de Saúde Mental, em 2018, mostrou ser possível definir os diferentes benefícios que musicoterapia torna possível alcançar. Entre eles: 

  • Individuais: impacto no humor intenso;
  • Efetivos sugestivos: redução da ansiedade e melhora da motivação e vitalidade; 
  • Duvidosos: melhora da qualidade de vida, da autonomia e da autoestima.

Assim, a musicoterapia tem efetividade. A Ciência vem comprovando que a terapia musical tem papel terapêutico em várias doenças, que você confere logo abaixo.

Para quem a musicoterapia é indicada?

Quase todas as pessoas podem se beneficiar da musicoterapia, pois ela traz bem estar pessoal. Entretanto, indivíduos que sofrem de epilepsia musicogênica devem evitar essa terapia. A epilepsia musicogênica são crises epilépticas que estímulos musicais geram.

Doenças cardíacas

A musicoterapia é capaz de reduzir a pressão arterial de hipertensos. Isso faz com que os riscos de incidentes cardiovasculares seja muito menor.

Transtornos neurológicos

É eficaz no tratamento de ansiedade, depressão e isolamento. Além disso, auxilia no tratamento de AVC, demência, amnésia e afasia. Entenda um pouco sobre cada um a seguir.

No tratamento do AVC (Acidente Vascular Cerebral), a musicoterapia ativa as regiões do cérebro responsáveis pelas emoções. Isso é vital na recuperação do paciente.

musicoterapia

Quanto à demência, ao escutar música, o paciente ativa vários padrões neuronais que nada estimulava há muito tempo. Isso faz com que ele “acorde” para certas ações. É o caso do Alzheimer, por exemplo.

Ao tocar algum instrumento ou ao ouvir uma música, as pessoas com amnésia podem ter alguns sintomas minimizados. Isso porque uma música pode trazer a lembrança de algo que estava esquecido.

Sobre isso, há uma curiosidade científica sendo investigada: pesquisadores acreditam que as memórias musicais estejam guardadas em outra parte do cérebro. Isso ficou claro em casos em que as pessoas tiveram quadros de amnésia total, mas as suas memórias musicais estavam intactas.

E, por fim, a musicoterapia ajuda muito no tratamento das afasias. Em outras palavras, as afasias afetam a comunicação das pessoas. Por lesões cerebrais, essas pessoas passam a ter dificuldade para falar, entender e escrever.

Para tratar as afasias, musicoterapeutas e fonoaudiólogos usam a Terapia da Entonação Melódica, que estimula as regiões do cérebro que a lesão não afetou. Assim, os pacientes aprendem a falar através do canto.

Autismo

Pessoas com autismo podem se beneficiar bastante da musicoterapia. Isso porque a utilização de instrumentos pode servir como uma ferramenta útil para incentivar a comunicação e a autoexpressão.

Vida Social

Os aspectos emocionais, físicos, biológicos e culturais melhoram graças ao estímulo da comunicação e da interação.

Quanto custa uma sessão de musicoterapia?

O custo varia entre R$80,00 e R$150,00, pois depende da região. Existem alguns convênios que cobrem o valor da sessão. Além disso, o SUS (Sistema Único de Saúde) e SUAS (Sistema Único de Assistência Social) realizam atendimentos, também.

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Gleiciany Rosário da Rosa

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