A diferença entre motivação intrínseca e extrínseca

Equipe Eurekka

O que leva você a acordar todos os dias e ir para o trabalho? Você já pensou o que te faz pegar um papel, anotar seus planos e se organizar pra conquistá-los? A gente acha que a maioria das respostas será motivação, mas talvez nem todos saibam que há dois tipos de motivação, a intrínseca e a extrínseca.

Por isso, neste texto, vamos entender melhor essas motivações e como elas mudam as nossas vidas.

Vamos também refletir um pouquinho sobre como elas são importantes no trabalho. Afinal, o trabalho é o nosso ganha-pão de todos os dias, que move a maioria das nossas ações e nos permite realizar sonhos e ter uma vida estável.

Boa leitura!

O que é motivação?

Vamos pensar de uma maneira bem radical: alguém anda pelo deserto, já está exausto e, de repente, tem uma visão de algo que parece um reservatório de água. É quase certo que essa pessoa vai achar forças, não sabemos de onde, para chegar até o lugar, porque tomar água é uma questão de sobrevivência.

Agora, vamos pensar de um modo menos radical: você foi ao médico, fez exames e ele disse que você deveria fazer atividade física regular para melhorar a saúde. Você já sabe disso há um mês e ainda não deu jeito.

Em ambos os casos, existe um motivo que deve mover a pessoa para buscar um objetivo. Mas talvez não haja a mesma motivação nos dois exemplos. O sujeito vai morrer de sede se não conseguir água; e você pode ter complicações sérias se continuar sedentário. Mas não vê a morte tão de perto.

Então, motivação é aquilo que nos leva a dar um passo em direção, não só ao que se quer, mas àquilo que é necessário. E, às vezes, o objetivo está distante e até precisa de outras pessoas e circunstâncias pra ser realizado.

É importante lembrar que a motivação é um comportamento único, porque varia de pessoa pra pessoa, e também complexo, porque necessita de manutenção. Ou seja, não adianta dar o primeiro passo e não continuar no caminho.

Há dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca

Agora que você já sabe o que é motivação, é muito importante saber que ela vem de dois lugares: de você e de elementos externos. Então, confira como isso funciona!

A motivação intrínseca 

Imagine que você esteja muito empolgado em aprender uma nova língua de maneira gratuita. Você reserva um momento do seu dia, acessa alguns sites e se dedica a aprender italiano, por exemplo.

Veja que ninguém pediu isso a você e você não receberá nenhuma recompensa no trabalho por causa disso. Simplesmente, você se sente feliz por aprender algo novo.

Então, na motivação intrínseca, o que move você são coisas internas, que estão relacionadas ao seu senso de curiosidade.

A motivação extrínseca

Agora, digamos que o fato de você aprender uma nova língua seja um critério para você mudar de cargo na empresa. Ou seja, você será recompensado por isso, ganhará mais e terá mais status.

Fatores externos como ambiente, trabalho, prêmios, recompensas, salários, pessoas e reconhecimento público são gatilhos que impulsionam a pessoa a fazer algo. Isso é motivação extrínseca.

Mulher motivada para trabalhar

Diferença entre motivação intrínseca e extrínseca

Nesse caminho que todos nós percorremos entre o prazer da motivação intrínseca e a pressão da motivação extrínseca, há algumas diferenças que valem a pena serem explicadas. Confira:

Na motivação intrínseca você:

  • se mostra curioso e está sempre querendo desenvolver uma nova habilidade sem pretensões;
  • você tem vontade de aprender sem interesse na recompensa, pois curte mais o processo do que os fins;
  • tem vontade de mudar a forma de agir e pensar porque acha necessário se reciclar;
  • é o tipo de pessoa que está sempre atrás da sua melhor versão.

Por exemplo: você nunca fará um show e nem tem pretensões artísticas, mas guarda um tempo da sua rotina pra estudar música, tocar um instrumento e coleciona bons livros sobre o assunto.

Na motivação extrínseca, você:

  • se motiva pela recompensa e pelo resultado;
  • age por receio da punição. Um exemplo são as pessoas que trabalham em empresas que avaliam o funcionário por metas alcançadas;
  • se motiva pela necessidade de ser aceito. Nesse caso, é preciso ter cuidado para não sufocar a sua identidade e prejudicar sua saúde mental.
  • age de maneira programada, pensando nos mecanismos que precisa usar pra atingir o resultado.

Por exemplo: O aluno que estuda 8 horas por dia pra prestar o vestibular de Medicina está focado nas especificidades deste curso e sabe o quão difícil é conseguir uma vaga na universidade. Ele tem um alvo e faz tudo para garantir um lugar na lista de aprovados.

colegas de trabalho compartilham motivação extrinseca entre si

Motivação intrínseca e extrínseca no trabalho

O mundo corporativo é muito dinâmico e competitivo, por isso, os trabalhadores precisam se engajar mais, se atualizar e se adaptar. O tempo todo é preciso gerar bons resultados e o tempo todo a vontade de fazer melhor é cobrada por líderes e gestores.

Diante disso, é preciso esclarecer alguns pontos sobre motivação. 

As pesquisas em gestão e produtividade mostram que é responsabilidade do bom líder motivar os colaboradores. Isso inclui, principalmente, a dosagem de cobrança por resultados e a capacitação dos colaboradores. Ou seja, não adianta cobrar se não há um ambiente bom pra trabalhar.

Outro aspecto importante é conhecer os colaboradores e saber como cada um desempenha o seu papel e quais habilidades individuais são mais evidentes. Assim, é possível montar uma equipe qualificada, cujos limites são respeitados.

Por fim, e talvez mais importante, é saber que a motivação extrínseca está ligada à motivação intrínseca, porque trabalhadores com um bom grau de autoconhecimento, curiosos, com vontade de crescer e dispostos a buscar coisas novas estão mais aptos a aceitar desafios na empresa.

Portanto, a pergunta que todo gestor deve fazer é “ Quem é essa pessoa que trabalha comigo e como ela pensa e age diante dos desafios?”

Quando um gestor exige demais, paga pouco, desrespeita os limites do colaborador e não se importa com a motivação correta, este colaborador pode desenvolver transtornos mentais como burnout, ansiedade e depressão.

Além disso, essas atitudes também podem causar impactos como alta rotatividade de funcionários, falta de produtividade, absenteísmo e clima estressante, de fofoca e desinteresse.

tablet com tela no curso felicidade no trabalho

Tenha mais motivação no trabalho

Por saber que as queixas sobre motivação no trabalho são grandes, a Eurekka defende que algo precisa ser feito com relação a isso. Afinal, o ambiente em que trabalhamos é o que gera o nosso sustento. Por isso, ao mesmo tempo, ele precisa ser desafiador, mas dinâmico e alegre também.

Você precisa acordar todos os dias e ter um motivo para trabalhar, sabendo que vai crescer e desenvolver suas habilidades. Que vai contribuir com algo maior e que sua força de trabalho é importante. Mas caso você não sinta tudo isso com a sua ocupação atual, isso pode ser um sinal de alerta.

Sentir que o nosso trabalho drena nossas energias, e que não somos felizes com a nossa profissão é um grande problema. Mas tem como ser resolvido e nós podemos te ajudar!

Foi pensando em quem está tendo problemas com o seu trabalho que a Eurekka criou o minicurso “Felicidade no Trabalho“. Nele nós te explicamos quais são os sinais de baixa realização pessoal, despersonalização, exaustão emocional e burnout. Além disso, te ajudamos a avaliar o nível de cada um em sua vida hoje, e mostramos atitudes práticas para melhorar em tudo isso!

Acha que esse conteúdo vai ajudar a salvar sua carreira? Nós também, por isso, vamos deixar o link do Felicidade no Trabalho para você se inscrever agora mesmo!

Referências:

SCHWAAB, Débora Regina. Motivação Intrínseca e Extrínseca nas Aulas de Educação Física. 2014. 52 f. Dissertação (Trabalho de Conclusão de Curso), Universidade de Brasília. Primavera do Leste, 2014. Disponível: <https://bdm.unb.br/bitstream/10483/9532/1/2014_DeboraReginaSchwaab.pdf>. Acesso em: 27/07/23.

PANSERA, Simone Maria. et al.. Motivação intrínseca e extrínseca: diferenças no sexo e na idade. Psicologia Escolar e Educacional, v. 20, n. 2, p. 313–320, 2016. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/2175-353920150202972>. Acesso em: 27/07/23.

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