Marcapasso: o que é, para que serve e cuidados
Laura Almeida
O coração do ser humano é “programado” para bater entre 60 a 110 batimentos por minuto, desde o nascimento até a morte da pessoa. Mas, um dia, o sistema elétrico dessa bomba perfeita pode precisar de um ajuste. Assim, o marcapasso passa a ser uma ferramenta vital.
Há doenças que fazem o coração bater mais rápido, ou mais devagar, do que deveria, pois o “marcapasso natural está desregulado”. Nesses casos, também se torna necessário colocar um marcapasso.
Para saber mais sobre o marcapasso, as doenças que necessitam da colocação desse aparelho, qual o preço do produto, tempo de cirurgia e muito mais, siga a leitura!
Índice
O que é um marcapasso?
O marcapasso é um aparelho elétrico criado para tratar distúrbios no ritmo cardíaco.
Funciona assim: o coração humano é como uma bomba, que está em constante contração e dilatação, enviando sangue para o corpo todo. Para que o coração possa contrair, ele precisa de um estímulo elétrico. Fica fácil quando pensamos em um motor de carro, pois, para ligar o mesmo, é necessária uma fagulha, que é gerada nas velas. A fagulha/faísca, no caso do nosso coração, é o estímulo nervoso gerado no nó sino-atrial. Ele é o “marcapasso natural” do coração, que regula conforme precisamos de mais, ou menos, batimentos.
Quando o nó sino-atrial não funciona como deveria, ocorrem as doenças chamadas de arritmias cardíacas. Assim, para o tratamento dessas arritmias, se utiliza o marcapasso junto com algumas medicações.
Para que serve?
O marcapasso serve para tratar distúrbios elétricos do coração, que são as arritmias. Elas podem fazer o coração bater mais rápido (taquiarritmias) ou mais devagar (bradiarritmias) e são de alto risco, pois podem levar à uma parada cardíaca.
Nesse sentido, o marcapasso corrige o ritmo cardíaco nos momentos em que o coração entra em arritmia. Além disso, quando há uma diferença no tempo de contração entre as câmaras, o marcapasso ressincroniza o batimento.
Quem precisa de um marcapasso?
Pessoas que possuem distúrbios elétricos do coração, também conhecidas como arritmias. As doenças do nó sinusal acometem pessoas mais idosas e ocorrem pelo mau funcionamento das células do nó, levando ao aumento, ou diminuição, da frequência cardíaca.
O bloqueio cardíaco, que ocorre quando o estímulo elétrico não passa de forma adequada pelo nó atrioventricular, também é uma doença que precisa do implante de marcapasso. Além disso, o aparelho pode ajudar as pessoas que têm fibrilação atrial, doença na qual os átrios não contraem de maneira correta e geram diferença na contração dos ventrículos.
Como é colocado o marcapasso no coração?
Se coloca o marcapasso através de uma cirurgia, que dura em torno de 2 horas. Assim, não é necessário sedação, apenas anestesia local. Se faz um corte abaixo da clavícula, perto do ombro, e se insere o eletrodo do marcapasso através de uma veia que chega ao coração.
Para certificar que o aparelho e os eletrodos estão no lugar certo, se monitora a cirurgia com um aparelho de raio X. Os eletrodos ficam no átrio direito, ou ventrículo direito, e o gerador fica próximo à clavícula, ou na região abdominal. A recuperação leva 2 dias, no geral.
Qual o risco de colocar um marcapasso?
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, podem ocorrer infecções. No caso de infecção, os sintomas podem ser febre e dor, calor e/ou vermelhidão no local do corte. Portanto, caso você tenha algum destes sintomas, avise seu médico.
É essencial ficar atento para sinais como tremores musculares e soluços, e avisar a equipe médica para que o marcapasso seja regulado de forma correta. Além disso, sangramentos também podem ocorrer no local do corte. Ao sinal de qualquer um desses sintomas, é necessário informar ao médico de forma imediata.
No entanto, o risco da cirurgia é menor do que o risco da doença que levou à necessidade do marcapasso. Há maior chance de morrer de uma arritmia não tratada do que em uma cirurgia de colocação de marcapasso.
Cuidados necessários
Há muito receio quanto aos cuidados que se deve tomar com um marcapasso. Muitas pessoas acreditam que as ondas de rádio, por exemplo, podem interferir nas funções do aparelho.
No entanto, fique tranquilo! Você poderá utilizar televisões, rádios, secadores de cabelo, barbeadores, computadores, dentre outros, de forma normal.
Também poderá fazer tratamentos dentários, exames de ultrassonografia e raio X sem perigo para o marcapasso. Mas, atenção ao forno de microondas: é preciso ficar a 3 metros de distância quando o aparelho estiver ligado.
Além de que, é essencial tomar cuidado com o celular. Não se deve guardar o aparelho no mesmo lado do implante e deve ser utilizado do lado oposto ao da colocação do marcapasso. Da mesma forma, se permite o uso de aparelhos de música a, pelo menos, 15 cm de distância do implante.
Após a cirurgia, é importante evitar movimentos bruscos com o braço e ombro do lado do implante por 30 dias. Por fim, caso ainda tenha dúvidas, o cirurgião vascular poderá te orientar de uma maneira melhor.
Veja os exames que você não poderá realizar:
- Ressonância nuclear magnética: o exame pode alterar a programação do marcapasso. Os implantes mais modernos permitem a realização do exame de ressonância sem problemas. Caso esteja em dúvida, converse com seu médico.
- Ablação por radiofrequência.
- Radioterapia.
- Uso de bisturi elétrico em cirurgias.
- Uso de desfibrilador: utilizado em paradas cardíacas. No entanto, há marcapassos que contêm essa função de desfibrilador. Sendo assim, se deve desativar o aparelho antes do uso do desfibrilador, para evitar interferência.
Fique atento aos detectores de metal
Os detectores podem “apitar” ao passar. Apesar do susto, o detector de metal não desconfigura a programação do marcapasso. Assim, para evitar transtornos, ande sempre com seu cartão de identificação de portador de marcapasso.
Evite colchões magnéticos
Ao contrário dos detectores de metal, os colchões magnéticos podem alterar a programação do aparelho. Assim, é necessário evitar esse tipo de colchão.
Tipos de marcapasso
Não há apenas um único modelo de marcapasso. Além de existir programações diferentes, há tipos variados do aparelho que servem para tratar diversas doenças.
Marcapasso provisório
Se utiliza em situações de extrema urgência para controlar o ritmo cardíaco. Os estímulos elétricos podem ser aplicados direto no tórax, no caso do aparelho externo, o que é bastante doloroso.
Marcapasso convencional
A implantação é feita em pacientes com bradiarritmias, condição que faz o coração bater mais devagar do que o necessário.
Marcapasso de ressincronização cardíaca
A função desse tipo de marcapasso é melhorar o desempenho da contração do coração. O modelo é indicado para insuficiência cardíaca, quando o coração não tem força para bater de forma adequada. A insuficiência pode estar associada a um distúrbio elétrico chamado bloqueio de ramo esquerdo.
Cardiodesfibriladores implantáveis
São marcapassos para pacientes com taquiarritmias, pois o coração bate mais rápido do que deveria. Esses aparelhos protegem a pessoa da morte súbita e da parada cardíaca.
Qual o preço de um marcapasso?
Um marcapasso pode custar de 4 a 44 mil reais. Os convênios de saúde e o SUS cobrem as internações para a colocação e o custo do aparelho.
Em um serviço particular, os custos com a equipe médica também devem ser levados em conta. O preço varia de 2 a 15 mil reais, esse valor é adicionado ao preço do marcapasso.
Buscando ajuda médica
O médico cardiologista pode diagnosticar uma arritmia, fazem um plano de tratamento e indicar um profissional para a cirurgia. Caso seja necessário o uso de marcapasso, o cirurgião cardiovascular é o profissional que realiza a cirurgia de implante do marcapasso. O eletrocardiograma é um exame que indica a presença de arritmias.
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