7 jogos para quem gosta de psicologia
Equipe Eurekka
Engana-se quem pensa que jogos remetem à infantilidade ou à falta de algo útil para fazer. Eles exploram as diferentes características do ser humano e as transportam ao mundo lúdico para incrementar as histórias e cativar os jogadores. Por isso, a Eurekka separou 7 jogos para quem gosta de psicologia.
Aprender enquanto nos imergimos em diferentes narrativas, contextos e universos é uma ótima maneira de absorver e refletir temáticas presentes no dia a dia, que muitas vezes parecem tão óbvias e não percebemos, ou que não são muito debatidas do modo como deveriam.
Então, se você gosta de jogos e psicologia, ou só está interessado no tema por curiosidade, continue lendo para descobrir que games são esses e quais interessantes mensagens eles trazem!
Índice
7 jogos em diversas plataformas para quem gosta de psicologia
No texto de hoje, você irá conhecer alguns mundos com “zumbis”, poderes de distorção do tempo, tribos guerreiras ritualísticas, feitiços mágicos e mais. E apesar de parecerem distantes de nossa realidade num primeiro momento, há mais coisas em comum do que se possa imaginar.
Hellblade Senua’s Sacrifice
Você enfrentaria o submundo para salvar quem ama?
Essa é a proposta inicial da história de Hellblade Senua’s Sacrifice. Nele, a guerreira exilada, Senua, viaja até o mundo dos mortos de Hell, um dos nove reinos da mitologia nórdica. Isso tudo para ter Dillion, o amor de sua vida, que foi morto de forma brutal, de volta.
Entretanto, ao incorporarmos Senua e termos acesso à sua mente, vemos que sua verdadeira batalha é outra. A protagonista tem psicose e, por isso, todos a tratam de forma hostil.
Isso ocorre, já que, pela época em que o jogo se passa, não havia estudos de psicologia sobre o cérebro humano. Por isso, pessoas que não se encaixavam num exato padrão sofriam julgamentos e suas condições eram banalizadas.
Ao longo do jogo, somos imersos na psicose de Senua. Perdemos contato com a realidade, temos alucinações e ouvimos vozes, mudamos de humor e nossas ações não se organizam.
E toda essa mecânica foi planejada de forma proposital pelos criadores e desenvolvedores. Eles foram atrás de profissionais especializados no tema para inserir isso no jogo da forma correta, sem estigmas ou preconceitos.
Hellblade Senua’s Sacrifice, que foi lançado em 2017 e está disponível para PlayStation, Nintendo Switch, Xbox e PC, traz uma valiosa mensagem a respeito de aceitação, coragem e luto, ao mesmo tempo em que mergulha em culturas históricas para enriquecer o jogo.
Life is Strange
Life is Strange é famoso por ser um dos jogos que revolucionaram a indústria de games. Dividido em cinco episódios, a história ronda Maxine Caulfied na fictícia Arcadia Bay.
A princípio, tudo começa com Max, que tem uma paixão por fotografia. Ela tem uma visão de sua cidade sendo ameaçada de destruição por um tornado. Na escola, ao acordar da premonição, a protagonista logo presencia um assassinato e descobre que tem a habilidade de manipular o tempo, voltando o relógio para salvar a vítima.
A partir daí, ao forçar o jogador a fazer escolhas que moldam o rumo do enredo, o conceito de efeito borboleta é inserido. Além disso, ele mostra que cada pequena ação tomada pode resultar em múltiplas consequências diferentes.
Além da questão da moralidade em alterar o tempo a seu favor, visando a benefícios individuais ou coletivos, Life is Strange também perpassa por variados temas comuns na adolescência e tratados na psicologia, como amor LGBTQIA+, solidão, bullying e até mesmo depressão.
O jogo Life is Strange estreou em 2015, e você pode comprá-lo nas plataformas Xbox, Playstation, Nintendo Switch, Android e iOS.
In Sound Mind
Imagine ser um terapeuta que tem o dever de enfrentar os medos e traumas de seus antigos pacientes. Pois é isso o que ocorre ao jogar In Sound Mind, mais um dos jogos para quem gosta de psicologia.
Nesse terror psicológico, gênero que percorre a vulnerabilidade da mente humana, o protagonista e terapeuta Desmond Wales precisa entender o motivo de o lugar em que mora estar envolto em caos, e encarar problemas perturbadores vividos pelos moradores do lugar. Afinal, qual é o mistério de toda a bagunça?
Definitivamente, a trama de exploração angustiante do jogo se debruça em tirar proveito de variadas histórias em uma. Na pele de Desmond, em In Sound Mind, você percebe a personificação de traumas dos pacientes desencadeados pela raiva, ansiedade, vergonha social, solidão e mais.
Portanto, In Sound Mind pode fazer os olhos de quem gosta de psicologia brilharem. O jogo, que lançou em 2021, está disponível para Playstation, Xbox, Nintendo Switch e PC.
It Takes Two
It Takes Two, que conquistou diversos prêmios e foi eleito o jogo do ano do “The Game Awards”, expõe uma das principais ações retratadas no mundo moderno, inclusive, tratadas na terapia com a psicologia: o ato e as consequências do divórcio.
O foco do jogo está na relação turbulenta entre Cody e May, um casal que cogita a separação por não se entenderem mais em alguns aspectos. E quando a filha recebe a notícia do divórcio, sua angústia acaba transformando, sem querer, os pais em bonecos fantasiosos.
Então, o único jeito de reverter essa mágica é com os dois trabalhando juntos. Então, por meio de uma comédia romântica, Cody e May passam por uma terapia de casal em forma de missões. Eles têm que achar saídas, escalar, combater inimigos e muito mais!
Assim, eles enfrentam, em conjunto os problemas de seu casamento, como a falta de escuta e a dificuldade em reconhecer falhas de si e do próximo. Tudo isso ocorre para que voltem às suas formas reais e façam a filha sorrir como antes.
O jogo tem a opção cooperativa para quem prefere companhia nos desafios, afinal os jogadores precisam ajudar uns aos outros para passar de nível, o que combina cem por cento com a problemática da história. It Takes Two está nas plataformas Playstation, Nintendo Switch, PC e Xbox.
The Last of Us
Se você conhece o mundo dos jogos, é provável que já ouviu falar deste famoso game. The Last of Us é um clássico da distopia, gênero que no geral se desenvolve num pós-apocalipse de opressão ou precariedade em que a ética e a moral são expostas e repensadas.
No início, The Last of Us conta a história de Joel e Ellie tentando resistir a um mundo sendo dizimado por um fungo que assume as funções motoras e cognitivas dos hospedeiros e os transforma em “zumbis”, desprovidos de consciência e prontos para proliferarem a doença.
A partir disso, os dois protagonistas acometidos pelo estresse pós-traumático se aproximam diante de um acaso e perpassam por questões da complexidade humana, como instintos de sobrevivência à flor da pele, trauma pelo luto, projeção da figura paterna, senso de justiça, remorso, coletividade, etc.
Então, se seu desejo é participar de uma narrativa de alta tensão e usar a psicologia para entender um pouco mais da psique do ser humano quando exposta a situações drásticas, The Last of Us é para você. O game já está disponível pelo Playstation e Xbox desde 2013 e, no futuro, para PC.
Ademais, o jogo também está sendo adaptado para série de TV pelo serviço de streaming HBO Max.
Celeste
Jogar Celeste fará com que você encare, junto com a personagem principal, um dos principais desafios do game diante da meta da protagonista: a resiliência. A história acompanha Madeline em sua escalada imprudente até o topo da mágica montanha Celeste.
Num ato impulsivo de autoprovação, Madeline tem que enfrentar seus medos e inseguranças enquanto tenta atingir seu objetivo. A jornada abre um leque de informações sobre cada fragmento pessoal que constrói a personalidade de Madeline.
Em Celeste, temos o desafio a aguentar o cansaço, assim como a protagonista. Isso pois nos faz almejar o topo da montanha do mesmo modo que Madeline.
Entretanto, essa meta exibe as vulnerabilidades de quando nos pressionamos muito e nos tornamos nosso próprio inimigo por isso. Assim como quando em determinada parte da narrativa, Madeline se depara com sua versão maligna que a quer ver desistindo, o que pode ser uma referência à depressão.
No formato retrô de pixel art, Celeste é um jogo de 2018 que serve um prato cheio a quem gosta de psicologia. Você pode jogá-lo no Xbox, Nintendo Switch, PC e Playstation.
Actual Sunlight
Actual Sunlight é um jogo sério que mostra o contraste entre a melancolia do dia a dia e o prazer de estar vivo.
Evan Winter, o protagonista que controlamos no jogo, enfrenta um problema no qual podemos nos sentir muito representados: quando a nossa vida parece não se encaixar. A insatisfação de Evan se prolifera na sua aparência física e, até mesmo, em seu atual emprego.
Conduzir Evan propõe uma reflexão da dura realidade em que vivemos, em que sonhos acabam sendo deixados de lado e a amargura e a falta de motivação tomam espaço na mente.
O sentimento de estar no mundo e ainda assim não pertencer a ele é algo debatido pela psicologia e abordado em Actual Sunlight, conforme acompanhamos a trajetória do protagonista. E caso você também deseje buscar uma jornada de reavivamento do sentido da vida, pode comprar o jogo, lançado em 2013, nas plataformas Nintendo Switch, PC, Android, iOS ou Playstation Vita.
Psicologia nas telas e nos livros
Como vimos, a psicologia e suas técnicas de como lidar com a vida são sempre parte dos jogos e transmitidos a nós por meio das telas em que consumimos eles. Mas, todos esses saberes também são retratados por outro meio de entretenimento: os livros!
A Eurekka traz essa especialidade por meio do Clube do Livro, uma assinatura mensal que entrega na sua casa um kit completo (1 livro, 1 livreto, 1 marca-páginas, 3 cards com técnicas, 1 checklist e 6 adesivos exclusivos) de como lidar melhor com sua saúde mental diante das adversidades da vida!
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2 replies on “7 jogos para quem gosta de psicologia”
Oi, Amanda!
Que bom que gostou da nossa publicação. Esses jogos são incríveis, né?
Ficou sabendo que fizemos uma análise psicológica de The Last of Us?
Aqui o link: https://blog.eurekka.me/the-last-of-us/
Continue nos acompanhando para mais!
Abraços,
Erick
Amei a publicação! Eu joguei Life is Strange, chorei demais no final, joguei It Takes Two, é um jogo muito divertido pra jogar com um companheiro, e joguei várias vezes The Last of Us, obra prima da ficção. Muito interessante saber dessas comparações!