Hipotireoidismo: tire suas dúvidas com este guia completo

Aline Guimarães

O dia a dia corrido, com muita coisa para fazer, podem fazer você se sentir exausto, sem energia e com sono. Aliás, é comum que isso ocorra. Mas você sabia que problemas hormonais como o hipotireoidismo também podem levar a sintomas assim?

Mas não se preocupe, você pode tratar isto!

Neste texto, vamos falar tudo o que você precisa saber sobre o hipotireoidismo: o que é, causas, sintomas e como tratar. Além disso, também separamos as perguntas mais comuns sobre a síndrome. Boa leitura!

O que é hipotireoidismo?

O hipotireoidismo é o nome dado à uma síndrome clínica. Uma síndrome é um conjunto de sinais e sintomas. Neste caso, o que causa a síndrome é a redução de hormônios feitos pela tireoide. Isso, por sua vez, leva à queda do metabolismo. Além disso, há prejuízo das funções biológicas que precisam do estímulo hormonal tireoidiano.

Sintomas

O hipotireoidismo ataca o corpo de forma global. Por isso, seus sintomas são vastos. Apesar dos sintomas serem marcantes, muitos pacientes podem ter casos leves ou serem assintomáticos. Isso ocorre, em especial, naqueles com a doença menos forte ou quando a síndrome começou há pouco tempo.

Veja agora os sintomas que quem sofre de hipotireoidismo pode ter.

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Sonolência

Apesar de não ser um sintoma próprio da síndrome, sono é algo comum no hipotireoidismo. Isso se deve, em especial, à baixa taxa metabólica basal. Além disso, a pessoa também pode ter cansaço, o que atrapalha na rotina.

Por ser algo que a gente não costuma levar a sério, é normal a pessoa nunca ir atrás de entender o porquê da sonolência. Isso é perigoso, pois você fica cada vez mais longe de descobrir a síndrome.

Leve ganho de peso

O ganho de peso não é muito sério e se liga de forma direta com retenção de líquidos. Ao contrário do que se acredita, a obesidade não faz parte do quadro clínico do hipotireoidismo.

Então, se você se sente mais inchado, pesado ou estufado, avise o seu médico para que ele possa te falar quais exames fazer.

Alterações do humor

Humor deprimido, e até mesmo outros quadros psiquiátricos, como psicose, distúrbio bipolar e demência podem ocorrer no hipotireoidismo descompensado.

Perda de memória

Este é um caso comum da síndrome. Ademais, outros déficits cognitivos podem estar ligados. Entre eles, achar difícil prestar atenção, se concentrar e fazer cálculos.

Muitas vezes, pensamos logo em TDAH ou doenças do tipo quando sentimos isso. É por isso que não é bom se autodiagnosticar; sempre deixe na mão de um profissional capacitado.

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Pele seca, unhas fracas e queda de cabelo

As mudanças cutâneas, como pele seca, que descama e é áspera são queixas muito comuns. 97% dos pacientes com a síndrome falam que tiveram casos assim.

Além disso, unhas que quebram sempre, cabelo seco, queda de cabelo no couro cabeludo e nas sobrancelhas também são sintomas comuns. Este tipo de caso, muitas vezes, abala a autoestima, em especial, a das mulheres.

Prisão de ventre

A prisão de ventre ocorre em especial por comer menos, por demorar para esvaziar o estômago e pelo trânsito intestinal lento. Tudo isso, somado, faz com que ocorra o intestino preso.

Além disso, este sintoma também pode gerar mal humor. Já ouviu a palavra “enfezado”? Vem daí!

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Sensação de frio excessivo, mãos e pés gelados

O que causa essa sensação é o metabolismo mais lento, pela falta dos hormônios tireoidianos. Isso faz com que o corpo sinta mais frio e haja menos circulação do sangue. Isso acontece porque, com o metabolismo lento, o corpo não consegue gerar energia para aquecer de novo o corpo.

Anemia

A anemia da síndrome tende a ser leve. Além disso, ela fica melhor após tratar com reposição do hormônio da tireoide. A anemia também pode ser multifatorial, ou seja, por falta de vitaminas (carência de B12 e ferro). Por isso, é vital dizer ao médico que está com anemia, mesmo que você ache que não tem nada a ver com o caso que te fez ir à consulta.

Alteração da libido

Queda na libido é mais comum em homens, e pode vir ligado à disfunção erétil e oligoespermia. Nas mulheres, contudo, ocorre menstruação irregular, anovulação e infertilidade. Estes sintomas devem ser avisados para o médico, porque a falta de ovulação também pode ter como causa a Síndrome do Ovário Policístico.

Colesterol alto

O hipotireoidismo faz aumentar, em especial, o colesterol ruim. Isso ocorre, por sua vez, porque o fígado retira menos colesterol do corpo. Nestes casos, a dieta precisa passar a ter menos gordura e açúcar. Afinal, estas comidas causam bloqueio nos vasos.

Causas

A causa mais comum da síndrome são questões na própria tireoide, que deixa de fazer os hormônios tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3). Este tipo da síndrome chamamos de hipotireoidismo primário.

Estes problemas podem surgir pelo corpo ser autoimune, e este o tipo se chama tireoidite de Hashimoto. Nesses casos, os anticorpos feitos pela própria pessoa destroem a tireoide.

Ademais, a síndrome também pode surgir pelo uso de remédios tóxicos para tireoide, como amiodarona e lítio. Além disso, estágios passageiros de inflamação da tireoide (tireoidite subaguda), ou deficiência endêmica de iodo também podem ser causas.

Por fim, radiação externa, como radioterapia da região cervical, por exemplo, ou tratamento para hipertireoidismo também podem ser causas da síndrome.

O hipotireoidismo pode ser ainda secundário ou terciário. Para a síndrome ser secundária, há problemas na hipófise. Já para o caso da síndrome terciária, é o hipotálamo que está com algo ruim. Estas glândulas produzem o TSH e TRH, hormônios que ajudam de forma direta e indireta a tireoide a fazer e soltar o T4 e T3. Sem esta ajuda, a tireoide não funciona bem, o que leva a todo o quadro clínico.

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Diagnóstico

O diagnóstico é feito por exames laboratoriais, os quais mostram uma queda de T4 e T3 (totais e livres), e o TSH pode estar alto (em casos de hipotireoidismo primário), ou normal/baixo nos casos de hipotireoidismo secundário ou terciário.

No hipotireoidismo primário, TSH é o primeiro exame a ser alterado, sendo o principal pedido dos médicos. Com relação aos hormônios tireoidianos, o T4 livre é o melhor para o diagnóstico, e o T3 sempre é último a ser mudado, de modo que não precisa ser pedido para fechar diagnóstico.

A depender da suspeita diagnóstica (Tireoidite de Hashimoto, hipotireoidismo secundário ou terciário), o médico poderá pedir outros exames, como antiTPO, ressonância de hipófise, etc.

Tratamento

O tratamento é feito com a levotiroxina, em dose única diária, com o objetivo de manter os valores hormonais dentro do normal.

Você pode tomar a levotiroxina em jejum pela manhã, no mínimo 30 minutos, mas é melhor 60 minutos antes do café da manhã. Tomar o remédio junto com outros comprimidos ou com alimentação pode reduzir sua absorção, de modo que o tratamento seja pouco efetivo. 

 A dose varia de acordo com idade e peso do paciente. Adolescentes e adultos jovens precisam de doses maiores, enquanto que em idosos e cardiopatas, doses menores já bastam para um tratamento efetivo.

Prevenção

Apesar de não ser o ideal, não há nenhuma prevenção ao hipotireoidismo. A não ser em casos de carência de iodo, quando a suplementação é indicada. Isso porque o iodo é matéria-prima para formar os hormônios tireoidianos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a ingestão diária de 100-150 µg/dia para evitar bócio endêmico e hipotireoidismo. Além disso, é vital destacar que o Brasil possui políticas de saúde pública que garantem acréscimo de iodo no sal de cozinha, então nossa população não apresenta deficiência.

Por fim, nenhuma Sociedade Médica (nacional e internacional) recomenda o uso de Lugol para prevenção de qualquer doença tireoidiana. Afinal, cada gota da solução tem mais de 10x o recomendado diário pela OMS. Portanto, o excesso pode levar a problemas tireoidianos (como tireoidites e carcinoma papilífero da tireoide).

Perguntas frequentes sobre hipotireoidismo

Por ser uma doença comum e com sintomas tão variados, é comum que haja muita dúvida sobre o tema. Além disso, muitas vezes, os sintomas não são específicos. Então, ache a resposta para as questões mais comuns sobre hipotireoidismo a seguir.

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O que uma pessoa com hipotireoidismo não pode comer?

Não há nada que o paciente com hipotireoidismo não possa comer. Aliás, o paciente só deve respeitar o jejum para tomar o remédio! Além disso, só há restrição na dieta se o paciente tem colesterol alto, por exemplo.

Quem tem hipotireoidismo engorda?

O hipotireoidismo descompensado pode levar a um leve ganho de peso. Além disso, pode fazer com que a pessoa retenha líquido. Contudo, a obesidade não faz parte do quadro clínico da doença.

Quais os sintomas de hipotireoidismo descontrolado?

O hipotireoidismo descontrolado pode causar pele seca, fadiga, sono, constipação intestinal, intolerância ao frio, perda de memória, depressão, queda de cabelo, etc.

Quais os fatores de risco para desenvolver o hipotireoidismo?

Os fatores de risco são, em especial: pessoas do sexo feminino, ter mais de 60 anos e histórico familiar de doenças da tireoide.

Além disso, você também deve falar ao médico se tem histórico de radioterapia na região do pescoço, passado de tireoidite (em especial após o parto), histórico pessoal de doenças autoimunes, falta ou excesso de iodo na dieta e tratamento prévio para hipertireoidismo.

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O hipotireoidismo vai afetar minha gravidez?

O hipotireoidismo descompensado pode causar ausência de ovulação e infertilidade, o que leva à dificuldade de engravidar. Além disso, uma vez que a gravidez esteja em curso, o tratamento deve ser ajustado. Isso porque gestantes precisam mais de levotiroxina.

Por fim, o hipotireoidismo descompensado durante a gravidez pode levar a algumas complicações, como aborto, parto prematuro e anemia.

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