A psicologia por trás do Golpista do Tinder
Equipe Eurekka
Mais um Dia dos Namorados chegou, e dessa vez, a Eurekka não veio te dar carinho, não: o tema de hoje é um pouco “tapa na cara”, mas é com amor, tá bom? É que a gente não quer que você cometa erros como o das mulheres que acreditaram no Golpista do Tinder.
Tudo que essas mulheres queriam era ter uma boa companhia, um date legal e, quem sabe, um amor verdadeiro. Mas a paixão pode nos cegar!
Para entender melhor a psicologia por trás de golpes como esse — e como se proteger disso — a Eurekka trouxe este texto recheado de informações vitais para não cair em golpes. Boa leitura!
Índice
Quem é o Golpista do Tinder?
A pesquisa na internet sobre o golpista do Tinder pode causar um pouquinho de confusão, já que o golpista aparece com dois nomes, o falso e o verdadeiro. Simon Leviev é o nome falso de Shimon Hayut, esse israelense de 31 anos.
Ou seja, no aplicativo Tinder, ele se passava por Simon Leviev, filho de magnatas da área dos diamantes. Porém, quando foi desmascarado, descobriram que ele se chamava Shimon Hayut.
Ele dizia para as mulheres com quem conversava que precisava de dinheiro para se esconder de inimigos pessoais, por conta de seu negócio muito lucrativo e arriscado. Quando elas forneciam o dinheiro, ele sumia. Por isso, ficou conhecido como O Golpista do Tinder.
O documentário na Netflix
A Netflix, que não é boba nem nada, lançou um documentário sobre essa história surreal! Shimon aplicou um golpe milionário nessas mulheres, e custou para ser encontrado.
A história parece até ficção, e é por isso que tantas pessoas se interessaram em entender melhor o que acontecia.
Então, a plataforma de streaming contou a história de Simon Leviev no documentário “O Golpista do Tinder”. Pouco tempo depois, a produção se tornou o documentário mais assistido da Netflix. Foram 166 milhões de horas assistidas nos primeiros 28 dias de lançamento.
Por que o golpista do Tinder conseguiu enganar tantas mulheres?
Você pode pensar que isso foi porque essas mulheres eram bobas, ingênuas ou qualquer outro termo. Mas isso não é verdade! Existem muitos fatores envolvidos em golpes que têm a ver com psicologia e manipulação emocional.
Por isso, é muito importante saber mais sobre as técnicas que os golpistas usam, para que você não se deixe levar.
Manipulação
A manipulação é muito comum em qualquer golpe, mas também em relações no geral. Quando uma pessoa usa gestos, palavras ou falsos sentimentos para influenciar uma outra pessoa, isso é manipulação.
O Golpista do Tinder vivia dizendo para essas mulheres o quanto as amava, que queria construir uma família, e as tratava muito bem. Até aí, poderia ser apenas gestos de amor.
No entanto, sabemos que ele fazia tudo isso sem sentir nem um pingo de carinho pelas vítimas, só se importando em colocá-las dentro da trama para extorquir dinheiro depois. Por isso, podemos afirmar que se trata de manipulação, e não de amor.
Exploração emocional
Em um relacionamento abusivo ou tóxico, a exploração emocional é muito comum. Como o nome já diz, a pessoa explora o emocional da outra, de forma que incapacite a pessoa nos níveis pessoal, mental e emocional.
Como, por exemplo, usar da confiança que a pessoa tem em você para saber seus segredos e intimidades e, depois, chantageá-la com esse conhecimento. Dessa forma, você estaria usando o emocional da pessoa para explorá-la e subjugá-la.
Estelionato sentimental
O estelionato sentimental é uma conduta muito discutida no campo da Psicologia e do Direito. Também podemos chamar essa prática de estelionato emocional ou afetivo.
O estelionato emocional ocorre quando a pessoa se aproveita de um vínculo emocional para obter vantagem para si, no geral, vantagem financeira.
O código penal hoje em dia não traz este termo. Então, se a pessoa responder na esfera penal, ela vai responder só pelo crime de estelionato, sem levar em conta a parte emocional. No entanto, na esfera cível, há vários julgados que já reconhecem o estelionato sentimental.
Além disso, o estelionato sentimental pode entrar como danos morais em um processo, já que gera um forte abalo psicológico, em especial, pelo fato desse golpe ser estruturado em uma relação de confiança. Apesar de o catfishing não ser considerado um crime no Brasil, pode se enquadrar no crime de estelionato sentimental.
Alguns psiquiatras ainda apontam que a prática do estelionato pode se ligar com um grau leve de psicopatia. Afinal, a pessoa está enganando a vítima, induzindo esta vítima ao erro, para tirar vantagem dela. Isso mostra que o estelionatário não tem nenhum grau de empatia!
Catfishing
Catfishing é a prática de criar uma identidade falsa na rede social, se passando por alguém que a pessoa não é. Essa técnica é comum em golpes de romance, bullying ou só para chamar atenção.
Uma forma de evitar cair em catfishing é insistir em ter ligações por áudio e por vídeo, principalmente, para confirmar que está falando com a mesma pessoa das fotos. Esta prática também é chamada, no Brasil, de “estelionato emocional”, como já explicamos mais acima.
A psicologia por trás dos golpes em aplicativos de namoro
Você talvez esteja pensando em muitas coisas, como “por que essas mulheres se permitiram enganar?” Ou “por que uma pessoa age dessa forma tão cruel?”
A verdade é que nem tudo explica-se apenas olhando de fora. No entanto, a Psicologia consegue dar explicações sim! Até aqui, você leu sobre as características psicológicas do golpista do Tinder e agora vai entender os fatores psicológicos que estão por trás das ações das mulheres vítimas deste golpe.
Como a paixão afeta o cérebro?
A paixão traz muitas mudanças químicas no nosso cérebro! A dopamina, a endorfina e a oxitocina aumentam para reagir às ações que temos quando nos apaixonamos. Isso também faz com que a gente tenha mais apego, bem-estar e segurança no nosso dia a dia.
Por isso, é fácil confiar na pessoa por quem você se apaixona. É como se o cérebro ficasse “bobo”, perdesse um pouco o senso de julgamento e tivesse mais segurança no que lhe parece óbvio, que é acreditar no que aquela pessoa diz.
Como se proteger de golpes como o do Golpista do Tinder
Se você pensou em desistir de encontrar alguém legal na Internet e decidiu morrer sozinho, tenha calma! Não há motivo para desespero.
Sim, as redes sociais guardam muitos perigos, mas o segredo é estar atento aos sinais e saber como se proteger. Vamos te dar dicas para passar por uma experiência agradável em aplicativos de namoro, sem nenhum sufoco.
Não compartilhe informações pessoais
Informações pessoais como endereço, e-mail, conta bancária e senhas são isso: pessoais. Por mais que você queira confiar nessa pessoa, você vai estar colocando muita coisa em risco, como a exposição de seus dados — e até mesmo a venda deles — seu dinheiro e sua privacidade.
Confirme se a pessoa é quem diz ser
Este é um passo muito difícil. Isso porque as mulheres que caíram no golpe do Golpista do Tinder também tentaram confirmar: ao pesquisar seu nome no Google, ele aparecia como filho de um milionário da área de diamantes, que tem uma empresa renomada.
Por isso, a melhor forma de confirmar a identidade da pessoa com quem você conversa é através de informações bem específicas: busque por amigos em comum, dê uma olhada em processos no Google envolvendo o nome da pessoa e confira a empresa em que essa pessoa trabalha.
Não faça transações bancárias
Essa dica pode parecer óbvia, mas se você leu tudo que falamos até aqui, já entendeu aonde queremos chegar. Mesmo que você esteja envolvido com alguém, é vital saber separar as situações e, em especial, não se endividar para ajudar outra pessoa.
Mesmo que essa pessoa não seja estelionatária, muitas pessoas não conseguem pagar dívidas que criam ao longo de suas vidas. Portanto, a chance de você acabar sujando o seu nome por uma dívida de outra pessoa é bem grande.
Não envie fotos e vídeos comprometedores
Na hora do clima bom, é normal que casais queiram trocar fotos mais intensas entre si. No entanto, é sempre crescente o número de casos em que fotos, de início privadas, se tornem públicas.
Seja por perversão de quem as recebe, seja por vingança perante uma frustração ou por causa de um término, os perigos em enviar fotos e vídeos comprometedores não acabam. Por isso, dê preferência para mostrar partes mais íntimas só ao vivo, em um local apropriado.
Desconfie de sentimentos intensos
Uma prática comum na manipulação e no estelionato sentimental é o uso de sentimentos intensos: prometer mover rios e montanhas pelo parceiro ou parceira; falar sobre criar uma família, sem nem mesmo haver um pedido de casamento ainda e discursos românticos frequentes.
Por isso, quando houver sentimentos intensos em uma relação que acabou de se iniciar, desconfie. É como diz a famosa expressão “quando a esmola é muita, o Santo desconfia”. E não deixe de pesquisar o contexto em que essa pessoa está inserida!
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