Não duvide de si mesma! Entenda o que é gaslighting
Equipe Eurekka
Sabe quando a mulher ouve frases do tipo “Você tá louca, não foi bem assim.”; “Você tá imaginando coisa.”; “Mulheres são muito sensíveis mesmo.”? Isso pode ser sinal de abuso psicológico por parte do parceiro e a isso damos o nome de gaslighting.
Essa situação é muito séria, pois aprisiona as mulheres em relações tóxicas e, por incrível que pareça, deixa marcas profundas mesmo quando essa mulher já não está mais ao lado deste homem.
Por isso, a gente preparou um material especial para explicar tudo sobre este comportamento. Acompanhe!
Índice
O que é gaslighting?
É um tipo de manipulação psicológica sobre a mulher para ter controle da relação. Essa mulher acaba acreditando que está errada mesmo e que é louca.
O comportamento abusivo do companheiro costuma ser sutil, então essa mulher não percebe que está sendo manipulada e, ainda por cima, justifica as agressões psicológicas do parceiro. Frases do tipo “Ele tem razão, eu acho que me confundi.”; “Eu não tenho tanto desejo sexual, por isso ele me traiu.” e “Tenho que melhorar meu comportamento para ele ficar mais satisfeito.” são clássicas das vítimas de gaslighting.
O que significa gaslighting
A palavra gaslighting tem origem no filme “Gas Light” (À Meia Luz), de 1944, que, na verdade, é uma adaptação de uma peça de teatro de 1938.
O enredo tem a ver com um marido que tenta convencer a esposa de que ela é louca e, para isso, ele manipula pequenos elementos da casa.
Uma dessas manipulações ocorre quando a mulher nota que as luzes, que são alimentadas a gás, piscam e ele a faz acreditar que são ideias da cabeça dela, que as luzes não estão piscando coisa nenhuma.
Na peça, o homem, no começo, é encantador. Contudo, depois começa a usar a manipulação pois quer roubar os rubis que estão escondidos na casa.
4 sinais de gaslighting
O gaslighting é conhecido como a violência silenciosa pois a vítima demora muito para perceber que está sendo manipulada. Ela acredita que o comportamento do parceiro seja normal e que ela é que precisa melhorar, mudar e parar de inventar coisas.
Por isso, a gente apresenta abaixo 4 sinais de que o seu parceiro está te manipulando de forma psicológica e você precisa procurar ajuda.
Distorce fatos e informações
O objetivo do abusador é fazer a mulher duvidar de si mesma. Então, em uma conversa, ele distorce os fatos e as informações de maneira que a vítima já não sabe mais se tem certeza das coisas ou não.
Inventa histórias e frases
Existe uma máxima que diz que a repetição de frases e situações acaba se tornando uma verdade. De tanto dizer que a companheira é louca e que está imaginando coisas, o abusador convence a vítima de que isso é mesmo verdade. E a vítima passa, inclusive, a se culpar por tudo que ocorre na relação.
O abusador faz de tudo para colocar a vítima contra a família e contra os amigos. Fazendo isso, ele consegue isolar a vítima e assume o comando da situação.
Cansaço mental na vítima
“Como esse cara me convenceu de que eu era tonta?”. Este é o questionamento que as vítimas de gaslighting fazem depois de recuperadas. Mas até que isso aconteça, o caminho é estressante, e aliás, muito confuso.
A vítima vive com a constante ideia de dúvida sobre o que ocorreu mesmo, pois ela perde a autonomia e as forças de reação.
Outra consequência grave do gaslighting é o fato de a vítima achar que não será capaz de encontrar um novo companheiro. Isso ocorre, pois acha que o relacionamento atual é um fracasso por culpa dela. Por isso, a ajuda psicológica é vital nesses casos.
Inversão da briga
O abusador articula de tal modo as conversas, que a culpa de tudo cai sobre a mulher. Ela fica insegura e confusa e passa a acreditar que o parceiro tem razão.
Outra característica do abusador que usa gaslighting é uma reação chamada de “morde e assopra”. Isso ocorre quando a pessoa abusada reclama e reage e então o abusador se comporta de um jeito pacífico, como se fosse o bonzinho, inclusive, agradando à vítima.
Outras formas de abuso
O gaslighting não ocorre apenas em relações amorosas. Ele pode ocorrer entre pais e filhos, entre colegas de trabalho e nas relações familiares em geral.
O fato é que qualquer relação precisa ser pautada por respeito, espaço para diálogo e entendimento das funções de cada parte. Não é porque você é pai, por exemplo, que tem o direito de ter atitudes ameaçadoras com seus filhos. Da mesma forma, entre chefes e colaboradores e assim por diante.
No ambiente de trabalho, há casos em que o funcionário é tão manipulado, que acredita ser incompetente e, às vezes, até debochado pelos colegas. Isso, se ocorrer com frequência, pode ser definido como bullying.
Em relações familiares, as pessoas não devem ter medo de interagir. É comum, por exemplo, filhos colocarem medo em pais idosos, pois sabem que os velhos não têm mais tanta força mental para reagir.
A verdade é que qualquer tipo de abuso deixa marcas muito tristes e até irreversíveis. Por isso, qualquer tipo de abuso deve ser denunciado.
Como isso afeta a saúde mental
Os especialistas costumam afirmar que a pior violência é a psicológica, pois, na maioria das vezes, é silenciosa. As pessoas abusadas podem levar anos para contar o que de fato está ocorrendo e algumas suportam uma vida inteira de submissão e dor.
Então, confira algumas transtornos emocionais que o abuso psicológico causa:
Baixa autoestima
Você é louco? É incompetente! Está inventando coisas! Nunca entende nada! Essas são algumas das frases ditas para convencer a vítima de que ela é um “nada”, para manipular a pessoa no emocional e deixá-la em uma posição de baixa autoestima.
Como alguém que é tratado assim, vai reagir e dar a volta por cima? Fica muito difícil mesmo. Mas não é impossível. Por isso, não desista de pedir ajuda.
Depressão
Ocorre por causa da baixa autoestima, da dificuldade para se relacionar com os outros, por causa do sentimento de culpa e da humilhação.
No caso do gaslighting, o abusador faz de tudo para isolar a vítima, afastando da família e dos amigos.
Dependência emocional
A vítima é cercada por um abusador que manipula todas as situações. Assim, ela o vê como o certo, como alguém que quer o seu bem e ela é que está errada. É assim que a dependência emocional surge.
Passa a acreditar que o parceiro irá mudar e que tudo que está ocorrendo é só uma fase. Também acredita que além daquilo não há outra oportunidade para ser feliz e acaba se contentando, acreditando que o tempo vai resolver tudo.
Como o parceiro tem algumas atitudes pacíficas e faz alguns agrados, a vítima passa a se contentar com migalhas e pequenos gestos de paz.
Ansiedade e pânico
No gaslighting e em outros tipos de abuso, o abusador afasta a companheira das interações sociais, a vítima se sente sozinha e sem vínculos para conversar e talvez contar o que está ocorrendo.
Depois de sair de uma relação abusiva, é comum que as vítimas tenham muita dificuldade para se relacionar de novo, pois acreditam que todos os parceiros serão nocivos. Assim, desenvolvem ansiedade e pânico.
Estresse pós-traumático
Somos fortes e sabemos que, em algum momento da vida, passaremos por momentos de estresse. No entanto, quando o estresse passa do limite e vira tragédia, os danos podem ser mais graves.
Imagine alguém que ficou por um longo período nas mãos de um abusador, sendo manipulado e exposto a momentos de estresse todos os dias e tendo que lidar com isso sozinho.
Por isso, o tratamento deve ser feito com um profissional adequado e por um período correto, assegurando que a vítima conseguirá seguir a vida e construir novos laços de amizade, familiar e de trabalho.
Como sair de um relacionamento abusivo
No caso do gaslighting, a percepção de que está havendo um tipo de abuso pode ser demorada por parte da vítima, por isso a informação é importante.
É bom que amigos e familiares que convivam com pessoas abusadas tenham coragem de denunciar e dar o primeiro passo para libertar a vítima dessa situação.
É importante lembrar que não há espaço para julgamentos e o melhor que você tem a fazer é tentar ajudar, afinal, sair de um relacionamento abusivo não é a mesma coisa que terminar um namoro.
Há muitas pessoas que precisam mesmo de ajuda. Então, se você fica julgando a situação, perde tempo e não ajuda em nada. Convide essa pessoa para passear, pergunte a ela se está tudo bem, questione alguns comportamentos do parceiro dela e incentive essa pessoa a ter independência financeira.
Se ela já tiver rompido a relação, a dica é se afastar cem por cento do abusador e cortar qualquer vínculo com redes sociais, em especial. E, claro, procurar ajuda de um psicólogo para fazer terapia.
Na terapia, é comum que o psicólogo oriente a vítima a mudar a rotina, a praticar a autocompaixão e a socializar. Orienta a dar pequenos passos em direção da mudança e ajuda a vítima a se fortalecer.
Se for preciso, procure ajuda jurídica, pois, em alguns casos, é necessária uma medida protetiva. Se a vítima tiver filhos, é sempre bom conhecer os direitos de cada um.
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