Quando é hora de falar com um psiquiatra?
Brenda de Castro Igino
Você já sentiu aquele frio na barriga ao pensar em falar com um psiquiatra? Se sim, saiba que é normal ter receios ao começar um tratamento novo. Porém, é importante que você entenda melhor essa área da saúde mental para não acreditar em estigmas e mitos que podem te impedir de receber a ajuda adequada.
Então, para te explicar melhor sobre a psiquiatria e mostrar quando é a hora de falar com um psiquiatra, nós fizemos este guia completo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Leia até o final e se sinta mais seguro para dar esse próximo passo, se for o seu caso.
Boa leitura!
Índice
Qual a função de um psiquiatra?
O psiquiatra é o profissional formado em medicina e especializado em psiquiatria. Ele tem como missão diagnosticar e tratar questões de ordem mental. Como, por exemplo, depressão, ansiedade, dependência química, transtornos alimentares, ideações suicidas e muitos outros.
Além disso, por ter formação em medicina, esse é o profissional da saúde mental que pode receitar remédios para tratar transtornos e questões relacionadas à saúde física.
Por que falar com um psiquiatra?
A saúde mental está relacionada ao modo como você lida com as situações ao seu redor, ao equilíbrio das emoções e também à harmonia entre mente e corpo.
Assim, o psiquiatra irá investigar possíveis transtornos que podem estar gerando sofrimento físico e emocional, assim como questões relacionadas ao seu organismo que podem estar afetando o seu psicológico.
Ou seja, ele irá analisar e tratar a saúde mental e física de forma integrada, analisando como uma está afetando a outra e o que fazer para melhorar.
Quando falar com um psiquiatra?
Aqui é preciso desconstruir alguns preconceitos sobre esse profissional. Há um histórico de que só loucos ou pessoas fracas buscam psiquiatras. Mas isso não é verdade. Se você lesionar o joelho, irá buscar um ortopedista; se estiver com alguma doença de pele, buscará um dermatologista. Então, por que deveria ser diferente com o psiquiatra?
Além disso, há o mito de que o psiquiatra é um médico impessoal que só receita remédios e não se importa de verdade com o que o paciente diz. Mas a realidade é que o psiquiatra conversa sobre todas as áreas da vida do paciente, faz perguntas e se dedica a conhecer todo o contexto de vida.
Afinal, só assim é possível chegar a um tratamento eficaz e com resultados concretos.
Mas então, quando saber que chegou esse momento de falar com um psiquiatra? Confira abaixo os casos:
Sintomas
- Pensamentos suicidas, crença de que as pessoas estariam melhores sem você, sensação de vazio e de inutilidade.
- Dependência química, vícios que estejam impactando na sua vida.
- Mudanças de humor constantes que prejudiquem suas relações e qualidade de vida.
- Distúrbios de aprendizagem e desenvolvimento, como atraso no comportamento social, na aprendizagem ou na linguagem.
- Problemas auditivos ou visuais no sentido de ver ou ouvir coisas que não correspondem com a realidade.
- Ausência de prazer em coisas antes prazerosas, não sentir vontade de realizar tarefas, mesmo as simples.
- Se sentir tão angustiado a ponto de não ter forças para realizar tarefas simples, como escovar os dentes e se alimentar.
- Tristeza profunda e persistente.
- Ansiedade na maioria dos dias e em altos níveis.
Transtornos
Os transtornos psiquiátricos comprometem as funções cognitivas e geram inúmeros prejuízos em todas as áreas da vida de quem sofre com um ou mais deles.
Há vários transtornos, com várias apresentações. Eles, no geral, têm uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e modos de agir disfuncionais, que afetam o indíviduo e as suas relações com outras pessoas.
Entre os transtornos mentais, estão a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo.
Sendo que todos eles também são tratados pelo psiquiatra.
Devo falar com um psiquiatra ou um psicólogo?
É bom ressaltar que essa decisão não precisa ser uma escolha por um ou por outro, já que um profissional pode complementar o outro.
O psicólogo é o profissional formado em psicologia. Ele é responsável por tratar transtornos emocionais, psicológicos e comportamentais através da terapia. Além disso, a terapia também pode ser ferramenta de autoconhecimento, autoestima, orientação vocacional, prevenção de transtornos e manutenção da saúde mental.
Já o psiquiatra, como dito antes, é o profissional formado em medicina. Portanto, ele é responsável por diagnosticar e tratar transtornos psiquiátricos.
Enquanto o psicólogo irá focar mais na parte emocional, cognitiva e comportamental, o psiquiatra irá focar mais na questão orgânica, como controle de vitaminas, equilíbrio de substâncias importantes, tratamento fisiológico para transtornos e por aí vai.
Na consulta psiquiátrica, o médico pode sugerir a terapia como tratamento principal. Assim como, durante a consulta com o psicólogo, ele pode sugerir que o paciente marque uma consulta com o psiquiatra. Sendo que, no geral, quando juntamos forças, é mais rápido de tratar o problema.
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Como é a consulta com o psiquiatra?
A consulta psiquiátrica é parecida com outras consultas médicas. O profissional vai ouvir a sua queixa, fazer perguntas e entender melhor o seu contexto de vida. Também pode pedir exames complementares para descartar outras doenças e, por fim, chegar a um diagnóstico e tratamento.
Além disso, o médico pode querer saber algumas coisas como histórico familiar de doenças psiquiátricas, histórico de abuso de drogas, histórico de traumas, violência física ou emocional, modo de agir, relações, pensamentos suicidas, se há algum diagnóstico prévio de outras doenças e uso de remédios.
Tudo isso é cem por cento normal e vital para um bom andamento da consulta, a qual dura, em média, de 50 minutos a 1 hora.
Saiba mais: o que falar com o médico psiquiatra na primeira consulta
Psiquiatra sempre vai passar remédios?
Esse é um medo comum que até mesmo afasta algumas pessoas da consulta com o psiquiatra. E a resposta é não. Afinal, ele só vai passar remédio se achar necessário.
O tratamento psiquiátrico não se baseia só em remédios. Algumas mudanças no estilo de vida e terapia fazem parte do tratamento e, às vezes, o remédio não é útil para o caso.
Nas mudanças de estilo de vida, você pode ter que incluir prática de atividade física, higiene do sono e outras recomendações.
E, caso o remédio seja necessário, vocês dois irão escolher aquele que faz mais sentido para o seu caso. Sendo que esse uso será só durante um tempo, como uma muleta para que você consiga se reorganizar. Exceto em casos de transtornos mais graves que precisam do controle medicamentoso de forma contínua.
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