Escrita terapêutica: descubra o que é isso e como praticar
Equipe Eurekka
Você se sente tão perdido que não consegue nem colocar seus pensamentos em ordem? Essa é uma situação muito ruim e desesperadora. Mas, e se eu contasse pra você que a escrita terapêutica pode ajudar a desfazer o nó da sua mente?
Essa técnica tem sido usada por muitos anos e tem se mostrado muito eficaz! E o melhor é que ela é simples e pode ser colocada em prática por qualquer pessoa que queira dedicar um tempo ao autoconhecimento.
Então, se você sente que tudo está confuso demais e quer começar a se entender melhor, conheça agora a escrita terapêutica e como ela pode ajudar no seu dia a dia.
Boa leitura!
Índice
O que é a escrita terapêutica?
A escrita terapêutica é o ato de escrever para você e sobre você, a fim de se conhecer melhor e resolver problemas que têm atrapalhado você a viver bem.
Esse hábito é baseado na atitude de colocar em palavras tudo aquilo que tem passado pela sua mente. Pode escrever sobre algo que está deixando você ansioso, sobre um trauma do passado, sobre o futuro e tudo mais que você quiser!
Independente do que você irá escrever, o objetivo é colocar no papel suas emoções e, ao ter todos os seus pensamentos de forma visível e palpável nos escritos, consiga se entender melhor e observar as situações da sua vida através de um novo ponto de vista.
Como a escrita terapêutica surgiu?
Um dos grandes estudiosos da escrita terapêutica foi James W. Pennebaker. E foi ele quem fez um estudo que comprovou como essa prática pode ser útil para ter uma mente e um corpo mais saudáveis.
Nos anos 1980, James reuniu um grupo de pessoas e as orientou a escrever sobre si durante 15 minutos sem intervalos e sem se preocupar com regras gramaticais e ortografia.
Mas, ele separou esse grupo de pessoas em dois: um seria o grupo experimental, o qual escreveria sobre seus sentimentos, emoções e pensamentos.
Já o outro grupo, que ele chamou de “controle”, deveria escrever sobre um trauma de forma racional, sem demonstrar sentimentos e focando mais na descrição que nas emoções.
E o resultado foi que o grupo experimental fez menos consultas médicas nos meses seguintes e que, apesar de ter sido difícil confrontar e expor certos sentimentos na escrita, depois do processo eles relataram que foi um ótimo método para acessar e lidar com as emoções.
Ou seja, o grupo que escreveu sem se preocupar em ocultar suas verdadeiras emoções e sentimentos teve resultados melhores do que o grupo que foi orientado a ser mais técnico.
E é isso que é a escrita terapêutica hoje, o ato de escrever o que se passa na sua mente sem se preocupar em ocultar nada e sem preocupações estéticas.
Quais são os benefícios da escrita terapêutica?
O principal benefício da escrita terapêutica é o autoconhecimento. Isso acontece, porque, às vezes, seus pensamentos estão muito confusos e você não consegue visualizar de modo claro o que está acontecendo.
Mas, quando você coloca em palavras essas emoções, você consegue visualizar melhor a situação. O ato de escrever sobre o que está confuso na mente é como se você estivesse desembolando uma linha de lã, tirando nós e deixando tudo claro e fácil de entender.
Através da escrita, você pode revisitar traumas e falar sobre coisas que tem medo de falar em voz alta, o que faz com que você se compreenda melhor e comece a lidar com esse problema.
Outro benefício da escrita terapêutica é a melhora nas condições físicas.
Muitos estudos já foram feitos com pessoas que tinham doenças como asma, câncer, reumatóide, artrite e outras. E foi comprovado que essas pessoas tiveram uma melhora em seus quadros depois de começarem a praticar a escrita terapêutica.
5 dicas para começar a praticar a escrita terapêutica
Aqui vão cinco dicas simples para você criar um momento agradável para escrever e transformar a escrita terapêutica em um hábito.
1. Papel e caneta
Uma dica muito boa é separar um caderno específico para começar a escrever. Pois, ter um lugar certo para colocar seus pensamentos vai incentivar você e facilitar que você comece e continue com o hábito.
Invista em um caderno que você ache bonito ou personalize um que você já tenha em casa. O importante é separar um espaço exclusivo para a escrita.
Talvez você esteja pensando: Posso escrever no celular ou no computador?
Bom, você deve escrever no lugar que deixe você mais confortável, mas seria legal escrever com caneta, no papel, para que você não corra o risco de se distrair com mensagens e outros estímulos eletrônicos.
O ideal é que nada atrapalhe na hora da escrita e o caderno facilita esse momento mais íntimo. Mas se você sentir que digitar faz mais sentido para você, fique à vontade.
2. Escolha um horário calmo
Escrever em horários tumultuados e com muitas pessoas em volta não é uma boa ideia, porque pode impedir de se aprofundar nos seus pensamentos.
Por isso, escolha uma hora específica do dia em que você não tenha nenhuma outra tarefa, esteja tranquilo e possa se concentrar em você.
3. Seja constante
Pode haver dias em que você não sinta tanta vontade de escrever, mas o ideal é que, mesmo nesses dias, você escreva um pouco, para que não perca o ritmo e acabe quebrando o ciclo.
Dias de bloqueio virão, isso é normal, mas não deixe que eles impeçam de escrever nem que seja uma pequena frase ou reflexão sobre a sua rotina.
Saiba mais: fui lá e fiz!
4. Liberte sua escrita dos padrões
A escrita terapêutica deve ser um lugar seguro e de liberdade, portanto não se preocupe em escrever bonito, com todas as regras gramaticais certas ou que o texto tenha um início, meio e conclusão certos.
O importante é você colocar seus sentimentos no papel. Lembre que ninguém irá ler, você está escrevendo somente para você. Então, não tente impressionar e liberte seus pensamentos sem medo.
5. Respeite seu tempo
Se você não tem o hábito de escrever, pode ser difícil no início. Mas você deve ir no seu tempo, comece escrevendo pouco, se necessário.
Aos poucos você vai criando mais liberdade para escrever sobre si, então não desista, mesmo que no começo pareça difícil. Respeite seu tempo e foque apenas em se expressar da melhor forma que puder.
A escrita é um auxílio, por isso não deve ser um peso.
Exercícios de escrita terapêutica
Não existe uma estrutura única para a escrita terapêutica, mas separamos para você algumas ideias que podem ajudar a começar esse hábito.
Faça cartas
Lembra do filme “Para todos os garotos que já amei”? Então, a ideia das cartas é bem parecida com o que a Lara Jean fez para os meninos de que ela gostava. Pois, já que ela não conseguia falar para eles sobre seus sentimentos, ela decidiu escrever e guardar as cartas.
Você pode escrever essas cartas para você mesmo, para sua ansiedade, para alguém com quem você não consegue se expressar, para Deus, personagens fictícios e qualquer outra pessoa ou coisa que possa ajudar a desabafar.
Essas cartas vão ajudá-lo a olhar para seu interior e encontrar respostas para suas questões.
Escolha seu gênero textual favorito
Se você não se identifica com as cartas, você pode escrever textos sobre seu dia, sua vida no geral, seus sentimentos e pensamentos, sem precisar falar com alguém em específico.
O tipo de escrita pode ser o da sua preferência, como: um diário, poemas, contos e muitos outros.
O mais importante é não fazer apenas uma descrição, mas refletir sobre seus sentimentos e não fazer apenas observações imparciais.
Faça listas
Se você tem dificuldades em escrever textos corridos, uma boa ideia é fazer listas dos seus sentimentos, assim você consegue pontuar e visualizar melhor o que está acontecendo.
Por exemplo: “coisas que me deixaram ansioso hoje.”
Deixe seu fluxo de pensamentos vir
O mais importante dessas dicas é que você precisa ser guiado pelos seus pensamentos. Não se deixe levar por preocupações estéticas e nem trave suas memórias e sentimentos, escreva tudo que vier, mesmo que pareça confuso.
É essencial que você se entenda, então foque nos seus sentimentos e emoções. Não deixe que nada se perca, seja você mesmo e seja sincero em tudo.
Livros para ver a escrita terapêutica na prática
Se você precisa de inspiração para entender um pouco mais sobre o tema, aqui estão algumas dicas de livros para conhecer mais sobre a escrita terapêutica.
Cartas para Deus
Nesse livro, a escritora e psicóloga, Karina Heid, fala sobre as cartas que escreveu para Deus em busca de autoconhecimento, explica sobre a escrita terapêutica e dá alguns exemplos práticos para que você possa fazer suas próprias cartas.
Cartas de amor aos mortos
Após a morte de sua irmã, Laurel precisa enfrentar muitas situações difíceis, mas ela encontra abrigo em um lugar inesperado: uma tarefa de inglês na qual ela deve escrever cartas para alguém que já morreu.
Ela então começa a escrever cartas para seus ídolos, como Kurt Cobain, e percebe o quanto essas cartas a ajudam a lidar com sua tristeza e confusão.
A estrela que nunca vai se apagar
Esse livro é um compilado real dos escritos de Esther Earl, uma menina que lutou contra um câncer de tireoide e encontrou conforto na escrita de um diário, no qual escrevia sobre suas lutas, felicidades, pensamentos e sentimentos.
Ela foi a inspiração para que John Green terminasse o livro “A culpa é das estrelas”.
Potencialize a escrita terapêutica e o autoconhecimento
Como você viu, a escrita terapêutica é uma forma de documentar sua vida e também de colocar para fora aquilo te incomoda, tornando a vida mais agradável e leve.
E uma prática que também ajuda muito nessas questões, e em muitas outras, é a terapia! Isso porque um psicólogo ajuda você a ver as situações da sua vida de um outro ângulo, propondo reflexões e atividades práticas que ajudarão você a chegar mais perto da versão que sempre quis ser!
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4 replies on “Escrita terapêutica: descubra o que é isso e como praticar”
Gratidão
Que bom que gostou do nosso texto, Keli! 💛
Abraços,
Gabi da Equipe Eurekka
Muito obrigada pela ideia…vou realizar essa atividade com um grupo de famílias que atendo na área social, no qual o tema é o janeiro branco-cuidando da saúde mental.
Ei, Mireille! Ficamos muito felizes que tenha gostado da ideia! Outro exercício de Escrita Terapêutica super é pedir que a pessoa escreva uma carta para si mesma do passado, assim ela consegue refletir sobre sua trajetória até aqui!
Espero que a atividade no grupo de famílias dê certo!
Abraços,
Gabi da Equipe Eurekka.