Epilepsia: o que é, sintomas e como evitar crises

Equipe Eurekka

Você sabe o que é epilepsia?

A cena é a seguinte: você olha para seu filho, percebe que ele está se contorcendo involuntariamente, fala com ele e ele não responde, pois parece perder a consciência, está prostrado e não reage. Isso é algo que assusta muito, não é mesmo?

Na verdade, neste momento, o cérebro do seu filho passa por uma elevada descarga elétrica e se desorganiza. Você conhece essa cena pelo nome de convulsão. Isso mesmo! No entanto, se essa convulsão se repetir, seu filho pode estar com crises de epilepsia.

E é isso que vamos abordar no texto que segue.

O que é epilepsia

cérebro e epilepsia

A epilepsia é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição neurológica e indicam que, por algum motivo, um grupo de células cerebrais se comporta de maneira desconexa ou com uma hiperexcitação, como dizem os neurologistas.

Além disso, a epilepsia é resultado de pequenas lesões no cérebro. Essas cicatrizes têm origens diversas (predisposição genética, traumas durante o parto ou depois dele, malformações e até um acidente vascular cerebral).

Sintomas da epilepsia

Os principais sintomas de epilepsia são:

  • Contrações musculares e movimentos involuntários;
  • Perda da consciência;
  • Torpor (diminuição da sensibilidade);
  • Lapsos de atenção ;
  • Acentuada salivação;
  • Mordedura de língua e respiração ofegante;
  • Algumas pessoas chegam a urinar.

Tipos de crises de epilepsia

convulsão e epilepsia

As crises epiléticas podem ser focais ou generalizadas. As focais são aquelas que atingem apenas uma área do cérebro, enquanto as generalizadas atingem os dois lados do cérebro.

As focais são divididas em simples e complexas. Nas crises focais simples, há perda de consciência e o indivíduo sofre alterações no cheiro, sabor ou som, bem como, apresenta tontura e formigamento.

Já os outros tipos de crises, as chamadas focais complexas, se caracterizam por alguma mudança ou perda de consciência e também por sinais como movimentos repetitivos, como esfregar as mãos sem parar. E o paciente pode não conseguir responder ao ambiente ao seu redor.

As crises epiléticas generalizadas são as seguintes:

  • Crise de ausência: por alguns instantes, a pessoa se comporta como se não estivesse ali, olha para o nada e faz movimentos muito discretos, como um leve piscar de olhos.
  • Crises mioclônicas: a pessoa faz movimentos bruscos e tem espasmos.
  • Crise Atônica: perda da força muscular, por isso, a pessoa acaba caindo.
  • Crises tônicas: os músculos dos braços, pernas e costas ficam rígidos. Nesse caso, também pode haver queda.
  • Crises clônicas: movimentos repetitivos e sincronizados das áreas do rosto, braços e pescoço.
  • Crises tônico-clônicas: perda da consciência, rigidez e tremor muscular. O paciente se debate e perde o controle da bexiga e da língua.
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O que fazer quando alguém tiver uma crise perto de você

Incialmente, mantenha a calma. E, em seguida, garanta que o lugar estará protegido pra que a pessoa não se machuque durante crise, já que um dos sintomas é se debater e os movimentos são involuntários. Depois, deite a pessoa de lado, com a cabeça elevada sobre algo macio, como uma almofada, por exemplo.

Além disso, se possível, afrouxe as roupas da pessoa. Assim, ela respirará melhor.

Atenção! Não dê nada para o paciente tomar e nem segure a língua dele. A crise deve passar em 5 minutos. Se isso não ocorrer, chame socorro.

Causas e fatores de risco da epilepsia

ajuda do cvv

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 50 milhões de pessoas no mundo têm epilepsia (dados de 2019). No Brasil, são 3 milhões. Isso a torna uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo.

Assim, as causas da epilepsia podem ser predisposição genética, traumas durante o parto ou depois dele, malformações e até um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

No entanto, as causas variam de acordo com a idade. Em crianças, por exemplo, a falta de oxigenação no cérebro na hora do parto pode ser um desencadeador da epilepsia. Já nos idosos, os AVCs e os tumores cerebrais são as principais causas.

E, especialmente no caso dos idosos, os fatores de risco são a hipertensão arterial e o diabetes. Portanto, é preciso controlar essas doenças.

Prevenção

No caso dos fatores de risco nas crianças, como a falta de oxigenação no cérebro, podem ser controlados com um pré-natal adequado e um bom parto. E quanto aos idosos, a melhor prevenção é observar os fatores de risco que levam às doenças cerebrovasculares.

Então, se seus pais ou avós têm hipertensão e diabetes, fique atento!

Diagnóstico

Entretanto, você precisa saber que um único episódio de crise convulsiva não caracteriza epilepsia. Ou seja, para diagnosticar a doença, é necessário que o paciente tenha pelo menos dois episódios com um intervalo mínimo de 24 horas entre eles.

O diagnóstico é feito por meio da avaliação do histórico do paciente, com informações sobre os tipos de crise apresentados, a idade de início dos sintomas, a história familiar, entre outras.

Exames complementares são importantes para auxiliar no diagnóstico, como o eletroencefalograma, a tomografia de crânio e a ressonância magnética do cérebro.

Enfim, tudo isso ajuda o médico a definir o melhor tratamento para cada caso.

Tratamento

remédio para epilepsia

As crises epilépticas são tratadas com o uso de medicações específicas. Há mais de 20 fármacos disponíveis atualmente para o tratamento da epilepsia, porém, nem todos são comercializados no Brasil.

Então, os neurologistas explicam que se deve tomar a medicação deve depois da segunda crise e deve ser composta por apenas um remédio. Sugerem também que o paciente tenha consciência do tratamento e dos efeitos colaterais, para que se alcance sucesso. Afinal, a medicação, em muitos casos, não é para toda a vida, mas sim temporária.

Por fim, com o tratamento clínico (com medicamentos antiepilépticos), cerca de dois terços dos pacientes com epilepsia têm suas crises controladas.

Recomendações

  • Não deixe de tomar a medicação em hipótese alguma, pois a qualidade de vida do paciente depende de aceitar as regras do tratamento.
  • Vá ao médico periodicamente. Se for necessário, ele ajustará a dose do remédio.
  • Se você é epilético, não crie paranoias achando que seu filho também será. A proporção é a mesma para casais que não têm a doença.
  • Evite qualquer situação preconceituosa em relação à doença e ao paciente. Epilepsia não é contagiosa e muito menos sinal de loucura.

Cura

Na maioria dos casos, pessoas com epilepsia podem levar uma vida normal. É mito que a doença impede a pessoa de viver bem. Pelo contrário! Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia ( LBE), 70% dos casos passam por tratamentos adequados e controlam cada ataque epiléptico, podendo trabalhar, estudar e se divertir normalmente.

Há alguns tipos de epilepsias infantis, chamadas epilepsias benígnas da infância, que acometem crianças até 10 anos de idade. Essas podem ser curadas se tratadas precocemente e com o tratamento adequado.

A cirurgia de epilepsia é uma realidade e já foi realizada com sucesso. Ela ocorre quando o tratamento foi feito com todo o cuidado, mas não surtiu o efeito esperado, então o médico parte para o plano cirúrgico.

Obviamente que cada caso é um caso e o médico avaliará cuidadosamente, afinal, nem todos têm indicação de cirurgia.

Materiais gratuitos da Eurekka

sede presencial eurekka

Por fim, a história da medicina revela que a epilepsia tem uma bagagem de preconceito e que feriu social e psicologicamente muitas pessoas.

A Eurekka preserva a história de cada indivíduo que precisa tratar doenças como a epilepsia e sabe que, nesta hora, o que a pessoa mais precisa é de uma equipe de bons profissionais, que deem o suporte necessário.

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