Doença de Parkinson: o que é, sintomas e como tratar
Mércia Ferreira
A doença de Parkinson é uma das doenças degenerativas do sistema nervoso central mais comuns no mundo. Fica atrás só da doença de Alzheimer. Um dos sinais mais óbvios de que alguém sofre de Parkinson são os tremores. No entanto, existem outros sintomas menos falados que merecem a sua atenção!
Essa doença pode atingir diferentes grupos étnicos e socioeconômicos e a sua prevalência e incidência aumentam conforme a idade. Nesse artigo você descobrirá o que é a Doença de Parkinson, quais são as suas causas, como identificar os primeiros sintomas e qual o melhor tratamento. Confira:
Índice
O que é doença de Parkinson?
A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo, ou seja, evolui ao longo do tempo. Dessa forma, a principal característica dessa doença é a perda de neurônios em uma região do cérebro chamada substância negra.
A região da substância negra tem neurônios do tipo dopaminérgicos. Em resumo, essas células produzem o mensageiro químico (neurotransmissor) dopamina. Assim, queda na produção de dopamina nessa área cerebral resulta em sintomas e distúrbios motores característicos da doença de Parkinson.
Os 4 principais sintomas
Os sintomas da Doença de Parkinson aparecem após perda de cerca de 60% dos neurônios presentes na substância negra. Assim, quando isso acontece, uma das características principais e mais conhecida da doença são os tremores involuntários. Mas, por definição, existem quatro sinais da doença:
- Tremor – tremor em repouso, o mais comum e de fácil reconhecimento;
- Rigidez – rigidez muscular. É caracterizada pelo aumento da resistência muscular com possibilidade de associação a dor, geralmente no ombro;
- Bradicinesia ou acinesia – lentidão de movimentos;
- Instabilidade Postural – perda de reflexos posturais, assim, é a principal causa de quedas
Sintomas avançados da doença
No início da enfermidade os sintomas são mais sutis. Porém, ao longo do tempo e com a progressão da doença, os sintomas podem piorar. Isso leva ao aumento do estresse e ansiedade. Além da ocorrência de alucinações, desmaios, confusão mental e perda de memória.
Motores
- Fraqueza muscular;
- Rigidez muscular;
- Tremor de repouso;
- Lentidão de movimento;
- Instabilidade postural;
- Alterações da marcha;
- Diminuições de expressão facial.
Não-motores
- Depressão;
- Ansiedade;
- Perda de funções cognitivas;
- Diminuição do tom de voz;
- Excesso de saliva e alterações da deglutição;
- Alterações no padrão de sono;
- Alterações do olfato;
- Obstipação intestinal.
Outros sintomas:
- Problemas no sono: insônia, disfunção do sono associado ao movimento rápido dos olhos (REM) – todos esses problemas podem contribuir para depressão e sonolência durante o dia;
- Problemas para urinar: urgência para urinar, incontinência urinária e hesitação urinaria (dificuldade de começar a urinar e continuar);
- Dificuldade em engolir: lentidão do movimento do esôfago;
- Constipação: lentidão dos movimentos do intestino, a Levodopa (remédio usado para Doença de Parkinson) pode piorar a constipação;
- Diminuição de pressão sanguínea: hipotensão ortostática;
Quais são as causas da doença de Parkinson?
As causas da perda de neurônios na região da substância negra que acarretam a doença de Parkinson ainda são pouco conhecidas. Contudo, evidências científicas sugerem que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos.
O que causa os tremores?
A dopamina é um neurotransmissor que, entre outras funções, participa do envio de sinais para regiões cerebrais que controlam os movimentos.
A diminuição da produção desse mensageiro químico impede que os sinais elétricos entre as células nervosas ocorram de forma correta. Como consequência, há perda do controle do processamento da informação. Dessa forma, as regiões motoras do cérebro têm sua atividade reduzida e os movimentos voluntários ficam diminuídos.
Fatores de risco
Para a maioria dos indivíduos diagnosticados com Doença de Parkinson, a causa é idiopática. Ou seja, de origem desconhecida. Entretanto, existem alguns fatores indicativos de maior risco de desenvolver a doença.
1. Idade
A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença de Parkinson. Por isso, apesar da possibilidade de pessoas jovens desenvolverem a doença, as pessoas mais afetadas são aqueles com mais de 60 anos de idade.
2. Gênero
Indivíduos do gênero masculino são mais propensos a desenvolver a doença de Parkinson do que as mulheres.
3. Exposição a toxinas
Neurotoxinas ambientais são possíveis fatores externos causadores da doença em pacientes que já tem essa tendência genética. Ademais, o contato com pesticidas, herbicidas e outros compostos neurotoxicos podem provocar a morte de neurônios dopaminérgicos.
4. Hereditariedade
Fatores genéticos também estão entre as causas da doença. Portanto, a doença de Parkinson pode ser uma característica herdada. Estima-se que 15% dos indivíduos que desenvolvem doença de Parkinson têm histórico familiar da doença, ou seja, possuem algum familiar que também tem a enfermidade.
Várias alterações em genes associados a Doença de Parkinson foram identificadas. Alterações no gene que carrega a informação genética para a produção da proteína parkin (PARK2), por exemplo, são as mais frequentes. As mutações nesse gene levam a ocorrência da doença lentamente progressiva com início antes dos 40 anos de idade.
Tratamento
A doença de Parkinson possui principalmente manifestações físicas. Porém, também pode abalar o paciente no âmbito emocional e psicológico. Por isso, além da medicação para tratamento de sintomas motores, outras abordagens como cirurgias e tratamentos psicológicos também podem ser utilizados.
Doença de Parkinson tem cura?
A doença de Parkinson não tem cura, mas os medicamentos ajudam os pacientes a conviver melhor com a doença, pois controlam os sintomas.
Medicamentos disponíveis
A Levodopa é o principal medicamento usado no tratamento da doença, ela proporciona grande alívio dos sintomas motores.
Buscando ajuda médica:
Em caso de suspeita, o médico recomendado para avaliação e tratamento da doença de Parkinson é o Neurologista. Assim, esse especialista também deverá ser consultado caso haja piora ou aparecimento de novos sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir dos sintomas clínicos, histórico familiar, exame físico do paciente. Além de alguns exames de imagem ou qualquer outro exame que o médico julgue necessário.
Exames
Não existe um exame especifico que permita confirmar o diagnóstico da doença. Em alguns casos, testes genéticos de genes específicos cuja alteração já foi associada a doença, podem ser feitos, mas não se aplica a todos os casos.
Convivendo com a doença de Parkinson
Devido ao fato de prejudicar movimentos motores, os indivíduos acometidos por essa doença sofrem com dificuldades para realizar atividades do dia a dia.
Apesar disso, o uso de medicação diminui os sintomas. Ademais, aliado ao tratamento com fisioterapia e algumas mudanças de hábito e rotina, auxilia os pacientes na adaptação e manutenção da qualidade de vida.
Mudança de hábito e rotina
O paciente diagnosticado com a doença de Parkinson deve adaptar a sua rotina para lidar com a doença. Assim, adicionar no dia a dia atividades que auxiliem a combater alguns dos sintomas é muito bom!
A prática de exercícios diários, por exemplo, favorece a obtenção de maior controle e coordenação dos movimentos. Principalmente quando o exercício for a musculação, que ajuda a melhorar a coordenação motora e aumentar a força muscular.
Ainda, atividades físicas que trabalhem o equilíbrio, como a prática de Tai Chi Chuan, também são bem-vindas. Como os pacientes com Parkinson possuem dificuldades de fala e perda de expressões faciais, exercícios para a coordenação da respiração e fala, como a ginástica facial, podem ajudar a combater esses sintomas.
Além dos sintomas motores, os pacientes diagnosticados podem sofrer abalos emocionais que podem levar à depressão e outras enfermidades psicológicas. Por isso, é importante que se mantenha o convívio social na sua rotina e outras atividades que minimizem o desgaste emocional.
Tratamentos naturais
É importante salientar que os tratamentos naturais não substituem os tratamentos tradicionais com medicação adequada. No entanto, existem compostos naturais que auxiliam em alguns sintomas dos pacientes com doença de Parkinson.
Consumir de alimentos ricos em antioxidantes, com propriedades que protejam o sistema nervoso, é bom para esses pacientes. Os principais alimentos são: frutas e legumes com grandes concentrações de vitaminas A, E e C (como as frutas e verduras vermelhas, alaranjadas e amarelas).
Mas atenção: sempre consulte um nutricionista para entender como adequar a dieta às dificuldades promovidas pela doença!
Prevenção
Estudos apontam que realizar atividades físicas regulares pode auxiliar na prevenção da doença. No entanto, medidas realmente preventivas ainda são pouco conhecidas.
O que melhor se sabe são métodos que ajudam a retardar a progressão da doença. Por exemplo: que os exercícios físicos ajudam na oxigenação do cérebro deixando o mais ativo. Além disso, o consumo de alimentos antioxidantes, bem como fazer atividades para o estímulo cerebral também podem favorecer os indivíduos acometidos pela doença.
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