Saiba o que é disfunção executiva e como acontece

Equipe Eurekka

Você já ouviu falar que as pessoas com TDAH, por exemplo, têm dificuldade de se planejar, de esperar, às vezes são lentas e até mesmo se esquecem de coisas importantes? Isso acontece porque elas têm o que chamamos de disfunção executiva. Ou seja, o cérebro não desempenha as funções executivas de maneira correta e isso traz alguns prejuízos para a rotina dessa pessoa.

Quando a disfunção executiva acontece, a pessoa perde uma parte da autonomia. Por isso, os colegas de trabalho precisam estar sempre lembrando ela de tarefas comuns. Na escola, ele se dispersa, não exercita habilidades simples como trocar o material da disciplina, anotar o calendário de provas e organizar a mochila ao final dos períodos de aula.

Muitas informações, não é mesmo? Por isso, a Eurekka vai levar você para uma leitura muito interessante sobre disfunção executiva e explicar em detalhes como lidar com isso.

Mas, antes de saber o que é disfunção executiva, vamos entender o que são funções executivas, os tipos e o papel delas no comportamento humano.

Boa leitura!

O que são funções executivas?

Para entender bem o assunto, é importante você se fazer a seguinte pergunta:

Como meus pensamentos, emoções e ações são controlados?

Então, quando você está numa situação qualquer e começa a sentir raiva, por exemplo, o que você costuma fazer? O conselho é que controle essa emoção e entenda que, se você reagir com um soco ou um grito desenfreado, as coisas podem se complicar. Certo?

Sabe quem fez esse controle e inibiu você de dar uma resposta violenta? As funções executivas. Isso mesmo!

Portanto, funções executivas são habilidades cognitivas que as pessoas têm para regular pensamentos, emoções e ações. Sendo que essas habilidades são de vários tipos: planejar, inibir, adaptar, verificar, guardar informações, julgar, escolher, resolver problemas e outros.

Resumindo, sempre que você quer executar algo, a sua cognição, ou seja, a sua capacidade de discernir, entra em ação.

Dessa forma, as funções executivas estão com você o tempo todo. Quando você sai da cama e tem que escolher uma roupa para colocar, na hora de decidir o que comer, definir a ordem das tarefas do dia, elaborar uma opinião sobre algo e até mesmo o caminho que você vai fazer para chegar ao trabalho.

Enfim, todas as atividades de planejamento, adaptação, decisão, memória e muito mais.

O papel delas no comportamento humano

Os estudos mostram que as funções executivas estão ligadas de forma direta ao desenvolvimento emocional e cognitivo de qualquer pessoa. Aliás, a melhor maneira do indivíduo se desenvolver de modo integral é combinando esses dois aspectos: emocional e cognitivo.

Então, a boa notícia é que as funções executivas e suas habilidades podem ser bem trabalhadas e treinadas. De maneira que a pessoa, desde o nascimento, seja estimulada a se desenvolver em todos os sentidos.

Isso é possível, porque temos uma coisa chamada neuroplasticidade, que é a capacidade que o Sistema Nervoso Central tem de modificar algumas capacidades funcionais. É isso mesmo, você pode treinar as suas habilidades e melhorar a sua performance em todas as áreas: pensamentos, emoções e ações.

Já há muitos estudos, inclusive, que abordam a importância das funções executivas no processo de aprendizagem e nos transtornos que envolvem esse processo. 

É o caso, por exemplo, da dislexia e da discalculia, nos quais a pessoa apresenta dificuldades na habilidade de ler e compreender (dislexia) e lidar com quantidades matemáticas ( discalculia).

Resumindo, as funções executivas permitem que as pessoas orientem seu modo de agir, emoções e ações de forma organizada e com autonomia.

Quais são as principais funções executivas? 

As funções executivas são muitas. No entanto, vamos abordar 3 que consideramos fundamentais na rotina de qualquer pessoa.

Memória de trabalho

Imagine que você esteja na rua e peça informação sobre um endereço. Você recebe a informação e chega ao local desejado. Em outra situação, você lê uma notícia e, em seguida, comenta com o seu colega.

Essas duas memórias são chamadas de memória de trabalho ou operacional. E a característica delas é ser temporária e limitada, porque você só precisou delas para executar algo momentâneo. Certo?

Você não vai passar o dia todo pensando nessas informações. Mas, quando precisar delas de novo, o cérebro vai acioná-las e você poderá usá-las.

Afinal, seria impossível o seu cérebro manter todas as informações ativas o tempo todo. Isso porque fazemos centenas de ações durante a vida, temos milhares de pensamentos e emoções e a toda hora recebemos uma enxurrada de informações.

Como gerenciar isso tudo? Não há jeito, não é mesmo? Então a memória de trabalho guarda tudo isso e, quando precisamos, buscamos lá numa caixinha, dentro do cérebro.

Lembrando que a memória de trabalho nunca funciona sozinha, ou seja, toda a vez que ela precisa acionar uma informação, ela se interliga com outras partes do cérebro e o trabalho é sempre feito de maneira conectada. Aliás, nada no nosso cérebro é desconectado. É importante saber isso! 

Flexibilidade cognitiva

Você já ouviu alguém comentar que tal pessoa é muito empreendedora porque pensa “fora da caixa”?

Pois bem! A flexibilidade cognitiva é essa capacidade que algumas pessoas têm de achar soluções não óbvias para os problemas. São pessoas que têm a habilidade de encontrar dois ou mais caminhos para um único objetivo.

Um exemplo recente foram as mudanças que todos nós tivemos que fazer em função da epidemia de Covid-19. A situação exigiu adaptações e a capacidade de romper padrões. Muitas pessoas passaram a trabalhar home office; outras, mudaram de emprego; outras, perderam o emprego…

Ou seja, tivemos que lidar com a adversidade da epidemia. Quem teve mais flexibilidade cognitiva, conseguiu fazer do limão uma limonada, teve mais facilidade de exercer a tolerância e aceitou melhor a mudança de percurso da vida e dos hábitos. 

E aí? Você se considera flexível? Tem facilidade de buscar novas soluções e se adapta na hora das adversidades?

Controle inibitório

A área do cérebro responsável pelo controle inibitório se chama córtex pré-frontal e só fica formada de maneira plena quando nos tornamos adultos. Alguns até chamam de área do juízo.

E é exatamente por isso: porque é a região do nosso cérebro que gerencia as nossas respostas impulsivas e automáticas. Se você estiver no meio de uma palestra, você não vai levantar, interromper o palestrante, porque você sabe que isso não se faz, que é falta de educação.

O controle inibitório funciona para tudo, desde coisas simples da nossa rotina até tomadas de decisões importantes no trabalho ou nas relações.

A boa notícia é que você pode treinar o seu controle inibitório e moldar seu mode agir. Mesmo que a área dessa função executiva só fique pronta na fase adulta, é aconselhável que se estimulem crianças e adolescentes a não ficarem dependentes da regulação de um adulto o tempo todo.

Então, crianças e adolescentes  podem ser estimuladas a se concentrar, a controlar algumas emoções e a ter autonomia condizente com a idade. Isso é autoconhecimento e inteligência emocional.

Então, o que é disfunção executiva?

Você leu até aqui as principais informações sobre funções executivas e isso é muito importante para entender o que são disfunções executivas. Aliás, o próprio termo “disfunção” já se autoexplica.

Então, disfunção é quando algo não exerce a função como deveria. No caso, as funções executivas que o nosso cérebro desempenha, através de inúmeras habilidades, ficam prejudicadas.

A pessoa tem dificuldade de realizar atividades do dia a dia de forma autônoma. A gente consegue perceber alguns sinais como lentidão no raciocínio e nos movimentos do corpo, perda do reflexo vestibular ocular e comportamentos antissociais.

Assim, para essas pessoas, habilidades simples da rotina exigem um esforço gigante para serem realizadas. A pessoa tem dificuldade de planejar, decidir, se esquece com facilidade de hábitos comuns e se mostra instável quanto às emoções.

Quais as causas da disfunção executiva?

A disfunção executiva pode ser causada por inúmeras condições e vamos destacar algumas:

  • TDAH;
  • Lesão crânio-encefálica;
  • Demências;
  • Depressão;
  • Transtornos de ansiedade e de personalidade;
  • Estresse agudo;
  • Abuso de drogas.

Mas atenção! O fato de uma pessoa ter uma deficiência em alguma área do executivo não quer dizer que todos os outros estão prejudicados. Se a pessoa abusa de drogas e passa a ter o raciocínio lento, dificuldade para memorizar e realizar tarefas que envolvam raciocínio, por exemplo, não quer dizer que outras habilidades deixem de funcionar. Certo? 

Outra coisa importante é que os déficits executivos podem ser permanentes ou temporários. E que não é preciso ter uma grande lesão ou transtorno para prejudicar as habilidades executivas. Basta você envelhecer e os primeiros sinais aparecem. Isso é natural. Ou então, se a pessoa não passou por um sistema educacional com estímulos, algumas funções executivas podem ter ficado baixas.

E se você acha que, por alguma dessas razões, sua função cognitiva não está tão boa quando poderia, que tal falar com um especialista no assunto? Ele vai te ajudar a entender melhor o que há de errado e te direcionar para uma melhoria com resultado eficiente! Muito bom não é mesmo? Então clique na imagem e marque sua consulta agora mesmo:

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Disfunção executiva no TDAH

A pessoa com TDAH é conhecida por ter dificuldade de atenção, também porque esquece objetos e compromissos e porque não conclui tarefas com precisão e destreza.

A vida social de quem tem TDAH também se complica, porque a desatenção provoca falta aos compromissos, esquecimentos de datas, tarefas e horários. Uma pessoa com esse transtorno pode, por exemplo, atravessar uma rua sem olhar ou deixar por horas uma chaleira com água no fogo.

Por isso, a dica é treinar e trabalhar para que a vida de quem sofre com a disfunção executiva, em especial a pessoa com TDAH, fique bem próxima do normal. Que ela consiga gerenciar seus pensamentos, emoções e ações de forma adequada.

É possível controlar a atenção, bloquear a memória de trabalho, estimular o aprendizado, criar estratégias de foco e ter uma boa qualidade de vida.

Qual o tratamento para disfunção executiva?

O primeiro passo é procurar um profissional da saúde mental. Assim, ele vai ajudar você a fazer a diferença entre uma dificuldade normal, que todos nós podemos ter, e uma disfunção executiva, aquela que prejudica muito a sua vida.

Depois disso, os tratamentos podem ser feitos através de psicoterapia, terapia ocupacional, reabilitação neuropsicológica e remédios Tudo isso orientado por um profissional habilitado que só tem um objetivo: melhorar a qualidade de vida do paciente.

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Aqui a gente se preocupa muito com a sua saúde física e mental e acreditamos que você só será feliz quando esses dois pontos estiverem em equilíbrio.

Por isso, não espere que os problemas evoluam para algo mais grave e nem fique com dúvidas sobre possíveis sintomas de uma disfunção executiva, porque, de verdade, isso não é mais necessário.

A medicina deu saltos importantes para garantir a sua qualidade de vida e há muitos meios de alcançar isso. Claro que alguns profissionais estão mais aptos a lidar com isso do que outros, então, se você entende o quão importante é buscar tratamento com um especialista, clique no botão abaixo:

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Equipe Eurekka

2 replies on “Saiba o que é disfunção executiva e como acontece”

Essas informações me ajudaram a iniciar a identificar o meu transtorno, gostaria de consultar profissional, no momento financeiramente é impossível, mas no futuro espero poder, foi muito bom ler e me reconhecer nelas, sempre tive a ideia de ser menos e incapaz de ser uma pessoa normal, sei que quando for possível financeiramente poderei ser melhor, obrigado pelas informações.

Ei, Marcos!

Realmente o diagnóstico e tratamento devem ser feitos por um profissional da saúde mental! Esperamos que, quando for possível, você venha agendar sua sessão com um de nossos psicólogos!

Mas, enquanto isso, vou deixar aqui alguns textos gratuitos para ajudar você a ter uma rotina melhor e mais controle sobre sua emoções e atitudes!

https://blog.eurekka.me/inteligencia-emocional/
https://blog.eurekka.me/aplicativos-para-manter-o-foco/
https://blog.eurekka.me/rotina/

Abraços! Gabi da Equipe Eurekka.

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