Diagnóstico de depressão: como fazer, sintomas e tratamentos

Júlio Frota
A depressão é uma doença devastadora e que avança aos poucos. Uma simples tristeza pode se tornar uma tristeza profunda e avançar para um quadro depressivo mais grave. Por isso prestar atenção aos sintomas para fazer o diagnóstico de depressão é tão importante!
Você já parou para se perguntar quando uma tristeza se torna uma depressão de verdade? Ou então, como que os psicólogos e psiquiatras confirmam a doença?
No texto de hoje a gente vai mostrar para você, com exemplos simples, o que leva alguém a ficar deprimido, como identificar esse transtorno e quais os melhores tratamentos para se curar!
Índice
Depressão é doença?
Sim, a depressão é uma doença e é o transtorno mais incapacitante dos últimos tempos. Já se estima que 1 em cada 4 pessoas vai desenvolver a doença em algum ponto da vida. E isso é muita gente, já que uma em cada quatro pessoas no mundo é o equivalente à população da China e dos Estados Unidos somadas!
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão, o que infelizmente faz o país liderar o ranking da doença na América Latina.
Quais os sintomas de depressão?
Para fazer o diagnóstico precisamos conhecer os principais sintomas que a depressão pode causar. O DSM 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) estabelece que você tem que ter apresentado pelo menos 4 dos 9 sintomas a seguir nas últimas duas semanas.
São sintomas importantes no diagnóstico de depressão:
- Pensamento de morte ou vontade de morrer (às vezes até vontade de tirar a própria vida);
- Sentimento de culpa ou de remorso constante;
- Sentimento de desconexão com as coisas que davam prazer;
- Humor mais deprimido e mais triste, todos os dias;
- Irritabilidade (quando você se irrita muito facilmente por pequenas coisas que em outros tempos não teriam atingido você);
- Alterações no seu sono ( você está dormindo mais ou dormindo menos, sonhando muito, acordando no meio da noite, demorando para pegar no sono ou acordando muito cedo de manhã sem conseguir voltar a dormir);
- Mudanças no seu apetite ou no peso (como querer comer tudo o que vê pela frente ou perder completamente a fome, sem nenhuma causa fisiológica);
- Movimentos físicos mais lentos, percebidos por outra pessoa;
- Dificuldade de concluir o raciocínio, pensamento desorganizado.
Os médicos e psicólogos vão tentar entender como anda a sua vida e quantos desses sintomas você apresenta, nos últimos tempos, para poder fazer um diagnóstico adequado.
Diagnóstico: como diferenciar tristeza e depressão?
A tristeza é uma emoção que costuma aparecer por um motivo específico (você teve uma expectativa quebrada, perdeu o emprego, terminou um relacionamento). Sendo assim, você consegue dizer exatamente o que a causou.
E apesar de ser um sentimento ruim, a tristeza também é benéfica, já que ela ajuda você a pensar no que você pode ter feito errado e a procurar pelo apoio de pessoas queridas. A depressão permanece e, à longo prazo, vai desligando você de todas as coisas que são importantes na sua vida.
De repente, você não está mais com vontade de fazer exercício e para de fazer, o que piora a depressão; ou você não está com vontade de fazer um relatório do trabalho e não faz, o que aumenta as chances de você perder o emprego ou receber uma advertência.
A depressão dura mais tempo do que uma tristeza
Por durar mais tempo, ela vai aos poucos destruindo as bases da sua vida. E aqui vale dizer que existem vários casos de depressão, como:
- Crônica: dura muito tempo;
- Leve: quando quatro desses sintomas, que a gente conversou no início, estão presentes, mas não de maneira muito intensa;
- Sazonal: ligada à época do ano.
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Como é feito o diagnóstico de depressão?
É só a partir do diagnóstico de um profissional que você vai poder entender qual o tipo de depressão que você tem. E esse diagnóstico é feito através de muita conversa e de testes, a partir do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-IV). O profissional (psiquiatra ou psicólogo) vai conversar com você para entender quais sintomas estão presentes na sua vida hoje.
É importante saber que não é tão essencial saber se você está com uma depressão ou não. O mais importante é começar a atacar cada um desses sintomas, mesmo que eles não sejam suficientes para o médico dizer que você tem a doença mesmo. Afinal, você não precisa de um diagnóstico de depressão para merecer ser tratado. Aliás, em alguns casos, o diagnóstico nem é tão importante assim.
Além disso, há outras doenças com sintomas similares, como a distimia, por exemplo, que apresenta sintomas mais leves mas com duração de pelo menos dois anos.
Um teste criado por psicólogos da Eurekka também pode ajudar você a descobrir se você sofre com depressão. Clique na imagem abaixo para acessar:
Como fazer o diagnóstico de depressão nas diferentes fases da vida?
É possível identificar depressão nos vários estágios da vida, se você prestar atenção nos nove sinais que a gente acabou de discutir. No entanto, existem detalhes de cada estágio da vida que pode ser valioso você entender melhor.
Por isso, aqui vão algumas dicas para identificar depressão nos vários estágios da vida!
Como identificar depressão na infância?
Como uma das atividades mais importantes da infância envolve o contato com outras crianças, a depressão na infância muitas vezes se manifesta como uma tendência ao isolamento e à agressividade daquela criança com depressão, em relação às outras crianças.
Muitas vezes você pode pensar que depressão é só tristeza profunda ou desânimo, mas a irritabilidade aumentada também é um sintoma de depressão. Por isso, na infância, fique atento ao desânimo e à tristeza, mas também fique atento à raiva e à agressividade com os outros colegas.
Como fazer o diagnóstico de depressão na adolescência?
Uma das dificuldades de identificar a depressão na adolescência é que o adolescente já é por natureza um pouco mais emotivo. As mudanças hormonais na adolescência fazem com que a gente tenha mais variações de humor do que em outras fases da vida.
O lado bom é que o adolescente também tem uma capacidade de comunicação maior do que a criança e se comunica mais sobre depressão do que em outras fases da vida. Por isso, a dica mais importante é ouvir o adolescente para saber sobre como ele se sente.
Como identificar a depressão na gravidez ou pós-parto?
Numa mulher adulta, que passou por uma gravidez, a gente busca os mesmos sintomas clássicos de depressão. Entretanto, um dos problemas com o qual você deve estar muito atento é que, durante a gravidez e o pós parto, é possível que a mulher tenha vergonha de dizer que está com sintomas de depressão.
Existe uma expectativa da sociedade de que a mulher esteja bem, que ela não reclame e que ela ame a experiência perfeita de ter um filho e de cuidar do bebê. Porém, a realidade pode ser bem diferente, com privação de sono forçada, dificuldades na amamentação, dores do pós-parto e sentimentos à flor da pele devido a mudanças hormonais.
Por isso, se você se colocar presente na vida dela e der oportunidade para ela falar, talvez você escute que ela pode estar com sintomas de depressão e possa procurar ajuda.
Como fazer o diagnóstico de depressão na terceira idade?
Identificar a depressão na terceira idade pode ser mais difícil do que identificar depressão em outras etapas da vida, porque é a terceira idade já é um momento menos ativo da sua vida. Então, você espera que a pessoa idosa não esteja sempre em movimento como uma pessoa jovem.
Por isso, na terceira idade, é essencial olhar para os sintomas sociais da depressão, ou seja, o isolamento e a irritabilidade com outras pessoas todos os dias. Essa redução da atividade, que é normal na terceira idade, já, naturalmente, aumenta a chance de desenvolver depressão.
Agora, se a pessoa idosa não tem conexão social e ela se irrita com praticamente todo mundo que tá em volta, isso aumenta ainda mais as chances.
Após o diagnóstico de depressão, quais são os tratamentos?
Após essa avaliação do seu nível de depressão, existem vários tratamentos possíveis, mas a melhor combinação é:
1. Psicoterapia, com um psicólogo
Ajudando você a desenvolver novas habilidades para lidar com os pensamentos ruins, com as situações difíceis do dia a dia e com a falta de vontade.
2. Farmacoterapia, com um psiquiatra
Se você estiver em um estado depressivo mais grave e o seu psicólogo e psiquiatra acharem que o melhor para você é passar por um tratamento da depressão com medicamentos, não tenha medo! Tomar esses medicamentos pode ser essencial para você, rapidamente, se sentir mais disposto e com menos fadiga ou perda de energia.
3. Mudança de hábitos
A mudança de hábitos te ajuda a criar fatores de proteção contra a baixa autoestima, pensamentos suicidas e ganho de peso (que podem ocorrer no transtorno depressivo). Por isso, aposte em regular a sua alimentação e sono e faça alguma atividade física.
Dentro da terapia Cognitivo Comportamental ou Contextual, como é o caso aqui da Eurekka, você aprende novas técnicas e novas habilidades para notar quando você está no começo de um processo depressivo e novas habilidades para ter a capacidade de agir nessa situação.
Além disso, cada vez mais estudos apontam que a prática regular de meditação pode ajudar você a controlar seu humor e a passar melhor pelas dificuldades da vida. O mais legal é que só um pouquinho de prática de meditação já pode ser suficiente para você notar a diferença. Por exemplo, 3 minutinhos por dia já podem gerar um grande impacto na sua vida.
Precisa de ajuda? Procure a Eurekka
Se você está sentindo algum desses sintomas, talvez esteja na hora de começar uma psicoterapia! A Eurekka é a maior clínica de psicoterapia online do Brasil e nós ajudamos centenas de pessoas, todos os meses, a viverem uma vida melhor.
Você pode clicar aqui para marcar uma conversa inicial e tirar todas as suas dúvidas em relação à terapia da Eurekka. O melhor de tudo é que os nossos profissionais podem atender você de qualquer lugar do mundo – na modalidade online -, ou presencialmente em diversas cidades do país.
A gente vai ajudar você a, finalmente, levar a vida que você merece. Parabéns por ter chegado até aqui. Agora, a gente quer interagir com você, então pode comentar aqui embaixo que a gente promete responder, tá?
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7 replies on “Diagnóstico de depressão: como fazer, sintomas e tratamentos”
This actually answered my drawback, thank you!
Gostaria de saber como fazer a meditação para sair um pouco da tristeza e remorso que estou sentindo.
Olá, Marcia
Que ótima ideia! A meditação ajuda na regulação das emoções e é uma boa aliada para a redução dos sintomas da depressão também. Separei um texto que pode te ajudar nisso, olha só: https://blog.eurekka.me/tipos-de-meditacao-mindfulness/
Abraços!
Que simpatia esse fundador da Eureka,que cara de boa gente!! Adorei e admiro este trabalho de vcs!! Tenho 03 filhos de uma menina de 38 anos e dois filhos 37 e 32 todos casados e com 3 netos !! Os dois primeiros são do 1o.casamento e o caçula do 2o.Ele ficou morando com uma menina por 7 anos e se separaram ..fiquei sabendo (ele me contou) 1 mês depois,emendou em outra relação que não deu certo (distância de casa) nessa época entrou em depressão profunda ..fique muito preocupada..enfim parece …q está bem..mas fico sempre preocupada pois é um assunto tão delicado!Hj está com uma moça que aprecio muito ,pois Vítor tem uma personalidade muito forte é isso!!Nossa foi um desabafo !!desculpe é é o filho que mais pele..entende!! Bjs a tds!!
Gostei muito do texto, passa uma segurança sobre o tema e ajuda a identificar muitos pontos importantes que a gente nem imagina. Vou acompanhar sempre. Parabéns pelo trabalho.
Acompanho vocês faz algum tempo e gosto muito dos conteúdos. Gostaria de saber a robozinha da Eurekka, só interage com quem faz terapia com vocês? Um tempo atrás ela sempre me chamava para conversar e fazer testes. Parou de repente, sinto falta dessa interação!!
Pq a depressão e ansiedade são consideradas primas?