Os maiores desafios do psicólogo clínico e as melhores dicas para lidar
Equipe Eurekka
Você já se imaginou trabalhando como psicólogo? Viu-se tendo uma agenda cheia de clientes, com demandas das mais diversas e intrigantes? E o melhor, pensou em si mesmo ajudando eles e recebendo bem por isso? O fato é que, mesmo respondendo sim para essas perguntas, pode ser que, no fundo, você tenha medo dos desafios do psicólogo clínico, pois não sabe se vai conseguir lidar com eles.
Afinal, são tantas coisas para pensar, não é mesmo? Como conseguir clientes, como gerenciar o dinheiro que entra na clínica, como oferecer uma terapia ética e eficaz e até mesmo como cuidar de si nessa prática tão desafiadora.
Mas calma! Essas são angústias compartilhadas por quase todo jovem psicólogo — se não todo — que sonha em abrir uma clínica. Por isso, no texto de hoje, buscaremos sanar esses questionamentos e preparar você para os desafios de ser um terapeuta.
Boa leitura!
Índice
Como é a atuação de um psicólogo clínico?
No imaginário comum, não só entre psicólogos, o trabalho do clínico resume-se a atender a vários pacientes ao longo da semana. Assim, é reservado algo em torno de uma hora para cada um e é cobrado um honorário por isso.
Tal crença não é falsa, mas a prática clínica não se resume a apenas isso. Por exemplo, o psicólogo clínico também participa de grupos de supervisão, onde pode ter seu caso pensado junto a colegas da área.
Além disso, há também o estudo de psicologia que embasa sua atuação. Esse pilar é vital para manter o profissional atualizado nas questões científicas de sua abordagem e prepará-lo melhor para uma demanda específica de algum cliente.
Os primeiros desafios do psicólogo clínico na carreira
Ao começar a atuar, em geral, todo terapeuta vai dar de cara com os primeiros desafios do psicólogo clínico. São dificuldades próprias da profissão e estarão sempre presentes, ainda que assustem mais no começo. Algumas mais comuns são:
Lidar com o preconceito que envolve a terapia
Para começar, já é preciso confrontar o mito de que psicoterapia “é para quem está louco”. Essa noção é um estigma que persegue aqueles que buscam auxílio psicológico. Do outro lado da moeda, aflige psicólogos que veem sua prática reduzida a um rótulo.
Isso porque a psicoterapia pode ser benéfica a qualquer pessoa. Sejam aqueles que sofrem com alguma psicopatologia e precisam do tratamento para engatar uma vida funcional ou para quem já leva uma vida autônoma, mas poderia viver com menos sofrimento emocional, a terapia é vital.
Ser um profissional liberal
Outro desafio vivida pelo psicólogo clínico, com suas vantagens e desvantagens, é ser um profissional liberal.
De certo ponto, isso significa liberdade para definir seus horários e valores conforme achar adequados. De outro, significa ter a responsabilidade de pensar nisso e em toda a existência da clínica com uma lógica empreendedora.
Dessa forma, é preciso descontar do valor que entra os gastos fixos da clínica. São eles: custos de cursos e supervisões; aluguel de um consultório; pagamento do CRP; investimento no INSS e outras previdências; pagamento de possíveis funcionários, etc. Falamos mais sobre como administrar a clínica de psicologia da forma certa aqui.
Além disso, é preciso pensar na divulgação da sua clínica. Antes, isso era suprido no “boca a boca” dos pacientes, quando eles indicam o trabalho do terapeuta para conhecidos, ou quando o próprio psicólogo participa de supervisões e cursos. Contudo, hoje é possível contar com redes sociais profissionais para isso, e elas são o grande diferencial.
Saiba mais: redes sociais para psicólogos.
Trabalho de formiguinha
Acima de tudo, no começo da clínica, tudo caminha devagar, em passos de formiguinha.
Dessa maneira, os clientes vão chegando aos poucos e pode demorar até alguns anos para que se preencha a agenda. Do mesmo modo, ocorre o avanço dos clientes no tratamento, que vão progredindo um pouco de sessão a sessão.
Por isso, uma recomendação necessária a um jovem terapeuta é a paciência. Talvez seja melhor pensar na clínica como um investimento no começo, o qual costuma ser pago com lucro no futuro quando chega sua autossuficiência.
Desafios do psicólogo clínico com os pacientes
Em outro âmbito, a relação com os clientes é outro pilar crucial da clínica. Estabelecer uma relação terapêutica de confiança com seus pacientes faz toda a diferença.
Aqui vão algumas dicas de como fazer isso de forma ética:
Não ser o amigo que só ouve desabafos
Ainda que acolher o sofrimento, que pode vir em forma de desabafo, faça sim parte do objetivo da psicoterapia, ele não se resume só a isso.
O psicólogo precisa manter uma escuta clínica, atenta à fala e aos comportamentos do cliente. Com isso, ele pode entender melhor as demandas do paciente e ir além do apenas ouvir, construindo um espaço de reflexão e planos de ação para mudança e melhora.
Nesse sentido, podemos pensar a terapia num espaço não só de acolhimento, mas também de reflexão junto ao cliente.
Não dar conselhos e mostrar sua opinião
Quanto aos momentos de fala do clínico, não são cabíveis conselhos ou opiniões pessoais. O papel do terapeuta não é decidir pelo cliente, mas sim torná-lo mais consciente de si e do seu ambiente para que tenha mais autonomia.
Assim, é bom mostrar ao paciente os comportamentos dele e dos outros que passam despercebidos. É viável também comentar a forma de agir e ser do cliente de perspectivas que ainda não estejam claras para ele. Dessa forma, ele vai decidir o que fazer com esses fatos.
Fazer a diferença na medida certa
Ademais, em suas falas, cabe ao psicólogo clínico propor que haja mudança e produzi-la junto ao paciente. Essa função é o que torna possível aos pacientes levarem uma vida de outra forma, mais saudável e com menos sofrimento.
Contudo, tem de se tomar cuidado com a dimensão da mudança que é proposta. Mudanças muito bruscas podem resultar em resistência do cliente, que de forma válida, pode não estar preparado. Por outro lado, mudanças sutis demais podem ser inócuas.
Então, antes de qualquer mudança, é preciso verificar se o que é proposto é cabível dentro do vínculo que foi construído. Assim, deve-se certificar que o cliente confia no terapeuta o suficiente para sair da sua zona de conforto, indo em direção a hábitos mais saudáveis.
Mirando planos de mudança de sucesso, vale utilizar a tática dos micropassos da Eurekka. Usando essa técnica, propõem-se mudanças progressivas ao cliente, produzindo transformações crescentes e cabíveis nos limites do paciente.
Desafios do psicólogo clínico consigo mesmo
Numa última esfera, para poder cuidar bem do outro e acolher seu sofrimento, o psicólogo clínico deve fazer o mesmo consigo mesmo.
Essa premissa é própria de um profissional que tem a si mesmo como instrumento de trabalho. Dessa forma, estão envolvidas questões éticas e práticas a serem desenvolvidas abaixo.
Autocuidado
Esse autocuidado para psicólogos passa, em especial, por experimentar o processo contrário, ou seja, passar por psicoterapia. Além de compor uma postura profissional coerente, isso é bom para os atendimentos serem ainda melhores.
Primeiro, é preciso dar atenção a possíveis angústias levantadas pela prática clínica. Quando psicólogo vai a terapia, consegue garantir o devido cuidado a essas dores, de modo que o terapeuta possa estabelecer seus limites e se conhecer como profissional.
Ao mesmo tempo, também é possível entender como essas dores e outros sentimentos surgem no atendimento aos clientes. Tal reflexão permite entender como essas emoções podem afetar a prática clínica e quais medidas tomar a partir disso.
A depender da conclusão, pode-se aprender a lidar com esses afetos ou até encaminhar casos que tocaram o clínico de maneira mais aguda.
E, para além de fazer terapia, também é importante que o psicólogo consiga equilibrar o momento de trabalho e de descanso, de forma que consiga tirar um tempo para descansar, praticar um hobby e estar perto de pessoas queridas.
Não ter todo o conhecimento para as principais demandas dos pacientes
Sabemos que ser psicólogo é muito mais do que fazer atendimentos: é também ver a evolução e a melhora de cada uma das pessoas que se atende na clínica. E traz muita satisfação ver isso no dia a dia de trabalho.
Ao mesmo tempo, perceber que a terapia de alguns pacientes está travada e não consegue melhorar pode ser bem frustrante. Mas saiba que, muitas vezes, isso não é culpa sua, e nem do paciente. Pode ser que você ainda não tenha aprendido o método ideal para trabalhar com determinadas questões.
Então, que tal resolver isso de uma vez por todas? A Eurekka quer ajudar você, psicólogo, a aprender técnicas da TCC que não se ensinam na faculdade, mas que podem resolver as queixas de 80% dos pacientes.
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