Depressão pós-parto: o que é, sintomas e tratamentos
Equipe Eurekka
Quando o bebê nasce, apesar de toda a alegria que ele traz, vem também uma dose alta de dedicação. Afinal, são noites sem dormir e uma rotina estressante para se adaptar ao novo ser. Esse cenário é propício para a mãe desenvolver uma depressão pós parto.
Assim, o quadro depressivo pode iniciar um mês após o nascimento da criança e até um ano depois. Porém, o mais curioso é que cerca de 50% dos casos iniciam ainda na gestação.
Neste texto, você irá entender melhor o que é depressão pós-parto e porque ela acontece. Além disso, vamos falar das diferenças entre a depressão pós parto e o baby blues. Por fim, você vai aprender sobre os tratamentos mais adequados. Vamos lá?
Índice
O que é depressão pós-parto
A depressão pós parto é um quadro depressivo pelo qual as mulheres que estão na gestação ou no puerpério (período após dar a luz). Isso ocorre por conta da grande queda de hormônios que acontece após o nascimento do bebê. Além disso, a drástica mudança de rotina, que pode incluir privação de sono, isolamento, alimentação inadequada e falta de uma rede de apoio.
Dessa forma, a mulher passa a sentir, entre muitas coisas, uma tristeza profunda e falta de interesse em realizar as tarefas do dia a dia. É válido destacar que cada mãe pode ter sentimentos diferentes durante o período de depressão pós parto. No mais, existem tipos e intensidades diferentes de depressão pós-parto, que vamos explicar melhor adiante.
Diferentes graus da depressão pós-parto
A depressão pós-parto em si é essa condição na qual a mãe apresenta sintomas de depressão durante a gravidez ou puerpério. No entanto, ela pode ser mais curta e menos intensa, que caracteriza o baby blues, ou mais intensa ainda, trazendo até mesmo sintomas psicóticos. Vamos explicar melhor esses dois casos:
Tristeza materna ou baby blues
O baby blues é uma versão da depressão pós-parto só que em um grau menor de intensidade e duração. É comum que, após a adaptação da mãe à vida materna, os sintomas passem sozinhos, sem precisar de ajuda terapêutica.
A mãe apresenta uma certa melancolia, abatimento, insônia, fica insegura em relação à alimentação do bebê. Além disso, tem alguns períodos de choro, de esquecimento e de falta de concentração.
Psicose pós-parto
É uma forma muito grave da depressão pós-parto que atinge 1 a cada 400 mulheres que dá à luz. Os sintomas principais são alucinações, visto que a mulher com este distúrbio tem delírios, diz ver coisas e apresenta uma séria confusão mental. Além disso, se mostra fraca física e mentalmente, chora muito, está sempre inquieta e agitada.
Diferença entre depressão pós-parto e baby blues
O baby blues é uma condição que se diferencia da depressão, em especial, pelo tempo de duração e pela intensidade dos sintomas.
Assim, costuma ter início entre 3 e 5 dias após o parto e dura, em média, de 2 a 3 semanas. No entanto, se ele não for tratado pode se intensificar e evoluir para a depressão pós-parto.
Outra diferença marcante entre depressão pós-parto e baby blues são os fatores econômicos e sociais. Enquanto na depressão, a situação financeira do casal e a baixa escolaridade contribuem para o aparecimento do transtorno, na tristeza materna esses fatores não são determinantes.
Sintomas da depressão pós-parto
Os sintomas mais comuns da depressão pós-parto são uma grande tristeza constante e falta de interesse nas atividades diárias. Além de crises de choro, oscilações de humor e altos níveis de estresse, que são semelhantes aos sintomas de depressão.
Mas também podem surgir sintomas específicos que só mães sentem nesse período, como:
- Falta de alegria ou satisfação com a maternidade;
- Sentimento de culpa por não estar sendo uma mãe super-heroína;
- Falta de vontade de se conectar com o bebê;
- Perda de conexão com o parceiro e as pessoas a sua volta;
- Medo de machucar o bebê ao cuidar dele;
- Preocupações excessivas com o bem-estar da criança;
- Vontade súbita de fazer algum mal ao bebê;
Causas da depressão pós-parto
Não há uma causa única para desencadear um quadro de depressão após o parto. O que se sabe é que podem ser fatores emocionais, físicos e até ambientais.
Mudanças físicas
Um dos fatores físicos que leva à depressão após o parto é a queda dos níveis de estrogênio e progesterona, ambos hormônios sexuais. Há queda também de hormônios produzidos pela tireoide, que podem deixar a mulher cansada, lenta e deprimida.
Fatores emocionais
Ainda que o nascimento de um bebê seja motivo de celebração e alegria, a mulher pode sentir cansaço, solidão, tristeza e desamparo. Muitas mulheres têm períodos bem menores de sono e ficam muitas horas acordadas doando toda a sua energia para o bebê.
Além disso, as mães ficam preocupadas com a sua capacidade de cuidar bem do bebê, se sentem menos atraentes para seus parceiros e têm a sensação de perder o controle da vida, já que estão cem por cento dedicadas ao recém-nascido.
Histórico pessoal ou familiar de transtornos
Se a mulher já teve depressão pós-parto em outras gestações tem mais chances de apresentar o transtorno. Além disso, se ela mesma ou outras pessoas da família também já tiveram quadros depressivos em qualquer fase da vida ou possuem transtorno de bipolaridade, as chances para depressão pós-parto aumentam também.
Além disso, se a mulher sente grandes oscilações de humor ao longo dos ciclos, apresenta TPM (Tensão Pré-Menstrual) muito intensa ou tem TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual), é provável que no pós-parto ela sofra com esse tipo de depressão.
Fatores de risco
As pesquisas mostram que a mulher que teve episódios depressivos anteriores têm maior risco de depressão pós-parto. Além disso, se destacam outros fatores que podem contribuir para esse quadro:
- Relações de conflito com a família ou com o parceiro;
- Gravidez indesejada;
- Fatores hereditários;
- Saúde da gestante;
- Traumas do parto.
Importância da rede de apoio
O recém-nascido dá muito trabalho, tem muitas cólicas, a mãe pode estar com dificuldade para amamentar, e o filho mais velho está com ciúmes e também precisa de atenção. O marido não está dando o apoio necessário, e essa mãe, muitas vezes, não tem um parente disposto a apoiar. Tudo isso também pode desencadear um quadro de depressão pós-parto.
Portanto, o início da maternidade deve ser bem preparado para diminuir ao máximo os impactos da chegada de um bebê. Por isso, é crucial o apoio da família, do parceiro e de pessoas próximas para diminuir todos esses desafios. Com essa rede de apoio por perto, a mãe se sentirá mais acolhida, poderá ter mais tempo para si e para descansar. Assim, ela pode até mesmo se envolver em outras tarefas que não envolvam o bebê o tempo todo para senti mais satisfação pela vida.
Tratamentos para depressão pós-parto
A primeira etapa do tratamento é criar condições para que a mãe procure apoio.
Por isso, é muito importante a atenção da família, em especial do parceiro. Depois disso, a mulher deve ter apoio médico e psicológico de acordo com a gravidade da depressão.
Além disso, outras práticas ajudam a mãe a sair do quadro de depressão pós-parto. Entre elas, se destacam a ioga, a meditação, terapia de grupo e até mesmo exercícios físicos leves, desde que liberados pelo médico.
Consultas médicas
Diante de um quadro de depressão, é bom que a mulher procure ajuda médica e evite a automedicação! Qualquer atitude sem supervisão de um profissional da saúde pode aumentar o problema e prejudicar a saúde do bebê durante a amamentação.
Por isso, o obstetra, por exemplo, irá avaliar as gestantes que tenham fatores de risco para desenvolver a DPP (Depressão Pós-Parto), por conta de seus antecedentes pessoais e familiares. Assim como o ginecologista garantirá que a saúde sexual da mulher esteja boa, tranquilizando a paciente ou encaminhará algum tratamento, se for necessário.
Além disso, o psiquiatra irá avaliar se é necessário ou não incluir medicamentos antidepressivos no tratamento, de forma a não prejudicar a saúde do bebê durante a amamentação (para conversar com um é só clicar aqui). E também, o endócrino irá definir se é preciso ou não, suplementar hormônios, já que o estrogênio e a progesterona caem depois que a mulher dá à luz..
Terapia
Por fim, a psicoterapia é o tratamento mais indicado para a mulher com depressão pós-parto. Isso porque garante a estabilidade emocional para que a mãe retome suas atividades e cuide do recém-nascido da maneira que deve ser.
Nos casos de depressão pós-parto e psicose pós-parto, a terapia é a única saída para que a mulher retome o equilíbrio emocional e desempenhe a tarefa de cuidar do bebê da maneira correta. Levando em consideração que a tarefa de cuidar de um recém-nascido é uma mudança considerável na vida da gestante, aconselha-se que a mãe cuide da sua saúde mental, até mesmo durante a gravidez.
Por isso, se você é uma mulher que está grávida, acabou de ter seu filho ou se você conhece alguém que está passando por uma dessas coisas, não deixe de buscar ajuda. É só clicar aqui e marcar a conversa inicial com um terapeuta da Eurekka!
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