Depressão infantil: o que é, como identificar e tratamentos
Equipe Eurekka
É comum que o assunto depressão esteja presente nas conversas dos adultos que, estressados pelo trabalho, pelas dificuldades com a família ou com alguma decepção própria do mundo de gente grande, desenvolvem o transtorno. E assim, a depressão infantil fica de lado e pouca atenção é dada a esse problema.
Crianças cada vez mais solitárias, presas às atividades virtuais em computadores, telefones e tablets, representam uma preocupação grande. Por isso, algumas instituições, como as da educação e da saúde, vêm observando melhor esses quadros e tomando algumas atitudes.
E é isso que queremos mostrar neste texto: como identificar sinais de que seu filho está deprimido e precisa de ajuda psicológica.
Boa leitura!
Índice
O que é depressão infantil?
Seu filho gostava de brincar, de ir à escola, de passear na casa dos amigos e vivia inventando brincadeiras diferentes em casa? Daí, aos poucos, você percebe que ele perde o interesse por essas atividades e insiste em ficar em casa, quieto e com sinais de tristeza persistente?
Se sim, então ele pode estar com depressão. Afinal, a depressão infantil é um transtorno psicológico caracterizado por esse afastamento das brincadeiras e dos amiguinhos. Assim, a criança que antes era ativa, fica mais recolhida. Ela reclama de cansaço, dor de cabeça ou dor de barriga, e você percebe que o rendimento escolar está ruim.
Muitas vezes, os sinais podem ser confundidos com birra ou timidez. Então, o conselho é: se este quadro persistir por mais de duas semanas, procure um pediatra, psicólogo ou psiquiatra infantil e peça uma avaliação.
Principais sintomas da depressão infantil
Os sintomas variam de acordo com a idade, mas no geral, são os seguintes:
- Rosto triste, corpo curvado, olhar distante, como se estivesse sempre olhando o horizonte
- Afastamento e quietude exessiva
- Falta de vontade de brincar, nem mesmo sozinha
- Medo do espaço escolar
- Baixa autoestima
- Sonolência e falta de disposição para fazer qualquer coisa
- Choro fácil, irritabilidade e birra sem motivo
- Falta de apetite;
- Medo de ficar longe dos pais
- Xixi na cama
- Insônia e episódios de pesadelo
A depressão é considerada infantil dos 6 meses de idade até 12 anos. A partir dos 12, a pessoa entra na adolescência e os sinais mudam um pouco, bem como os motivos que levam o adolescente a ficar deprimido.
Já dos 6 meses de idade até 2 anos, por exemplo, o bebê deprimido se recusa a comer, não ganha o peso normal para a idade, tem atraso da linguagem e distúrbios do sono.
Os sintomas são os mesmos dos adultos?
Alguns traços são semelhantes, como o afastamento dos amigos, a solidão e a tristeza. Mas os pequenos apresentam traços mais específicos como medo de ficar longe dos pais, baixa no rendimento escolar, fobia escolar, birras constantes e falta de vontade de brincar.
Além disso, para as crianças é bem mais difícil enfrentar a depressão, pois elas são muito pequenas para interpretar as emoções e dizer o que sentem. Por isso, só demonstram. Então a gente precisa ficar atento e evitar perguntas do tipo “O que você quer?”; “Por que está fazendo isso?”; “Não faz assim, é feio!”.
O que pode causar depressão em crianças?
Os pais e professores devem ficar atentos, pois uma mudança de escola, de cidade ou o divórcio dos pais podem ser gatilhos para a criança desenvolver o transtorno da depressão.
Então, a dica é sempre prepará-la, na medida do possível, para as mudanças. Você quer trocar seu filho de escola? Converse com ele antes, dê um tempo para ele ir entendendo a mudança.
Seu casamento está com problemas? Não fique discutindo a relação na frente da criança e, se o divórcio ocorrer, também comunique isso à criança de uma maneira que ela possa entender, sem demonizar um dos parceiros.
E, abaixo, seguem mais algumas causas:
- predisposição genética
- traumas por causa de algum tipo de abuso
- ambiente familiar cheio de conflitos e discussões
- episódios que provocaram estresse acima do limite
- complicações durante a gestação
- problemas no sono
- outras doenças
- traços da personalidade da própria criança
Fatores de risco da depressão em crianças
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os fatores de risco para a depressão infantil podem ser:
- problemas emocionais graves durante a gestação
- histórico familiar de depressão ou outros transtornos psiquiátricos
- tentativa de suicídio em parente próximo
- depressão materna
- estresse tóxico, incluindo agressões físicas, morais e verbais
- excesso de cobrança
- abuso sexual; entre outros.
O papel da escola na identificação dos sinais da depressão infantil
A escola é um espaço de interação, brincadeiras e descobertas. O normal é que as crianças gostem desse espaço e se sintam felizes com os colegas, professores e com as oportunidades de aprender. Por isso, os professores devem observar se há algo que está fora dos padrões normais de modos de agir.
A gente sabe que quando larga uma bola na quadra, a criançada corre para inventar uma brincadeira. Quando o professor diz que hoje vai ter surpresa na aula de informática, os pequenos ficam agitados, pois são curiosos por natureza.
E se a criança não se empolga com isso, evita e foge das atividades, não sorri, demonstra irritação com a atividade? Ora, o professor tem conhecimento suficiente sobre o desenvolvimento infantil para contar os fatos à família e encaminhar o caso para um profissional da saúde mental.
Vale lembrar que professores não fazem diagnóstico, certo? A gente chama a atenção sobre isso, pois o diagnóstico da depressão infantil não é fácil e às vezes demora, então, algumas famílias se valem de um comentário feito pela escola para dizer isso ou aquilo sobre o aluno. Mas quem faz o diagnóstico, nesses casos, são pediatras, psicólogos e psiquiatras.
Intervenção psicopedagógica em sala de aula
Uma das características mais fortes da criança depressiva é a baixa autoestima, então é vital que o professor envolva essa criança em atividades que provem que ela é útil, que ela é necessária ali na escola.
Esse profissional deve ficar atento a quais atividades essa criança faz com mais prazer e, a partir daí, envolvê-la com mais frequência nessas atividades. Quanto mais tempo ela ficar envolvida com coisas ou pessoas de que gosta, melhor é para tratar o pequeno.
Lembrando que a atuação do professor é feita com a coordenação de um psicopedagogo e com um plano especial, pois, muitas vezes, essa criança precisa fazer atividades diferenciadas.
Resumindo, o trabalho conjunto do professor, do psicopedagogo e do psicólogo tem como objetivo resgatar a autoestima e a autoconfiança da criança, portanto, quanto maior for o vínculo da criança com o professor, melhor.
Como é feito o diagnóstico da depressão infantil?
O diagnóstico deve ter pelo menos 5 sinais da lista apontada pelo Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM 5). E o critério mais importante é a persistência e a intensidade destes sinais. Por exemplo: seu filho está irritado e choroso no final de semana, não quis brincar com os primos… Isso não é motivo para os pais se apavorarem, pois é normal que as crianças oscilem o humor.
No entanto, se você nota este modo de agir por um período maior e a intensidade está fora dos limites, daí é motivo para procurar ajuda profissional.
Então, o primeiro passo é observar se os sinais do transtorno já ocorrem há mais de duas semanas. Isso deve ser feito pela família e pela escola. Depois, é necessário fazer uma avaliação com psicólogo ou psiquiatra.
Esse processo pode demorar, pois vários testes devem ser feitos para descartar outras possibilidades. No entanto, quanto mais a família demorar para procurar ajuda, mais o caso se agrava.
A presença do psicopedagogo no diagnóstico também é fundamental, pois este profissional analisa questões da aprendizagem e da rotina da criança na escola. E é ele que orientará os professores através de um plano especial para aquela criança. Lembrando que o psicopedagogo pode agir em conjunto com o psicólogo e com o psiquiatra.
Tratamento da depressão infantil
Tratar esta questão envolve várias frentes, como terapia, atendimento psicopedagógico, atendimento psicossocial para a família, ênfase em atividades físicas e lúdicas e, se for necessário, remédios.
Como funciona o tratamento?
A partir do momento em que a família recebe o diagnóstico, é importante garantir que a criança resgate a sua vontade de brincar, de ir à escola, de interagir, que durma bem e que perca o medo de viver a sua rotina.
Por isso, é importante que a criança e a família recebam atendimento de um psicólogo, afinal, se a criança é tratada, mas a origem da sua depressão está no restante da família, não haverá sucesso no resultado.
É comum que os terapeutas usem a brincadeira como forma de se comunicar com a criança, pois através das atividades lúdicas, é possível observar as emoções da criança e com isso, ajudam os pequenos a melhorar a autoestima.
Como pais e professores podem ajudar no tratamento?
Não há dúvidas de que o esforço conjunto da família, professores e profissionais da saúde mental dá ótimos resultados.
Para isso, você precisa caprichar no tratamento, reforçando em casa e na escola as orientações do psicólogo. Junto com o psicopedagogo, a escola deve desenvolver um plano especial para a criança com depressão, para que ela se sinta bem no espaço escolar e queira curtir tudo que tem lá.
Afinal, é a qualidade da vida familiar e escolar que vai definir o sucesso do tratamento.
Depressão infantil tem cura?
A depressão infantil tem cura sim. Isso ocorre quando a criança não apresenta mais os sintomas e volta a ter uma vida normal. Também é vital que o diagnóstico seja feito cedo para que comece logo a tratar a criança.
Com terapia, acompanhamento psicopedagógico e, em alguns casos, remédios, a criança resgata a autoconfiança e tem sua saúde mental restabelecida.
A depressão pode deixar sequelas e traumas no meu filho?
Se for tratada da forma adequada, não vai deixar traumas nem sequelas. Mas é importante que essa criança seja acompanhada. Além disso, quando entrar na adolescência, a família e a escola devem continuar observando o modo de agir dela, pois essa fase é muito difícil para o jovem e de muitas oscilações emocionais.
Também não adianta fechar o tratamento, liberar a criança da terapia e a família voltar a discutir, dar maus exemplos de comportamento e deixar a criança de lado. É certo que essa criança voltará a ficar doente.
Como prevenir a depressão infantil?
A melhor prevenção é criar um ambiente saudável para a criança, tanto em casa quanto na escola. Mas como fazer isso?
Em casa, os pais devem estimular a criança a ter autonomia, evitando a superproteção. Dessa forma, ela fica forte e autoconfiante. Crianças que têm tudo de mão beijada e não precisam fazer esforço para conquistar as coisas correm mais risco de ter depressão.
Os pais também devem evitar brigas na frente da criança e episódios que invalidem os modos de agir dos filhos. Então, se a criança tirou uma nota ruim na escola, não desmereça a situação e não a compare com outras crianças. Ouça o que ela tem a dizer e combine com ela como isso pode ser resolvido.
Na escola, para prevenir a depressão infantil, os professores devem incentivar a atividade física, fazer brincadeiras que desenvolvam a autonomia e o prazer de estar naquele ambiente.
Outra coisa fundamental é ensinar a criança a tolerar a frustração, afinal, ela precisa entender que nem tudo sai como ela quer e que o fracasso é também uma forma de se aperfeiçoar. Esse aspecto pode ser trabalhado tanto em casa quanto na escola.
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