21 Dias para criar hábitos: mito ou verdade? Psicólogo explica!

henrique souza fundador da eurekka

Henrique Souza

Você já tentou trazer aquela dica que viu na internet para a sua rotina real, mas não conseguiu? Ou então até começou a criar hábitos saudáveis, mas está sempre pensando “quanto tempo vai levar até isso parar de ser chato demais?“. Bom, se te serve de consolo, grande parte das pessoas se sente assim.

E é por isso que eu decidi te contar mitos e verdades sobre a criação de hábitos de acordo com a Psicologia. Por aqui, você vai entender como criar uma rotina, quanto tempo você precisa para criar hábitos e a diferença que a agenda regrada faz na nossa vida.

Então, para saber lidar com uma nova rotina e entender como criar hábitos (e mantê-los) leia até o final!

Os 4 maiores mitos sobre criar hábitos

Existem quatro grandes mitos e verdades quando o assunto é saúde mental, rotina e criação de hábitos. Será que você acreditou nesses mitos ao longo da sua vida? E, afinal, qual será a verdade sobre eles? Confira:

1. O hábito demora 21 dias para se formar

Você já deve ter visto muita gente divulgando que um hábito demora 21 dias para se formar, mas qual é a verdade sobre essa situação?

A verdade é que um hábito pode se formar muito mais rápido que isso ou muito mais devagar.

Por exemplo: por quantos dias você precisa comer sobremesa para desenvolver o hábito de comer um docinho depois do almoço? Em dois ou três dias fazendo isso, o seu corpo, ao fim da refeição, já vai ficar com vontade de sobremesa.

Afinal, por que não demorou 21 dias para o seu corpo se acostumar e sentir essa necessidade? Porque não é só uma questão do tempo!

Você pode, por exemplo, correr todos os dias de manhã, por 21 dias, e não sentir vontade de correr da mesma forma que o seu corpo sente vontade de sobremesa.

Ou seja, para que uma coisa vire hábito você não precisa apenas de tempo, mas sim de 3 fatores: facilidade de fazer, facilidade de lembrar e a força da recompensa.

Os 3 pilares para criar hábitos

Pensa só, eu tenho certeza que você já teve este hábito engraçado e esquisito aqui: você está sozinho em casa e decide tomar banho; você sabe que ninguém vai chegar em casa, mas, quando entra no banheiro, fecha a porta e a tranca. É meio engraçado, né?

Porque você está sozinho em casa, ninguém tem a chave da sua casa, ninguém vai entrar. Então, por que você tranca a porta? Porque é fácil de fazer e é fácil de lembrar. E apesar de não ter uma recompensa —porque ninguém vai tentar entrar —, é tão fácil de fazer e tão fácil de lembrar que você faz pela força do hábito.

E com a sobremesa, muitas vezes, é o mesmo caso: é fácil de fazer (comer a sobremesa), fácil de lembrar (porque ela está na minha frente) e a recompensa é forte (porque o doce é muito gostoso).

Por lógica, o hábito se forma devagar quando é difícil de fazer, difícil de lembrar e tem uma recompensa baixa.

Imagine que você está tentando criar o hábito de ler, mas decide fazer isso com um livro que é difícil de acessar (porque você não lembra onde colocou), difícil de lembrar (porque não tem um alarme lembrando de ler) e de baixa recompensa (porque você escolheu um livro chato de ler).

Como é que você vai firmar esse hábito? Não tem como.

2. Você ficará bitolado e obcecado com rotina

Eu sei, você não quer se tornar aquela pessoa bitolada e obcecada com rotina que nunca consegue ser flexível. Calma, não é isso que eu estou pregando aqui!

Se você achou que ter uma rotina é ficar obcecado com isso, é porque caiu no pensamento extremista do 8 ou 80. E a minha resposta para esse mito é simples: fazer agachamento não transforma você na Gracyanne Barbosa.

Algumas mulheres, inclusive, têm esse medo, né? “Ah, eu até vou na academia, mas gostaria de fazer só um exercício aeróbico, porque eu tenho medo de fazer força e acabar ficando meio monstruosa.”

Da mesma forma que treinar algumas vezes por semana não transforma você na Gracyanne, ter um pouco de rotina não vai fazer com que você seja uma pessoa bitolada.

Claro que você pode se tornar obcecado, não conseguir mais sair da rotina e virar um refém da sua própria organização. Mas aqui estou falando de um pouco de rotina, um pouco de ordem na sua vida.

É como se você tivesse um conjunto de hábitos “disponíveis” para a sua rotina, mas que não necessariamente são hábitos que você vai levar ao extremo. Pense no hábito como uma luva. Você coloca a sua mão na luva quando está frio, no entanto, não é como se a sua mão fosse feita para a luva, mas sim como se a luva fosse feita para caber sua mão.

3. “Só” criar bons hábitos não ataca a causa profunda do meu problema

Muitas pessoas pensam que não adianta mudar os hábitos se o problema de verdade é algo muito mais profundo. Mas pensa comigo: qual é a causa profunda do problema?

Tem gente que acha que a causa profunda é algum problema na infância, a presença de uma memória traumática ou, então, a relação com os pais. E tudo bem, tudo isso são hipóteses. Mas presta atenção agora: é muito mais fácil carregar o peso da vida com músculos fortes.

Você tem uma doença rara, um familiar que está hospitalizado, está desempregado, tem um filho com autismo… eu sei, tudo isso pode ser um peso na sua vida. Um peso que vale a pena carregar, porque é carregado com amor, mas ainda assim pesa — e eu reconheço esse sofrimento.

Mas não é mais fácil você carregar esse peso da sua vida com músculos fortes?

Ter uma rotina estruturada não seria uma ajuda para que você conseguisse carregar esse peso de ser mãe de uma criança autista, de ter uma doença rara ou de ter um familiar hospitalizado? Você não precisa pensar de forma extremista: “Ou o meu grande e profundo problema se resolve ou eu fico parado e não faço nada.”

Se você tem uma cruz para carregar, um peso ou uma dificuldade na vida, deve tentar ficar forte para aguentar aquilo, mesmo que não tenha solução por enquanto.

4. Preciso esperar minha saúde mental melhorar para criar e ter bons hábitos

Obviamente, isso é um mito. Você não espera a doença passar para tomar o remédio, certo?

A gente pensa assim: “Quando eu ficar bem, quando eu tiver melhor da depressão e da ansiedade, quando eu não estiver me odiando tanto e com problemas de autoestima, eu vou parar e pensar sobre a minha rotina.”

No entanto, muitas vezes você está com a autoestima baixa e com os sintomas de depressão e ansiedade por causa da sua rotina! É comum que a gente ache que algumas coisas são consequência, quando na verdade são a causa.

Por exemplo, imagine que você está com hábitos ruins e, de repente, a sua autoestima diminui. Para quem não se lembra, a autoestima é a opinião que você tem de você mesmo (seja ela positiva ou negativa). E como que você forma a sua opinião sobre você mesmo? Do mesmo jeito que você forma a sua opinião sobre as outras pessoas. Ou seja, observando como elas agem.

Quando você conhece alguém, forma a sua opinião sobre ela com base no que ela fala e, conforme convive com essa pessoa, começa a levar em conta também as atitudes dela. Afinal, será que o que ela fala é a mesma coisa que o que ela faz?

Com a autoestima funciona do mesmo jeito, formamos uma opinião sobre nós mesmos nos observando. Então, quando você olha para a sua rotina e pensa “Eu quero acordar um pouco mais cedo, dormir melhor, quero ler e criar hábitos alimentares saudáveis”, mas não faz nada disso, você se sente um hipócrita e a sua autoestima abaixa.

Para garantir que entendeu:

21 dias para criar um hábito

Se prepare para o que está por vir

Criar novos hábitos exige organização, e quando você se planeja pra isso e rastreia a sua evolução, é bem mais fácil ficar engajado e motivado com todo o processo.

Então, por que não se preparar da forma certa com ferramentas próprias para isso?

Os psicólogos aqui da Eurekka criaram um planner semestral para você anotar não só as suas tarefas diárias, como também rastrear seus hábitos, organizar o seu mês e muito mais! E o melhor é que esse planner não é datado, portanto, você pode começar a usar em qualquer época do ano!

E aí, preparado para mudar de vida, criar hábitos saudáveis e ter uma vida plena e feliz? Então clique no botão abaixo para garantir o seu planner agora mesmo!

Por fim, não deixe de acompanhar nossas redes sociais para receber mais dicas de saúde mental e psicologia:

Este artigo te ajudou?

0 / 3 2.64
henrique souza fundador da eurekka

Henrique Souza

Henrique é psicólogo pela UFRGS, atuando na clínica com a Abordagem Analítico-Comportamental, apaixonado por criatividade e comunicação e co-fundador da Eurekka, a startup de Psicologia que se tornou a maior rede de psicoterapia do Brasil. Além de fazer mais de 5000 sessões por mês, a Eurekka também oferece telemedicina, franquia para Psicólogos e outros produtos tanto para quem busca mais saúde e uma vida com propósito, quanto para psicólogos querem alavancar sua carreira.

2 replies on “21 Dias para criar hábitos: mito ou verdade? Psicólogo explica!”

Olá, Juliana.

Ficamos contentes que tenha gostado do nosso texto. Continue nos acompanhando para mais 🙂

Abraços,

Erick

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *